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ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO "MÍDIA"





Avram Noam Chomsky é um linguista, filósofo,ativista político dos Estados Unidos e professor do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT) com inúmeros trabalhos publicados nesta área. O Professor Chomsky elaborou uma lista das estratégias de Manipulação das pessoas através da mídia, ou seja, os meios de comunicação social. Essas estratégias são amplamente empregadas no Brasil por emissoras de rádio e TV, pelas editoras de jornais e revistas, pelas empresas de propaganda e marketing e pelos Governos Federal, Estadual e Municipal, dentre outros. A referida lista de controle social envolve 10 itens importantes definidos da seguinte forma:


A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO: consiste em desviar a atenção do público dos problemas realmente importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, através da técnica do "dilúvio" ou "inundações" de contínuas distrações e de informações sem significado. A estratégia da distração é também indispensável para impedir o público de interessar-se pelos conhecimentos realmente essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, política, dentre outras. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais” (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’). Essa estratégia no Brasil é bem clara quando se vê a transmissão massiva de partidas de futebol, e programas de exploram a violência e a miséria humana.


CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES: Este método também é chamado “problema-reação-solução”. O Governo ou o interessado cria um problema, uma “situação”, prevista para que cause uma certa reação no público, a fim de que o povo seja o mandante das medidas que o mandante deseja fazer aceitar. A exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um "mal necessário" o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. Vimos isso no Brasil durante anos nos sucessivos planos econômicos do governo federal.


A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO: Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, passo a passo, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, como o neoliberalismo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram uma vida decente, tantas mudanças que provocariam uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO: Outra meio de se fazer o povo aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil o público aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando o momento chegar.



DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE: A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma criança de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se pretende enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade. Vemos isso com frequência em pronunciamentos de Presidentes, ministros e outros membros dos governos Federal e Estaduais.




Foto: Enciclopédia Dom Bosco


UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO: Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar uma pane na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou acrescentar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos.


MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE: Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, como ocorre no Brasil, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores, os pobres, e às classes sociais superiores, os ricos, seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores.


ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE: Promover ao público, ao povo, a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto. Isso ocorre claramente no Brasil através de novelas e programas de auditório, que ocupam cada vez mais o tempo na grade de programação das emissoras de TV.


REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE: Fazer o indivíduo acreditar que é só ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de sua capacidade, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo reduz seu próprio valor e se culpa, o que gera um estado depressivo no qual um dos efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, na inércia, não há revolução! O "status quo", o estado atual das coisas, se mantem.


CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM: No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços cada vez mais acelerados da ciência têm gerado uma crescente distância entre os conhecimentos do público comum, e aqueles conhecimentos possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.


Por: Fábio Carvalho.

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