Podemos esperar de Francisco, que visitará doentes e pobres no Rio de Janeiro, entusiasmo, vigor e encorajadores apelos a que os jovens abracem a fé
Na manhã do dia 11 de fevereiro deste ano os católicos receberam surpresos a notícia de que Bento XVI renunciava ao pontificado. A primeira vez em quase 7 séculos. Joseph Ratzinger, um dos maiores teólogos do século XX, quem assumiu o ofício de Vigário de Cristo aos 78 anos, deixava a missão confiada a ele pelos cardeais em abril de 2005 para outro membro do colégio cardinalício. Após um curto, mas frutuoso pontificado de 8 anos, e em pleno Ano da Fé, convocado pelo próprio Papa Bento para, entre outras razões, recordar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, a Igreja entrava em Sé Vacante até que um novo conclave fosse convocado para eleger um novo bispo de Roma.
E assim como o mundo foi pego de surpresa com a renúncia de Bento XVI, o Espírito Santo, que guia a Igreja através das águas da história, deu ao mundo uma outra surpresa: um Papa Latino-americano. Esta foi a primeira vez na bimilenar história da Igreja que um Papa provinha do Novo Mundo. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, Argentina, foi eleito após um curto conclave, escolhendo para si um nome sem precedentes no papado: Francisco.
Sabendo que a Igreja se renova em continuidade, ambos pontífices decidiram levar adiante um dos mais preciosos legados deixados pelo beato (em breve santo) Papa João Paulo II: as Jornadas Mundiais da Juventude. Assim, Bento esteve presente na Jornada de Colônia, na sua terra natal, a Alemanha, em 2005; em Sidney, Austrália, em 2008 e finalmente em Madri em 2011. Ao longo do seu pontificado, para a surpresa daqueles que julgavam que o Papa Ratzinger não teria a mesma chegada com os jovens que seu antecessor, o Papa Bento reuniu centenas de milhares de jovens nestes eventos para rezar e celebrar a fé, deixando-lhes além dos valiosos discursos um presente muito especial: um Catecismo especialmente desenvolvido para eles que leva o nome de YouCat. Os números da última missa de Bento XVI com os jovens em uma JMJ de Madri superaram a cifra do milhão, deixando assim calados e inertes os que julgavam “antipático” o Papa alemão e ouviram cabisbaixos a força dos gritos: “Esta é a juventude do Papa”.
Agora é a vez do Papa Francisco peregrinar à segunda Jornada Mundial da Juventude realizada no Novo Mundo. A primeira havia sido precisamente na sua anterior sede de Buenos Aires, 11 anos antes de que Dom Bergoglio fosse o titular desta arquidiocese. Desta vez, em sua 28ª edição, a JMJ ocorre no Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, e emblema do país com mais católicos em todo o planeta. Ainda que algumas estatísticas recentes mostrem que o número de católicos venha caindo, e que supostamente cada vez mais jovens deixam a Igreja. O número de jovens reunidos em eventos promovidos por movimentos e novas comunidades e a sua vibração parece contrastar com os números dos estudos divulgados nos últimos meses. Se o número de católicos realmente caiu, a fé dos católicosbrasileiros e seu entusiasmo com a vinda do primeiro Papa latino no contexto do Ano da Fé está sem dúvida “in crescendo”. Prova disto são os milhares de peregrinos de outras regiões do próprio país que já estão no Rio de Janeiro enchendo as ruas de símbolos e bandeiras da JMJ Rio2013 e o outro milhão de jovens estrangeiros e brasileiros esperados pela organização.
Fica ainda no ar a pergunta do que podemos esperar deste Papa que, desde que se apresentou no balcão de São Pedro em seu ordinário traje branco e pediu que o povo rezasse por ele antes dar a bênção urbi et orbi, não cessa de surpreender o mundo com a sua simplicidade, humildade e discrição. A mansidão de Francisco não o torna diferente em nada nas palavras encorajadoras dos dois anteriores Papas aos jovens. Francisco já mostrou seu entusiasmo e expectativas sobre a JMJ Rio2013 em pronunciamentos anteriores, em alguns dos quais convidou os jovens a arriscarem a vida por grandes ideais e jamais deixarem que a sua esperança seja roubada.
Portanto, não seria difícil esperar mais surpresas da presença do Papa Francisco nesta edição da JMJ com mais discursos neste tom: radical a respeito das exigências do Evangelho e aberto às esperanças e expectativas próprias da juventude, sempre que estas brotem do interior mais profundo do jovem e que apontem à busca do sentido ulterior das suas existências. Francisco vem insistindo que neste ano da fé a JMJ seja uma ocasião de aprofundar nesta virtude teologal e torná-la mais forte ao compartilhá-la. A fé do jovem se fortalece no apostolado, na vivência integral da fé e na sua dimensão irradiativa. Por esta razão é sugestivo que na introdução do missal da viagem do Papa ao Rio, publicado pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, se leia: “Num tempo em que se verifica um afastamento da prática religiosa e até mesmo uma recusa dos valores cristãos, em muitas regiões cuja história e cultura foram marcadas pela fé cristã, a Igreja, que nos convida a uma nova evangelização, convoca os jovens a serem protagonistas de um novo e redobrado anúncio do evangelho”. O lema desta Jornada Mundial da Juventude é precisamente o apostolado: ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’, frase tomada Evangelho segundo São Mateus, que Francisco seguramente destacará para os jovens instando-os a saírem cada vez da epiderme da existência às “periferias”, àqueles lugares onde cristãos e não-cristãos vivem sem noção da sua dignidade. Se há alguém que entende que o catolicismo não é uma religião de “guetos” ou uma espécie de clube exclusivo, este é o Papa Francisco.
Assim, podemos esperar de Francisco, que visitará doentes e pobres no Rio, entusiasmo, vigor e encorajadores apelos a que os jovens saiam da superficialidade da cultura hodierna para entrarem da dinâmica da Fé: tornando-se seguidores e apóstolos de Cristo.
Na manhã do dia 11 de fevereiro deste ano os católicos receberam surpresos a notícia de que Bento XVI renunciava ao pontificado. A primeira vez em quase 7 séculos. Joseph Ratzinger, um dos maiores teólogos do século XX, quem assumiu o ofício de Vigário de Cristo aos 78 anos, deixava a missão confiada a ele pelos cardeais em abril de 2005 para outro membro do colégio cardinalício. Após um curto, mas frutuoso pontificado de 8 anos, e em pleno Ano da Fé, convocado pelo próprio Papa Bento para, entre outras razões, recordar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, a Igreja entrava em Sé Vacante até que um novo conclave fosse convocado para eleger um novo bispo de Roma.
E assim como o mundo foi pego de surpresa com a renúncia de Bento XVI, o Espírito Santo, que guia a Igreja através das águas da história, deu ao mundo uma outra surpresa: um Papa Latino-americano. Esta foi a primeira vez na bimilenar história da Igreja que um Papa provinha do Novo Mundo. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, Argentina, foi eleito após um curto conclave, escolhendo para si um nome sem precedentes no papado: Francisco.
Sabendo que a Igreja se renova em continuidade, ambos pontífices decidiram levar adiante um dos mais preciosos legados deixados pelo beato (em breve santo) Papa João Paulo II: as Jornadas Mundiais da Juventude. Assim, Bento esteve presente na Jornada de Colônia, na sua terra natal, a Alemanha, em 2005; em Sidney, Austrália, em 2008 e finalmente em Madri em 2011. Ao longo do seu pontificado, para a surpresa daqueles que julgavam que o Papa Ratzinger não teria a mesma chegada com os jovens que seu antecessor, o Papa Bento reuniu centenas de milhares de jovens nestes eventos para rezar e celebrar a fé, deixando-lhes além dos valiosos discursos um presente muito especial: um Catecismo especialmente desenvolvido para eles que leva o nome de YouCat. Os números da última missa de Bento XVI com os jovens em uma JMJ de Madri superaram a cifra do milhão, deixando assim calados e inertes os que julgavam “antipático” o Papa alemão e ouviram cabisbaixos a força dos gritos: “Esta é a juventude do Papa”.
Agora é a vez do Papa Francisco peregrinar à segunda Jornada Mundial da Juventude realizada no Novo Mundo. A primeira havia sido precisamente na sua anterior sede de Buenos Aires, 11 anos antes de que Dom Bergoglio fosse o titular desta arquidiocese. Desta vez, em sua 28ª edição, a JMJ ocorre no Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, e emblema do país com mais católicos em todo o planeta. Ainda que algumas estatísticas recentes mostrem que o número de católicos venha caindo, e que supostamente cada vez mais jovens deixam a Igreja. O número de jovens reunidos em eventos promovidos por movimentos e novas comunidades e a sua vibração parece contrastar com os números dos estudos divulgados nos últimos meses. Se o número de católicos realmente caiu, a fé dos católicosbrasileiros e seu entusiasmo com a vinda do primeiro Papa latino no contexto do Ano da Fé está sem dúvida “in crescendo”. Prova disto são os milhares de peregrinos de outras regiões do próprio país que já estão no Rio de Janeiro enchendo as ruas de símbolos e bandeiras da JMJ Rio2013 e o outro milhão de jovens estrangeiros e brasileiros esperados pela organização.
Fica ainda no ar a pergunta do que podemos esperar deste Papa que, desde que se apresentou no balcão de São Pedro em seu ordinário traje branco e pediu que o povo rezasse por ele antes dar a bênção urbi et orbi, não cessa de surpreender o mundo com a sua simplicidade, humildade e discrição. A mansidão de Francisco não o torna diferente em nada nas palavras encorajadoras dos dois anteriores Papas aos jovens. Francisco já mostrou seu entusiasmo e expectativas sobre a JMJ Rio2013 em pronunciamentos anteriores, em alguns dos quais convidou os jovens a arriscarem a vida por grandes ideais e jamais deixarem que a sua esperança seja roubada.
Portanto, não seria difícil esperar mais surpresas da presença do Papa Francisco nesta edição da JMJ com mais discursos neste tom: radical a respeito das exigências do Evangelho e aberto às esperanças e expectativas próprias da juventude, sempre que estas brotem do interior mais profundo do jovem e que apontem à busca do sentido ulterior das suas existências. Francisco vem insistindo que neste ano da fé a JMJ seja uma ocasião de aprofundar nesta virtude teologal e torná-la mais forte ao compartilhá-la. A fé do jovem se fortalece no apostolado, na vivência integral da fé e na sua dimensão irradiativa. Por esta razão é sugestivo que na introdução do missal da viagem do Papa ao Rio, publicado pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, se leia: “Num tempo em que se verifica um afastamento da prática religiosa e até mesmo uma recusa dos valores cristãos, em muitas regiões cuja história e cultura foram marcadas pela fé cristã, a Igreja, que nos convida a uma nova evangelização, convoca os jovens a serem protagonistas de um novo e redobrado anúncio do evangelho”. O lema desta Jornada Mundial da Juventude é precisamente o apostolado: ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’, frase tomada Evangelho segundo São Mateus, que Francisco seguramente destacará para os jovens instando-os a saírem cada vez da epiderme da existência às “periferias”, àqueles lugares onde cristãos e não-cristãos vivem sem noção da sua dignidade. Se há alguém que entende que o catolicismo não é uma religião de “guetos” ou uma espécie de clube exclusivo, este é o Papa Francisco.
Assim, podemos esperar de Francisco, que visitará doentes e pobres no Rio, entusiasmo, vigor e encorajadores apelos a que os jovens saiam da superficialidade da cultura hodierna para entrarem da dinâmica da Fé: tornando-se seguidores e apóstolos de Cristo.