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Maria, Luís e o cálice


Uma cena comovente deu volta ao mundo. Cena pouco comum na mídia, pronta sempre a explorar o sensacional de um crime, de uma gafe, de uma inconveniência para com isso aumentar sua audiência. Tem apenas o pretexto de serem estes tipos de cenas as mais comuns em nossos dias…
Foi uma cena comovente, como dissemos.
No Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas, no estado americano de Wisconsin, um grupo de crianças teve a graça insigne de receber Jesus na Primeira Eucaristia.
Cardeal Burke consola Luís,
a criança que não comungou
Entre os assistentes estava Luís, o irmãozinho menor de um dos neocomungantes. Ao ver seu irmão um pouco maior receber a Jesus, não se conteve: perguntava a si mesmo porque ele também não poderia receber. Afinal Jesus havia dito: “Deixai vir a Mim os pequeninos” (Mt 19, 14). E a ele, pequenino, não deixaram ir a Jesus…
Era incompreensível para sua mente infantil. Talvez já tivesse ouvido que o Papa São Pio X incentivava a comunhão precoce, e dera até a comunhão a uma criança de 3 anos!
Terminada a Missa, Luís viu aproximar-se o celebrante, o Cardeal Raymond Burke e com toda confiança de criança dirigiu-se ao prelado para externar seu desejo, e chorar pois “não lhe deram Jesus”!
O Cardeal Burke procurou consolar Luís: “não se preocupe, a sua Primeira Comunhão chegará logo”.
Esse momento foi registrado na fotografia ilustrativa desse post. Cena realmente comovente: um Príncipe da Santa Igreja, respeitável pela sua condição de herdeiro presuntivo do Papa, auxiliar próximo do atual Papa na sua condição de Presidente do Supremo Tribunal da Igreja (aSignatura Apostólica), revestido dos belos paramentos próprios ao seu elevado cargo, debruça-se sobre a criança para consolá-la.
Maria, o “calice” escolhido pelo Pai
* * *
Junto a este fato chega-nos outro, não menos comovente: uma das razões porque Jesus Eucarístico tem o direito de ser tratado com o devido respeito.
Para fazer-se homem, o Filho de Deus — o único que poderia escolher a própria Mãe — escolheu a Imaculada Virgem Maria. Durante nove meses Maria foi o sacrário no qual habitou Jesus. Ou, por analogia, o cálice no qual se guardam as hóstias consagradas, o próprio Jesus.
A única diferença é que, na Eucaristia, Jesus deixa a critério dos seus sacerdotes a escolha do cálice em que permanecerá, como na sua Encarnação permaneceu no seio sagrado da Virgem Maria.
Nesse sentido diz o mesmo Cardeal Burke:
Padre Arauto recebe o cálice durante a ordenação sacerdotal
“Como Deus escolheu a mais perfeita de todas as criaturas, sem mancha alguma pelo pecado como tabernáculo de Seu Filho, a Virgem Maria, do mesmo modo, um padre deve escolher os mais dignos e preciosos vasos sagrados para por o mesmo Corpo que estava na Virgem, mas que agora está sobre o altar. Quando vires belos cálices não julgue que o Padre esteja ostentando, mas entenda que ele apenas imita o que fez o Pai na Encarnação do Verbo”.
“Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito” disse-nos Jesus. O próprio Pai Celeste escolheu o “cálice” para colocar o seu Divino Filho. Por que não imitá-lO na escolha do cálice onde deve repousar Jesus?

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