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As recentes decisões da Suprema Corte dos EUA de remover toda a proteção federal ao casamento natural e negar ao povo de um Estado o direito de defini-lo foram os acontecimentos mais importantes para a segurança da Igreja desde a Revolução Russa. Vamos passar os próximos anos observando até que ponto as leis do nosso país se voltarão contra nós.
Como grande parte da nossa liberdade de religião, de associação e de contrato vão sobreviver à crescente demanda por "igualdade", "justiça" e "tolerância" – palavras que foram redefinidas para justificar o uso das armas e prisões do Estado para impor um padrão secular sobre os cidadãos fiéis e suas Igrejas?
Será que as escolas católicas serão forçadas a contratar funcionários entre casais homossexuais? E os seminários? Os cemitérios católicos serão obrigados a enterrar casais do mesmo sexo lado a lado? As próprias igrejas permanecerão isentas da pressão social e legal para realizar tais cerimônias? Já na Inglaterra e na Dinamarca, as igrejas estatais estão sendo pressionadas pelos governos a se conformar. Por quanto tempo oscatólicos estarão isentos disso?
Os americanos não são imunes a estas ameaças. Alguns dizem que é estranho imaginar uma futura Suprema Corte – devidamente embalada por presidentes democratas com mais magistrados como Sotomayor e Kennedy – decidindo que o livre exercício da religião das igrejas deve ser "equilibrado" contra os interesses dos "direitos fundamentais" como o casamento, e que recusar-se a casar pessoas do mesmo sexo não será mais protegido pela Primeira Emenda do que uso que as tribos indígenas fazem do peiote em seus rituais.
Há 20 anos, poucos teriam previsto que a Suprema Corte derrubaria a Lei de Defesa do Casamento. Preferimos pensar na Suprema Corte como um árbitro solene de princípios eternos e precedentes históricos, mas ela é, na verdade, mais como uma lap dancer que persegue a opinião da elite.
O que devemos fazer para recuar e defender as nossas instituições e nossas liberdades? Na semana passada, participei de uma longa discussão no The American Conservative, comentando que, à luz dessas derrotas, precisamos de uma estratégia inteiramente nova – aquela que admite o fato de que as leis públicas docasamento deixaram de refletir a lei natural.
Essa batalha está perdida por enquanto e por muitas razões; a principal delas é que poucos, fora dos círculos cristãos conservadores, ainda acreditam na lei natural. Eu pensava que a natureza humana tinha sido projetada por um Designer, e que éramos obrigados a respeitar os fins projetados em seu design – por exemplo, o fato de que os órgãos sexuais foram destinados a nos ajudar a reproduzir.
Aqueles que acreditam que nós somos, como células cancerosas, o resultado aleatório de mutações cegas e sem sentido, dificilmente defenderão tal "design". Continuamos pensando que temos "direitos", embora tenhamos dificuldade em dizer por que ou de onde eles poderiam ter vindo, e estamos inclinados a "photoshopar" os direitos dos mais fracos, dos doentes e dos jovens para que coincidam com a nossa conveniência atual.
Assim como seria demorado que um darwiniano explicasse às pessoas o que os seres humanos são e como chegamos até aqui, não podemos esperar ganhar o público apontando para traços de ordem natural. Na verdade, não acredito que possamos usar meios políticos para ganhar o público em tudo. Em vez disso, no campo da política, devemos trocar as marchas de imediato e nos esforçarmos para limitar o poder do Estado de interferir em nossas vidas e instituições.
Se não podemos conquistar a opinião da maioria, então temos de lutar como gatos selvagens pelos direitos das minorias – não tanto minorias étnicas, a quem o Estado defende bem o suficiente, mas as minorias religiosas e ideológicas, como nós. Sim, eu quero dizer que devemos incluir os muçulmanos e os mórmons. Precisamos de todos os amigos que possamos ter, e os nossos princípios devem ser consistentes. Devemos extirpar as exceções às leis antidiscriminação, para proteger todos os crentes religiosos do rolo compressor do Estado.
Precisamos afastar inteiramente as nossas instituições da ajuda do governo. Devemos abandonar inteiramente o projeto de promover a "justiça social" através do Estado – este Estado, aliás, em sua demência senil secular – e nos tornar a força mais agressivamente antigoverno, neste sentido.
O Estado secular é nosso inimigo, assim como o governo comunista polonês era inimigo do seu povo; e quanto maior e mais forte ele ficar, mais fácil será perseguir o nosso clero, fechar nossas Igrejas e reeducar nossos filhos. Não, nós não queremos que o governo ofereça atendimento de saúde, ou cortes de cabelo, ou que recolha mais um centavo em impostos do que é necessário para proteger a vida inocente, guardar as fronteiras e manter as estradas livres de meteoritos.
Em vez de usar o dinheiro da Igreja para pressionar o Congresso com relação ao Obamacare, ou contratar advogados (como algumas dioceses fazem) para representar os imigrantes ilegais, devemos dedicar cada centavo a manter as portas das nossas escolas abertas, organizar nossas próprias cozinhas e hospitais, e lutar contra os tentáculos do Leviatã aonde quer que eles tentem chegar. Aliás, como um gesto simbólico e como agradecimento por tudo o que o governo dos EUA está tentando fazer à nossa Igreja, o Vaticano deveria oferecer asilo a Edward Snowden.
Nosso inimigo é o Estado. E como vimos que não podemos montar a besta, então é hora de quebrar seus joelhos e trazê-la até nossos pés. Da mesma forma que uma vez nos unimos aos judeus para lutar contra o ensino religioso nas escolas públicas, porque era protestante, agora temos de nos unir à causa comum com os libertários para paralisar o Estado, porque é jacobino.
Nossa outra tarefa é mais difícil: se queremos defender o casamento, é hora de as instituições da nossa Igrejacomeçarem a agir como se acreditassem nele. Eu tenho um plano simples, doloroso, de cinco pontos para oscatólicos, que, se realizado, transformaria os fiéis em testemunhas proféticas da realidade do autênticocasamento, frente ao que vemos hoje reduzido a um contrato temporário de sexo. Considere isso como um desafio lançado aos nossos bispos:
1. Cada pastor deve exigir dos casais que desejam se casar que sejam treinados nos métodos e fundamentos morais de Planejamento Familiar Natural. Esta deve ser uma parte inegociável de preparação para o matrimônio católico.
2. Um "pacto" no acordo pré-nupcial poderia ser elaborado por nossos bispos e distribuído aos pastores, levando os cônjuges católicos a aderir ao casamento para a vida inteira, renunciar ao divórcio e a um novocasamento, e dar os bens comuns para a parte prejudicada no divórcio civil. Nos Estados em que o "pacto decasamento" está nos livros – como deveria ser em todos –, os pastores devem exigir que os casais façam um, ou que busquem algum outro edifício extravagante para sua cerimônia. Eu não sei o que nossos tribunais corruptos exigiriam de tais acordos, mas forçar as pessoas a assiná-los as faria levá-los a sério. Quem objetasse admitiria de antemão que não tem intenção sacramental. Se for assim, basta passar o endereço do cartório mais próximo.
3. Um divórcio civil não deve ser um pré-requisito para a anulação do casamento, mas sua consequência legal. Oscatólicos em dúvida sobre a validade do seu casamento devem, sob pena de excomunhão, aguardar o julgamento da Igreja antes de buscar os remédios do Estado.
4. Os tribunais devem, naturalmente, ser muito mais rigorosos na aplicação do direito canônico, especialmente com casamentos contraídos depois que as medidas 1, 2 e 3 foram promulgadas. Enquanto a facilidade com que um casamento católico pode ser anulado é escandalosa, o estado da catequese e preparação do casamento foi tão abismal por 40 anos, que muitos dos casamentos que nossos bispos estão anulando podem realmente merecer isso; se qualquer uma das partes, indo para um casamento, secretamente pensar que o divórcio e um novo casamento podem ser uma opção, isso pode ser o suficiente para invalidar o vínculo. Essa é a semente do câncer que é preciso extirpar; não tanto as anulações que aprovamos como farsas escandalosas, mas muitos doscasamentos.
5. A parte cuja intenção foi defeituosa, em qualquer anulação, deveria ter de esperar entre 3 e 5 anos antes de contrair um casamento católico, completar uma preparação rigorosa para casamento, que explicitasse plenamente as condições do sacramento, e, claro, assinar um "pacto" no acordo pré-nupcial para que isso nunca aconteça novamente.
Em outras palavras, ser claros, em vez de tentar guiar o tráfego na praça pública enquanto a nossa própria casa está em desordem. Devemos lutar contra os soldados de César e fazer da nossa Igreja um farol e um exemplo. Isso me faz lembrar de um grande líder religioso que falou sobre ser uma "cidade em uma colina". Parece ser uma boa ideia.
Como grande parte da nossa liberdade de religião, de associação e de contrato vão sobreviver à crescente demanda por "igualdade", "justiça" e "tolerância" – palavras que foram redefinidas para justificar o uso das armas e prisões do Estado para impor um padrão secular sobre os cidadãos fiéis e suas Igrejas?
Será que as escolas católicas serão forçadas a contratar funcionários entre casais homossexuais? E os seminários? Os cemitérios católicos serão obrigados a enterrar casais do mesmo sexo lado a lado? As próprias igrejas permanecerão isentas da pressão social e legal para realizar tais cerimônias? Já na Inglaterra e na Dinamarca, as igrejas estatais estão sendo pressionadas pelos governos a se conformar. Por quanto tempo oscatólicos estarão isentos disso?
Os americanos não são imunes a estas ameaças. Alguns dizem que é estranho imaginar uma futura Suprema Corte – devidamente embalada por presidentes democratas com mais magistrados como Sotomayor e Kennedy – decidindo que o livre exercício da religião das igrejas deve ser "equilibrado" contra os interesses dos "direitos fundamentais" como o casamento, e que recusar-se a casar pessoas do mesmo sexo não será mais protegido pela Primeira Emenda do que uso que as tribos indígenas fazem do peiote em seus rituais.
Há 20 anos, poucos teriam previsto que a Suprema Corte derrubaria a Lei de Defesa do Casamento. Preferimos pensar na Suprema Corte como um árbitro solene de princípios eternos e precedentes históricos, mas ela é, na verdade, mais como uma lap dancer que persegue a opinião da elite.
O que devemos fazer para recuar e defender as nossas instituições e nossas liberdades? Na semana passada, participei de uma longa discussão no The American Conservative, comentando que, à luz dessas derrotas, precisamos de uma estratégia inteiramente nova – aquela que admite o fato de que as leis públicas docasamento deixaram de refletir a lei natural.
Essa batalha está perdida por enquanto e por muitas razões; a principal delas é que poucos, fora dos círculos cristãos conservadores, ainda acreditam na lei natural. Eu pensava que a natureza humana tinha sido projetada por um Designer, e que éramos obrigados a respeitar os fins projetados em seu design – por exemplo, o fato de que os órgãos sexuais foram destinados a nos ajudar a reproduzir.
Aqueles que acreditam que nós somos, como células cancerosas, o resultado aleatório de mutações cegas e sem sentido, dificilmente defenderão tal "design". Continuamos pensando que temos "direitos", embora tenhamos dificuldade em dizer por que ou de onde eles poderiam ter vindo, e estamos inclinados a "photoshopar" os direitos dos mais fracos, dos doentes e dos jovens para que coincidam com a nossa conveniência atual.
Assim como seria demorado que um darwiniano explicasse às pessoas o que os seres humanos são e como chegamos até aqui, não podemos esperar ganhar o público apontando para traços de ordem natural. Na verdade, não acredito que possamos usar meios políticos para ganhar o público em tudo. Em vez disso, no campo da política, devemos trocar as marchas de imediato e nos esforçarmos para limitar o poder do Estado de interferir em nossas vidas e instituições.
Se não podemos conquistar a opinião da maioria, então temos de lutar como gatos selvagens pelos direitos das minorias – não tanto minorias étnicas, a quem o Estado defende bem o suficiente, mas as minorias religiosas e ideológicas, como nós. Sim, eu quero dizer que devemos incluir os muçulmanos e os mórmons. Precisamos de todos os amigos que possamos ter, e os nossos princípios devem ser consistentes. Devemos extirpar as exceções às leis antidiscriminação, para proteger todos os crentes religiosos do rolo compressor do Estado.
Precisamos afastar inteiramente as nossas instituições da ajuda do governo. Devemos abandonar inteiramente o projeto de promover a "justiça social" através do Estado – este Estado, aliás, em sua demência senil secular – e nos tornar a força mais agressivamente antigoverno, neste sentido.
O Estado secular é nosso inimigo, assim como o governo comunista polonês era inimigo do seu povo; e quanto maior e mais forte ele ficar, mais fácil será perseguir o nosso clero, fechar nossas Igrejas e reeducar nossos filhos. Não, nós não queremos que o governo ofereça atendimento de saúde, ou cortes de cabelo, ou que recolha mais um centavo em impostos do que é necessário para proteger a vida inocente, guardar as fronteiras e manter as estradas livres de meteoritos.
Em vez de usar o dinheiro da Igreja para pressionar o Congresso com relação ao Obamacare, ou contratar advogados (como algumas dioceses fazem) para representar os imigrantes ilegais, devemos dedicar cada centavo a manter as portas das nossas escolas abertas, organizar nossas próprias cozinhas e hospitais, e lutar contra os tentáculos do Leviatã aonde quer que eles tentem chegar. Aliás, como um gesto simbólico e como agradecimento por tudo o que o governo dos EUA está tentando fazer à nossa Igreja, o Vaticano deveria oferecer asilo a Edward Snowden.
Nosso inimigo é o Estado. E como vimos que não podemos montar a besta, então é hora de quebrar seus joelhos e trazê-la até nossos pés. Da mesma forma que uma vez nos unimos aos judeus para lutar contra o ensino religioso nas escolas públicas, porque era protestante, agora temos de nos unir à causa comum com os libertários para paralisar o Estado, porque é jacobino.
Nossa outra tarefa é mais difícil: se queremos defender o casamento, é hora de as instituições da nossa Igrejacomeçarem a agir como se acreditassem nele. Eu tenho um plano simples, doloroso, de cinco pontos para oscatólicos, que, se realizado, transformaria os fiéis em testemunhas proféticas da realidade do autênticocasamento, frente ao que vemos hoje reduzido a um contrato temporário de sexo. Considere isso como um desafio lançado aos nossos bispos:
1. Cada pastor deve exigir dos casais que desejam se casar que sejam treinados nos métodos e fundamentos morais de Planejamento Familiar Natural. Esta deve ser uma parte inegociável de preparação para o matrimônio católico.
2. Um "pacto" no acordo pré-nupcial poderia ser elaborado por nossos bispos e distribuído aos pastores, levando os cônjuges católicos a aderir ao casamento para a vida inteira, renunciar ao divórcio e a um novocasamento, e dar os bens comuns para a parte prejudicada no divórcio civil. Nos Estados em que o "pacto decasamento" está nos livros – como deveria ser em todos –, os pastores devem exigir que os casais façam um, ou que busquem algum outro edifício extravagante para sua cerimônia. Eu não sei o que nossos tribunais corruptos exigiriam de tais acordos, mas forçar as pessoas a assiná-los as faria levá-los a sério. Quem objetasse admitiria de antemão que não tem intenção sacramental. Se for assim, basta passar o endereço do cartório mais próximo.
3. Um divórcio civil não deve ser um pré-requisito para a anulação do casamento, mas sua consequência legal. Oscatólicos em dúvida sobre a validade do seu casamento devem, sob pena de excomunhão, aguardar o julgamento da Igreja antes de buscar os remédios do Estado.
4. Os tribunais devem, naturalmente, ser muito mais rigorosos na aplicação do direito canônico, especialmente com casamentos contraídos depois que as medidas 1, 2 e 3 foram promulgadas. Enquanto a facilidade com que um casamento católico pode ser anulado é escandalosa, o estado da catequese e preparação do casamento foi tão abismal por 40 anos, que muitos dos casamentos que nossos bispos estão anulando podem realmente merecer isso; se qualquer uma das partes, indo para um casamento, secretamente pensar que o divórcio e um novo casamento podem ser uma opção, isso pode ser o suficiente para invalidar o vínculo. Essa é a semente do câncer que é preciso extirpar; não tanto as anulações que aprovamos como farsas escandalosas, mas muitos doscasamentos.
5. A parte cuja intenção foi defeituosa, em qualquer anulação, deveria ter de esperar entre 3 e 5 anos antes de contrair um casamento católico, completar uma preparação rigorosa para casamento, que explicitasse plenamente as condições do sacramento, e, claro, assinar um "pacto" no acordo pré-nupcial para que isso nunca aconteça novamente.
Em outras palavras, ser claros, em vez de tentar guiar o tráfego na praça pública enquanto a nossa própria casa está em desordem. Devemos lutar contra os soldados de César e fazer da nossa Igreja um farol e um exemplo. Isso me faz lembrar de um grande líder religioso que falou sobre ser uma "cidade em uma colina". Parece ser uma boa ideia.