Revolta Tristeza e sensação de perda tomaram o coração dos fiéis durante a missa de despedida do Padre Marcelo Cezarino, realizada na noite desta quarta-feira, na Paróquia do Beato André de Soveral, em Emaús. Por determinação do bispo Dom Jaime Vieira Rocha, o padre Marcelo Cezarino deixa a Paróquia de Emaus e assume a partir do dia 19, a Paróquia de São João Batista, em Lagoa Seca/Natal. Em seu lugar ficará o Padre Abelardo Freitas, com posse marcada para às 19h30 do próximo dia 8.
A transferência não agradou as quatro comunidades católicas atendidas pelo Padre Marcelo Cezarino: Parque Industrial, Jardim Aeroporto, Parque das Orquídeas e Emaus. E, gerou na última semana uma grande mobilização dos moradores, que conseguiu reunir 3.600 assinaturas para a campanha “Fica Padre Marcelo”, entregue ontem, 30, ao arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha.
Movimento com direito a hasteg, página no face e abaixo-assinados foi organizado por Josélio Lopes, há uma semana, e que classifica a transferência de Padre Marcelo Cezarino como perseguição. “É perseguição e não vamos aceitar isso porque a Arquidiocese nem sequer consultou os fiéis sobre essa transferência”, justificou.
Uma comissão de fiéis formada por Nida Bezerra, Creminaldo Souza e Atahan Solon se encontrou ontem com o arcebispo Dom Jaime e solicitou a permanência de padre Marcelo até que ele pudesse concluir as obras iniciadas na Paróquia do Beato André de Soveral. “O bispo nos garantiu que era possível adiar por enquanto essa transferência. Pediu inclusive, que adiássemos a missa de despedida do Padre Marcelo. Tenho tudo gravado”, disse Nida.
Mas, para surpresa dos fiéis, a missa de ação de graças da noite desta quarta-feira se transformou em uma celebração de despedida, anunciada pelo próprio Marcelo Cezarino, causando revolta nos fiéis. “Fomos pegos de surpresa com essa transferência abrupta. Teve fiéis, inclusive que passaram mal. E, não vamos nos calar”, disse Atahan Solon.
Dona Rosa Melo, 69, moradora do Jardim Aeroporto, foi uma das fiéis que passou mau com a notícia da transferência. “É uma injustiça o que estão fazendo com o padre Marcelo e com a comunidade de Emaus. Não merecemos isso e esse não é o ensinamento dado por nosso Papa Francisco”, diz a moradora.
Nena Toscano, que também tem se empenhado para a permanência do padre Marcelo disse “Entendemos que a transferência de padres é necessária, mas discordo da maneira como foi feita. Foi muito rápido e nós fiéis que pagamos o dízimo não fomos nem ouvidos. A igreja é feita por nós e o bispo nunca pisou aqui. Desconhece a nossa dedicação e o trabalho que realizamos juntos com padre Marcelo. Ele precisa de mais tempo para concluir o que começou”, disse indignada.
A celebração contou ainda com a presença do vereador Giovani Rodrigues e sua esposa que também congrega a Paróquia. A Igreja ficou lotada de fiéis e um telão foi montado na parte externa para que todos pudesse assistir à celebração. A comunidade preparou uma festa, logo depois da missa, para homenagear o padre.
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