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Estudo aponta os impactos da pornografia na família e na sociedade



O QUE É a pornografia? É uma distorção da sexualidade que representa uma grande ameaça à saúde mental dos seres humanos, assim como ao matrimônio, afirma um estudo publicado pelo Family Research Council.

O Dr. Patrick F. Fagan, membro e diretor do Marriage and Religion Research Institute (Centro de Investigação sobre o Matrimônio e a Religião), descreveu os efeitos sociais e psicológicos da pornografia em seu estudo "The Effects of Pornography on Individuals, Marriage, Family and Community" (disponível aqui).

Contrário ao evidentemente falho argumento de que a pornografia seria um "prazer inofensivo", Fagan se refere às evidências clínicas que mostram que a pornografia distorce de modo significativo as atitudes e percepções sobre a natureza da sexualidade. Se os consumidores regulares de pornografia são homens, tendem a ter uma tolerância maior com o comportamento sexual anormal, observa o estudo. Também é um hábito extremamente viciante, devido à produção de hormônios que estimulam as partes responsáveis pelo prazer no cérebro. Sacerdotes e pastores testemunham do grande número de homens, de todas as idades, que os procuram pedindo ajuda para se libertar do vício da masturbação, diretamente associado ao consumo frequente de pornografia, descrito como um vício dos mais potentes.

Fagan reconhece que a energia sexual é uma força psíquica poderosa. Exatamente por isso, a sociedade precisa canalizar essa energia de uma forma que promova o bem comum. O casamento legitima a intimidade sexual, que protege as crianças, que são o resultado natural do ato sexual saudável, o que por sua vez promove a estabilidade social. Eis o desejo de Deus para as nações.

Ao contrário do que muito se divulga hoje, os estudos mostram que estabelecer limites à atividade sexual ajuda os adolescentes, enquanto amadurecem, a orientar de forma correta sua sexualidade. Infelizmente, o desenvolvimento dos modernos meios de comunicação, em especial a internet, está derrubando as barreiras do sensato e aumentando as formas dos criadores de pornografia entrarem na vida familiar.


Consequências para a família

Ao tratar das consequências da pornografia sobre o matrimônio, Fagan demonstra a maneira como as mulheres são afetadas pelo consumo de pornografia pelos maridos. Em muitos casos, as esposas desses consumidores sofrem danos psicológicos profundos. Entre eles, sensações de traição, perda e desconfiança. Os consumidores masculinos de pornografia tendem a diminuir sua implicação emocional nas relações sexuais, o que acaba fazendo com que suas esposas sofram através da diminuição da intimidade de seus maridos. Em um estudo, os maridos afirmavam desejar menos suas esposas devido ao longo tempo dedicado à pornografia. A mulher é vista como brinquedo sexual ou um instrumento para extravasar suas tensões. O distanciamento emocional parece aumentar proporcionalmente ao aumento do consumo da pornografia.

A pornografia também tem impacto no lado físico dos relacionamentos. A exposição prolongada promove a insatisfação com o outro, com seu físico (geralmente distante dos ideais artificiais apresentados pela pornografia) e com seu comportamento sexual. As atrizes são virtualmente perfeitas, esteticamente irretocáveis, são experientes, submissas, sempre dispostas, experts em todas as modalidades sexuais preferidas pelos homens. A esposa não tem como competir com uma profissional do sexo, e evidentemente nem deve tentar, principalmente porque a intimidade entre um casal pressupõe, antes de qualquer coisa, amor, cumplicidade, parceira, união profunda e acolhimento. Do outro lado, a recíproca é mais do que verdadeira: os atores são dotados de atributos físicos e capacidade atlética que são realmente muito raros na vida real. Tanto a mulher quanto o próprio homem comuns que tomam tais "atletas sexuais" como exemplo fatalmente acabarão frustrados. Mau negócio garantido para ambos os lados.

O Dr. Fagan faz referência também a estudos anteriores, que demostraram que os consumidores de pornografia veem cada vez mais o casamento como um verdadeiro castigo, um confinamento sexual que os leva a duvidar do valor do matrimônio até como instituição social.


Verdadeira infidelidade

As esposas e o próprio casamento sofrem as consequências. O consumo da pornografia e de outras formas de contato sexual online é considerado por muitas esposas como tão prejudicial à relação como uma infidelidade na vida real.

Homens e as mulheres evidentemente reagem à pornografia de modo diferente: os homens se transtornam mais pela infidelidade sexual em si, enquanto as mulheres pela infidelidade emocional. O impacto nas mulheres aumenta quando seus maridos se tornam viciados em pornografia, fenômeno cada vez mais comum.

O trabalho do Dr. Fagan cita ainda um outro estudo, que revelou que 40% desses viciados perdem suas esposas. Não foi investigada a fundo a relação entre pornografia e divórcio, mas um estudo sobre relatos de advogados de divórcio indicou em 68% os casos de divórcios ocasionados por uma das partes que se envolveu em relações virtuais via internet(!), e em 56% os casos em que uma das partes tinha um interesse obsessivo em páginas pornográficas da web.

As mulheres não são as únicas que sofrem com o vício da pornografia. Segundo o mesmo estudo, o consumo frequente de pornografia trás como consequências a diminuição da autoestima e uma menor capacidade entre os homens de levar uma vida social significativa. Um estudo sobre viciados em pornografia revelou que eles se sentiam angustiados e percebiam que importantes aspectos de suas vidas estavam se deteriorando conforme o vício ganhava cada vez mais força.


Ilusão

A ideia muitas vezes apresentada pela indústria da pornografia, a do seu consumo como uma espécie de diversão inocente, sem nenhum impacto importante nas emoções e na saúde, simplesmente não corresponde à realidade. De fato, a pornografia gera percepções distorcidas de realidade social: uma valorização exacerbada dos prazeres meramente físicos e uma percepção exagerada do nível de atividade sexual da população geral, o que leva a um aumento tremendo na probabilidade da atividade sexual pré-matrimonial e extra-matrimonial. Também gera o predomínio das perversões (como sexo em grupo, bestialidade e atividades sadomasoquistas, entre outros), na imaginação dos seus consumidores, que, assim como o consumidor de qualquer droga, deixam de se contentar com o sexo natural e passam a necessitar cada vez emoções mais fortes, que se podem ser encontradas em sensações sempre novas, chegando mesmo a extremos que preferimos não definir nesta página. “Desta forma, as crenças que se formam na mente do espectador de pornografia estão bastante distantes da realidade”, diz Fagan. E conclui: “O uso repetido de pornografia induz à doença mental em matéria sexual”.

Entre as distorções criadas pela pornografia estão três crenças bem definidas e facilmente percebidas:

1.
 A visão das relações sexuais na natureza como atividade meramente recreativa.

2.
 No mundo pornográfico, os homens são em geral sexualmente dominantes e têm o "direito" social a buscar e praticar o sexo sempre que tiverem oportunidade. 

3.
 No mundo pornográfico, as mulheres são vistas como meros objetos ou bens sexuais.

Em consequência, a pornografia promove a ideia de que a degradação das mulheres é algo aceitável. As mais promíscuas, antes vistas com reserva, agora são até mais admiradas e cobiçadas, - não como seres humanos integrais, mas como boas parceiras nessa espécie de jogo. Quanto mais alienada e descartável for ela, melhor. - Além disso, posto que os homens utilizam a pornografia com muito mais frequência que as mulheres, seu predomínio conduz à ideia de que as mulheres são objetos para o sexo ou bens sexuais.

Uma grande quantidade da pornografia disponível atualmente é de conteúdo violento, um fenômeno que vem aumentando de modo importante nos últimos anos. Um estudo dos diferentes meios pornográficos encontrou violência em quase 1/4 das cenas de revistas e vídeos, além de mais de 40% na pornografia online(!). Qualquer traço de afetividade é isolado, e quanto mais humilhadas forem as mulheres, melhor. Aqui, os mesmos estudos sugerem que há uma conexão direta entre consumo de pornografia e inúmeros casos de agressões sexuais, inclusive aumentando o desejo, nos homens, de forçar suas parceiras sexuais a fazer o que eles querem, especialmente quando elas não consentem.

O consumo de pornografia se associa também a delitos sexuais, afirma Fagan. Ele cita um estudo de delinquentes sexuais na internet, condenados pela justiça e que haviam passado mais de 11 horas por semana vendo imagens pornográficas de crianças na internet. Outros estudos revelaram que uma grande porcentagem de estupradores e violentadores de forma geral viram pornografia durante sua adolescência.



Adolescentes psiquicamente acorrentados

A pornografia, portanto, não só danifica matrimônios, mas tem também um forte impacto nos adolescentes. Sempre segundo o referido estudo, o consumo habitual de pornografia leva à infidelidade com suas namoradas. De igual forma, o uso de pornografia aumentava depois sua infidelidade matrimonial em mais de 300%(!).

Fagan descreve como os adolescentes que consomem pornografia se desorientam durante a fase de desenvolvimento psíquico na qual estão aprendendo a lidar com a sexualidade, que também é quando são mais vulneráveis a incertezas sobre suas crenças sexuais e seus valores morais. O conteúdo explicitamente sexual na internet aumenta de modo significativo suas incertezas sobre sexualidade. Adolescentes expostos a altos níveis de pornografia têm um nível mais baixo de auto-estima sexual.

Existe também uma relação significativa entre o hábito de ver pornografia e os sentimentos e sensações de solidão, incluindo crises graves de depressões. O alto consumo de pornografia na adolescência pode ser também um fator de importância nas gravidezes adolescentes.

Muito antes da chegada da internet, o Concílio Vaticano II comentou, em um decreto sobre as mídias de massa, que estas seriam de grande utilidade para a humanidade, se utilizadas de modo apropriado. A Igreja “sabe que esses meios, retamente utilizados, prestam ajuda valiosa ao gênero humano, enquanto contribuem eficazmente para recrear e cultivar os espíritos e para propagar o Reino de Deus. Sabe também que os homens podem utilizar tais meios contra o desígnio do Criador e convertê-los em meios de sua própria ruína. Mais ainda, sente uma maternal angústia pelos danos que se têm infligido com o seu mau uso, à sociedade humana" (N. 2). A Igreja é mais sábia do que podemos imaginar. O mau uso das mídias, hoje, envenena a sociedade, na medida em que afeta famílias e casamentos.

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Fonte:
Website Catolicismo Romano, disponível em:
http://catolicismoromano.com.br/content/view/347/1

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