RECEBEMOS, de mais um leitor espírita inconformado com a publicação de nossa postagem puramente informativa sobre Chico Xavier, uma mensagem que publicaremos em partes, por ser longa, com diversos questionamentos cuja elucidação poderá ser do interesse público. Segue abaixo a primeira parte, seguida de nossas respostas (não estamos autorizados a divulgar o nome do leitor):
"Ao Navegar pela internet me deparei com assuntos religiosos e criticas ao médium Chico Xavier. Observei bem sua escrita, é de profissional, de alguém letrado, com certeza, porém, observe o vosso julgar....
Eu busco conhecer tudo sobre religiões e ensinamentos que estas nos colocam.... Cada religião tem alguns pontos bons e outros não tanto... Enfim amigo, qual é a religião certa...qual é o correto, vejo que é um critico Católico e não observa os pontos bons e os exemplos que cada religião traz ao ser humano.
Jesus foi morto justamente por pessoas como vós...julgaram-no e condenaram-no sem observar o que ele trazia de bom. Olhe as obras e os ensinamentos que pregava Jesus, e aqueles que estão buscando seguir seus exemplos....
Chico, Madre Tereza, Buda, Dalai Lama, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Francisco de Assis, Néfi (Mórmon), O Profeta Mohamed, e outros diversos homens que buscaram na fé em Deus levar um pouco de fé, caridade, humanismo aos homens, levar ensinamento, honra, caráter, dignidade, respeito, auxílio e amor..."
NOSSA RESPOSTA
Prezado leitor espírita,
Sinto, mas preciso adverti-lo: o seu comentário está equivocado desde a primeira até a última linha. Vou replicar o seu texto, destacando-o, e responder parte por parte, para que você compreenda bem o que estou dizendo:
Você diz: "Ao Navegar pela internet me deparei com assuntos religiosos e criticas ao médium Chico Xavier.".
Logo de cara, aí estão dois equívocos numa só sentença. Primeiro, o post a que você está se referindo não tem nenhuma "crítica" ao Chico Xavier. O texto simplesmente apresenta uma relação de fatos comprovados a respeito do homem. - Observe bem que estamos falando da pessoa real, do homem que realmente existiu, e não do mito.
Em segundo lugar, quando você diz "o médium Chico Xavier", coloca como fatos, implicitamente, duas coisas: primeiro, que seja uma realidade indiscutível essa suposta faculdade de comunicação com espíritos que chama de "mediunidade". Segundo, que o homem em questão tenha sido comprovadamente um possuidor dessa capacidade. A verdade é que nenhuma dessas duas afirmações foi jamais comprovada: são elementos do seu universo de crenças, coisas que você assume como fatos, mas que não são. Ponto.
Segundo a minha fé, mediunidade não existe, e segundo o bom senso mais elementar e as fartas provas e evidências que apresentamos, Chico Xavier foi um doente mental e charlatão, - que não buscava dinheiro, mas atenção, carinho e notoriedade, por razões bastante complexas (Chico Xavier colecionou traumas desde a infância; perdeu sua mãe muito cedo e foi criado por uma madrinha completamente desequilibrada que o torturava, entre outras coisas espetando-o com garfos e obrigando-o a lamber feridas de seu meio-irmão. Já nessa época, chamava a atenção pelas redações que fazia na escola, mas foi advertido por uma professora por suspeita de plágio!).
Portanto, eu me recuso a dialogar neste nível, assumindo o título "o médium Chico Xavier". Comecemos por aí.
Portanto, eu me recuso a dialogar neste nível, assumindo o título "o médium Chico Xavier". Comecemos por aí.
"Observei bem sua escrita, é de profissional, de alguém letrado, com certeza, porém, observe o vosso julgar...."
Sim, sou um profissional da escrita e estudo a Filosofia, a Teologia e a ciência das religiões já há mais de três décadas. Por isso mesmo eu sei que emitir opinião a respeito de um assunto que eu conheço bem não é "julgamento". Compreende isso? Se apresentar o erro, o engano e/ou o dolo é "julgar", então Jesus julgou os fariseus, chamando-os de "hipócritas", "raça de víboras", "sepulcros podres", etc (como vemos no Evangelho segundo Mateus 12, 34; 23, 13-15; 23,27 e outros).
Tudo que meu texto faz é citar alguns fatos pouco conhecidos (porque pouco divulgados), sobre a vida de um homem que se tornou mito na imaginação de muita gente. E tudo acompanhado das devidas fontes, referências bibliográficas e até fotos. Ou será que as fotografias que mostram Chico Xavier participando de farsas comprovadas e grosseiras também "julgam"?
"Eu busco conhecer tudo sobre religiões e ensinamentos que estas nos colocam...."
Se é assim, com muita humildade eu lhe digo: parece-me que a sua perspectiva das coisas está distorcida. "Religião" vem do latim religare e significa religação com o Divino. Logo, mais importante do que os "ensinamentos" que esta ou aquela linha religiosa nos colocam é que ela seja compatível com a verdade, pois Deus é Verdade. Quem não se importa com a verdade ou considera-a como coisa secundária, de menos importância, jamais encontrará Deus. Este é o caso dos espíritas, que creem que mais importante do que a fé e a doutrina é a conduta moral do indivíduo.
De nada adianta eu lhe apresentar uma filosofia belíssima, recheada de histórias emocionantes, que reconforte a sua alma, que dê tranquilidade à sua consciência, que lhe dê respostas prontas para todas as suas perguntas. O que importa, na busca por Deus, é encontrar a verdade, e a verdade é uma só, - ela não se adequa aos desejos ou às fantasias dos homens.
Vou dar um exemplo bem simples: eu estou agora vestindo uma camisa branca. Esta é a verdade. Mesmo se um milhão de pessoas disserem que a minha camisa é preta, - e mesmo se isso fizer com que todas elas "se sintam bem", e ainda que insistam nisso com toda a veemência... - Ainda assim, minha camisa continuará sendo branca. A verdade não muda, não se dobra, não é relativa. A verdade é o que é. Entende isto? Do mesmo modo é Deus, e é dessa maneira que Ele mesmo se apresenta nas Sagradas Escrituras: "EHYEH ASHER EHYEH" ('EU SOU O QUE EU SOU').
Sendo assim, não importam os ensinamentos das muitas religiões, tudo o que importa realmente é conhecer a verdade, porque só ela pode nos libertar das trevas da ignorância, da superstição, dos sofrimentos inúteis...
"Cada religião tem alguns pontos bons e outros não tanto... Enfim amigo, qual é a religião certa... qual é o correto, vejo que é um critico Católico e não observa os pontos bons e os exemplos que cada religião traz ao ser humano."
Eu vou lhe responder direta e objetivamente qual é a religião certa, mas antes permita-me esclarecer que a religião verdadeira não tem "pontos ruins", nem pode ter. O que existem são pessoas boas e pessoas ruins, e/ou pessoas que cometem erros, em todos os lugares, em todos os setores da sociedade, em todas as religiões.
A Igreja, no começo, era formada por apenas doze homens, e mesmo assim, desses doze, um traiu Jesus por dinheiro e outro o negou por três vezes(!). Do mesmo modo, hoje temos padres incompetentes, e outros até criminosos, como os pedófilos, e até mesmo bispos que os encobrem. Mas veja que, assim como Judas não representa Jesus, simplesmente porque o traiu, porque não fez o que o SENHOR ensinou, também os padres falhos e criminosos não representam a Igreja, porque são seus traidores.
A Igreja, no começo, era formada por apenas doze homens, e mesmo assim, desses doze, um traiu Jesus por dinheiro e outro o negou por três vezes(!). Do mesmo modo, hoje temos padres incompetentes, e outros até criminosos, como os pedófilos, e até mesmo bispos que os encobrem. Mas veja que, assim como Judas não representa Jesus, simplesmente porque o traiu, porque não fez o que o SENHOR ensinou, também os padres falhos e criminosos não representam a Igreja, porque são seus traidores.
A religião católica, segundo a minha fé, é a verdadeira religião de Cristo. É o caminho para a Salvação, é o Corpo Místico de Cristo, é a Casa do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade (são todos títulos dados por São Paulo Apóstolo). Logo, ela não pode conter "pontos" que não sejam bons. As coisas aparentemente ruins que ocorrem em ambientes católicos são provocadas por erros de homens que não seguem a verdadeira doutrina católica, por má compreensão, por interpretações falhas ou, simplesmente por pura má intenção, mesmo. Leia oCatecismo da Igreja Cetólica, por exemplo, e veja se consegue encontrar ali algo de ruim. Os problemas ocorrem quando os filhos da Igreja se desviam do Caminho que ela aponta, que é o próprio Cristo.
Quanto às falsas religiões, seus "pontos bons", como você diz, não compensam. Pense bem: se a doutrina católica é verdadeira, e não existe reencarnação, uma religião que ensina a reencarnação não pode ser boa, porque está pregando uma mentira fundamental, e mesmo que ela promova algum gesto de bondade, esse bem menor não compensa o fato de estar pregando uma mentira que pode levá-lo a perder a sua alma, pois só se vive uma vez neste mundo, e depois você viverá numa eternidade de plena felicidade ou de pleno sofrimento.
Do mesmo modo, se existe a reencarnação, uma religião que diga que a reencarnação não existe está negando a verdade, - e só a verdade liberta. - Logo, essa religião que nega a verdade não poderia ser boa.
Então, suponha por um minuto que a Igreja Católica esteja certa, que Jesus seja Deus e Salvador, que veio ao mundo para nos libertar da morte e trazer a vida eterna por meio do seu Sacrifício Redentor. Mais ainda, suponha que seja verdade que Satanás, inimigo de Deus e dos homens, tenta desviar a humanidade desse Caminho da Salvação, dando origem a todo tipo de falsa doutrina que leva à perdição. Se for assim, então o espiritismo só pode ser uma religião má, um caminho de engano, de treva, porque nega todas as verdades fundamentais defendidas por Cristo e pela sua Igreja.
Não adianta nada pregar a caridade, não adianta distribuir alimentos para os pobres, promover o bem social, etc... se a alma está sendo desviada para o inferno! - Esta vida passa (e como passa rápido!), mas a nossa alma viverá para sempre. Não adianta nada dar um pão a quem tem fome e fazer perder a alma, desviando-a do Caminho da Verdade. Então, os supostos "pontos bons" de uma religião falsa não compensam o risco de se perder a alma.
** Respondendo, por fim, à sua pergunta, diretamente e com toda a objetividade: a religião certa é a que dá testemunho da Verdade. Se eu encontro a Verdade, preciso aderir a ela, me agarrar a ela com unhas e dentes, e deixar todas as ilusões para trás. Jesus fala, numa parábola, de um homem que encontra um grande tesouro enterrado num determinado terreno. Então ele vai e vende tudo o que tem para comprar o terreno, e toma posse do tesouro. Há um sentido espiritual muitíssimo profundo nessa parábola: quem encontra a Verdade, que é o maior de todos os tesouros, pois conduz à vida eterna, deve se desfazer de tudo o que tem, deve se livrar de tudo, de todas as suas ilusões, mesmo aquelas que lhe são caras, que são confortáveis, e ficar somente com a Verdade. Todo o resto é perda de tempo.
"Jesus foi morto justamente por pessoas como vós... julgaram-no e condenaram-no sem observar o que ele trazia de bom. Olhe as obras e os ensinamentos que pregava Jesus, e aqueles que estão buscando seguir seus exemplos.... Chico, Madre Tereza, Buda, Dalai Lama, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Francisco de Assis, Néfi (Mórmon), O Profeta Mohamed, e outros diversos homens que buscaram na fé em Deus levar um pouco de fé, caridade, humanismo aos homens, levar ensinamento, honra, caráter, dignidade, respeito, auxílio e amor..."
Com toda a honestidade, eu não sei de que Jesus você está falando. O Jesus Cristo que chegou até nós pelo testemunho dos Apóstolos pregou a ressurreição, instituiu a Igreja, a Eucaristia, o Batismo no Espírito Santo, assumiu-se como o Cristo, declarou que resgataria a humanidade pelo seu Sacrifício na cruz. Foi isso e muito mais o que ele trouxe, e tudo isso é negado pelo espiritismo. Foi exatamente por negarem todas essas coisas, - em especial a sua divindade, - que agiram aqueles que o condenaram.
"Observar o que Jesus trouxe de bom", você diz. Puxa, se você soubesse o que é a experiência de participar da Sagrada Comunhão no Corpo e Sangue, Alma e Divindade do Cristo, Deus e SENHOR nosso... Se você soubesse o quanto isso é transformador, curativo, arrebatador! Se você pudesse compreender o que é ser verdadeiramente acolhido e libertado por Ele!.. Perdoe-me, mas preciso ser honesto: você não tem a menor ideia do que Jesus trouxe de bom. Atenção: estou falando do Jesus real, e não da caricatura pintada no "evangelho segundo o espiritismo".
Os espíritas imaginam que o maior bem que Jesus fez foi ajudar os pobres, praticar a caridade, pregar o amor fraterno... Mas Buda também fez a mesma coisa, e todos esses que você citou, além de Zaratustra, Confúcio, Ramana, Mahavira, etc, etc... Todos eles falaram bonito, trouxeram belas doutrinas, arrebanharam seguidores. Mas não é nada disso que faz de Jesus o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Jesus é completamente diferente, porque segui-lo é muito mais do que seguir uma doutrina. Segui-lo é incorporar sua Pessoa. O cristianismo não é seguir uma doutrina, é seguir uma Pessoa. Mais do que seguir, o objetivo é "tornar-se um" com essa Pessoa, e essa Pessoa é o próprio Deus.
Destituir o cristianismo de sua essência mística para ficar só com suas regras morais é jogar fora sua própria alma para ficar com uma casca oca.
Destituir o cristianismo de sua essência mística para ficar só com suas regras morais é jogar fora sua própria alma para ficar com uma casca oca.
E dentro desse contexto, é muito curioso vê-lo citar Madre Teresa e São Francisco, porque eles acreditavam exatamente no mesmo que eu creio e que acabei de descrever. Permita-me apresentar-lhe o verdadeiro São Francisco (não aquele personagem açucarado que tantas vezes vemos em filmes e historinhas). Escreveu ele: "Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal! Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima Vontade, porque a morte segunda (no Dia do Juízo) não lhes fará mal!"
Você coloca lado a lado São Francisco e Maomé, como exemplos de "respeito e auxílio". Bem, assim eu vejo que você não estudou a vida Maomé, por isso não sabe que ele promoveu guerras e reprimia com extrema violência qualquer opositor. E também vejo que você não conhece Francisco de Assis, portanto não sabe como ele foi até os muçulmanos para tentar convertê-los ou morrer mártir. Francisco foi até as tropas maometanas cantando os versículos do Salmo 22: “Mesmo que esteja entre as sombras da morte, nada temerei, Senhor, porque Tu estás comigo”.
Já os falsos pacifistas de hoje, contrários ao debate honesto de ideias e às polêmicas, preferindo ignorar o mal para "ficar de bem" com todo mundo, dizem inspirar-se no exemplo de São Francisco. - Suprema contradição, irenismo em nome de São Francisco! - Se fossem mesmo inspirados pelo seu exemplo, iriam até os inimigos de Cristo, e, como São Francisco, pregariam a eles a religião verdadeira com destemor, mostrando os erros das falsas doutrinas, assim como o grande santo denunciou Maomé diante dos maometanos.
Já os falsos pacifistas de hoje, contrários ao debate honesto de ideias e às polêmicas, preferindo ignorar o mal para "ficar de bem" com todo mundo, dizem inspirar-se no exemplo de São Francisco. - Suprema contradição, irenismo em nome de São Francisco! - Se fossem mesmo inspirados pelo seu exemplo, iriam até os inimigos de Cristo, e, como São Francisco, pregariam a eles a religião verdadeira com destemor, mostrando os erros das falsas doutrinas, assim como o grande santo denunciou Maomé diante dos maometanos.
Sobre Teresa de Calcutá, me faz lembrar de um episódio emblemático de sua vida, que me foi contado por um missionário: um empresário muito rico, mesmo sendo ateu, em viagem à Índia fez questão de ir conhecer Madre Teresa, pois tinha admiração pela sua obra. Chegando à casa das missionárias, encontrou-a suja e maltrapilha, trabalhando em meio a um mar de crianças miseráveis, muitas doentes, num quadro desolador. Viu aquela velha e frágil senhora, que poderia estar descansando e aproveitando tranquilamente seus últimos anos de vida, sacrificando-se, literalmente, pelo bem do próximo. Comovido, aproximou-se dela e declarou sua admiração. Madre Teresa foi gentil, mas não deixou de fazer o seu trabalho, alimentando uma pobre criança que não podia comer sozinha. Os dois conversaram por alguns minutos, até que e o rico empresário, notando o grande crucifixo que ela trazia pendurado ao pescoço, comentou: “Admiro muito o seu trabalho e o seu exemplo, mesmo não acreditando neste símbolo que a senhora usa”.
Ouvindo isso, Madre Teresa respondeu: “Meu filho, eu não sou nada comparada ao que esse símbolo representa. Tudo que eu faço, todas as coisas pelas quais você me admira, é tudo naquEle que está representado neste símbolo. Se não fosse pela minha fé e amor a Cristo Crucificado e Ressuscitado, você nem saberia que eu existo! Na verdade, não sou eu que faço, é Ele Quem faz em mim!”.
Então, o testemunho de todos os santos vai infinitamente além de uma mensagem de paz e tolerância. Pelo contrário, nenhum deles deixou de lutar pela verdade, quando foi preciso. E a verdade nem sempre é agradável.
Ler a continuação...
Então, o testemunho de todos os santos vai infinitamente além de uma mensagem de paz e tolerância. Pelo contrário, nenhum deles deixou de lutar pela verdade, quando foi preciso. E a verdade nem sempre é agradável.
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