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Pedidos das crianças ao Menino Jesus no Natal


Por Dom Carlos Lema Garcia – Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade

Dom Carlos Lema Garcia
VOCÊ JÁ PENSOU em escrever uma carta para o menino Jesus, pedindo um presente de Natal? O jornal italiano Corriere della Serapublicou, há uns anos, trechos de cartas de crianças dirigidas ao Menino Jesus. Tratava-se de uma amostra do que costumam escrever nas redações da escola, nas aulas de Catecismo e nos bilhetinhos de final de ano. Na Itália, o Papai Noel não toma conta do imaginário infantil. Tal como em outros países de raízes cristãs, é o Menino Jesus quem traz os presentes no dia do Natal.

Vejamos algumas frases: “Querido Menino Jesus, todos os meus colegas da escola escrevem para o Papai Noel, mas eu não confio nele. Prefiro você”; “Querido Menino Jesus, obrigado pelo irmãozinho. Mas, na verdade, eu tenho rezado para ganhar um cachorro”; "Querido Jesus, por favor ponha um pouco mais de férias entre o Natal e a Páscoa. No meio, agora, está sem nada”; “Querido Jesus, o Padre Mario é seu amigo ou você o conhece só do trabalho?"; “Querido Menino Jesus, por gentileza, mande-me um cachorrinho. Eu nunca pedi nada antes: pode conferir”; “Querido Jesus, Caim e Abel não brigariam tanto se tivessem um quarto pra cada um. Com meu irmão funciona”; “Querido Jesus, eu gosto muito do Pai-Nosso. Você escreveu tudo de uma só vez, ou teve que ficar apagando? Qualquer coisa que eu escrevo, tenho que refazer um monte de vezes”; “Querido Jesus, você é invisível mesmo ou é só um truque?"; “Querido Jesus, na minha opinião, é impossível existir um Deus melhor que você. Bom, eu só queria que você soubesse, mas não estou lhe dizendo isso só porque você é Deus"; “Querido Menino Jesus, não compre os presentes na loja embaixo do prédio, a mamãe diz que eles são uns ladrões. Muito melhor no supermercado”; “Querido Jesus, nós estudamos na escola que Thomas Edison inventou a luz. Mas no Catecismo dizem que foi você. Pra mim, ele roubou a sua ideia”.



Brincadeiras à parte, todos nós esperamos que o Natal nos permita estar com Jesus. Recebê-lo em nossas casas, em nossas vidas. Vamos imaginar se tivéssemos a chance de entrar na gruta de Belém, de conversar com Maria e José e de contemplar o Menino Jesus recém-nascido. Vamos considerar, também, que se trata de um Menino especial: Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Por isso, Ele nos vê e nos conhece, entende os nossos pensamentos e afetos. Conhece o nosso coração.

A partir da chegada de Jesus a nós, podemos aproximar-nos dos Sacrários das nossas igrejas sempre que desejarmos e contar-lhe todas as nossas coisas, expor as nossas dúvidas, pedir ajuda nas necessidades e sabedoria para resolver os nossos problemas. Vamos aproximar-nos de Jesus com toda confiança e contar-lhe tudo o que precisamos para nós, nossas famílias, pelas famílias que passarão o Natal como refugiados, fora de suas casas...

Este ano, teremos um Natal especial, porque estará dentro do Ano Santo da Misericórdia. Vamos aproveitar para praticar a misericórdia, reconciliando-nos com as pessoas, servindo-as com generosidade e pedindo-lhes perdão das nossas faltas. Vamos também aproximar-nos do Sacramento da Reconciliação: não há melhor preparação para o Natal que uma boa Confissão.

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Fonte:

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO, jornal “O São Paulo” nº 3081, ano 60, 12/015 p. 5.

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