- “Foi o Papa Pio III quem tornou o “sacrifício” da Missa um dogma oficial em 1215″ (Daniel Sapia, evangélico).- “Quanto ao cálice – também tomado dentre as criatura como nós – confessou ser Seu sangue e ensinou que era o sacrifício do Novo Testamento” (Santo Ireneu de Lião. Bispo, século II).- “Aceita, Pai, estes dons (=o pão e o vinho consagrados na Eucaristia) para a glória do Teu Cristo, e envia sobre este sacrifício o Teu Santo Espírito” (Tradição Apostólica, século III).- “Porque aqueles [ouvintes em Cafarnaum [cf. João 6]] tramaram extinguir o Seu corpo, consumindo-o; e estes (=os fiéis cristãos) desejam saciar seu espírito faminto com as Suas carne no sacrifício diário de imolação” (São Gregório Magno, Papa, século V).
[Dando continuidade a esta Série, abordaremos hoje Severiano de Gábala, Cromácio de Aquileia, Gaudêncio e Teófilo de Alexandria].
SEVERIANO DE GÁBALA
Contemporâneo de Crisóstomo. Bispo de Gábala, na Síria. Escreveu vários comentários às Escrituras. Sua atividade mais conhecida é em Constantinopla, onde tomou parte contra Crisóstomo nas desavenças ocasionadas pelo governo imperial. Morreu nos primeiros anos do século V.
Em um de seus numerosos sermões, explica ao povo:
- “Cristo veio, instituiu uma mesa [na Última Ceia], propôs a Si mesmo como alimento e disse: ‘Tomai e comei’. E cessando a guerra, deu triunfo à paz (…) Cristo propõe a Si mesmo como comida” (In Ascensionem 11).
CROMÁCIO DE AQUILEIA
Bispo de Aquileia (na atual Itália). Morreu por volta de 407. Conserva-se a correspondência que manteve com Ambrósio de Milão e Jerônimo, que lhe dedicou diversas traduções e comentários feitos a pedido de Cromácio. Conservam-se também 18 tratados sobre textos do Evangelho de Mateus.
Seu realismo eucarístico aparece nestas palavras:
- “O fato de nosso Senhor e Salvador ser posto na manjedoura significa que seria alimento dos fiéis, pois a manjedoura é o lugar para onde os animais vão para se alimentar. Nós, que somos também animais, mas racionais, temos uma manjedoura celeste para onde nos dirigimos: nossa manjedoura é o altar de Cristo, aonde vamos todos os dias comer o corpo de Cristo, o alimento de salvação” (Sermão 32,3).
- “Comemos, portanto, a Páscoa com Cristo, pois Ele mesmo Se dá como alimento àqueles que quer salvar; pois foi Ele quem fez a Páscoa e também quem fez o mistério [da Eucaristia], o qual cumpriu a festividade desta Páscoa precisamente para nos restaurar com o manjar da Sua Paixão e para nos reanimar com a bebida da salvação” (Sermão 17-A,2).
GAUDÊNCIO
Bispo de Bréscia, na Itália. Morreu por volta de 410. Amicíssimo de João Crisóstomo e Ambrósio de Milão. Conservam-se vários sermões pascais.
Na noite da Páscoa, comentando o êxodo do povo de Deus, diz:
- “Na verdade, um morreu por todos e é o mesmo que, em cada uma das igrejas, no mistério do pão e do vinho, restaura imolado, vivifica ao ser crido, uma vez consagrado também santifica os consagrantes. Esta é a carne do cordeiro; este é o sangue; porque o pão que desceu do céu, disse: ‘O pão que Eu vos darei é a Minha carne, para a vida do mundo’. E também se expressa claramente sobre seu sangue na forma de vinho, visto que Ele diz no Evangelho: ‘Eu sou a verdadeira videira’; está declarando aí que o Seu sangue é todo o vinho que é oferecido em figura da Sua Paixão” (Tratado 2).
TEÓFILO DE ALEXANDRIA
Patriarca da igreja de Alexandria entre 385 e 412. Combateu duramente o Paganismo. Conservam-se algumas cartas, entre outros escritos menores.
Em um primeiro momento, Teófico foi amigo de vários monges origenistas, mas logo se converteu em um zeloso impugnador das teorias não-católicas de Orígenes. Entre elas, assinala a afirmação de que Cristo morreu não apenas pelos homens, mas também pelos demônios. Sua refutação é curiosa, pois reflete bem a fé na Eucaristia:
- “Quem sustenta algo, tem que admitir também as consequências. Assim, se afirma que Cristo foi crucificado em favor dos demônios, que mantenha também que deve ser dito a estes: ‘Tomai e comei: isto é Meu corpo’; e ‘Tomai e bebei: isto é Meu sangue’. Isto porque, se foi crucificado pelos demônios – como assegura esse afirmador de novidades – por qual privilégio ou por qual motivo será dado somente aos homens a comunhão no corpo e sangue de Cristo e não também aos demônios, se por estes Ele também derramou Seu sangue na Paixão?” (Carta Festal 16,11).