Nesta época há muita expectativa sobre os aspectos materiais do Natal como a ceia, as compras, a decoração, etc. O que é bom, mas não é o fundamental. Tem o seu valor, mas não se pode esperar que das coisas materiais venha a alegria do Natal. Isto seria um engano.
Ou seja, temos duas expectativas no Natal, uma de natureza material que se vê na rua, nos shoppings, na decoração que sugerem um pouco como será o Natal. Os presentes que serão moda, as decorações etc. e essas previsões mais ou menos ocorrem. Há também expectativas de paz, de amor.
Mas se contarmos só com a via material para alcançarmos a alegria, pode haver frustração. E isto porque por esses caminhos não se chega realmente à paz e ao amor que o Natal invoca. O presente que não se ganhou, ou simplesmente porque a festa acabou, mostram que o aspecto material não pode assegurar a paz e o amor do Natal.
Não se pode esquecer o essencial do Natal. A paz e o amor são uma consequência e não uma função dessa data. A paz e o amor que renovam a nossa vida no Natal são consequência de um encontro com Cristo, um encontro pessoal. Esse encontro exige uma preparação interior do coração. Aí sim encontraremos a paz e o amor que alimenta a nossa alma e que se celebra com tanta alegria no Natal e da qual os aspectos materiais são apenas um reflexo e não a própria razão da alegria do Natal. Sem o encontro com o Cristo se pode estar muito deprimido frente a milhares de luzes e enfeites.
Isso me lembra aquela história do executivo muito pragmático que não celebrava o Natal e que estava sempre muito ocupado. Mas ele recebeu de um amigo um cartão de Natal com a cena do Presépio e de repente a simplicidade onde nasce Cristo, Deus feito homem, em comparação com a riqueza que o preocupava e ocupava foi calando fundo em seu coração. Nesse Natal ele foi à Missa do Galo e aos poucos converteu-se e voltou a praticar a sua fé. Ele viveu como que uma preparação gradual que começou com um simples cartão de Natal.
Assim é o Tempo do Advento. Um tempo de preparação para o grande encontro com Cristo no Natal. Vejamos o que Deus fez para aprender Dele. Deus escolheu Maria, Nossa Senhora, para receber o Salvador de toda a humanidade. Não escolheu uma rainha, uma pessoa de renome. Deus através da sua graça a cumulou de perfeições. Deus imprimiu a sua marca em Maria pela sua riqueza interior, riqueza do coração. E como é essa riqueza interior?
Para nós podemos pensar em duas coisas: Graça de Deus e inclinações retas. Nossa Senhora era de uma beleza, de uma formosura que se difunde, que apaixona, porque é cheia de graça. É assim que o anjo chama Maria: " -Ave-Maria, cheia de graça!" O nome de batismo é Maria, mas para o anjo ela é cheia de graça. Essa graça é dom gratuito de Deus. A beleza interior de Maria reflete a graça de Deus. Há pessoas bonitas por fora, mas que perderam a graça.
A primeira preparação portanto relevante para o Natal é inundar a alma com a beleza da graça de Deus. E isso fazemos com uma boa Confissão. (Veja abaixo o Folheto "Tudo sobre a Confissão". Você pode distribuir o Folheto sobre a Confissão fazendo o download e distribuindo-o na sua família ou grupo de amigos ou enviando-lhes o link desta postagem. (Material de informação livre e gratuita)). Devemos animar os outros a se preparar para o Natal com uma boa confissão.
Portanto a primeira preparação é como está a minha alma? Ela tem a beleza da graça? A graça pode ser maior ou muito maior, vai depender da nossa receptividade à Deus.
A segunda forma de preparação que podemos considerar é considerar as nossas inclinações. Maria é pura. Isso quer dizer que ela era como Deus a pensou: inclinada a tudo o que é bom, nobre.
Quando somos crianças e fazemos algo errado nossos pais dizem: " - Que coisa feia!" E nós, será que não fazemos "coisas feias"? Somos inclinados ao pecado por natureza e não ao bem. Somos inclinados à soberba e a auto-suficiência que pode se expressar em formas de ira, egoísmos, esse querer tudo do nosso modo, a desprezar os outros.
Nem sempre estamos inclinados a fazer algo bom. Mais facilmente corremos atrás do que nos interessa. Mas se não crescermos em caridade ficaremos na mediocridade. É nobre perdoar, ajudar falar coisas boas. Falar dos defeitos, reclamar, ter defeitos muito pouco controlados tudo isso destrói a beleza interior.
Como é que eu sou por dentro, como é meu coração? Como ons nossos defeitos vão fechando e enfeiando o nosso comportamento? É bom que a gente localize os nossos obstáculos à graça de Deus.
Podemos lembrar alguns pontos práticos.
- A preocupação excessiva pelo material que gera preocupações desnecessárias e inquietações exageradas e que se transformam em questões de vida ou morte, ou de felicidade ou não felicidade e não são.
- Não ter lugar para Deus na nossa vida.
- Ter excessivos rancores pelos quais mantém distância do mundo e de pessoas,
- Compromisso com o comodismo que impede até ações cotidianas ou atos de caridade para com os demais.
- Fiz uma preparação para o Natal espiritual ou só me preocupei com os aspectos materiais da festa? Aproveitei este tempo do Advento como uma oportunidade para um encontro pessoal com Deus? Fiz uma boa confissão?
- Tenho consciência dos obstáculos que anteponho a Deus?
- Compreendo que são pequenos descuidos cotidianos os que enfeiam e por fim podem levar a perder a graça de Deus na minha alma?
- Deus me pede maior correspondência. Eu vejo qual? Compreendo que com a graça de Deus podemos?
- Me esforço para perseverar nos meus propósitos e fazer como os Reis Magos que perseveraram numa jornada em alguns aspectos difícil até o encontro com Cristo?
- Recorro à Nossa Senhora para viver o Natal com mais sinceridade e mais perto de Cristo?
Não é preciso ficar dependente dos defeitos, mas por amor refletir a bondade de Deus, a ideia que Deus tem de nós por ser bom. Procurar ter atitudes boas, de serviço, de perdão, de sinceridade de vida, de oração, de humildade, de alegria, de bom humor. Como é o meu coração que eu vou levar para o Natal da minha família.
Pedir à Nossa Senhora que é nosso modelo que nos ajude.