Bíblia, Igreja Católica e aborto
- Não encontraremos na Bíblia a palavra ‘aborto’, porque Deus é o doador da vida e não da morte. Deus é quem está na origem da vida de cada pessoa:
“Sim! Pois tu formaste os meus rins, tu me teceste no seio materno.
Eu te celebro por tanto prodígio e me maravilho com tuas maravilhas!
Conhecias até o fundo do meu ser: meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda.
Teus olhos viram meu embrião. No teu livro estão inscritos os dias que foram fixados e cada um deles nele figura.” Salmo 138, 13-16
“Diz o Senhor: antes que no seio fosse formado, eu já te conhecia;
antes do teu nascimento, eu já te havia consagrado” Jr 1,5
“Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança estremeceu no seu seio.” Lc 1,41
Textos para consulta: Gn 1,27; Ex 20,13, 1ªSamuel 2,6, Lc 1,15; Gálatas 1,15.
- A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.
- O diagnóstico pré-natal é moralmente licito se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual. Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto.
Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte.
- A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave.
A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão pelo próprio fato de cometer o delito, e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia.
Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao ‘inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade. CIC-Catecismo da Igreja Católica 2270-2275
- Diante da orientação de Deus e da Igreja Católica concluímos que:
* Deus é o autor da vida e ninguém tem o direito de tirá-la.
* O Aborto é uma falta grave e caso ocorra e houve arrependimento é matéria de Confissão para o pai, a mãe, o instigador e o causador do aborto.
* O aborto faz duas vitimas: por certo a criança, mas também a mãe. DA469
Quando começa a vida no ponto de vista da medicina
Jérôme Lejeune, Francês, Doutor em Medicina, em Ciências, pesquisador em Genética e ganhador de prêmios nesta área, testemunha:
- A biologia moderna ensina que os ancestrais são unidos aos seus descendentes por um liame material contínuo, pois é da fertilização da célula feminina (o óvulo) pela célula masculina (o espermatozóide) que emerge um novo individuo da espécie humana.
A vida tem uma longa história, mas cada individuo tem o seu inicio muito preciso: o momento da sua concepção.
- Desde que os 23-cromossomos do pai se juntam aos 23 cromossomos da mãe, está coletada toda a informação genética necessária e suficiente para exprimir todas as características inatas do novo individuo; assim o novo individuo começa a se exprimir logo que foi concebido.
- É difícil crer, embora esteja acima de qualquer dúvida, que toda a informação genética, necessária e suficiente para construir nosso corpo e até o nosso cérebro possa ser resumida a tal ponto que seu substrato material possa subsistir na ponta de uma agulha.
- Mais impressionante ainda é a complexa soma de informação genética por ocasião do amadurecimento das células reprodutoras, a tal ponto que cada concepto recebe uma combinação inteiramente original, que nunca se produziu antes e que não se reproduzirá tal qual no futuro.
Cada concepto é único e insubstituível.
Texto resumido do Livro: “Católico pode ou não pode”, Pe.Alberto Gambarini
Para pensar
- Se alguém tivesse matado sua mãe, você existiria?
- Se uma criança em casa ou na rua não pode ser agredida, porque então, querem consentir que uma criança seja assassinada no útero materno?
- Todos os dias nos noticiários ouvimos falar de assassinatos, qual a diferença do assassinato no útero materno, o aborto?
- Muitas entidades lutam pelos direitos e salvação dos animais e das árvores; não seria mais digno ainda a luta pela salvação das crianças desde o seio materno?
- Não seria contra-senso festejar as crianças em torno do bolo de festa, e ao mesmo tempo, conspirar contra a vida de outra criança no útero da mãe?
- Se a sociedade repele a ação do “Esquadrão da morte” que assassinam bandidos, não seria uma contradição aprovar o aborto que assassina uma criança inocente no útero materno?
- Qual a diferença da morte antes ou depois de vir a luz? Assassinar no seio da mãe ou fora dele?
“Este é o meu corpo” Mt 26, 26-29
- As mesmas palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo usou para salvar o mundo são usadas por alguns para promover o aborto? “Este é o meu corpo”
- Quando o Senhor Jesus tomou o pão, o abençoou, o partiu e o deu a seus discípulos, dizendo: “Este é o meu corpo, que será entregue por vós”, estava pensando em que aconteceria no dia seguinte, quando entregaria aquele mesmo corpo na cruz.
- Ele sacrifica a si mesmo para que nós vivamos.
- Ele entrega o seu corpo para destruir o poder do pecado e da morte.
- Ele nos transforma em parte do seu corpo.
E como resultado, nos admite na sua vida e no seu Reino.
- Em contrapartida, os que promovem o aborto dizem: “Este é o meu corpo, não interfiram nele! É meu, e posso fazer com ele o que quiser, até o ponto de matar a nova vida que está dentro dele. Tudo está subordinado ao meu domínio sobre o meu corpo”.
“Este é o meu corpo”. Mesmas palavras, resultados opostos:
Cristo entrega o seu corpo para que outros vivam; os que promovem o aborto reivindicam seu corpo para que outros morram.
- Entregando o seu corpo, Cristo nos mostra o sentido do amor: sacrifico-me para o bem do outro. O aborto representa o oposto do amor:sacrificar o outro para o meu beneficio.
Nós não encontramos a felicidade e a realização eliminando outros do caminho, mas cedendo a outros o caminho.
O Papa João PauloII afirma:
“Jesus, que não veio para ser servido, mas para dar a sua vida em resgate por muitos”, alcança na cruz a plenitude do amor. “Ninguém tem maior amor de quem dá a vida para os seus amigos.” E Ele morreu por nós, mesmo sendo pecadores” Mc 10,45; Jo 15,13. Desse modo proclama que a vida encontra o seu centro, o seu sentido e a sua plenitude quando se entrega.
- Também nós somos chamados a dar a nossa vida para os irmãos, realizando desse modo em plenitude de verdade o sentido e o destino da nossa existência.
- “Este é o meu corpo”. Não é por acaso que as mesmas palavras se usem para propósitos diferentes. Aqui se trata de um conflito espiritual.
Nós, os Católicos que acreditamos no dom da vida e da salvação, ganharemos na nossa vida e no mundo, vivendo as Palavras de Jesus na entrega da nossa própria vida por amor.