por Taylor Marshall
No Capítulo XXVII da Confissão de Fé de Westminster (calvinista), lemos o seguinte:
IV. Há apenas dois sacramentos instituídos por Cristo nosso Senhor no Evangelho; que são, o Baptismo e a Ceia do Senhor: nenhum dos quais pode ser celebrado por qualquer pessoa, mas por um ministro da Palavra legitimamente ordenado.
Esta afirmação contradiz a Fé Católica de duas formas:
Primeiro, não há dois sacramentos "instituídos por Cristo" mas sete sacramentos e isto pode ser provado só pela Sagrada Escritura.
Em segundo lugar, há uma tradição antiga de que o sacramento do Baptismo pode ser administrado por leigos (em caso de perigo de morte) e não somente por "um ministro da Palavra legitimamente ordenado."
Vejamos o primeiro erro. Cristo instituiu dois ou sete sacramentos? É um facto óbvio que Cristo instituiu sete sacramentos na Nova Aliança. Isto tem sido confirmado uma e outra vez em Concílios, tanto no Oriente como no Ocidente.
Tal como aprendemos da epístola de S. Paulo aos Hebreus, a Nova Aliança baseia-se no juramento de Deus. Em hebreu, jurar é, literalmente, "fazer-se em sete ou ligar-se a si mesmo por sete coisas." Vejam שָׁבַע no léxico hebreu para detalhes. Portanto, devemos esperar que a Nova e Eterna Aliança tenha sete partes e seja ractificada por sete indicadores da aliança: os sacramentos.
É por isso que a Sagrada Escritura detalha a instituição de exactamente sete sacramentos:
1. Baptismo – Mt 28:19
2. Confirmação – João 16:7, João 7:39, Lucas 3:22, Actos 8:14-17; Heb 6:2
3. Eucaristia – Mt 26:26-29, Jo 6
4. Penitência – João 20:21-23
5. Extrema Unção – Mc 6:13, Tiago 5:14-15
6. Sagradas Ordens – Mt 26:26-29, Actos 6:3-6; 1 Tim. 3:1; 1 Tim. 3:8-9; 1 Tim. 4:14-16; 1 Tim. 5:17-19-22
7. Matrimónio – Jo 2, Mt 19:10-11; Ef 5:31-32
2. Confirmação – João 16:7, João 7:39, Lucas 3:22, Actos 8:14-17; Heb 6:2
3. Eucaristia – Mt 26:26-29, Jo 6
4. Penitência – João 20:21-23
5. Extrema Unção – Mc 6:13, Tiago 5:14-15
6. Sagradas Ordens – Mt 26:26-29, Actos 6:3-6; 1 Tim. 3:1; 1 Tim. 3:8-9; 1 Tim. 4:14-16; 1 Tim. 5:17-19-22
7. Matrimónio – Jo 2, Mt 19:10-11; Ef 5:31-32
Esta é a verdadeira fé dos Apóstolos, Padres e Doutores da Santa Igreja Católica. Mais, é evidente que são necessários mais de dois sacramentos. Se o baptismo nos lava dos nossos pecados, então como é que se absolvem os pecados pós-baptismais? Obviamente que isto requer o sacramento da Penitência (que, já agora, foi ensinado por Sto. Agostinho). Mais ainda, se a salvação depende em perseverar na hora da morte (e não o "uma vez salvo, salvo para sempre" ou outra coisa parecida), então deve haver um sacramento apontado para essa última hora - a Extrema Unção. Mais ainda, se o matrimónio deve ser dirigido pela Igreja e não pelo estado (uma heresia terrível de Lutero que levou ao debate reconhecido pelo estado do "casamento gay"), então o matrimónio tem que ser um sacramento. E assim por diante. As afirmações protestantes de "dois sacramentos" falham biblicamente e na prática.
Em segundo lugar, será verdade que o baptismo só pode ser administrado por "um ministro da Palavra legitimamente ordenado", como diz a Confissão de Fé de Westminster? Não, a Igreja Católica sempre disse que o baptismo pode ser ministrado por qualquer pessoa.
O baptismo sacramental é o meio pelo qual Cristo regenera a alma, lava do pecado original e incorpora a pessoa no Seu Corpo místico. Confere infalivelmente a graça. Cristo disse que a não ser que uma pessoa seja baptizada, não pode entrar no reino dos Céus (cf. Jo 3:3-5). E visto que Deus "quer que todos os homens se salvem" (1 Timóteo 2:4), dava jeito que este sacramento fosse administrado por qualquer pessoa e com um elemento que está disponível em todo o mundo - a água. Onde quer que haja humanos, há água. O desejo universal pela salvação da humanidade pode ser compreendido pela generosidade de Deus neste sentido.
Visto que o baptismo é necessário para a salvação, o Papa Gelásio I (Papa de 492 dC até 496) disse que os baptismos dos leigos e leigas eram válidos e aceites por Cristãos em todo o lado. A Sagrada Tradição até regista que o eunuco da Etiópia, baptizado por S. Filipe em Actos 8, trouxe o sacramento salvador do Baptismo para a Etiópia.
Concluindo, a teologia sacramental da Confissão de Fé de Westminster falha em apreciar aquilo que os Cristãos já acreditavam muito antes do século XVII - nomeadamente, que a economia sacramental de Cristo é mais generosa e completa do que os protestantes dizem e que o chamamento ao Baptismo é mais generoso e gracioso do que a Confissão de Fé de Westminster estipula.