Pular para o conteúdo principal

Inácio de Antioquia (35-110).

Epístola aos Magnésios (versão curta).
Inácio, Bispo de Antioquia (35 - 110 d.C.)
__________________________________

Inácio era bispo de Antioquia, na Síria. No ano 107 dC, durante a perseguição de Trajano, foi preso e enviado para Roma. Nas paradas que eram feitas para descanso, aproveitava para escrever às igrejas que o tinham recebido ou mandado alguma visita. Foi martirizado em Roma, segundo o testemunho de Eusébio. Esta carta, assim como as outras seis reconhecidas, nos chegou em duas versões: uma curta (mais próxima ao original, segundo os pesquisadores) e outra um pouco mais longa. Entre os destaques, vemos que a Igreja visível já estava estruturada em três graus como ainda é hoje: bispos, presbíteros e diáconos. Cabe ao bispo a presidência e a ele todos devem estar submissos (caps. II a V). Também a questão da observância do sábado, defendida pela seita dos judaizantes, é abordada: "não observamos mais o sábado, mas o Dia do Senhor (=domingo)" (cap. IX), de onde se conclui, pela antiguidade da fonte, que a observância do domingo pelos cristãos é, de fato, instituição apostólica. Mas Inácio vai ainda mais longe contra os costumes judaicos: "É absurdo professar Cristo Jesus e judaizar. O Cristianismo não precisa abraçar o Judaísmo, mas o Judaísmo deve abraçar o Cristianismo" (cap. X), complementado, na versão longa, com uma expressão mais contundente: "o Judaísmo agora chegou ao fim".


Esta carta, assim como as outras seis reconhecidas, nos chegou em duas versões: uma curta (mais próxima ao original, segundo os pesquisadores) e outra um pouco mais longa. Entre os destaques, vemos que a Igreja visível já estava estruturada em três graus como ainda é hoje: bispos, presbíteros e diáconos. Cabe ao bispo a presidência e a ele todos devem estar submissos (caps. II a V). Também a questão da observância do sábado, defendida pela seita dos judaizantes, é abordada: "não observamos mais o sábado, mas o Dia do Senhor (=domingo)" (cap. IX), de onde se conclui, pela antiguidade da fonte, que a observância do domingo pelos cristãos é, de fato, instituição apostólica. Mas Inácio vai ainda mais longe contra os costumes judaicos: "É absurdo professar Cristo Jesus e judaizar. O Cristianismo não precisa abraçar o Judaísmo, mas o Judaísmo deve abraçar o Cristianismo" (cap. X), complementado, na versão longa, com uma expressão mais contundente: "o Judaísmo agora chegou ao fim".

Epístola aos Magnésios (versão longa)
Inácio de Antioquia (35-110)

Introdução

Inácio, também chamado Teóforo, à [Igreja] abençoada na graça de Deus Pai, em Jesus Cristo nosso Salvador, com quem eu saúdo a Igreja que está na Magnésia, próxima ao [rio] Meandro, e desejo a ela grande alegria em Deus Pai e em Jesus Cristo, nosso Senhor, em quem vocês poderão encontrar grande alegria.

Capítulo I

Tendo sido informado sobre o vosso amor devoto e perfeito, alegrei-me profundamente e resolvi comunicar-me convosco na fé em Jesus Cristo. 2Para aquele que pensa ser digno de portar um nome divino e desejável, nestas cadeias que ora carrego, louvo as igrejas, nas quais oro pela união entre o corpo e o espírito de Jesus Cristo, "que é o Salvador de todos os homens, mas especialmente daqueles que crêem, por cujo sangue vós todos fostes redimidos e por quem pudestes conhecer a Deus, isto é, fostes conhecidos por Ele; resistindo com Ele, escapareis de todos os assaltos deste mundo, pois 'Ele é fiel e não permitirá que sejais tentados acima do que puderdes resistir'".

Capítulo II

Portanto, já que tive a honra de vos ver na pessoa de Damas, vosso ilustre bispo, e de vossos ilustres presbíteros, Basso e Apolônio, bem como do diácono Zótio, meu companheiro de serviço, cuja amizade espero sempre possuir - já que ele, pela graça de Deus, é submisso ao bispo e ao presbitério, segundo a lei de Jesus Cristo - [passo agora a vos escrever]:


Capítulo III

Não deveis desprezar a idade do vosso bispo, mas tratá-lo com toda a reverência, conforme o desejo de Deus Pai, assim como fazem os santos presbíteros - como fiquei sabendo - não observando a sua manifesta juventude, mas o seu conhecimento sobre Deus, já que "não é o ancião [necessariamente] sábio, nem significa que o idoso possua prudência; o que importa é o espírito dos homens". Daniel, o sábio, aos doze anos de idade, foi possuído pelo Espírito divino, e condenou os anciãos - que em vão carregavam seus cabelos grisalhos - por acusarem em falso e cobiçarem a esposa de um homem. Também Samuel, quando ainda era uma pequena criança, reprovou Eli, que tinha 90 anos de idade, por honrar mais a seus filhos do que a Deus. Da mesma maneira, também Jeremias recebeu esta mensagem de Deus: "Não diga nada. Eu sou uma criança". Também Salomão e Josias. O primeiro, sendo rei aos doze anos de idade, deu a terrível e difícil sentença no caso das duas mulheres que disputavam pela mesma criança. O último, subindo ao trono com oito anos de idade, ordenou a derrubada dos altares e templos [dos ídolos], e a queima dos bosques dedicados aos demônios e não a Deus. E ele destruiu os falsos sacerdotes, como impostores e corruptores dos homens, mas não os adoradores da Deidade. Logo, a juventude não é para ser desprezada quando é devotada a Deus. Mas deve ser desprezado aquilo que vier de uma mente malvada, ainda que a pessoa seja anciã e experimentada. Timóteo, que pregou sobre Cristo, era jovem quando ouviu seu mestre ensinar-lhe: "Não deixe nenhum homem desprezar tua juventude, mas sejas tu um exemplo entre os crentes, tanto na palavra quanto na conduta". Por isso, é coisa terrível contradizer qualquer pessoa com a mesma semelhança. [Pela conduta] não se tenta enganar aquele que é visível, mas [na realidade] zombar dAquele que é invisível, e que, contudo, não pode ser zombado por ninguém. E tal conduta diz respeito não ao homem, mas a Deus. Deus disse a Samuel: "Eles não zombaram de ti, mas de Mim". E Moisés declarou: "O murmúrio deles não é contra nós, mas contra o Senhor Deus". [De fato,] nenhum deles ficou sem punição, porque levantaram-se contra seus superiores. Datan e Abirão não falaram contra a Lei, mas contra Moisés, e foram arremessados vivos no Hades. O mesmo ocorreu com Corá e 250 indivíduos que conspiraram com ele contra Aarão: foram destruídos pelo fogo. Ainda Absalão, que foi morto por seu irmão, foi suspenso numa árvore e seu coração mau foi atravessado por flechas. Também Abedadan foi decapitado pelo mesmo motivo. Uzias, quando ousou se opor aos sacerdotes e ao sacerdócio, foi ferido pela lepra. Saul também foi desonrado por não conduzir Samuel ao sumo-sacerdócio. Portanto, é vosso dever reverenciar os vossos superiores.

Capítulo IV

É adequado, então, não apenas ser chamados "cristãos", mas sê-lo também de verdade. Não basta assim ser apenas chamado, mas é necessário sê-lo também, como se passa com um homem abençoado. Àqueles que falam do bispo, mas fazem todas as coisas sem ele, declarará Aquele que é o verdadeiro e primeiro Bispo e único Sumo Sacerdote por natureza: "Por que me chamais de 'Meu Senhor' se não fazeis o que vos digo?". Tais pessoas parecem-me desprovidas de boa consciência; são dissimuladoras e hipócritas.

Capítulo V

Visto, então, que todas as coisas têm um fim, é-nos colocada diante de nós a vida, fruto da nossa observância [aos preceitos de Deus], e a morte, como resultado da desobediência; todos - conforme a escolha que fizer - encontrarão seu próprio lugar, permitindo escapar da morte e optar pela vida. Observo que duas características diferentes são encontradas nos homens: a verdadeira moeda e a espúria. O verdadeiro fiel é o tipo verdadeiro de moeda, cunhada pelo próprio Deus. O infiel, por sua vez, é uma moeda falsa, ilegal, espúria, falsificada, cunhada não por Deus, mas pelo diabo. Não estou querendo dizer que existem duas naturezas humanas diferentes; existe apenas uma única humanidade que, às vezes, pertence a Deus, e outras vezes, ao diabo. Se alguém é verdadeiramente religioso, será também homem de Deus; mas, se não for religioso, será homem do diabo, não por sua natureza, mas por sua própria escolha. O descrente possui a imagem do príncipe da maldade; o crente possui a imagem do seu Príncipe, Deus Pai e Jesus Cristo; se não estivermos prontos para morrer pela verdade em Sua Paixão, Sua vida não estará em nós.

Capítulo VI

Nas pessoas acima mencionadas, pude observar, na fé e no amor, toda a vossa comunidade; assim, exorto-vos a estudarem todas as coisas com divina harmonia, tendo vosso bispo presidindo no lugar de Deus e vossos presbíteros no lugar da assembléia dos apóstolos, junto com seus diáconos - que são muito queridos para mim - aos quais foi confiado o serviço de Jesus Cristo. Ele, sendo estando com o Pai antes do início dos tempos, era o Verbo, o único Filho gerado, e permanece o mesmo para sempre; e "o Seu reino não terá fim", diz o profeta Daniel. Vamos todos, então, amar uns aos outros em harmonia e que ninguém olhe para o seu próximo segundo a carne, mas em Cristo Jesus. Que nada exista entre vós causando a divisão, mas sejais unidos ao vosso bispo, e, através dele, submissos a Deus em Cristo.

Capítulo VII

Assim como o Senhor nada faz sem o Pai, pois Ele diz: "Por Mim mesmo nada posso fazer", também assim deveis proceder; nem o presbítero, nem o diácono, nem o leigo deve fazer algo sem o bispo. Nem mesmo deveis fazer algo recomendável sem a sua aprovação. Pois tais coisas são pecaminosas e se opõem a[o desejo] de Deus. Deveis, todos juntos, ir a um mesmo lugar para orar. Deveis ser uma só súplica comum, uma só mente, uma só esperança, mantendo uma fé sólida em Cristo Jesus, pois não há nada melhor. Que vós todos sejais como um só homem, correndo juntos para o templo de Deus, para o único altar, o único Jesus Cristo, Sumo Sacerdote do Deus não gerado.

Capítulo VIII

Não sejais enganados por doutrinas estranhas, "nem prestai atenção a fábulas e genealogias intermináveis", e em outras coisas que os judeus ostentarem. "As velhas coisas se passaram; observai pois todas as coisas se tornaram novas". Se vivêssemos ainda segundo a Lei dos judeus e a circuncisão da carne, teríamos que negar a graça que recebemos. Ora, os divinos profetas viveram de acordo com Jesus Cristo e, por isso, acabaram sendo perseguidos, pois eram inspirados pela graça a convencerem plenamente os descrentes de que existe apenas um Deus, o todo-poderoso, que Se manifestou por Jesus Cristo Seu Filho, que é Seu Verbo, não expressado mas essencial. Com efeito, Ele não é a voz de uma expressão articulada, mas uma substância gerada pelo poder divino, e que em todas as coisas agradou Aquele que O enviou.

Capítulo IX

Se, então, aqueles que eram versados nas antigas Escrituras tiveram a esperança renovada, aguardando a vinda de Cristo, como ensina o Senhor quando nos diz: "Se acreditastes em Moises, deveríeis crer em Mim, pois foi de Mim que ele escreveu"; e novamente: "Seu pai Abraão regozijou-se para ver o Meu dia e, quando o viu, alegrou-se; pois antes de Abraão, Eu Sou". Como poderíamos ser capazes de viver sem Ele? Os profetas eram Seus servos e O previram pelo Espírito, e O esperaram como Instrutor e também como Senhor e Salvador, dizendo: "Ele virá e nos salvará". Portanto, não precisamos mais manter o sábado, como fazem os judeus, ou alegrar-se pelos dias de ociosidade, pois "aquele que não trabalha, não deve comer". Também foi dito pelos [santos] oráculos: "É pelo suor da tua face que comerás o teu pão". Mas deixe todo aquele entre vós que ainda mantém o sábado por motivo espiritual, alegrando-se na meditação da Lei e não no descanso do corpo, admirando a obra de Deus e não comendo coisas preparadas no dia anterior, não fazendo uso de bebidas mornas ou andando um certo limite prescrito, não deleitando-se por dançar e aplaudir, e outras coisas sem sentido. Porém, após a observância do sábado, deve todo amigo de Cristo observar o Dia do Senhor como festa, o dia da ressurreição, a rainha e comandante de todos os dias [da semana]. Foi sobre isto que o profeta declarou: "Para encerrar, o oitavo dia". [Foi nesse dia] que a nossa vida renasceu e a vitória sobre a morte foi obtida em Cristo. Os filhos da perdição, os inimigos do Salvador negam isto; "o deus deles é o próprio estômago, pois só pensam nas coisas terrestres", são "amantes do prazer, e não amam a Deus; têm a forma celestial, mas negam o poder disto". Esses são mercadores de Cristo, corruptores da Sua Palavra; abrem a mão de Jesus e o põe a venda; corrompem as mulheres, cobiçam os bens de seus próximos e buscam insaciavelmente a riqueza; a estes [malfeitores] deveis pedir que sejam tocados pela misericórdia de Deus através de nosso Senhor Jesus Cristo!

Capítulo X

Assim, não sejamos insensíveis à Sua bondade. Se Ele nos recompensasse conforme as nossas obras, certamente deixaríamos de existir. "Se Tu, Senhor, marcar as iniquidades, quem poderá ficar de pé?". Devemos, portanto, provar a nós mesmos que merecemos o nome que recebemos (=cristãos). Quem é chamado por outro nome além deste não é de Deus, pois não recebeu a profecia que nos fala a respeito disso: "O povo será chamado por um novo nome, pelo qual o Senhor os chamará, e serão um povo santo". Isto se cumpriu primeiramente na Síria, pois "os discípulos eram chamados de cristãos na Antioquia", quando Paulo e Pedro estabeleciam as fundações da Igreja. Abandonai, pois, a maldade, o passado, as influências viciadas e sereis transformados no novo instrumento da graça. Permanecei em Cristo e o estranho não obterá o domínio sobre vós. É absurdo professar Jesus Cristo com a língua e cultivar na mente o Judaísmo, que agora chegou ao fim. Onde está o Cristianismo não pode estar o Judaísmo. Cristo é único; toda nação que Nele crê e toda língua que O confessa é, por Ele, conduzida até Deus. E aqueles que têm coração duro devem tornar-se filhos de Abraão, o amigo de Deus; e em sua semente todos serão abençoados e receberão a vida eterna em Cristo.

Capítulo XI

Amados: estas coisas [que vos escrevo] - não que eu saiba algo sobre o vosso comportamento, mas por ser inferior a vós - tem por objetivo previni-los para que não sejais fisgados pelos anzóis da vã doutrina, mas para que possais conquistar a segurança plena em Cristo, que estava com o Pai antes de todas as eras, e que mais tarde nasceu da Virgem Maria sem qualquer intercurso com o homem. Ele também teve uma vida santa e curou todo tipo de moléstia e enfermidade que atingia o povo, e realizou sinais e maravilhas em benefício dos homens; e para aqueles que caíram no erro do politeísmo, Ele permitiu conhecer o único e verdadeiro Deus, Seu Pai, e experimentou a paixão, sofrendo na cruz em razão dos judeus assassinos, no tempo do governador Pôncio Pilatos, quando Herodes era rei. Ele morreu e ressuscitou, e ascendeu aos céus, de volta Àquele que o enviara, e sentou-se à mão direita de Deus [Pai]; e retornará no fim dos tempos, na glória de Deus Pai, para julgar os vivos e os mortos de acordo com as suas obras. Todo aquele, que conhece e crê nestas coisas com total segurança, é feliz; sejais, pois, agora, amantes de Deus e de Cristo, garantia plena da nossa esperança, para que ninguém possa vos desviar.

Capítulo XII

Que eu possa alegrar-me convosco em todas as coisas, se o merecer! Mesmo acorrentado, não sou digno de ser comparado a qualquer de vós que estais em liberdade. Sei que vós não estais inchados de orgulho. já que possuis Jesus em vós mesmos. E tudo o mais que louvo em vós, sei que guardais com modéstia de espírito; como está escrito: "O homem justo é seu próprio acusador"; e novamente: "Declara primeiro as tuas iniquidades e poderás ser justificado"; e ainda: "Quando tiverdes feito todas as coisas que são ordenadas a ti, seremos servos inúteis para aquele que aprecia entre os homens, uma abominação aos olhos do Senhor"; também diz a Escritura: "Deus seja misericordioso comigo, pecador". E Davi diz: "Quem sou eu perante Ti, ó Senhor, já que Tu me glorificaste até agora?". E Moisés, que era "o mais obediente de todos os homens", disse a Deus: "Minha voz é fraca e mal sei falar". Sejais também pobres em espírito para que sejais exaltados; pois "aquele que se humilhar será exaltado e aquele que se exaltar será humilhado".

Capítulo XIII

Portanto, estudai para manter-vos na doutrina do Senhor e dos apóstolos, para que todas as coisas que fizerdes possam prosperar tanto na carne quanto no espírito, na fé e no amor, unidos com o vosso admirável bispo, com a preciosa coroa espiritual do vosso presbitério e com os diáconos que estão em conformidade com Deus. Sejais submissos ao bispo e uns aos outros, como Cristo é com o Pai, para que haja unidade entre vós, de acordo com [a vontade de] Deus.

Capítulo XIV

Sei que estais repletos de tudo o que é bom e, por isso, exortei-vos brevemente no amor de Jesus Cristo. Lembrai-vos de mim em vossas orações, para que eu possa alcançar a Deus. E [lembrai-vos também] da Igreja que está na Síria, da qual não sou digno de ser chamado seu bispo. Necessito da vossa oração unida em Deus e do vosso amor para que a Igreja da Síria possa ser digna, conforme sua boa ordem, de ser edificada em Cristo.

Capítulo XV

Os efésios que habitam em Esmirna - de onde eu vos escrevo - estão aqui para a glória de Deus, como vós também fizestes; eles me reconfortam e vos saúdam, assim como Policarpo. As demais igrejas, em honra de Jesus Cristo, também vos saúdam. Ficai bem em harmonia, vós que obtivestes o Espírito inseparável, em Jesus Cristo, pela vontade de Deus.

* * *
Fonte: Antigo Site "Agnus Dei" (-) -

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Símbolos e Significados

A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo