Como as reformas culturais, sociopolíticas e econômicas de um país envolvem questões morais e, portanto, a religião e a salvação das almas, fazendo com que se boas forem as reformas um número maior de almas se salva, e se forem más maior número se condena, não posso deixar de manifestar-me alarmado com a atual condução dos destinos do Brasil.
Assistimos ao espezinhamento sistemático dos princípios morais e da família através de uma Revolução Cultural. Ela está não apenas destruindo o tecido social e as instituições do País, mas deformando as mentes de nossas crianças e de nossos jovens pelo ensino sistemático de doutrinas diametralmente opostas à verdade.
Nesse ensino malsão, os defensores da Pátria, da moralidade e do bem são apresentados como malfeitores, e os apátridas, os promotores da imoralidade e do mal são tidos como benfeitores. Se isso não for impedido, no final do caminho as crianças estarão colocando Deus entre os primeiros e Satanás entre os segundos, e passarão a preferir o Inferno ao Céu.
Assim sendo, e à vista dos poucos dias que nos separam do segundo turno da eleição, que decidirá quem será o nosso próximo Presidente, não posso, em consciência, deixar de me pronunciar.
Invoco para isso a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, cuja festa celebramos no dia 12 do corrente, pedindo-lhe que me inspire palavras justas que reflitam os ensinamentos de seu Divino Filho, que não precisam de licença para influir na sociedade temporal, pois tanto esta quanto a sociedade espiritual são suas filhas.
Se a fé, a esperança e a caridade devem mover um católico a promover o bem das almas e a boa ordem social, e também a lutar contra o descalabro moral que atualmente carcome a instituição da família, o que dizer de um sacerdote que por vocação foi chamado a guiar pela palavra e pelo exemplo o rebanho de Cristo?
Movido pelo desejo de instruir o público fiel, escrevi os livrosCatecismo contra o aborto e Homem e Mulher, Deus os criou,que vêm alcançando larga difusão. Nosso objetivo nessas obras foi salvar o Brasil da matança dos inocentes, configurado pela prática do aborto, bem como e do dito “casamento” homossexual, por constituírem “pecados que bradam aos Céus e pedem a Deus vingança”.
Com efeito, uma nação peca quando suas leis, seus costumes e sua cultura se contrapõem aos ensinamentos divinos e induzem seus habitantes a pecarem. E o que é o aborto senão uma matança covarde de inocentes indefesos no ventre materno? E o que é o “casamento” homossexual senão um pecado contra a natureza criada e querida por Deus para o bem de seus filhos?
O grande Santo Agostinho afirma que o pecado de uma nação deve ser punido aqui na Terra, pois ela não possui uma alma imortal, como sucede com os indivíduos, para ser punida depois da morte. Este foi o caso, por exemplo, de Sodoma e Gomorra, cuja ignomínia é claramente denunciada nas Sagradas Escrituras.
Como o amor de Deus se estende às nações, os pecados por eles cometidos acarretam grandes males para os seus habitantes. Devemos zelar neste momento pelo Brasil, em que estamos prestes a decidir a respeito de nossos próximos governantes.
O aborto e o “casamento” homossexual visam à destruição da família em terras brasileiras. Assim sendo, qualquer candidato que não se oponha à mencionada destruição da família, estará violando mandamentos do Decálogo — a Lei Divina — e princípios da própria Lei natural.
Na vida pública como na dos indivíduos, terríveis germes de deterioração se fazem notar por todos os lados. Eles colocam em sobressalto os espíritos lúcidos e vigilantes que almejam um Brasil autêntico e íntegro, sem corrupção, fiel à lei moral consignada nos mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, respeitadora da Lei natural.
Que Nossa Senhora Aparecida livre o Brasil dos maus políticos!
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Pe. David Francisquini é sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria — Cardoso Moreira (RJ).