Pular para o conteúdo principal

A Presença Real de Cristo na Eucaristia – Parte 18

JESUS PRESENTE NA EUCARISTIA EM FIGUEIRA
Autor: Pe. Juan Carlos Sack
Fonte: http://www.apologetica.org
Tradução: Carlos Martins Nabeto
[Dando continuidade a esta Série, abordaremos hoje Remígio de Reims, Cesário de Arles, Eusébio da Gália e Venâncio Fortunato].
REMÍGIO DE REIMS
Apóstolo dos francos, Bispo de Reims na primeira metade do século VI.
Mandou esculpir a seguinte inscrição em um cálice que consagrou:
- “Que o povo extraia daqui a Vida / do sangue sagrado nele colocado / daquilo que o Cristo eterno derramou de seu lado [aberto]” (Versos do Cálice; 125,1135).
CESÁRIO DE ARLES
Nasceu por volta de 470. Fez-se monge em Lérins e chegou a ser Abade e Bispo de Arles. Grande pastor, sobretudo entre os mais pobres, e prolífico teólogo.
Exorta diversas vezes em suas obras a que se consuma a Eucaristia para crescer na fé e vice-versa. Por exemplo:
- “Rogo e advirto: trabalhemos o quanto pudermos com o auxílio de Deus, para que naquele dia [de Natal] possamos nos aproximar do altar do Senhor com a consciência pura e sincera, com o coração limpo e o corpo casto, para que mereçamos receber o Seu corpo e sangue não para a condenação, mas para a saúde da nossa alma; porque a nossa vida consiste no corpo de Cristo, como o próprio Senhor disse: ‘Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós’. Portanto, quem quiser receber a Vida deverá mudar de vida” (Sermão 187,1).
A comparação entre a Palavra de Deus e o corpo de Cristo que já tínhamos visto em Santo Inácio de Antioquia, Orígenes, Jerônimo, Agostinho e outros, encontramos também neste texto de São Cesário:
- “Vos pergunto, irmãos e irmãs: O que vos parece maior? A Palavra de Deus ou o corpo de Cristo? Dizei-me! Se quereis responder com a verdade, seguramente tereis que dizer que a Palavra de Deus não é menor que o corpo de Cristo. E, por isso, o mesmo cuidado que temos de não deixar cair no chão nada do corpo de Cristo que nos é administrado, devemos ter também para com a Palavra de Deus que nos é partilhada: nada dela pode se perdida no nosso coração por estarmos pensando ou falando outras coisas” (Sermão 78,2)[53].
EUSÉBIO GALICANO
É conservada uma coleção de homilias da época de Cesário de Arles sob o nome de “Eusébio Galicano”.
Resgatamos os seguintes textos de uma das suas homilias, que ecoam a fé de toda a Igreja primitiva:
- “Porque o sacerdote invisível (=Cristo), com sua palavra, com seu poder secreto, converteu as criaturas visíveis (=pão e vinho) na substância do Seu corpo e do Seu sangue, falando assim: ‘Tomai e comei: Isto é Meu corpo’; e repetindo a santificação: ‘Tomai e bebei: Isto é Meu sangue” (Homilia 17, Da Páscoa 6,2)[54].
- “Quando as criaturas (=pão e vinho) são colocadas sobre os sagrados altares para serem abençoadas com as palavras celestiais, antes de serem consagradas pela invocação do Nome Supremo, ali está a substância do pão e do vinho; porém, após as palavras de Cristo, são o corpo e o sangue de Cristo” (Homilia 17, Da Páscoa 6,8).
- “Quando subires ao venerável altar para seres saciado com o alimento, olha com fé para o sagrado corpo e sangue do teu Deus; admira-O com veneração; toca-O com a mente; toma-O com a mão do coração; e, sobretudo, bebe-O internamente” (Homilia 17, Da Páscoa 6,3).
- “E, assim, porque ia Se retirar da frente dos nossos olhos e levar para o céu o corpo que assumiu, foi necessário consagrar neste dia o sacramento do corpo e do sangue, para que Ele fosse continuamente venerado no mistério que de uma vez [por todas] ofereceu como preço; para que, da mesma forma que diária e incansavelmente ocorre a redenção para a salvação dos homens, também fosse perpétua a oblação da redenção, vivendo aquela Vítima perene na recordação e estando sempre presente na doação” (Homilia 17, Da Páscoa 6,1).
VENÂNCIO FORTUNATO
Um dos poetas mais importantes da língua latina. Nasceu em Treviso por volta de 530. Excelente conhecedor das Escrituras e dos Padres da Igreja, bem como dos escritores clássicos. Bispo de Poitiers a partir de 597. Morreu em 690. São-lhe atribuídos os hinos “Pange Lingua” e “Vexilla Regis”.
- “Pois o pedir o pão de cada dia [na oração do Pai Nosso] parece insinuar que, caso seja possível, deveremos reverentemente tomar todos os dias a comunhão do Seu corpo; pois Ele, nossa Vida, é alimento nosso etc.” (Exposição sobre a Oração do Senhor 54-55).
NOTAS:
[53] Compare-se [essa citação] com este texto do Concílio Vaticano II: “A Igreja sempre venerou as Sagradas Escrituras da mesma forma que o próprio Corpo do Senhor, não deixando de tomar da mesa e de distribuir aos fiéis o pão da vida, tanto a palavra de Deus como o Corpo de Cristo, sobretudo na Sagrada Liturgia” (Dei Verbum 21). Isto é, “o pão da vida” é Jesus, a Palavra de Deus, e também é o Corpo de Cristo na celebração eucarística.
[54] É de se notar a expressão “converteu [o pão e o vinho] na substância do Seu corpo e do Seu sangue”. Transubstanciação no século VI? Sejam quais fores os termos técnicos adotados pela Igreja no decorrer dos tempo, a realidade da transubstanciação é tão antiga quanto a Fé Apostólica. Observe-se, no mesmo sentido, a citação seguinte.

Postagens mais visitadas deste blog

Símbolos e Significados

A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo