Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2015

A busca da verdadeira data do Nascimento de Cristo: 25 de dezembro é uma possibilidade histórica

O TEMPO LITÚRGICO do Natal vai da véspera do próprio Natal de Nosso Senhor até o primeiro domingo depois da Festa da Epifania, em 6 de Janeiro, quando se comemora o Batismo de Jesus. "Epifania" é a manifestação de Jesus como o Messias Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. A esse respeito, diz o seguinte o Catecismo da Igreja Católica: “ A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Com o Batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos 'magos' vindos do Oriente. Nesses 'magos', representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias d(e todas) as nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos 'magos' a Jerusalém para 'adorar ao Rei dos Judeus' mostra que eles procuram, em Israel, à Luz messiânica da estrela de Davi, aqu'Ele que será o Rei das nações. Sua vinda significa que os pagãos podem de

O Nascimento de Jesus em Belém – conclusão

“ Na mesma região havia uns pastores que estavam nos campos e que durante as vigílias da noite montavam guarda a seu rebanho. O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a Glória do Senhor envolveu-os de luz " (Lc 2,8-9) AS PRIMEIRAS TESTEMUNHAS do grande Acontecimento são pastores que estão em vigília. Muito se refletiu sobre o significado que possa ter o fato de os primeiros a receber a Mensagem terem sido precisamente pastores. Parece-me que não seja necessária demasiada perspicácia para superar tal questão: Jesus nasceu fora da cidade, num ambiente circundado por todos os lados de pastagens, para onde os pastores traziam seus rebanhos. Por isso, era normal que os primeiros chamados para ver o Menino na manjedoura fossem os pastores que estavam mais perto do Acontecimento. Naturalmente, pode-se desenvolver reflexões diversas a respeito: talvez os pastores vivessem não só externamente, mas também interiormente, mais perto do Acontecimento do que os habitantes da cidade, qu

O Nascimento de Jesus em Belém – parte 2

Enfaixado numa manjedoura, o Portador da Salvação de toda a humanidade “ Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias par o parto, e ela deu à luz o seu Filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na sala ”  (Lc 2,6-7). INICIAMOS ESTE SEGUNDO estudo  a partir das últimas palavras desta frase: “por não haver lugar para eles na sala”. A meditação, na fé, dessas palavras, encontrou  nessa afirmação um paralelismo íntimo com as palavras, cheias de profundo conteúdo, que temos no Prólogo do Evangelho segundo S. João: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (1,11). Para o Salvador do mundo, aqu'Ele para quem todas as coisas forma criadas (cf. Cl 1,16), não há lugar. “As raposas têm tocas e as aves do céu tem seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20). Aqu'Ele que foi crucificado fora das portas da cidade (cf. Hb 13,12) também nasceu fora das portas da cidade.

O Nascimento de Jesus em Belém

O quadro histórico e teológico da narração do Nascimento de Jesus nos Evangelhos César Augusto1 “ Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. " (Lc 2,1) COM AS PALAVRAS acima, S. Lucas introduz sua narrativa sobre o Nascimento de Jesus e explica por que esta aconteceu em Belém: um recenseamento, com a finalidade de determinar e depois cobrar impostos, é a razão pela qual José com Maria, sua esposa que está grávida, se deslocam de Nazaré até Belém. O Nascimento de Jesus na cidade de Davi situa-se no quadro da grande História universal, embora o Imperador pouco ou nada saiba dessa gente simples que, por causa dele, tem de viajar num momento difícil, e assim, aparentemente por acaso, o Menino Jesus nascerá no lugar da Promessa. Para Lucas, o contexto histórico-universal é importante. Pela primeira vez é registrada a expressão "toda o mundo habitado", ou "toda a Terra", isto é, o   ecumene  

Pedidos das crianças ao Menino Jesus no Natal

Por Dom Carlos Lema Garcia – Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade Dom Carlos Lema Garcia VOCÊ JÁ PENSOU em escrever uma carta para o menino Jesus, pedindo um presente de Natal? O jornal italiano  Corriere della Sera publicou, há uns anos, trechos de cartas de crianças dirigidas ao Menino Jesus. Tratava-se de uma amostra do que costumam escrever nas redações da escola, nas aulas de Catecismo e nos bilhetinhos de final de ano. Na Itália, o Papai Noel não toma conta do imaginário infantil. Tal como em outros países de raízes cristãs, é o Menino Jesus quem traz os presentes no dia do Natal. Vejamos algumas frases: “Querido Menino Jesus, todos os meus colegas da escola escrevem para o Papai Noel, mas eu não confio nele. Prefiro você”; “Querido Menino Jesus, obrigado pelo irmãozinho. Mas, na verdade, eu tenho rezado para ganhar um cachorro”; "Querido Jesus, por favor ponha um pouco mais de férias entre o Na

Introdução à Bíblia ou às Sagradas Escrituras - estudo II

Sobre a seleção dos Livros Canônicos COMO VIMOS, nos primeiros séculos da era cristã havia uma grande quantidade de cartas, relatos dos Evangelhos e textos religiosos circulando entre as comunidades da Igreja primitiva, que eram lidos piedosamente entre os primeiros cristãos (alguns reverenciados como santos escritos), entre os quais estavam os livros que hoje compõem o Novo Testamento da Bíblia cristã, mas também uma grande quantidade de outros textos, que posteriormente viriam a ser considerados apócrifos. Até o século IV não houve consenso quanto a que livros deveriam compor a lista canonicamente reconhecida como Escritura Sagrada. Considerando-se esta simples realidade, torna-se evidente a completa impossibilidade de ter existido, entre os Apóstolos e os primeiros cristãos, qualquer concepção doutrinária minimamente semelhante àquilo que viria a se chamar  Sola Scriptura  (só a Escritura), mais de um milênio e meio depois do Advento de Cristo. Ainda assim, – para escânda

Santa Missa: perfeita Oferenda a Deus

A Santa Missa é a perfeita Oferenda a Deus porque nela se oferece o próprio Deus em Sacrifício A MISSA É O ATO de culto mais importante que existe na face da Terra. É portanto, o que há de mais importante na Religião. É da Santa Missa que nos vêm, direta ou indiretamente, todas as graças que recebemos, já que é a frequente renovação incruenta (isto é, sem sangue nem sofrimento) do Sacrifício do Calvário. Na cruz, Nosso Senhor jesus Cristo se ofereceu em Sacrifício à Santíssima Trindade. E esse Sacrifício tem um valor infinito, pois Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. No Sacrifício da cruz, Nosso Senhor era a um só tempo Sacerdote e Vítima. Sacerdote sem mácula, perfeita e infinitamente santo, Mediador perfeito entre Deus e os homens. Vítima igualmente perfeita, obedecendo até a morte e morte de cruz para o nosso bem. – Para nos dar a vida eterna. – Na cruz, Cristo adorou perfeitamente à Santíssima Trindade. Na cruz,  realizou uma ação de graças pe

Bula Convocatória do Concílio de Trento no Pontificado de Paulo III

Paulo Bispo, servo dos servos de Deus, para perpétua memória CONSIDERANDO QUE DESDE os princípios de nosso Pontificado, – não por algum mérito de nossa parte, porém por Sua grande bondade, nos confiou a Providência de Deus Onipotente, – que em tempos tão revoltosos e que em circunstâncias tão mesquinhas de quase todos os negócios, foi eleita nossa solicitude e vigilância Pastoral; desejávamos por certo aplicar soluções aos males que há tanto tempo tem afligido, e quase oprimido a república cristã: mas nós, possuídos também, como homens, de nossa própria debilidade, compreendemos que eram insuficientes nossas forças para sustentar tão grave peso. Então, como entendêssemos que se necessitava de paz, para libertar e conservar a república de tantos perigos que a ameaçavam, achamos ao contrário que tudo estava cheio de ódios e contradições e em especial, opostos entre si aqueles príncipes aos quais Deus havia confiado todo o gerenciamento das coisas.  Assim sendo, tomando-s