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Papa Francisco: o homem do ano segundo a revista Time



RÁDIO VATICANA, sobre o texto da revista Time justificando a escolha de Francisco como homem do ano:
"Ao dar a notícia no seu site, a revista norte-americana sublinhou que 'o primeiro Papa não europeu em 1200 anos poderia transformar um lugar onde as mudanças ocorrem em séculos. Mas o que torna este Papa assim importante é a velocidade com a qual ele atraiu a imaginação de milhares de pessoas que haviam perdido todas as esperanças em relação à Igreja."

Frei (Clemente Rojão)comenta: Trata-se de uma asnada milenar. Em primeiro lugar, porque as mudanças na Igreja SÃO RÁPIDAS, e vou citar quatro distribuídas em muitos séculos: Em menos de cinco anos a corte papal saiu de Avignon e foi para Roma, e mais rapidamente ainda a administração apostólica após o antipapa Clemente VII se estabelecer em Avignon. Em menos de cinquenta anos toda a Igreja estava uniformizada e fechada em torno da Contra-Reforma e do Concílio de Trento. Em menos de uma década o tratado do Latrão estabeleceu o estado do Vaticano após a perda dos Estados Pontifícios para a Itália. Em menos de uma década a Reforma Litúrgica para o rito romano ordinário atual estava tão firme em todo o mundo que uma nova geração surgiu completamente alienada sequer da lembrança do rito anterior. OU seja, mudanças rápidas nos séculos XIV, XVI, XIX e XX.

Há governos mundanos que não conseguem aprovar leis e reformas em menos tempo. Logicamente se a Time se refere à doutrina, espere sentada, a doutrina é eterna e imutável. Ai as mudanças não levam séculos, levam séculos dos séculos. Só houve e haverá três mudanças, se é que se pode chamar de mudança: A revelação da lei mosaica, os evangelhos dados pela Encarnação do Filho e a Parusia.

A Time contudo (a dar crédito a redação da Radio Vaticana) falou corretamente em " é a velocidade com a qual ele atraiu a imaginação de milhares de pessoas que haviam perdido todas as esperanças em relação à Igreja". Sem dúvida, os homens do mundo tiveram a imaginação vem atraída por Francisco. A imaginação, não a realidade. Imaginaram que ele fosse fazer isto e aquilo, que fosse mundanizar a Igreja, que fosse liberar geral, que nos transformasse numa gigantesca ONG. A imaginação é a louca da casa, já dizia Santa Teresa D' Ávila. A imaginação imagina o que quiser: Eu imagino agora o papa num trapézio dando um salto mortal. Eu imagino o papa escalando o Everest. Eu imagino o papa tomando umgelatto di chocolate na Piazza de Spagna. Eu imagino o papa até sentado na latrina fazendo uma forcinha. Atraiu a imaginação do mundo mesmo, e o mundo imaginou muita bobagem.

E é pura imaginação mesmo, porque até agora o papa não sinalizou nem com o dedo mindinho que iria fazer as "reformas" que o Mundo pede. Muito pelo contrário, disse "Não, não e não" em sua exortação apostólica. Mas o Mundo continua imaginando o que quiser do papa. É puro auto-engano. Os últimos anos do pontificado de Francisco serão dos mais interessantes, quando o ódio do Mundo se voltar contra ele, desapontado porque o que imaginou ser um liberal era um grandessíssimo de um conservador. Imagino o papa no caixão (oh, imaginação) com as coberturas dos jornais dizendo "Papa Francisco não fez as reformas que se esperava" ou "pontificado de Francisco foi uma decepção".

Convenhamos, Revista Time, quem tem a missão de levar conforto é rede de hotéis. Deixe o conforto a cargo das suítes do Hilton e da Accor, ou às classes executivas das companhias aéreas. A Igreja leva é a Verdade, e esta pode ser a coisa mais desconfortante do mundo. É verdade que a mensagem de Cristo é mesmo um conforto contra a tirania de Satanás e do pecado, mas a missão da Igreja não é dar conforto, o conforto é consequência do julgo suave de Cristo contra as algemas pesadas da tirania do pecado.

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Fonte:

Frei Clemente Rojão. O Prêmio Certo pelo Motivo Errado, blog Frei Clemente Rojão, disponível em

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