Com essa iniciativa, eles estão induzindo os fiéis a consolidarem um projeto de poder que foi erguido às custas de um assalto à Igreja Católica
QUANDO PADRES passam a utilizar o Altar para promover uma proposta de reforma política, o mínimo que se deve fazer é investigar para onde eles, com a ousada iniciativa, estão conduzindo o seu rebanho. Não, não é pecado. A investigação é um dever irrenunciável principalmente quando a proposta na qual estão engajados – a que é apresentada por uma "Coalizão pela Reforma Política Democrática" [1] - aparece subscrita, não só pela CNBB [2], mas por grupos e organizações como MST, CUT, UNE, CTB, UBM, CONTAG, entre outras [3] – que empunham bandeiras completamente contrárias aos princípios da Igreja Católica. Abortismo, ideologia de gênero, legalização das drogas, luta de classes, etc.
O objetivo aqui não é examinar a proposta de reforma política nos termos do financiamento público das campanhas eleitorais, do sistema de listas para a escolha dos candidatos ou nos da exigência de maior participação das mulheres nas eleições. São pontos sim relevantes, e absolutamente questionáveis. Porém, há um elemento especial na proposta abraçada pelos padres - não por todos - que esconde ardilosamente o que de fato está em jogo: um ambicioso projeto de concentração de poder que cada vez mais toma de assalto o país.
"Sociedade civil". Essa expressão aparece em pontos nucleares da proposta apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática". Por exemplo, o artigo 8A estabelece o seguinte: "As campanhas dos plebiscitos e referendos terão a participação na sua criação, coordenação e execução de organizações da SOCIEDADE CIVIL, juntamente com partidos políticos e frentes parlamentares" - Parág. único: "Será assegurada a igualdade entre as organizações da SOCIEDADE CIVIL em relação aos partidos políticos e frentes parlamentares participantes na CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO e EXECUÇÃO das campanhas referidas no caput" (p. 18).
Assim, a "sociedade civil" é inserida na elaboração e na condução de plebiscitos e referendos, instrumentos que serão utilizados para decidir "questões de grande relevância nacional" (Cf. art. 3A e 3B, p. 18). Acontece que ela - a "sociedade civil" - não é representada concretamente pelo cidadão comum, mas sim por líderes, organizações e "movimentos sociais" controlados ou associados, patrocinados por agentes e grupos políticos. Grupos ligados principalmente ao PT e aos que com ele trabalham em consórcio para promover o SOCIALISMO-COMUNISMO no Brasil - grupos que subscrevem a proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática" [4].
O que parece fortalecer o poder discricionário da população em geral, na verdade, promove grupos que estão integrados a um projeto de poder totalitário. Eles decidirão o que é uma "questão de grande relevância nacional" e condicionarão subrepticiamente as escolhas e decisões das pessoas, pois participarão da elaboração, promoção e execução de plebiscitos e referendos. Pior. Esses mesmos grupos irão adquirir o mesmo status dos representantes escolhidos pelo voto, estes sim escolhidos pela população (Cf. art. 8A, parág. único).
Enfim, não é possível estabelecer o grau de inocência, de ignorância ou de má-fé dos padres que propagandeiam no Altar a proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática". Certo é que, com essa iniciativa, eles estão conduzindo o seu rebanho, induzindo os fiéis a consolidarem um projeto de poder que foi erguido às custas de um assalto à Igreja Católica, instrumentalizada sobretudo por um simulacro de teologia forjado para favorecê-lo – a "Teologia" da Libertação. Portanto, sacerdotes e fiéis que não desejam contribuir com isso, não apoiem – não assinem! – essa proposta de "reforma política".
O objetivo aqui não é examinar a proposta de reforma política nos termos do financiamento público das campanhas eleitorais, do sistema de listas para a escolha dos candidatos ou nos da exigência de maior participação das mulheres nas eleições. São pontos sim relevantes, e absolutamente questionáveis. Porém, há um elemento especial na proposta abraçada pelos padres - não por todos - que esconde ardilosamente o que de fato está em jogo: um ambicioso projeto de concentração de poder que cada vez mais toma de assalto o país.
"Sociedade civil". Essa expressão aparece em pontos nucleares da proposta apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática". Por exemplo, o artigo 8A estabelece o seguinte: "As campanhas dos plebiscitos e referendos terão a participação na sua criação, coordenação e execução de organizações da SOCIEDADE CIVIL, juntamente com partidos políticos e frentes parlamentares" - Parág. único: "Será assegurada a igualdade entre as organizações da SOCIEDADE CIVIL em relação aos partidos políticos e frentes parlamentares participantes na CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO e EXECUÇÃO das campanhas referidas no caput" (p. 18).
Assim, a "sociedade civil" é inserida na elaboração e na condução de plebiscitos e referendos, instrumentos que serão utilizados para decidir "questões de grande relevância nacional" (Cf. art. 3A e 3B, p. 18). Acontece que ela - a "sociedade civil" - não é representada concretamente pelo cidadão comum, mas sim por líderes, organizações e "movimentos sociais" controlados ou associados, patrocinados por agentes e grupos políticos. Grupos ligados principalmente ao PT e aos que com ele trabalham em consórcio para promover o SOCIALISMO-COMUNISMO no Brasil - grupos que subscrevem a proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática" [4].
Ilustração de um típico membro de "organizações da sociedade civil", que o projeto do PT quer que tenham poderes iguais ao da autoridade legalmente estabelecida |
O que parece fortalecer o poder discricionário da população em geral, na verdade, promove grupos que estão integrados a um projeto de poder totalitário. Eles decidirão o que é uma "questão de grande relevância nacional" e condicionarão subrepticiamente as escolhas e decisões das pessoas, pois participarão da elaboração, promoção e execução de plebiscitos e referendos. Pior. Esses mesmos grupos irão adquirir o mesmo status dos representantes escolhidos pelo voto, estes sim escolhidos pela população (Cf. art. 8A, parág. único).
Enfim, não é possível estabelecer o grau de inocência, de ignorância ou de má-fé dos padres que propagandeiam no Altar a proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática". Certo é que, com essa iniciativa, eles estão conduzindo o seu rebanho, induzindo os fiéis a consolidarem um projeto de poder que foi erguido às custas de um assalto à Igreja Católica, instrumentalizada sobretudo por um simulacro de teologia forjado para favorecê-lo – a "Teologia" da Libertação. Portanto, sacerdotes e fiéis que não desejam contribuir com isso, não apoiem – não assinem! – essa proposta de "reforma política".
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Notas:
[1]. "Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas" [http://www.reformapoliticademocratica.org.br/].
[2]. Os católicos precisam aprender de uma vez por todas: a CNBB não pertence à hierarquia da Igreja Católica, e, por isso, não tem autoridade para falar em nome dela.
[3]. Idem - "Quem somos" [http://www.reformapoliticademocratica.org.br/?page_id=543] e Cartilha "Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas", p. 43 [http://www.reformapoliticademocratica.org.br/wp-content/uploads/2014/04/cartilha.pdf].
[4]. A propósito, o leitor interessado pode comparar a proposta de reforma política apresentada pela "Coalização para a Reforma Política Democrática" com a do PT - elas são praticamente idênticas.
** Por Bruno Braga, com Olavo de Carvalho