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A ALMA DEVOTA DIANTE DO CORAÇÃO DE JESUS



“Vinde a mim vós todos que andais em trabalhos e estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. Quão doces e consoladoras são essas palavras! Eu ouço que Jesus as repete enquanto prostrada diante de sua divina imagem, contemplando seu Coração, transpassado, ardendo de santo amor. Eu ouço que Ele me diz: Vem, ó sim, vem alma débil, órfã, abandonada e atirada de encontro aos escolhos do mar procelado deste mundo. Tu, que sentes o peso das fadigas, que almejas pelo descanso, vem, vem depressa ao meu Coração. Ele está aberto para ti, ser-te-á conforto em todas as dificuldades. E quem pode, oh Jesus, resistir aos encantos do vosso amor? Quem não correrá ao vosso convite?
Quanto a mim, eu me prostro diante de Vós, oh Coração divino, diante de Vós que sois a fonte da vida, eu venho desabafar o que me vai n'alma, venho procurar ai a paz que não posso encontrar em outro lugar. Ofereço-Vos, pois, um coração que deseja ser vosso para sempre. Mas, de outro lado, como poderei eu aproximar-me deste Vosso Coração, como poderei entrar nesse Santuário da Divindade, eu, tão imunda, tão pecadora? Não deverei antes, temer ser repelida?...
Oh, não temas, alma minha, aquele Coração está aberto para todos, entra, portanto, sem receios, que o justo aí encontra um descanso suave, reacendendo-se-lhe em novas chamas, de amor. A alma pecadora encontra ai a paz; aí fica ele ciente de quanto é doce o Senhor. Naquele lugar o mundo, os prazeres, tudo desaparece da alma, e um salutar arrependimento toma o lugar dos terríveis remorsos de uma vida de pecado. É naquele lugar que as almas aflitas recebem o conforto, é de lá que aparece a luz nas dúvidas, a força contra os ataques de inimigo, a alegria na dor. Consola-te, alma minha, que Jesus está disposto a perdoar-te e encher-te de graças, nada mais exigindo de ti que um pouco de amor. Amor! Quão doce é esta palavra: amor! Ó meu Jesus, poderei eu deixar de Vos amar, agora que conheço que sois o único bem que merece amor?
Oh! eu Vos amo, meu Bem, eu Vos amo sobre todas as coisas. Bastam os desvarios que cometi, dirigindo para as criaturas as minhas afeições. E esperava eu, então, satisfazer as exigências do meu coração, amando as criaturas, mas foi em vão. Vós, me fizestes para Vós, ó Deus, e nós, não podemos achar a paz, a satisfação senão em Vós.
Agora, porém, que Vos achei, meu Jesus, tomai posse do meu coração e não desprezeis o humilde oferecimento que dele Vos faço. Dirigi, sim, os vossos olhares complacentes de pai sobre ele e aleitai-o com amor. Meu Jesus, minha vida será toda para Vós e vosso Coração será meu refúgio e a ele serão sempre dirigidos os meus afetos. Mas, Jesus, eu sou tão fraca, as tentações me assaltam furiosamente, e o meu coração, padecendo as amarguras de uma vida de sofrimento, está prestes a cair no desalento. Meu Jesus dai-me forças, dai-me ânimo.
Seja o vosso Coração coroado de espinhos, transpassado por lança cruel, seja a arca da minha salvação, onde eu possa recolher-me nas tempestades, seja ela a minha força nos incômodos inevitáveis, mas pelas quais é cercado o vosso Coração, aqueçam também o meu e aticem nele a chama do vosso amor. Desta forma eu não viverei senão em Vós e Vós sereis a vida do meu pobre coração.

Do Livro: "A Grande Promessa do Sacratíssimo Coração de Jesus". Frei Salvador do Coração da Jesus. Terceiro dos Menores Capuchinhos.

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