Autores: Jon Talber / Ester de Cartago
Uma criança não possui disciplina, ou ordem interna, ou externa, nem segue regra alguma. As regras foram criadas para padronizar o modo de agir dos adultos, coisa que para elas ainda não faz o menor sentido. Ocorre que numa sociedade organizada, todos precisam seguir as regras, até como uma forma consensual de haver entendimento, para que não exista o caos nas relações humanas, e as leis de um meio ou nação, se cumpram.
Como ela ainda não possui identidade, ou preferências, ou ideais, ou compromissos sociais, ou objetivos de vida, toda sua energia está concentrada na sua imensa disposição para aprender. Aprender qualquer coisa; seja desordem ou ordem. E nesse processo, também aprenderá a ser impaciente ou paciente; a saber ouvir ou a ignorar aquilo que lhe está sendo dito.
Por isso mesmo, sua energia precisa ser direcionada da forma correta, de forma disciplinada e equilibrada, para as coisas práticas, que lhe serão úteis, e com menor intensidade, às atividades destinadas apenas a ajudar a passar o tempo. Nessa etapa, a depender do nível de conscientização do adulto que a assiste, ela aprende a ser naturalmente disciplinada, pela correta distribuição das atividades que lhe trarão frutos, no futuro.
A recreação, como a conhecemos, como é largamente praticada, apenas serve de meio para aumentar a indisciplina infantil, uma vez que se apóia na falta de objetivos claros, de metas diante das quais alguma coisa se reserve para o seu aprimoramento, para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao seu correto crescimento, motor e mental.
Sentar à frente de um aparelho de televisão, e passar horas e horas a assistir programas infantis, quando ali, nada de útil lhe será acrescentado, servindo apenas de incentivo à indolência e preguiça, é pura insensatez. E ali ela aprenderá os primeiros passos, no desenvolvimento de manias desnecessárias que só lhe servirão de guia para vícios e hábitos nocivos, necessidades fúteis, sem valor educativo nenhum para sua formação disciplinar e moral. Do mesmo modo, que comportamento podemos esperar dos nossos filhos, se da sua educação cuida alguém, cheio de vícios, manias, hábitos negativos, sem um correto conhecimento da psicologia infantil?
A disciplina de cada um existe quando aprendemos a colocar ordem em nossas atividades, e compromissos, e em qualquer tarefa com a qual estejamos envolvidos. Disciplina não é cumprimento de horários, ou obrigações, ou aceitação de certos padrões. Isso não passa de simples interesse pessoal, motivado, na maioria das vezes, pelo desejo se obter algum tipo de vantagem, ou evitar algum tipo de constrangimento, o que dá no mesmo.
A motivação pessoal, sem o desejo explícito por compensações, no cumprir de uma tarefa, pelo simples prazer de ver um trabalho, depois de iniciado, concluído, isso cria no indivíduo uma espécie de ordem interna, um sentimento de organização espontâneo, um compromisso para com ele mesmo. Desse compromisso nasce um forte desejo de ver seu trabalho realizado, daí surge a disciplina.
Esta ordem interna se aprende, quando lhes explicamos, porque devem fazer qualquer tarefa, por mais simples que possa inicialmente parecer. Mesmo que seja o calçar de uma meia, isso deve ficar claro para ela, o porquê está fazendo aquilo; qual a função, o que se espera como resultados, quais os benefícios daquela ação.
A delegação de tarefas simples, acaba por criar na criança, um forte sentimento de utilidade para si mesmo.
Se lhes explicamos tais coisas desde o principio, a disciplina motivada pela prática de castigos e recompensas, torna-se coisa sem fundamento, sem necessidade. Torna-se até um momento agradável, aquele saber, o conhecer do porque das necessidades de realizarmos uma tarefa. Assim ela pratica a coisa sabendo porquê o faz. Desse modo, tende a se auto-disciplinar no futuro.
Não podemos pensar como uma criança, nosso condicionamento já nos fez esquecer disso. Podemos estudar seus comportamentos, seu modo de pensar não. Estudar seus comportamentos não é a mesma coisa que saber como pensam, apesar de acharmos que sim. O condicionamento de uma criança é o mínimo, enquanto que o nosso já é o máximo. Pensamos de acordo com nossas experiências e aprendizado, não sabemos o que elas sabem, o que para elas é ou não lógico, portanto, não sabemos como pensam.
Descobrir as preferências de alguém, não significa que saibamos como pensam. O modo de pensar, determina, além das escolhas, aquilo que se imagina obter após essa escolha, e isso é impossível de se determinar através de deduções, especialmente quando de trata de uma criança. Ela possui um mínimo de informações em sua mente, e descobrir qual a lógica que emprega em suas escolhas, é para nós, sumariamente, impossível.
Mas, podemos conhecer o resultado de cada uma dessas escolhas com antecedência, o que para nós é uma vantagem. Isso vem através de nossa experiência de vida, coisa que elas ainda não possuem. Explicar-lhes o que pode acontecer após cada escolha, esse é o mais acertado caminho para ajudá-las a criar uma ordem lógica interna. Poderão facilmente comprovar aquilo que falamos, isso lhes dará a certeza de que estamos do seu lado.
Aprenderão assim que, a cada ação praticada, uma reação se mostrará como resultado. Poderão aos poucos aprender a dedução, que é a capacidade de ordenar de forma lógica os eventos que poderão levá-las a determinados caminhos, sempre a partir de suas escolhas, do modo como decidem.
Isso criará, internamente, em cada uma delas, um forte senso de disciplina. Primeiro pela lógica da causa e efeito, segundo por serem capazes de antecipar, baseadas nos eventos, ou escolhas, o que provavelmente lhes poderia acontecer. Planejamento é a coisa resultante de tal aprendizado, e sem planejamento, não existe disciplina.
O Sentimento de uma tarefa cumprida, aumenta aos mais elevados níveis sua auto-estima. Mas, inicialmente, um adulto de sua confiança, deverá colocar o ponto final, no cumprimento de cada tarefa que assumam. Apenas assim, elas também aprenderão como começar, e finalmente quando deverão dar por concluída uma coisa.
Este elevado sentimento de ser capaz de iniciar, desenvolver e finalmente concluir uma tarefa, cientes do seu esforço e dedicação pessoal, deverá ser sua eterna fonte de motivação. Isso praticamente anula, torna sem valor as recompensas usadas como meio de forçá-las a cumprir qualquer coisa. Tais prendas, enfraquece seu caráter, estimula a preguiça e o desejo de ganhar pela lei do menor esforço. Isso contribui de forma dramática para que sejam fracas de vontade, ambiciosas, se tornem dispostas a usar de meios ilícitos para vencer os obstáculos.
Uma criança que sempre precisa do estímulo de prêmios por tarefas cumpridas, mentalmente, jamais será criativa, nem solidária, nem comprometida com o bem estar da humanidade. Esse jovem, ou adulto, se relacionará com seus pares, apenas pela troca de favores pessoais, nunca haverá sentimento de cordialidade, afetividade, ou respeito entre eles.
Finalmente, que exemplo podemos dar aos nossos filhos e alunos, senão nossa própria postura, nosso modo coerente de falar e agir, onde aquilo que é dito se transforma na respectiva ação, e nunca em promessas vazias, que apenas lhes servem de modelo para a desordem interna, desordem essa que logo será mostrada ao mundo em forma de ações.
Uma criança não possui disciplina, ou ordem interna, ou externa, nem segue regra alguma. As regras foram criadas para padronizar o modo de agir dos adultos, coisa que para elas ainda não faz o menor sentido. Ocorre que numa sociedade organizada, todos precisam seguir as regras, até como uma forma consensual de haver entendimento, para que não exista o caos nas relações humanas, e as leis de um meio ou nação, se cumpram.
Como ela ainda não possui identidade, ou preferências, ou ideais, ou compromissos sociais, ou objetivos de vida, toda sua energia está concentrada na sua imensa disposição para aprender. Aprender qualquer coisa; seja desordem ou ordem. E nesse processo, também aprenderá a ser impaciente ou paciente; a saber ouvir ou a ignorar aquilo que lhe está sendo dito.
Por isso mesmo, sua energia precisa ser direcionada da forma correta, de forma disciplinada e equilibrada, para as coisas práticas, que lhe serão úteis, e com menor intensidade, às atividades destinadas apenas a ajudar a passar o tempo. Nessa etapa, a depender do nível de conscientização do adulto que a assiste, ela aprende a ser naturalmente disciplinada, pela correta distribuição das atividades que lhe trarão frutos, no futuro.
A recreação, como a conhecemos, como é largamente praticada, apenas serve de meio para aumentar a indisciplina infantil, uma vez que se apóia na falta de objetivos claros, de metas diante das quais alguma coisa se reserve para o seu aprimoramento, para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao seu correto crescimento, motor e mental.
Sentar à frente de um aparelho de televisão, e passar horas e horas a assistir programas infantis, quando ali, nada de útil lhe será acrescentado, servindo apenas de incentivo à indolência e preguiça, é pura insensatez. E ali ela aprenderá os primeiros passos, no desenvolvimento de manias desnecessárias que só lhe servirão de guia para vícios e hábitos nocivos, necessidades fúteis, sem valor educativo nenhum para sua formação disciplinar e moral. Do mesmo modo, que comportamento podemos esperar dos nossos filhos, se da sua educação cuida alguém, cheio de vícios, manias, hábitos negativos, sem um correto conhecimento da psicologia infantil?
A disciplina de cada um existe quando aprendemos a colocar ordem em nossas atividades, e compromissos, e em qualquer tarefa com a qual estejamos envolvidos. Disciplina não é cumprimento de horários, ou obrigações, ou aceitação de certos padrões. Isso não passa de simples interesse pessoal, motivado, na maioria das vezes, pelo desejo se obter algum tipo de vantagem, ou evitar algum tipo de constrangimento, o que dá no mesmo.
A motivação pessoal, sem o desejo explícito por compensações, no cumprir de uma tarefa, pelo simples prazer de ver um trabalho, depois de iniciado, concluído, isso cria no indivíduo uma espécie de ordem interna, um sentimento de organização espontâneo, um compromisso para com ele mesmo. Desse compromisso nasce um forte desejo de ver seu trabalho realizado, daí surge a disciplina.
Esta ordem interna se aprende, quando lhes explicamos, porque devem fazer qualquer tarefa, por mais simples que possa inicialmente parecer. Mesmo que seja o calçar de uma meia, isso deve ficar claro para ela, o porquê está fazendo aquilo; qual a função, o que se espera como resultados, quais os benefícios daquela ação.
A delegação de tarefas simples, acaba por criar na criança, um forte sentimento de utilidade para si mesmo.
Se lhes explicamos tais coisas desde o principio, a disciplina motivada pela prática de castigos e recompensas, torna-se coisa sem fundamento, sem necessidade. Torna-se até um momento agradável, aquele saber, o conhecer do porque das necessidades de realizarmos uma tarefa. Assim ela pratica a coisa sabendo porquê o faz. Desse modo, tende a se auto-disciplinar no futuro.
Não podemos pensar como uma criança, nosso condicionamento já nos fez esquecer disso. Podemos estudar seus comportamentos, seu modo de pensar não. Estudar seus comportamentos não é a mesma coisa que saber como pensam, apesar de acharmos que sim. O condicionamento de uma criança é o mínimo, enquanto que o nosso já é o máximo. Pensamos de acordo com nossas experiências e aprendizado, não sabemos o que elas sabem, o que para elas é ou não lógico, portanto, não sabemos como pensam.
Descobrir as preferências de alguém, não significa que saibamos como pensam. O modo de pensar, determina, além das escolhas, aquilo que se imagina obter após essa escolha, e isso é impossível de se determinar através de deduções, especialmente quando de trata de uma criança. Ela possui um mínimo de informações em sua mente, e descobrir qual a lógica que emprega em suas escolhas, é para nós, sumariamente, impossível.
Mas, podemos conhecer o resultado de cada uma dessas escolhas com antecedência, o que para nós é uma vantagem. Isso vem através de nossa experiência de vida, coisa que elas ainda não possuem. Explicar-lhes o que pode acontecer após cada escolha, esse é o mais acertado caminho para ajudá-las a criar uma ordem lógica interna. Poderão facilmente comprovar aquilo que falamos, isso lhes dará a certeza de que estamos do seu lado.
Aprenderão assim que, a cada ação praticada, uma reação se mostrará como resultado. Poderão aos poucos aprender a dedução, que é a capacidade de ordenar de forma lógica os eventos que poderão levá-las a determinados caminhos, sempre a partir de suas escolhas, do modo como decidem.
Isso criará, internamente, em cada uma delas, um forte senso de disciplina. Primeiro pela lógica da causa e efeito, segundo por serem capazes de antecipar, baseadas nos eventos, ou escolhas, o que provavelmente lhes poderia acontecer. Planejamento é a coisa resultante de tal aprendizado, e sem planejamento, não existe disciplina.
O Sentimento de uma tarefa cumprida, aumenta aos mais elevados níveis sua auto-estima. Mas, inicialmente, um adulto de sua confiança, deverá colocar o ponto final, no cumprimento de cada tarefa que assumam. Apenas assim, elas também aprenderão como começar, e finalmente quando deverão dar por concluída uma coisa.
Este elevado sentimento de ser capaz de iniciar, desenvolver e finalmente concluir uma tarefa, cientes do seu esforço e dedicação pessoal, deverá ser sua eterna fonte de motivação. Isso praticamente anula, torna sem valor as recompensas usadas como meio de forçá-las a cumprir qualquer coisa. Tais prendas, enfraquece seu caráter, estimula a preguiça e o desejo de ganhar pela lei do menor esforço. Isso contribui de forma dramática para que sejam fracas de vontade, ambiciosas, se tornem dispostas a usar de meios ilícitos para vencer os obstáculos.
Uma criança que sempre precisa do estímulo de prêmios por tarefas cumpridas, mentalmente, jamais será criativa, nem solidária, nem comprometida com o bem estar da humanidade. Esse jovem, ou adulto, se relacionará com seus pares, apenas pela troca de favores pessoais, nunca haverá sentimento de cordialidade, afetividade, ou respeito entre eles.
Finalmente, que exemplo podemos dar aos nossos filhos e alunos, senão nossa própria postura, nosso modo coerente de falar e agir, onde aquilo que é dito se transforma na respectiva ação, e nunca em promessas vazias, que apenas lhes servem de modelo para a desordem interna, desordem essa que logo será mostrada ao mundo em forma de ações.