Pular para o conteúdo principal

Padre a serviço da destruição da Igreja


DUAS SEMANAS se passaram. Depois de muito refletir, antes de optar (da maneira mais santa, caridosa e católica) entre manter o silêncio – para não escandalizar ainda mais as pobres almas fiéis dos nossos tempos, já tão massacradas – e aderir com coragem, ao grupo dos que vêm denunciando abertamente o inimigo infiltrado, resolvemos, afinal, com plena convicção, pela segunda. O texto abaixo, de Catarina Maria B. de Almeida, que reproduzimos abaixo, esclarece à perfeição de que caso estamos tratando agora (entre colchetes, algumas observações nossas).



Fieis de todo o Brasil escandalizaram-se com as preces, que pediam “que a ofensiva homofóbica, fundamentalista e histérica presente no Congresso Nacional seja enfrentada com ousadia e serenidade pelo ascenso das causas libertárias”, numa clara apologia às bandeiras LGBTs.

Vale a pena registrar que em nenhum momento eles se demonstraram constrangidos pelo escândalo dos fieis. A Associação IPDM, “Igreja, Povo de Deus em Movimento”, ligada à paróquia, chegou a lançar um comunicado, dizendo terem publicado “a oração dos fieis feita no Ofício Divino em celebração a Nossa Senhora do Carmo”, mas, “a paróquia, o padre e todos os fieis da comunidade foram atacados sumariamente por fundamentalistas católicos”!?

Pe. Paulo Sérgio Bezerra
As preces são de autoria do padre (?) Paulo Sérgio Bezerra, pároco da referida Paróquia, padre da Diocese de São Miguel Paulista. Não se trata, porém, de uma defesa isolada. O mesmo sacerdote escreveu uma apologia "teológica" à homossexualidade, publicada em duas partes (se tiver estômago forte, leia aqui a primeira parte).

A tese principal que o tal "padre" defende é a de que “catolicismo e ‘homoafetividade’ historicamente se confrontaram e se antepuseram. Por este binômio se acenderam ‘fogueiras de inquisição’ e ‘fogueiras de discussões’, na maioria das vezes produzindo algozes e vítimas. A 'teologia' da libertação se propõe a debatê-lo”.

[E quem mais se proporia a tal? Rápida observação: a tal 'teologia' da libertação já não foi refutada e repetidamente condenada como grave heresia pela Igreja, especialmente por S. João Paulo II e Bento XVI? Como pode um padre, que supostamente estaria em plena comunhão com Roma, defender assim abertamente uma heresia, em pleno seio da Igreja??]

Contudo, a tal Associação não se limita a uma defesa teórica. Parte para a militância, e com objetivos muito claros! Agora, num vídeo (abaixo) encontrado no site do Câmara de Vereadores do Município de São Paulo, as intenções deste Movimento tornam-se escancaradamente públicas.


Um senhorito chamado Eduardo Brasileiro apresentou-se num Seminário organizado pelo Movimento LGBT e outras entidades, explicando quem é e o que quer a tal Associação “Igreja, Povo de Deus em Movimento”:

É um Movimento dentro da Igreja Católica que quer lutar a partir dos direitos humanos por umarefundação dos dogmas e das concepções católicas dentro da sua estrutura de poder. Isso não é fácil, mas tem quinze paróquias da Zona Leste de São Paulo que comungam dessa ideia.

O vídeo é chocante: além de confrontar nominalmente os Cardeais Arcebispos de São Paulo e do Rio de Janeiro, o rapaz enaltece a blasfema representação do travesti crucificado.

Esta é uma tática usada para destruir a Igreja. Para instrumentalizá-la, grupos inimigos se infiltram, com o objetivo de a irem demolindo aos poucos, desde dentro. É o mesmo caso, por exemplo, das “Católicas pelo Direito de Decidir”. Como confessou a sua fundadora, Frances Kisslling, o objetivo de sua associação era erodir a moral católica desde dentro da Igreja para minar a resistência anti-abortista, visto que a teologia moral católica era a mais articulada e oferecia argumentos sólidos contra a Cultura da Morte. Nas próprias palavras de Kisslling,

As pessoas neste país questionaram a legalidade do aborto, mas de tal maneira que não questionaram o tema da moralidade. A incapacidade de tratar esta questão no nível moral é uma grave ameaça para o sucesso a longo prazo do movimento em favor do aborto. Você nunca realmente irá vencer definitivamente se a questão da moralidade for levantada. Se nós, como movimento, tivermos que tratar de moralidade na questão do aborto, nós perderemos, porque o discurso moral é controlado pelos homens e pela religião, e é construído contra as mulheres. O argumento dos bispos diz que o aborto é um assassinato, que abortar é matar e que a vida começa na concepção. Mas é esta perspectiva católica o lugar certo onde começar o trabalho, porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, se você puder refutar a posição católica, você refutou todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos realmente têm declarações tão bem definidas sobre a personalidade, quando a vida começa, fetos e etc. Assim, se você derrubar a posição católica, você ganha.

Pois bem, algo precisa ser feito [por nós, fiéis católicos]. E é urgente!

A tal associação “Igreja, Povo de Deus em Movimento” apresenta-se com a mesmíssima finalidade: destruir o dogma católico desde dentro, enganando o povo com a pregação de um falso evangelho, em franca dissonância com a doutrina da Igreja, para promover a agenda de grupos anti-católicos, como o LGBT e outras entidades claramente ligadas aos lobbies contra a vida e contra a família.

O Código de Direito Canônico diz: “Quem se inscreve em alguma associação que maquina contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações seja punido com interdito” (c.1374). – Sobretudo, afirma: “O apóstata da fé, o herege ou o cismático incorre em excomunhãolatæ sententiæ” (c.1364) e, “pelo próprio direito”, isto é, sem que haja necessidade da intervenção da autoridade eclesiástica, “perde o ofício” (c.194). “A remoção só pode ser urgida”, acrescenta o cânon, “por declaração da autoridade competente” (c.194§2), isto é, somente a autoridade eclesiástica pode exigir as consequências materiais da perda do ofício, mas a perda em si se dá simplesmente por força do direito, independentemente da intervenção da autoridade competente.

[Em outras palavras, a pura realidade dos fatos é que estamos lidando com hereges excomungados fantasiados de sacerdotes, e servidores do diabo, ainda que sem a clara intenção de sê-lo, disfarçados de leigos católicos ativistas, aqui]

As razões teológicas destas determinações canônicas são claras se considerarmos a constante Tradição da Igreja, exemplificada, entre muitíssimas outras fontes, na Encíclica Mystici Corporis(Pio XII). Como aí ensina o Pontífice, “nem todos os pecados, embora graves, são de sua natureza tais que separem o homem do Corpo da Igreja como fazem os cismas, a heresia e a apostasia” (Pio XII, S.S., Mystici Corporis, 29.6.1943, n.22).

Em outras palavras, pelo pecado mortal, geralmente falando, o cristão perde a Graça santificante, a virtude da caridade, todas as demais virtudes e dons do Espírito Santo, mas ele continuará com a virtude da fé, que nele permanecerá morta, e ele mesmo se tornará um membro morto da Igreja, conservando-se ele próprio, porém, membro do Corpo Místico de Cristo, ainda que morto. – Mas quando alguém peca contra a fé, caindo em heresia, perde a virtude da fé e deixa de ser membro do Corpo Místico de Cristo. Não é mais sequer um membro morto da Igreja; já não faz parte dela, sequer é mais cristão. Obviamente, se alguém não pertence mais à Igreja, menos ainda se pode conceber como possa exercer nela um ofício pelo qual teria que governar os demais na fé. Com intervenção da autoridade competente ou sem ela, tem a perda do ofício apenas pelo próprio direito. À autoridade caberá somente exigir juridicamente as conseqüências materiais da perda, como a remoção física do ofício e a substituição por outro.

Aplicando-se ao caso real, o Pe. Paulo Sérgio Bezerra abraça flagrantemente a heresia, e de modo consciente, pondo-se em franco desacordo com a Sagrada Escritura e com a Doutrina da Igreja, que consideram a prática da homossexualidade pecado grave; está automaticamente excomungado e perde, ipso facto, seu ofício eclesiástico e sua condição de membro da Igreja.

Também esta malfadada Associação, conspirando contra a Igreja, deve ser denunciada e suprimida, seus membros devem ser admoestados a retificarem suas posições e, caso permaneçam nelas, deve-se declarar também a sua excomunhão por flagrante heresia.

Os fieis católicos têm o dever de denunciar estes usurpadores às autoridades eclesiásticas, e estas têm o dever de intervir, aplicando a lei da Igreja.

Como ensina Santo Tomás, os fiéis não devem usar de tolerância para com aqueles que na Igreja ensinam e difundem erros contra a fé, e que por isso mesmo já não mais pertencem a ela.

“Quando há perigo à fé”, diz Santo Tomás:

Os fiéis devem corrigir até os seus pastores. Por isso, São Paulo, que era súdito de São Pedro, por causa de um perigo imediato de escândalo sobre a fé, o corrigiu publicamente; e, como diz Agostinho na Glosa, ‘o próprio São Pedro deu exemplo aos maiores ao não rejeitar ser corrigido mesmo pelos inferiores, por ter abandonado o caminho reto” (Tomás de Aquino, S. Suma Teológica, IIa-IIæ, q. 33, a. 4, ad 1um).

* * *

Encerra-se aqui a reprodução do valoroso texto de Catarina Maria B. de Almeida. Alguns dias após o ocorrido, e após a reação provocada pela divulgação do vídeo em questão e do folheto pró-LGBT de sua autoria, o "padre" Paulo Sérgio Bezerra declarou: “Não voltamos mais atrás”, deixando claro que fez do apoio ao movimento anticatólico a bandeira do seu falso sacerdócio. Disse ele ao “Jornal da Cidade”: “São poucos os padres com coragem de tocar nesses assuntos. Sempre fui assim, mas, com esse papa, sinto mais tranquilidade de que não serei punido”.

Finalizamos com o pedido a nossos leitores que escrevam ao bispo de São Miguel Paulista, ao Núncio Apostólico do Brasil e aos dicastérios da Cúria Romana exigindo intervenção imediata neste caso gravíssimo. Os fieis católicos estão fartos de impostores como estes falando em nome da Igreja.


Dom Manuel Parrado Carral, bispo diocesano de São Miguel Paulista
Rua José Dias Miranda, 100 – São Miguel Paulista
08011-020 – São Paulo – SP
• Tel.: (11) 2297.8611
• Fax: (11) 2297.0539
• E-mails: dommanuel@terra.com.br – diocesesaomiguel@terra.com.br – smigueld@terra.com.br

NUNCIATURA APOSTÓLICA
Excelência Reverendíssima Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico
Av. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ CEP 70401-900 Brasília – DF
• Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
• Fones: (61) 3223 – 0794 ou 3223-0916
• Fax: (61) 3224 – 9365
• E-mail: nunapost@solar.com.br

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ
Eminência Reverendíssima Dom Gerhard Ludwig Müller
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
• E-mail: cdf@cfaith.va – Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
Eminência Reverendíssima Dom Robert Sarah
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede
• Tel. 06-6988-4316
• Fax: 06-6969-3499
• E-mails: cultidiv@ccdds.va – vpr-sacramenti@ccdds.va

____
Fonte:
Fratres in Unum, DENÚNCIA: Paróquia de Itaquera a serviço da destruição da Igreja, disp. em
fratresinunum.com/2015/06/25/denuncia-paroquia-de-itaquera-a-servico-da-destruicao-da-igreja/

Postagens mais visitadas deste blog

Símbolos e Significados

A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo