DESDE OS primeiros séculos, os cristãos sentiram a necessidade de expressar seus louvores a Deus através de gestos, símbolos e sinais, que fossem também compreensíveis a todas as pessoas. Assim, com o passar dos séculos, a Liturgia da Missa se desenvolveu e se enriqueceu. Para aproveitar as inúmeras graças concedidas durante a Santa Missa, todo fiel deve tentar conhecê-la melhor e não simplesmente repetir o que os outros fazem ou dizem, sem saber o porquê. A Missa compreendida pode ser mais amada, e muito bem amada! No entanto, ninguém ama aquilo que não conhece e, dessa forma, acaba por não se beneficiar tanto quanto poderia.
Gestos, Símbolos e Sinais
Assim como toda a nossa vida, também a Missa é formada por gestos, símbolos e sinais. São meios humanos para expressar a adoração, a reparação, o agradecimento e as súplicas que podemos elevar a Deus, além de nossas intenções pessoais. Obviamente, tudo isso possui significado específico dentro da Missa, que deve ser celebrada e assistida de maneira lúcida e não de qualquer modo; em caso contrário, perdem o seu imenso, tremendo valor. Quando fazemos algo sem saber o seu significado e o seu motivo, que valor poderá ter para Aquele a quem é dirigido? Portanto, toda Liturgia é formada por estes três elementos: Sinal, Símbolo e Gesto.
Sinais – Sinal é o que nos faz lembrar ou que representa algo, seja um fato ou um fenômeno, presente, passado ou futuro. Para deixar um exemplo vulgar, quando colocamos galhos ou ramos de árvores em uma curva na estrada, alertamos aos outros carros que pode haver um acidente ou veículo parado na estrada, logo após a curva. Podemos dizer que o sinal ou figura é sempre menor que o seu significado. Um outro e melhor exemplo de sinal, dentro do ambiente cristão, é o uso da vela: a chama de uma vela acesa pode significar a Luz Divina ou claridade da vida eterna, que nunca se acaba. Observe que ambos os exemplos, mundano e sagrado, são do conhecimento universal.
Símbolos – O símbolo, ao contrário do sinal, exige um conhecimento especial prévio. Pode não representar nada para as pessoas que não convivem num determinado meio ou não pertencem a certo ambiente. Os primeiros cristãos desenhavam cruzes e peixes nas catacumbas onde se escondiam da perseguição romana. Por que peixes? Porque a palavra "peixe", em grego (IXTUS), correspondia à abreviação da expressão "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador".
Gestos – Os gestos são movimentos que fazemos com nossos braços, mãos, pés, cabeça, etc., ou, ainda, com todo o nosso corpo, e que também possuem significados. Na Missa, os gestos devem ser sinceros, pois são dirigidos ao Sagrado. E quando todos fazem o mesmo gesto, demonstra-se a unidade da comunidade. Unir as palmas das mãos durante a oração significa súplica e entrega a Deus; ajoelhar-se pode significar adoração; inclinar a fronte significa concordância; elevar as mãos pode significar louvor e/ou ação de graças. Sentar-se com o tronco ereto e o corpo voltado para o Altar significa atenção.
Quando se evoca a Presença Real de Jesus Cristo na Comunhão Eucarística, é importantíssimo que você compreenda a maravilha e a magnitude do que ocorre naquele momento: o Apóstolo São Paulo diz que quem se aproxima indignamente da sagrada Mesa, come e bebe sua própria condenação (1Cor 11, 28-29). É difícil ser mais severo do que isso, e com toda a justiça! Quando o Corpo e o Sangue de Cristo forem elevados pelo sacerdote, adore e agradeça. Aproxime-se da Sagrada Eucaristia com reverência: é Deus mesmo que você vai receber!
Antes e acima de tudo, lembre-se: você deve assistir à Santa Missa com gratidão e alegria no coração; com devoção, profundo amor e reverência. Você está participando da Renovação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo para a sua salvação e de toda a humanidade. Nunca se esqueça do quão importante é isto.