Jeffrey Bruno
O Brasil vem constantemente logrando os piores lugares em competições internacionais de ciências e matemática, classificações muito abaixo daquelas alcançadas por vizinhos que têm desempenho econômico e carga tributária muito menor que a nossa. O fato de não estar entre os primeiros lugares em tais competições já foi causa de crises em países desenvolvidos, como se pode ver, por exemplo, num artigo de um professor norte-americano que questiona um resultado diferente do primeiro lugar, em competições assim, com um questionamento geral aos métodos educacionais naquele país (o artigo se chama “Why Johnny's Teachers can't Teach”, pode ser encontrado na Internet e tripudia com certos métodos pedagógicos que são a norma absoluta no Brasil). Aquilo que nos outros países é sinal de vergonha nacional, por aqui nem é notícia.
Isto poderia ser um indício de que o foco principal da nossa educação não está na técnica, na formação científica e profissional. Aliás, não apenas um indício, mas uma certeza. Isto seria justificável se pudéssemos, no entanto, dizer que a nossa educação não se propõe a formar operários e trabalhadores,mas a desenvolver virtudes sociais e pessoais, de modo a construir um povo mais consciente e fraterno. Mas tampouco é assim.
Recentemente o sítio eletrônico da FIFA publicou uma série de recomendações para os estrangeiros que vierem ao Brasil durante a Copa do Mundo, recomendações estas que apontavam fatos como “para os brasileiros, o 'sim' nem sempre é sim'”, ou ainda “pontualidade não é um traço cultural no Brasil”; constatações como aquela de que não há nenhum respeito aos pedestres no trânsito, que o tamanho avantajado do veículo define a preferência nos cruzamentos e de que o contato físico, os beijos lânguidos e a apalpação contínua são a norma nos relacionamentos sociais pareceram pertinentes à FIFA para descrever-nos perante os estrangeiros. Curioso é que as recomendações terminavam com um apelo à paciência dos estrangeiros frente ao hábito brasileiro de deixar tudo para a última hora com uma frase da ex-deputada Marta Suplicy, de forte apelo lascivo: frente às eventuais dificuldades, “relaxe e goze”.
Esta página da FIFA, que era ornada por uma foto de jovens semidesnudas na praia, foi recentemente retirada do ar, aparentemente por protestos de brasileiros. Curiosamente, ela repercute um incidente anterior, que envolveu uma multinacional de roupas de esporte que lançou camisetas para estrangeiros sobre a copa, com ornamentos como um grande coração verde e amarelo em forma de nádegas e frases como “looking to score in Brazil” (um trocadilho que relaciona o desempenho esportivo ao sexual).
É inegável que as virtudes que resplandeçam em nosso povo, quando em contatos internacionais, estejam voltadas, portanto, à leviandade, à falta de respeito pelo outro, à incompreensão da necessidade de respeito às normas de convivência social, à malandragem, à lei do mais forte e, principalmente, ao orgulho nacional quanto à conduta sexual, digamos, “liberada” ou avançada. Definitivamente, não somos um povo que acredita na possibilidade da educação da libido ou mesmo da convivência social. Para que educamos nossas crianças e jovens,então?
Uma boa pista pode ser dada pela história recente de nossas propostas governamentais de educação. A introdução de “kits gays”, a distribuição de camisinhas aos jovens da mais tenra idade e a recente polêmica sobre a introdução da educação para a ideologia de gênero são indicadores daquilo que se apresenta como o único projeto consistente das nossas autoridades para as nossas crianças e os nossos jovens: a educação para a prática sexual indiscriminada. Desistimos de educar bons cientistas, pesquisadores e trabalhadores, porque isto seria transformar nossos jovens em “lacaios do capitalismo”. Desistimos de educar para a responsabilidade social e pessoal, porque isto seria assumir uma visão “opressora” à liberdade individual dos jovens, que devem viver sua “liberdade”de lobos hobbesianos longe dos preconceitos retrógrados já tão denunciados por pensadores canonizados pelo “stablishment”, como Foucault, Freud e Lacan. Estamos gerando nosso ideal de sociedade conforme aquilo que a FIFA tão timidamente descreveu...
Isto poderia ser um indício de que o foco principal da nossa educação não está na técnica, na formação científica e profissional. Aliás, não apenas um indício, mas uma certeza. Isto seria justificável se pudéssemos, no entanto, dizer que a nossa educação não se propõe a formar operários e trabalhadores,mas a desenvolver virtudes sociais e pessoais, de modo a construir um povo mais consciente e fraterno. Mas tampouco é assim.
Recentemente o sítio eletrônico da FIFA publicou uma série de recomendações para os estrangeiros que vierem ao Brasil durante a Copa do Mundo, recomendações estas que apontavam fatos como “para os brasileiros, o 'sim' nem sempre é sim'”, ou ainda “pontualidade não é um traço cultural no Brasil”; constatações como aquela de que não há nenhum respeito aos pedestres no trânsito, que o tamanho avantajado do veículo define a preferência nos cruzamentos e de que o contato físico, os beijos lânguidos e a apalpação contínua são a norma nos relacionamentos sociais pareceram pertinentes à FIFA para descrever-nos perante os estrangeiros. Curioso é que as recomendações terminavam com um apelo à paciência dos estrangeiros frente ao hábito brasileiro de deixar tudo para a última hora com uma frase da ex-deputada Marta Suplicy, de forte apelo lascivo: frente às eventuais dificuldades, “relaxe e goze”.
Esta página da FIFA, que era ornada por uma foto de jovens semidesnudas na praia, foi recentemente retirada do ar, aparentemente por protestos de brasileiros. Curiosamente, ela repercute um incidente anterior, que envolveu uma multinacional de roupas de esporte que lançou camisetas para estrangeiros sobre a copa, com ornamentos como um grande coração verde e amarelo em forma de nádegas e frases como “looking to score in Brazil” (um trocadilho que relaciona o desempenho esportivo ao sexual).
É inegável que as virtudes que resplandeçam em nosso povo, quando em contatos internacionais, estejam voltadas, portanto, à leviandade, à falta de respeito pelo outro, à incompreensão da necessidade de respeito às normas de convivência social, à malandragem, à lei do mais forte e, principalmente, ao orgulho nacional quanto à conduta sexual, digamos, “liberada” ou avançada. Definitivamente, não somos um povo que acredita na possibilidade da educação da libido ou mesmo da convivência social. Para que educamos nossas crianças e jovens,então?
Uma boa pista pode ser dada pela história recente de nossas propostas governamentais de educação. A introdução de “kits gays”, a distribuição de camisinhas aos jovens da mais tenra idade e a recente polêmica sobre a introdução da educação para a ideologia de gênero são indicadores daquilo que se apresenta como o único projeto consistente das nossas autoridades para as nossas crianças e os nossos jovens: a educação para a prática sexual indiscriminada. Desistimos de educar bons cientistas, pesquisadores e trabalhadores, porque isto seria transformar nossos jovens em “lacaios do capitalismo”. Desistimos de educar para a responsabilidade social e pessoal, porque isto seria assumir uma visão “opressora” à liberdade individual dos jovens, que devem viver sua “liberdade”de lobos hobbesianos longe dos preconceitos retrógrados já tão denunciados por pensadores canonizados pelo “stablishment”, como Foucault, Freud e Lacan. Estamos gerando nosso ideal de sociedade conforme aquilo que a FIFA tão timidamente descreveu...
A polêmica mais recente envolve a proibição de discriminar as pessoas, nas escolas, em razão de sua “orientação sexual”. Vale dizer, em nome do respeito a uma suposta benéfica “diversidade sexual”, os educadores estarão impedidos, através de uma cláusula aberta e absolutamente ampla, de afirmar que a conduta responsável nas atividades sexuais, tais como a castidade, a continência, a fidelidade e a abertura à vida e responsabilidade com o parceiro e a respectiva prole, são discrímens positivos válidos com relação àqueles que, por exemplo, dando livre vazão à sua libido, constroem uma vida sexual promíscua e egoísta e transformam-se em vetores vivos de doenças e desagregação familiar. A discussão mais forte sobre o ponto mais polêmico do Plano Nacional de Educação é, portanto, uma proposta governamental que declara como perniciosa qualquer orientação de pais, líderes religiosos e educadores quanto à possibilidade, mesmo em tese, de discernir valores e desvalores na conduta sexual individual.
A recente declaração de uma professora defensora da “liberdade” sexualde que educar sobre a violência não torna ninguém violento e que, portanto, educar sobre a sexualidade não torna ninguém devasso pode, sem dúvida, se bem entendida, lançar uma luz sobre o verdadeiro sentido da proposta educacional do governo. Se esta professora pensar bem, verá que educar sobre a violência constrói bons cidadão, mas educar para a violência gera apenas soldados do crime. O mesmo se aplica à introdução da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação. Se não conseguimos entender a diferença, então devemos desistir de educar quem quer que seja.
A recente declaração de uma professora defensora da “liberdade” sexualde que educar sobre a violência não torna ninguém violento e que, portanto, educar sobre a sexualidade não torna ninguém devasso pode, sem dúvida, se bem entendida, lançar uma luz sobre o verdadeiro sentido da proposta educacional do governo. Se esta professora pensar bem, verá que educar sobre a violência constrói bons cidadão, mas educar para a violência gera apenas soldados do crime. O mesmo se aplica à introdução da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação. Se não conseguimos entender a diferença, então devemos desistir de educar quem quer que seja.