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O SILÊNCIO ESCOLA DE SANTIDADE E HUMILDADE




Entre as qualidades humanas, ou virtudes, é possível incluir o silêncio? Pode ser uma virtude? Não sendo evidente, pode ser considerado abaixo das virtudes?[1]

O silêncio é a atitude primordial do homem diante do Mistério, precede e também acompanha os acontecimentos mais relevantes da vida para uma compreensão dos mesmos. É o silêncio que faz parte ao mesmo tempo do sentimento e do raciocínio. É a base inicial do dialogo. O Shemá Israel, “Escuta Israel, o Senhor nosso Deus é somente um” (Dt 6,4) é um chamado ao silêncio para poder escutar.

Em primeiro lugar, o silêncio é como um espelho no qual podemos ver melhor nós mesmos; penetra no íntimo do nosso ser.

O silêncio é escola de santidade que nos dá a graça de entender o sentido e o mistério da vida, da nossa vocação.

O silêncio é escola de humildade que permite de ver nítido as nossas limitações, de ouvir, sentir as nossas fraquezas, obscurecidas por causa do clamor do mundo. Se este sufoca também a nossa liberdade, com o silêncio o nosso ser é exaltado porque se manifesta como realmente é.

Por meio dele voltamos às nossas origens, o passado nos mostra inexoravelmente as derrotas mais que os sucessos.

O silêncio é uma terapia contra o mal do nosso tempo: gritar para aparecer. As aparências, segundo certo farisaísmo, precisam ser apresentadas como realidades e virtudes: por esta razão se mostram, se gritam e se exaltam qualidades inexistentes sufocando o silêncio, que nos leva a uma melhor consciência de nós; ou pior se escondem mentiras, defeitos impondo um falso silêncio. Em ambos os casos temos um uso deforme do silêncio, segundo a conveniência.

É no silêncio que podemos entender o Absoluto e o Infinito, ao contrário do contingente dado pela sua ausência.

A parábola do fariseu e do publicano é exemplificativa: um multiplicando palavras e não observando o silêncio, o outro dizendo o essencial no silêncio do arrependimento e da penitência.

O silêncio é fundamento para escutar, pensar, refletir, para encontrar a Palavra
eterna que ressoa desde a eternidade.

A Palavra eterna de Deus ressoa no silêncio do caos, prepara a vida e se torna plenitude de vida, prepara a Revelação do Amor: é a Palavra criadora, que ilumina dando a luz; “Deus disse ‘Haja a luz’, e houve luz” (Gn 1,3).

A Palavra do Pai, o Verbo, conhece também o silêncio aqui na terra: Jesus que se retira para rezar nos indica a necessidade do silêncio, assim acontece antes da escolha dos Apóstolos.

O silêncio é necessário em nós diante de Deus: “Tibi silentium laus... – Para Ti o silêncio é louvor, ó Deus, em Sião” (Sl 65,1)[2]; “Silêncio em sua presença, terra inteira!” (Hab 2,20); “Silêncio diante do Senhor Iahweh” (Sf 1,7).

O Salmo 38,2.3.10 nos dá indicações sobre o silêncio: “Vigiarei minhas palavras...Eu fiquei silencioso...Eu me calei”.

O silêncio de Maria é quanto devemos imitar sendo modelo para nós:“Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração” (Lc 2,19). O silêncio para guardar e para meditar a História da Salvação, grande e majestosa, ao mesmo tempo simples para ser conservada no coração de uma pessoa.

O Santo Padre Papa Paulo VI - de venerável memória - afirmava que em Nazaré se pode colher uma lição de silêncio, "Essa admirável e indispensável condição do espírito....O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade...a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação...da oração que só Deus vê no segredo" (Alocução em Nazaré a 5 de Janeiro de 1964).
O silêncio de Maria, irmã de Marta, é necessário para poder escutar Jesus, é o silêncio da contemplação “...Maria ficou sentada aos pés do Senhor, escutando-lhe a palavra” (Lc 10,39). Marta por causa da sua agitação não sabe encontrar o silêncio.
Jesus mesmo indica a necessidade do silêncio “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo” (Mt 6,6).
É o silêncio que caracteriza a oração de Jesus: “Tendo despedido [as multidões], subiu ao monte, ao fim de orar a sós” (Mt 14,23); “Ele, porém, permanecia retirado em lugares desertos e orava” (Lc 5,16); “Naqueles dias, Ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus” (Lc 6,12).

O silêncio da Cruz – que brota das últimas palavras de Jesus “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito” (Lc 23,46) - continua a ser o mais forte e nos obriga a ser mais silenciosos, olhando para ela ou lembrando ela.
É o silêncio absoluto que gera a vida, que pode ser comparado com o silêncio
que precede a Criação. De fato na Cruz e na Ressurreição podemos ver a nova Criação. É o silêncio durante a consagração e na adoração eucarística, que nos põe diante do Mistério.

Saber conviver com a solidão é sinal de maturidade espiritual
Um dos grandes erros que cometemos, nos dias de hoje, no que diz respeito ao seguimento de Cristo e até mesmo ao exercício de alguma função é o não saber silenciar.
Você já parou para pensar como facilmente perdemos a concentração? Qualquer barulho, por mais simples que seja, nos tira o foco, chama a nossa atenção e nos desvia do objetivo.
 
Sobre o silencio de DeusJá não bastasse essa tendência natural, o mundo também tem nos estimulado nisso, pois tudo é muito “barulhento”: as músicas, os carros, a rua. Não “escutamos o silêncio”, não ouvimos a voz da natureza, não ouvimos nem mesmo o irmão que está ao nosso lado, que mora conosco, que trabalha no mesmo departamento, e ainda mais: não ouvimos a voz de Deus, que fala no silêncio. Já percebeu que quando chegamos em casa a primeira coisa que fazemos é ligar o televisor ou o aparelho de som?
 
Se não soubermos silenciar, não escutaremos a voz de Deus, não escutaremos o irmão, não escutaremos nem mesmo a nossa consciência, e é nesse ponto que o erro acontece, erro que pode modificar uma vida inteira.
 
Ah, como seria bom se aprendêssemos a silenciar, como fazem os monges, os eremitas, os santos, os estudiosos, os místicos! Homens e mulheres que se refugiam em locais especiais, que de especial estes têm o silêncio, a natureza, a solidão. E quando não há ninguém por perto encontramos a Deus, encontramos a nós mesmos, encontramos a todos.
O silêncio é a primeira canção que o ministro de música precisa ouvir. Saber conviver com a solidão é sinal de maturidade espiritual.
A princípio não é fácil lidar com o silêncio, temos dificuldades. Mas isso é de se esperar, pois não estávamos acostumados. No entanto, com disciplina e perseverança, tornamos o que não é natural em algo espontâneo.
 
Silencie! E ouça a mais bela voz de todas. Que voz é essa? Experimente silenciar!



Guardar o Silêncio



Santidade se alcança, também, no domínio da lingua

Lembro-me de que, quando seminarista, tinha a língua solta, não encontrava em mim forças para guardar segredos e frequentemente, mesmo não querendo, acabava revelando coisas que pessoas haviam confiado a mim. Estava no terceiro ano de Filosofia quando um dia - sinto que foi o Espírito Santo - me senti tocado de uma forma particular, de modo que um pensamento muito forte surgiu dentro de mim: "Eu preciso aprender a dominar a minha língua, pois se eu não for capaz de guardar segredo, quem é que vai ter a coragem de confiar em mim? Nem eu terei coragem de me confessar comigo mesmo".

E comecei a me exercitar no controle da minha língua. Graças a Deus, a luta continua, mas a vitória que Deus tem me concedido nessa área tem sido abundante. São Tiago 3 comenta: "Todos nós tropeçamos em muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito, capaz de refrear também o corpo todo. Ora, também a língua é um fogo! É o universo da malícia! Está entre os nossos membros contaminando o corpo todo e pondo em chamas a roda da vida, sendo ela mesma inflamada pelo inferno! Da mesma boca saem bênção e maldição! Ora, meus irmãos, não convém que seja assim".

Buscar o domínio da língua pelo silêncio é algo necessário. Santa Faustina nos exorta em muitas passagens do Diário a empreendermos esta luta: Diário 92: "Nos momentos em que muito sofro procuro calar-me, porquanto não confio na língua que, em tais momentos, tem a tendência de falar de si mesma, e ela deve me servir para glorificar a Deus por tantos bens e dons que ele me concedeu.Quando recebo a Jesus na Santa Comunhão, peço-lhe com fervor que se digne curar a minha língua incessantemente glorifique a Deus. Grandes são os erros cometidos pela língua. A pessoa não atingirá a santidade se não tomar cuidado com a sua língua".

Diário 118: "A língua é um membro pequeno, mas realiza grandes coisas. A religiosa que não sabe calar-se nunca atingirá a santidade, ou seja, jamais será santa. Que não se iluda - a não ser que através dela esteja falando o Espírito de Deus; neste caso, não é permitido calar-se. Mas, para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio na alma, isto é, com o recolhimento em Deus. Pode-se falar muito e não interromper o silêncio, e ao contrário pode-se falar pouco e sempre romper o silêncio. Oh! Que dano irreparável implica a inobservância do silêncio! Faz-se um grande mal ao próximo, porém ainda maior à própria alma".

Diário 171: "Luta para guardar silêncio. Como normalmente ocorre, para o retiro vêm Irmãs de diversas casas. Uma das Irmãs, que não tinha visto há muito tempo, veio à cela e disse-me que tinha algo para me dizer. Nada lhe respondi, e ela percebeu que eu não queria interromper o silêncio. E ela comentou: "Não sabia que a Irmã é tão esquisita," e saiu. Percebi que essa pessoa não tinha nada a tratar comigo, além de satisfazer a curiosidade egoísta. Ó Deus, ajudai-me a me manter fiel".

Pedir ao Senhor e lutar para guardar silêncio é algo que devemos fazer.

Santo Afonso Maria de Ligório ensina a importância do silêncio

 

1. O silêncio é um meio excelente para se alcançar o espírito da oração e para se habilitar para o trato ininterrupto com Deus. Dificilmente se encontrará uma pessoa verdadeiramente piedosa que fale muito.
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Todos que possuem o espírito de oração amam igualmente o silêncio, que é justamente chamado o conservador da inocência, um baluarte contra as tentações e uma fonte de oração, pois que o silêncio favorece o recolhimento e excita no coração bons pensamentos: ele obriga de certo modo a alma a pensar em Deus e nos bens celestes, como diz S. Bernardo (Ep. 78).
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Por essa razão todos os santos e mesmo aqueles que não viveram como anacoretas eram especiais amantes do silêncio.
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O profeta Isaías diz: “O silêncio cultivará na alma a justiça” (Is 32, 17). De um lado ele nos preserva de muitos pecados, removendo a ocasião de altercações, de difamações, rancor e curiosidade; de outro lado, nos auxilia a adquirir muitas virtudes.
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Como não se pratica admiravelmente a humildade quando se ouve modestamente e se guarda o silêncio, enquanto falam os outros; a mortificação, quando, desejando-se narrar algum episódio ou dizer algum chiste se abstém disso, calando-se; a mansidão, quando nada se responde sendo-se injustamente repreendido ou injuriado!
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O muito falar, pelo contrário, traz consigo muitos danos. Como se conserva a devoção pelo silêncio, assim também se perde pelo muito falar. Por mais que se esteja recolhido durante a oração, se depois não se vencer no falar, estar-se-á logo distraído como se não tivesse feito oração. Abrindo-se a tampa de uma estufa, o calor se evapora em curto prazo.
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“Evita o muito falar, admoesta S. Doroteu” (Doct. 24). É fora de dúvida que uma pessoa que fala muito com os homens pouco se entretém com Deus, e que Deus, por sua parte, pouco fala com ela; segundo suas próprias palavras, ele conduz a alma à solidão quando lhe quer dirigir a palavra: “Eu a conduzirei à solidão e lhe falarei ao coração” (Os 2, 14).
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Além disso, nos admoesta o Espírito Santo (Prov 10, 19): “No muito falar não faltará pecado”. Ainda que durante a conversação que se protrai sem necessidade, não se pense que se está cometendo falta, contudo, depois, em um sério exame de consciência, se descobrirá qualquer falta, quer por indiscrição, ou por curiosidade, ou, ao menos, por inútil tagarelice.
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Mas, que digo eu? Não é só de uma ou outra falta que nos tornamos culpados, quando falamos muito, mas de grande número delas. Segundo S. Tiago (Tg 3, 6) é a língua “um mundo de injustiças”; pois, como nota um sábio escritor, o maior número de pecados é ocasionado pelo falar ou pelo ouvir falar.
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Ah! quantas almas não se acharão, no dia do juízo, ente os condenados porque não guardaram sua língua! O pior é que aquele que se entrega à distração pelo intenso trato com as criaturas e pelo muito falar, não conhece suas faltas e, por isso, cai sempre mais profundamente. “O homem que fala muito, diz o salmista (Prov 139, 12), não será dirigido na terra”, e seguirá por mil desvios, sem que se possa esperar a sua emenda.
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Parece que alguns não podem viver sem prosear desde a manhã até à tarde: querem saber tudo o que acontece, incomodam-se com tudo e ainda perguntam que mal fazem com isso. A esses respondo: Deixai de falar tanto, procurai recolher-vos um pouco e conhecereis quantas faltas cometestes com vosso imoderado prosear.
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“Quem guarda a sua boca, guarda a sua alma”, diz o Sábio (Prov 13, 3). E São Tiago escreve: “Quem não peca por palavra é um homem perfeito” (Tg 3, 2).
Quem, por amor de Deus, pratica o silêncio, fará também com diligência a leitura espiritual, a meditação e a visita ao Santíssimo Sacramento. Oh! quanto ama Deus a uma alma que observa o silêncio!
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Principalmente se se mortifica no falar naquelas ocasiões em que sente um desejo especial para falar, por exemplo, depois de um longo retiro, em acontecimentos agradáveis ou desagradáveis.
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Quem costuma, porém, se difundir em conversas estará continuamente distraído e deixará facilmente a oração, a meditação e outros exercícios de devoção e perderá assim, pouco a pouco, o gosto por Deus e pelas coisas divinas.
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É impossível que aquele que não ama o silêncio, diz S. Maria Madalena de Pazzi, ache gosto nas coisas divinas; ele se lançará, mais cedo ou mais tarde, nos braços das alegrias mundanas.
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2. Contudo, a virtude do silêncio não consiste em nunca se abrir a boca para uma conversa, mas em se calar quando não há motivo razoável para se falar. Por isso diz Salomão (Ecle 3, 7): “Há tempo para se calar e tempo para falar”. Nota S. Gregório de Nissa que se fala primeiramente do tempo de se calar, porque pelo silêncio é que se aprende a arte de falar bem.
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Quando, pois, se deverá calar e quando deverá falar um cristão que deseja santificar-se? Ele deve calar-se quando não for necessário falar, e deve falar quando a necessidade ou a caridade o exigir.
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S. Crisóstomo (In ps. 140) estabelece a seguinte regra: “Só quando o falar for mais proveitoso que o calar-se é que se deve falar”. Com isso se harmoniza o conselho dado pelos mestres espirituais: “Cala-te ou fala de tal modo que o falar seja preferível ao silêncio”. S. Arsênio confessou que se arrependeu muitas vezes de ter falado e nunca de ter guardado o silêncio. Por isso S. Efrém aconselha a cada cristão:
“Fala muito com Deus e pouco com os homens” (Encom, in ps.).
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Pelo que farias muito bem, alma cristã, se guardasses o silêncio em certas e determinadas horas do dia e, para não encontrares ocasião de falar, te retirasses, durante esse tempo, para um lugar solitário. Se a obediência ou a caridade não to permitir, procura ao menos achar alguns momentos livres para te recolheres e reparares as faltas que cometeste em tuas conversações, pois o Sábio diz (Eclo 14, 14):
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“Não deixes passar uma partezinha do bem que te é concedido”. Se não puderes empregar para o Senhor mais tempo, consagra-lhe ao menos os curtos instantes que te estão à disposição e procura cortar toda conversação inútil sob qualquer oportuno pretexto.
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Se alguma vez em tua presença se pronunciar alguma palavra indecente, foge então sem demora ou, ao menos, abaixa os olhos e não dês resposta ou então dirige a conversa para outro assunto. Conversas mundanas deves procurar cortá-las quanto antes. S. Francisca Romana recebeu certa vez uma bofetada de seu anjo da guarda porque não deu outra direção a uma conversa de algumas senhoras que falavam sobre coisas fúteis.
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Para não faltares neste ponto, deves, antes de tudo, mortificar a tua curiosidade. O Abade João costumava dizer: Quem quiser refrear sua língua, deve tapar seus ouvidos, reprimindo o desejo de saber novidades.
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3. Se estiveres obrigada a falar, alma cristã, pondera bem primeiramente o que queres dizer: “Coloca tuas palavras na balança” (Eclo 28, 29), te diz o Espírito Santo.
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S. Bernardo diz que as palavras deveriam passar duas vezes pelo crivo da apuração antes de chegarem à língua, para que não se diga o que não é útil declarar. S. Francisco de Sales exprime o mesmo pensamento com outras palavras: “Para não se faltar, na conversa, se deveria ter a boca como que abotoada, para que se pudesse refletir, enquanto se desabotoasse, no que vai se falar”.
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Antes de falar deves, pois, ponderar:

1º. o que queres dizer - 
se, por exemplo, com isso não ofendes a caridade, a modéstia ou qualquer outro mandamento de Deus;
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2º. com que intenção falas - algumas vezes se diz alguma coisa boa, mas com má intenção, para se aparecer virtuoso ou então espirituoso;
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3º. com quem falas – se com um superior, ou com um igual, ou inferior; se na presença de adultos ou de crianças, que talvez poderiam escandalizar-se com tuas palavras;
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4º. como deves falar - pois é teu dever falar com simplicidade cristã, sem afetação; com humildade, evitando toda a expressão orgulhosa ou vaidosa; com mansidão, sem mostrar impaciência ou ofender o próximo; com discrição, sem querer ter sempre a primeira palavra, principalmente se fores mais moço que os outros; com modéstia, evitando interromper os demais.
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Além disso, deves falar com voz moderada e evitar todas as expressões e gestos que são próprios de um mundano. Finalmente, deves te abster de rir imoderadamente, pois isso de forma alguma está bem a uma pessoa que deseja viver piedosamente, como nota S. Basílio.
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Um riso moderado, porém, que denota a alegria do coração, não é nem contra a civilidade nem contra a piedade.
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Modéstia e alegria é o que deve luzir no procedimento de um bom cristão, e não melancolia e desalento, pois isso desonra a piedade e induz a crer que uma vida dedicada a Deus ocasiona, em vez de paz e alegria, unicamente tristeza e tribulações.
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O SILENCIO E OS SANTOS
“Sem a oração, a reflexão, a meditação, quem nos estimulará a amar o Senhor”? “Procurai viver sempre no silêncio e na esperança”
Santa Teresa de Ávila
 
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“Você sabe: eu não vejo o Sagrado Coração como todo mundo. Penso que o coração de meu Esposo é só meu como o meu é só dele, e lhe falo então na solidão desse delicioso coração a coração, esperando contemplá-lo um dia face a face”.
Santa Teresinha do Menino Jesus
 
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“Na solidão o Senhor nos fala”. “A meditação não é um meio para chegar a Deus, mas um fim. A finalidade da meditação é o amor a Deus e ao próximo”.
São Pio de Pietrelcina
 
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Três coisas se requerem para se guardar o recolhimento do espírito ou a contínua união da alma com Deus: a solidão, o silêncio e o andar na presença de Deus. Essas são aquelas três coisas que um anjo inculcou a S. Arsênio, dizendo-lhe: “Foge, cala-te e repousa”; com outras palavras: busca a solidão, guarda o silêncio e descansa em Deus, tendo sempre diante de ti o pensamento da sua presença.
Santo Afonso Maria de Ligório
 
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Cultivai o santo recolhimento, isto é, vivei em sociedade de vida, de união e de amor com Deus, com Nosso Senhor. O santo recolhimento é a raiz da árvore, a vida das virtudes e até do amor divino; é a força da alma concentrada em Deus para daí irromper-se e expandir-se. Que Nosso Senhor vos conceda esta Graça das graças.
São Pedro Julião Eymard
 
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SOLIDÃO
Doce solidão da alma… Que me leva a encontra-lo Jesus amado! Busco o silencio do mundo… Mas ele faz tanto barulho, tantos ruídos, tanta agitação…Carros com alto falantes pela rua…Gente que murmura, chora e grita em busca de paz!Vozes que insistem em falar, falar, sem nunca silenciar… Haaa… Se o mundo soubesse o valor do silencio que fala ao coração!O valor do deserto que me leva a encontrar-te !Pois vives em busca de corações que silenciem para ouvi-lo… Para senti-lo!E se o desejo do povo é vê-lo… Bastaria viver este silencio de contemplação, diante de sua presença eucarística… Que nos espera na calmaria da adoração! Haaa..doce silencio que fala…Silencia o mundo… Para que eu possa ouvi-lo… E dialogue contigo, sem abrir meus lábios… No dialogo da alma… E quando eu não encontrar nada pra dizer… Que as batidas do meu coração cantem louvores para ti!

solidão
Mas quando decidi voltar
Meu mundo abandonar
Pensei que nunca mais pudesses me aceitar
Me estendeste a Tua mão
Me deste o perdão
 
 
E nos Teus braços como um rei eu me senti 
Me deste a vida, me deste abrigo
Me deste colo como na primeira vez
Porque me amas, eu não entendo
Mas dos Teus braços eu não quero mais sair

HÓSTIA BRANCA QUE EU AMO!!!
hostia

Tu conheces minha estrema pequenez
não temes te baixar a mim
Venha ao meu coração
Hóstia Branca que eu amo
Ele suspira por ti, 
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Depois desta graça
quisera que a tua bondade me deixasse morrer de amor

PRECE
Ó Espírito Santo, dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora. Um coração desejoso de se tornar semelhante ao coração do Senhor Jesus, para amar a todos, servir a todos, sofrer por todos. Um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir com humildade e fidelidade à vontade divina.
Ó Virgem Maria, dai-me um coração disponível como o teu e ajudai-me a escutar a voz de Deus, guardando em meu coração a Sua Palavra e praticando na minha vida a Sua vontade.
Amém.
 
Virgem Maria,ensina-me a ser sempre mais de Deus!
(Sol)
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MAIOR RIQUEZA
 
Do teu seio, Virgem, sai a luz
Teu Bem-querer, Infante Santo,
Autor da vida, tua vida.
Tu, Senhora nossa, vem,
Introduz-me no teu seio também,
na intimidade do teu Filho Divino.
Ah, sejamos um…
 
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[1] Sendo o silencio um dado objetivo (ausência de som ou rumor), por extensão é um elemento da subjetividade, que determina ou não as condições para o seu realizar-se em atitude.
[2] “O gesto de fechar-se a boca com a mão para calar-se diante de Deus correspondia, na fé de Israel, a reconhecer sua grandeza. A tradução segue o texto hebraico”. La Bibbia Via Veritá e Vita – CEI (Conferenza Episcopale Italiana) - Milão, 2009


 HOJE LIVRE SOU!!!

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