ADICIONANDO-SE A PALAVRA “anjos” a um buscador da Internet, incrível é a
quantidade de informação que aparece; são muitas páginas contaminadas
pela doutrina new age. Ainda mais curiosa é a busca por imagens
de anjos: encontramos seres "fofinhos", bebezinhos gorduchos, garotinhos
meio afeminados com asinhas coloridas saindo pelas costas... Muitos
artigos sobre os anjos estão, sem dúvida, deformados por uma certa
cultura esotérica pseudo-mística. Entre outros absurdos, é possível até
encontrar um anjo específico para cada dia da semana(!).
Comecemos, então, dizendo o que os anjos de Deus não são: não são "reencarnações"; não são homens ou mulheres alados; não são "lugares" nos quais se sente a Presença do Criador; não são como gnomos ou duendes; não são uma espécie de "energia" nem tampouco algum tipo de fumaça branca.
Apesar de tudo, é preciso dizer que também se pode encontrar informação confiável na rede. Um dos artigos de valor que encontramos na internet é o de P. B. Celestino que, em relação a isso, dizia:
Muito bem dito.
O Calendário Litúrgico Católico celebra duas festas angélicas, uma no dia 29 de setembro, – a Festa dos Três Arcanjos, S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, – e outra a 2 de outubro, – a Festa dos Anjos da Guarda. Mas, afinal, quem são os anjos?
Talvez o Concílio da Igreja que mais se dedicou a explicar a doutrina sobre os anjos foi o de Latrão IV, do ano 1215. Neste se afirmou, num contexto de profissão da fé, que os anjos foram criados por Deus desde o inicio do tempo. No caso dos demônios, o Concilio diz que foram anjos criados bons, que se fizeram maus pelo uso de seu livre arbítrio. Evidentemente, houve pronunciamentos magisteriais sobre os anjos antes desta data, por exemplo, o do Papa Zacarias, no ano 745, que rejeitou os vários nomes dos anjos, ficando somente com os de Miguel, Gabriel e Rafael, já que são os únicos mencionados pela Sagrada Escritura. O Concilio de Aix-la-Chapelle, no ano 789, fez o mesmo.
O testemunho das Sagradas Escrituras
Comecemos, então, dizendo o que os anjos de Deus não são: não são "reencarnações"; não são homens ou mulheres alados; não são "lugares" nos quais se sente a Presença do Criador; não são como gnomos ou duendes; não são uma espécie de "energia" nem tampouco algum tipo de fumaça branca.
Apesar de tudo, é preciso dizer que também se pode encontrar informação confiável na rede. Um dos artigos de valor que encontramos na internet é o de P. B. Celestino que, em relação a isso, dizia:
“A humanidade no seu conjunto parece obedecer a uma espécie de 'lei do bêbado': depois de uma queda para a direita, procura compensá-la inclinando-se para a esquerda, e acaba caindo nessa direção. Assim, às épocas de racionalismo exacerbado e míope, seguem-se outras em que proliferam as mais tresloucadas fantasias e crendices, e a doutrina sobre os anjos está entre as que mais facilmente se prestam a essas deformações. O nosso tempo inclui-se entre as segundas, a julgar pelo número de 'caricaturas' deformadas desses seres não-humanos, ― sob a forma de duendes, gnomos, espíritos 'desencarnados', deidades e extraterrestres, ― que se misturam inextricavelmente nas estantes das livrarias e lojas de bibelôs, bem como nas cabeças de alguns…”
Muito bem dito.
O Calendário Litúrgico Católico celebra duas festas angélicas, uma no dia 29 de setembro, – a Festa dos Três Arcanjos, S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, – e outra a 2 de outubro, – a Festa dos Anjos da Guarda. Mas, afinal, quem são os anjos?
Talvez o Concílio da Igreja que mais se dedicou a explicar a doutrina sobre os anjos foi o de Latrão IV, do ano 1215. Neste se afirmou, num contexto de profissão da fé, que os anjos foram criados por Deus desde o inicio do tempo. No caso dos demônios, o Concilio diz que foram anjos criados bons, que se fizeram maus pelo uso de seu livre arbítrio. Evidentemente, houve pronunciamentos magisteriais sobre os anjos antes desta data, por exemplo, o do Papa Zacarias, no ano 745, que rejeitou os vários nomes dos anjos, ficando somente com os de Miguel, Gabriel e Rafael, já que são os únicos mencionados pela Sagrada Escritura. O Concilio de Aix-la-Chapelle, no ano 789, fez o mesmo.
O testemunho das Sagradas Escrituras
A palavra anjo vem do grego angelos, que serviu para traduzir a palavra hebraica mal’ak, que, de maneira geral, significa “mensageiro”. O que nos diz a Bíblia Sagrada sobre os anjos? Bastante. Em resumo:
• Os anjos são filhos de Deus (cf. Jó 1,6; 2,1);
• São protetores dos homens (cf. Sl 90,11);
• Vivem nos Céus (cf. Mt 28,2);
• São de natureza espiritual (cf. 1 Re 22,19-21; Dn 3,86; Hb 1,14);
• Há anjos bons e anjos maus (cf. Zc 3,1);
• Sabemos que existem os Serafins (cf. Is 6), Querubins (cf. Gn 3,24; Ex 25,22; Ez 10,1-20), Tronos, Dominações, Potestades e Principados (cf. Cl 1,16), Virtudes (cf. Ef 1,21), Arcanjos (cf. 1 Ts 4,15-16; Judas 9) e os anjos que cuidam dos indivíduos (cf. Tb 5; Sl 90,11; Dn 3,49s; Mt 18,10).
• Os anjos são filhos de Deus (cf. Jó 1,6; 2,1);
• São protetores dos homens (cf. Sl 90,11);
• Vivem nos Céus (cf. Mt 28,2);
• São de natureza espiritual (cf. 1 Re 22,19-21; Dn 3,86; Hb 1,14);
• Há anjos bons e anjos maus (cf. Zc 3,1);
• Sabemos que existem os Serafins (cf. Is 6), Querubins (cf. Gn 3,24; Ex 25,22; Ez 10,1-20), Tronos, Dominações, Potestades e Principados (cf. Cl 1,16), Virtudes (cf. Ef 1,21), Arcanjos (cf. 1 Ts 4,15-16; Judas 9) e os anjos que cuidam dos indivíduos (cf. Tb 5; Sl 90,11; Dn 3,49s; Mt 18,10).
Os Evangelhos dizem que os anjos contemplam a Face de Deus (Mt 22,30;
18,10) e que se alegram pela conversão dos homens (Lc 15,10). Dizem
ainda que eles levaram o corpo de Lázaro ao seio de Abraão (Lc 16,22).
Em relação aos três Arcanjos:
• Gabriel, seu nome significa “Deus é Força”, aparece em Dn 8,16; 9,21; Lc 1,19.26;
• Miguel, seu nome significa “Quem (é ou pode ser) como Deus?”,
aparece em Dn 10,13.22; 12,1; Jud 9; Ap 12,7. São Miguel é o Padroeiro
de toda a Igreja;
• Rafael, seu nome significa “Deus Cura”, aparece em Tb 3,25.
A hierarquia angélica e as relações com os seres humanos
Segundo S. Tomás de Aquino, a Luz Divina é comunicada aos Anjos de
maneira hierárquica, graduada e ordenada, da primeira Hierarquia até a
última. A palavra "hierarquia", neste caso, significa Principado
Sagrado; a palavra "Principado" compreende duas realidades: o próprio
Príncipe e a multidão ordenada sob ele. O Principado Sagrado, entendido
no seu significado pleno e perfeito, designa toda a multidão das
criaturas racionais e chamadas a participar das coisas santas sob o
Governo Único de Deus, Príncipe supremo e Rei soberano de toda esta
multidão. Não há uma classificação total e e uniformemente definida na
Igreja sobre os Nove Coros dos Anjos. A de Dionísio Aeropagita e a do
Papa São Gregório permanecem a referência.
A distinção mais divulgada de uma hierarquia entre os anjos aparece na obra De Coelesti Hierarquia (Sobre a Hierarquia Celeste), atribuído a Dionísio, o Areopagita, datada entre os séculos IV e V. Nesta, os anjos são "classificados" em três Ordens, cada uma formada por três Coros, num total de nove Coros Angélicos: Serafins, Querubins e Tronos fazem parte da primeira hierarquia dos anjos; Dominações, Virtudes e Potestades formam a segunda hierarquia; os Principados, os Arcanjos e os Anjos (como os de guarda) estariam na terceira. Todos esses anjos têm, como resume o teólogo francês J. Daniélou, duas funções: louvar a Trindade Santíssima e guardar e defender tudo o que é de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica diz que os anjos são criaturas pessoais,
ou seja, dotadas de inteligência e vontade; são imortais, porque
puramente espirituais, e superam em perfeição as criaturas visíveis (CIC
§330). A perfeição dos anjos não permite, no entanto, que eles
penetrem nossas consciências; temos que manifestar-lhes as nossas
necessidades, mas basta falar com eles mentalmente, e nos entenderão. O
fato de os anjos serem pessoas nos faz ver que são capazes de relações
de amizade e de fraternidade com pessoas humanas. Os santos anjos são
nossos amigos. Seria bom se cultivássemos essa amizade frequentemente,
conversando com eles, pedindo a sua proteção e agradecendo seus favores.
Nessas angélicas relações amistosas, o nosso anjo da guarda ocupa o
primeiro posto: é o anjo que mais deveria ser tratado por nós.
A Primeira Hierarquia: Serafins – Querubins – Tronos
Representa Deus nas suas Perfeições mais íntimas: Amor ardente, Luz viva, Santidade inalterável.
A Segunda Hierarquia: Dominações – Virtudes – Potestades
Representa Deus na sua Soberania sobre todas as criaturas: Poder sem limites, Força irresistível, Justiça imutável.
A Terceira Hierarquia: Principados – Arcanjos – Anjos
Representa Deus nas suas ações: sábio Governo, sublimes Revelações, constantes testemunhos de Bondade.
A devoção aos anjos não contraria a centralidade de Cristo
Todos os anjos estão ao serviço de Cristo, e é uma honra para eles
servir a Jesus e a todos os seres humanos por amor ao Deus Uno e Trino. O
Catecismo da Igreja destaca esse serviço humilde e eficaz a Cristo e a
toda a Igreja (Cat. 333-335).
Os santos foram muito devotos dos anjos. São Josemaría Escrivá, por exemplo, deixava que o seu anjo da guarda contasse o número de orações e mortificações que ele ia fazendo, tinha-o presente nos trabalhos apostólicos que realizava, chamava-o “Relojoeirinho” (porque era muito pontual em despertar-lhe e até consertou-lhe um relógio numa ocasião!), dedicava as terças-feiras a tratá-lo mais intensamente, rezava ao anjo da guarda de alguém com quem queria conversar ou escrever-lhe uma carta; viu o Opus Dei no dia 2 de outubro de 1928, Festa dos Anjos da Guarda; confiou os diversos trabalhos dessa nova fundação a cada um dos arcanjos. O livro “Caminho”, um verdadeiro clássico moderno da espiritualidade cristã católica, indica nove pontos seguidos à devoção aos anjos. Como São Josemaría, poderíamos elencar vários outros santos cuja devoção aos anjos nos anima a ser mais amigos desses celestes espíritos.
Os santos foram muito devotos dos anjos. São Josemaría Escrivá, por exemplo, deixava que o seu anjo da guarda contasse o número de orações e mortificações que ele ia fazendo, tinha-o presente nos trabalhos apostólicos que realizava, chamava-o “Relojoeirinho” (porque era muito pontual em despertar-lhe e até consertou-lhe um relógio numa ocasião!), dedicava as terças-feiras a tratá-lo mais intensamente, rezava ao anjo da guarda de alguém com quem queria conversar ou escrever-lhe uma carta; viu o Opus Dei no dia 2 de outubro de 1928, Festa dos Anjos da Guarda; confiou os diversos trabalhos dessa nova fundação a cada um dos arcanjos. O livro “Caminho”, um verdadeiro clássico moderno da espiritualidade cristã católica, indica nove pontos seguidos à devoção aos anjos. Como São Josemaría, poderíamos elencar vários outros santos cuja devoção aos anjos nos anima a ser mais amigos desses celestes espíritos.
Os anjos estão presentes na Liturgia da Igreja, muito especialmente
quando a Santa Missa é celebrada. Os textos litúrgicos fazem referências
a esses celestes adoradores de Deus. O “Glória a Deus nas alturas” foi
uma oração entoada por eles (cfr Lc 2,13-14). As Orações Eucarísticas,
na sua primeira parte (prefácios), terminam “com os anjos e os arcanjos e
com todos os coros celestiais” cantando o hino da glória de Deus que é o
“Santo, Santo, Santo”, Hino dos Serafins (cf. Is 6).
Na Oração Eucarística I ou Cânon Romano, a Oferenda é levada ao Deus Todo-Poderoso “per manus sancti angeli”, ou seja, pelas mãos do santo anjo. São Beda dizia que “da mesma maneira que vemos como os anjos rodeavam o Corpo do Senhor no sepulcro, devemos crer que estão fazendo a corte a Jesus na consagração”.
Na Oração Eucarística I ou Cânon Romano, a Oferenda é levada ao Deus Todo-Poderoso “per manus sancti angeli”, ou seja, pelas mãos do santo anjo. São Beda dizia que “da mesma maneira que vemos como os anjos rodeavam o Corpo do Senhor no sepulcro, devemos crer que estão fazendo a corte a Jesus na consagração”.
Enfim, toda a vida do novo Povo de Deus, que é a Igreja do Deus vivo,
recebe a proteção dos anjos. Nós, membros da Igreja, podemos e devemos
intensificar a nossa devoção a esses celestiais guardiões da nossa fé,
esperança e caridade, do nosso trabalho pela causa de Deus e do nosso
caminho rumo ao Céu. Sejamos gratos aos nossos anjos da guarda e,
sobretudo, agradeçamos ao Senhor por esses angélicos companheiros.
Referências bíblicas
• Gênesis 3, 24: Querubins;
• Isaías 5, 2: Serafins;
• Ezequiel 10, 3: Querubins e Tronos;
• Daniel: Miríades Angélicas, Gabriel e Miguel;
• Tobias: Rafael;
• 2 Macabeus: Exércitos Celestes, Miguel;
• 1 Tessalonicenses 4, 16: Arcanjo;
• Romanos 8, 38: Anjos, Principados, Potestades;
• 1 Coríntios 15, 24: Principados, Dominações, Potestades;
• Efésios 1,21: Principados, Potestades, Virtudes, Senhorias ou Dominações;
• Efésios 3, 10: Dominações e Potestades celestes;
• Efésios 6, 12: Principados e Potestades;
• Colossenses 1, 15: Tronos, Dominações, Principados e Potestades;
• Colossenses 2, 10: Principados e Potestades;
• Colossenses 2, 15: Principados e Potestades;
• 1 Pedro 3, 22: Anjos, Principados e Potestades;
• Judas 9: Arcanjo Miguel;
• 2 Pedro 10, 11: as Glórias;
• Hebreus 12, 22: exército incontável de Anjos;
• Apocalipse: os Sete Anjos, Miguel, os Vigilantes, etc.
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Fonte:
Adaptado do artigo do Pe. Françoá Costa, disponível em
Adaptado do artigo do Pe. Françoá Costa, disponível em
http://www.presbiteros.com.br/site/o-misterio-dos-anjos-quem-sao-eles/
Acesso 25/11/014
Acesso 25/11/014
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Referência bibligráfica:
• A. VACANT, “Ange”, in F. VIGOUROUX (ed.), Dictionaire biblique, I,1 A, Paris : Letouzei et Ané, 1895, pp. 576-590.
• A. V. de PRADA, O Fundador do Opus Dei (3 volumes), São Paulo: Quadrante, 2004.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 325-336.
• F. F. CARVAJAL, Antología de textos para hacer oración y para la predicación, Madrid: Palabra, 1983, pp. 85-95.
• J. DANIÉLOU, O Mistério do Advento, RJ: Agir, 1958.
P. B. CELESTINO, Os anjos, São Paulo: Quadrante.
• O artigo de P. B. CELESTINO, “Os anjos e o nosso anjo” se encontra em http://www.quadrante.com.br/ sessão “artigos >> doutrina e teologia” (visitada no dia 26/09/2010). • P. M. GALOPIN, “Ángel”, in P.-M. BOGAGERT e outros (responsáveis), Diccionario Enciclopédico de la Biblica, BARCELONA: HERDER, 1993, 73-76.
• A. V. de PRADA, O Fundador do Opus Dei (3 volumes), São Paulo: Quadrante, 2004.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 325-336.
• F. F. CARVAJAL, Antología de textos para hacer oración y para la predicación, Madrid: Palabra, 1983, pp. 85-95.
• J. DANIÉLOU, O Mistério do Advento, RJ: Agir, 1958.
P. B. CELESTINO, Os anjos, São Paulo: Quadrante.
• O artigo de P. B. CELESTINO, “Os anjos e o nosso anjo” se encontra em http://www.quadrante.com.br/ sessão “artigos >> doutrina e teologia” (visitada no dia 26/09/2010). • P. M. GALOPIN, “Ángel”, in P.-M. BOGAGERT e outros (responsáveis), Diccionario Enciclopédico de la Biblica, BARCELONA: HERDER, 1993, 73-76.