Jesus Cristo mais do que valores humanos, tratou de valores divinos. Jesus tinha absoluta ausência de maledicência, maus juízos, palavras ociosas, críticas negativas.
A verdade e o amor, querer o bem das pessoas e falar bem delas – é um exemplo de beleza espiritual que deve nos atrair mais do que todas as belezas físicas do mundo. O traço interior da beleza humana: o que sinto pelas pessoas e o que falo delas. A pessoa deve ter a preocupação diária de não falar mal dos outros : “Não julgueis para não serdes julgados.”
Na vida de algumas pessoas está escondida esta harmonia na consideração que fazem sobre os outros. As críticas negativas nos tornam muito feios. O caráter disforme das maledicências enfeia nossa vida. Sem críticas negativas nossa vida seria muito mais bela.
São Josemaría Escrivá em seu livro ‘Caminho’, ponto 443 nos lembrava “Não faças crítica negativa; quando não puderes louvar, cala-te.” Não podemos deixar de sentir a culpa quando fazemos a crítica. A mínima crítica que fazemos ao próximo, fazemos a Deus, pois cada um é uma imagem de Deus. Fazemos críticas negativas baseadas em antipatias e desconfianças.
Se elas se repetem é porque não consideramos as pessoas como feitas à imagem de Deus. Medir as pessoas por nossos próprios critérios é não ouvir a voz da nossa consciência.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem. O homem mau tira o mal. A boca fala do que há em nosso coração. Um mau tesouro se pronuncia em críticas, palavras mal fundamentadas.
Do Catecismo da Igreja Católica
O respeito à reputação das pessoas proíbe qualquer atitude e palavra capazes de causar um prejuízo injusto. Torna-se culpado de:
- Juízo Temerário aquele que, mesmo tacitamente, admite como verdadeiro, sem fundamento suficiente, um defeito moral no próximo.
- Maledicência aquele que, sem razão objetivamente válida, revela a pessoas que não sabem os defeitos e faltas de outros.
- Calúnia aquele que, por palavras contrárias à verdade, prejudica a reputação dos outros e dá ocasião a falsos juízos a respeito deles.
- A maledicência e calúnia são as críticas mais graves que lesam o direito à boa fama (somos imagem de Deus). Deus pensou em cada um de nós: “Essa pessoa merece ser criada. Ela é boa.” Criticar alguém é ir contra 1 decisão divina. Ao fazermos um mau juízo revelando seus defeitos pessoais estamos indo contra a ideia de que cada pessoa vale o sangue de Cristo.
Qualquer pessoa com seu modo de ser, suas manias, vale o sangue de Jesus. Como ousamos julgar verdadeiros os boatos e críticas? Pelo telefone vai-se passando adiante os defeitos morais dos outros. Se sabemos defeitos, pecados dos outros, devemos guardar para sempre. Sem justa causa não pode jamais ser divulgado. Por que existem ainda críticas que saem da minha boca? Levamos o nome de cristãos, mas: medimos com superficialidade as pessoas, porque não ouvimos a voz da consciência, falando da gravidade das críticas negativas.
“Não matarás, mas quem matar será condenado em juízo. Todo aquele que se irar contra seu irmão, será condenado em juízo. Todo aquele que chamar bobo ao seu irmão, será condenado em juízo, quem chamar de louco a seu irmão será condenado em juízo.”
Qualquer comentário frívolo, superficial, que falamos do próximo, é grave.
Outras vezes as críticas nascem dos nossos preconceitos. Na maior parte das vezes estamos enganados quando pensamos mal de alguém.
Pio XI “Os homens são melhores do que seus atos e suas palavras.” Deus vê os corações. Deus vê os homens por dentro. “Não desprezemos ninguém; a mais malvada das pessoas contém uma centelha divina que pode saltar de um momento para o outro.” Exemplo: O bom ladrão.
“Não desprezemos nem a ideia das pessoas porque contém uma parcela de verdade.” Nem desprezemos as ações porque ignoramos os seus motivos e suas consequências longínquas.
A impulsividade de nossas palavras, um golpe de nossa língua é pior do que um golpe de espada. Se não somos sóbrios, podemos estar desferindo golpes mortais.
Salomão : “ A boca de homem sábio está no coração. O coração de um tolo está na boca.”
“No muito falar não faltará pecado. O que modera seus lábios é prudentíssimo.” ( Provérbios)
Salomão : “A boca de um justo é fonte de vida. A boca dos ímpios é uma fonte de iniquidade.”
Thomas Carslile: “Quem não pode guardar seus pensamentos para si mesmo, nunca realizará coisas grandes na vida.” Destruiremos coisas grandes: a paz familiar, a caridade no coração.
No Catecismo da Igreja Católica: Todo bom cristão deve estar mais inclinado a desculpar as palavras do próximo do que a condená-las. Se não é possível desculpá-las, deve-se perguntar-lhe como as entende; se ele as entende mal, que seja corrigido com amor; e se isso não bastar, que se procurem todos os meios apropriados para que, compreendendo-as corretamente, seja poupado.