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Creio na Encarnação de Cristo...


Encarnação
- A Igreja denomina "Encarnação" o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação:
  • Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus: Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!(Fl 2,5-8).
- A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã:
  • "Nisto reconheceis o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus" (1Jo 4,2).
- Esta é a alegre convicção da Igreja quando canta "o grande mistério da piedade":
  • "Ele foi manifestado na carne" (1Tm 3,16).

Verdadeiro Deus e verdadeiro homem
- O acontecimento único e totalmente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que ele seja o resultado da mescla confusa entre o divino e o humano. - Ele se fez verdadeiramente homem permanecendo verdadeiro Deus. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem:
  • Ele permaneceu o que era, assumiu o que não era.

A Maternidade de Maria no desígnio de Deus
- Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo Adão que inaugura a nova criação:
  • "O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do Céu" (1Cor 15,47).
- A humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito sem medida" (Jo 3,34). É da "plenitude dele", cabeça da humanidade remida, que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
- Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. "Cheia de graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção":
  • Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

Razões da encarnação
- A Palavra se fez homem para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus:
"Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo" (1Jo 4,14). "Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo 3,5):
  • Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador.
- Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?

- A Palavra se fez homem para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: "Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele" (1 Jo 4,9).
"Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3,16).

- A Palavra se fez homem para ser nosso modelo de santidade:
"Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim" (Mt 11,29). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14,6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc 9,7).
- Ele é o modelo das Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei:
  • "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,12).
Este amor implica a oferta efetiva de si mesmo em seu seguimento.

- A Palavra se fez homem para tornar-nos "participantes da natureza divina": "Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus".
  • "Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus.”
  • “O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses."
Vida oculta de Jesus
- Durante a maior parte de sua vida, Jesus compartilhou a condição da imensa maioria dos homens: uma vida cotidiana. Sem grandeza aparente, vida de trabalho manual, vida religiosa judaica submetida à Lei de Deus, vida na comunidade.
- De todo este período é-nos revelado que Jesus era "submisso" a seus pais e que "crescia em sabedoria, em estatura em graça diante de Deus e diante dos homens" (Lc 2,52).
- A submissão de Jesus a sua Mãe e a seu pai legal cumpre com perfeição o quarto mandamento:
·         Ela é a imagem temporal de sua obediência filial a seu Pai celeste. A submissão diária de Jesus a José e a Maria anunciava e antecipava a submissão da Quinta-feira Santa: "Não a minha vontade..." (Lc 22,42). A obediência de Cristo no cotidiano da vida escondida inaugurava já a obra de restabelecimento daquilo que a desobediência de Adão havia destruído.
- A vida oculta de Nazaré permite a todo homem estar unido a Jesus nos caminhos mais cotidianos da vida:
  • Nazaré é a escola na qual se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho é...
- Uma lição de silêncio: Que nasça em nós a estima do silêncio, esta admirável e indispensável condição do espírito...
- Uma lição de vida familiar: Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu caráter sagrado e inviolável...
- Uma lição de trabalho: Nazaré, ó casa do "Filho do Carpinteiro", é aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei severa e redentora do trabalho humano...; assim como gostaríamos finalmente de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu Irmão divino.(Papa Paulo VI)

Sinais do Reino de Deus
- Ao libertar certas pessoas dos males terrestres da fome, da injustiça, da doença e da morte, Jesus operou sinais messiânicos; não veio, no entanto, para abolir todos os males da terra, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, a do pecado, que os entrava em sua vocação de filhos de Deus e causa todas as suas escravidões humanas.

CIC-Catecismo da Igreja Católica 456-483;502-507

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