Líderes da Igreja católica o consideram imoral. Grupos de combate à violência doméstica denunciam que ele glorifica perigosamente a violência sexual contra as mulheres. Críticos literários e de cinema afirmam que ele não tem uma história discernível nem razão suficiente para existir.
No entanto, “Cinquenta Tons de Cinza” quebrou recordes de bilheteria, arrecadando 81,7 milhões de dólares nos três primeiros dias de exibição. É a segunda maior estreia de todos os tempos para um mês de fevereiro, atrás apenas de “A Paixão de Cristo” (83,9 milhões de dólares, em 2004). É um ligeiro alívio saber que mais gente se viu atraída pelo sacrifício de Cristo do que por um filme sadomasoquista. Ainda assim, o fenômeno da atração exercida por “Cinquenta Tons de Cinza” desperta preocupações quanto à atual capacidade humana de discernimento entre o nocivo e o saudável.
Para avaliar a partir de mais um ponto de vista os elementos moralmente criticáveis do filme, dentro de uma cultura que já constitui em si mesma um desafio moral, fui entrevistar o pe. Patrick (nome fictício), sacerdote católico e exorcista que exerce o seu ministério pastoral nos Estados Unidos, junto com uma equipe de três membros auxiliares.
O pe. Patrick é pároco e foi designado exorcista diocesano há cinco anos, depois de ter passado seis em formação como auxiliar de um exorcista experiente. Os membros da sua equipe de libertação, que estavam presentes no momento da entrevista, o apoiam orando por ele enquanto o padre luta contra as forças demoníacas que atormentam as pessoas que o procuram para pedir ajuda. Todos os participantes da entrevista pediram que a sua identidade fosse mantida em sigilo, devido à natureza do seu trabalho pastoral.
Confira os comentários feitos por eles durante a nossa conversa:
Pe. Patrick: Quando você vai ver um filme como este [Cinquenta Tons de Cinza], você fica aberto àquilo que está sendo promovido. A mensagem que atinge você acaba chegando ao seu coração. Ela deforma o coração e interfere nos seus relacionamentos. As pessoas estão gostando, dizem que o filme é mera recreação, mas o filme zomba da criação de Deus.
Equipe auxiliar: “Recreação” evoca um “recriar”, mas o que este filme faz é profanar. Ele zomba do que Deus criou. Veja só o espírito de ironia: o personagem principal se chama Christian Grey. “Christian”, cristão. Ele não age como cristão. E “Grey”, cinza. Tons de cinza? Não há tons de cinza no cristão verdadeiro; é tudo ou nada. É tipicamente diabólico tentar nos convencer de que existe uma área cinzenta entre o certo e o errado. Na Missa, nós celebramos o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, nas missas negras, o sacrifício é ridicularizado e virado do avesso. O que é sagrado é profanado. O sexo, no casamento, é um presente sagrado de Deus. No filme, o sexo é contrário à virtude e à castidade e contrário à criação natural de Deus.
Pe. Patrick: Nós somos filhos de Deus. Se nós assistimos a filmes que promovem o mal, nos expomos a uma ladeira escorregadia, onde a mente perde a capacidade de discernir o que é certo ou errado, o que é limpo ou imundo. Estamos falando de uma guerra espiritual. Eu acho que isso acontece também com os filmes de vampiros, por exemplo. Por que as pessoas gostam? Que tipo de espírito elas estão acolhendo em sua vida? Sugadores de sangue? É o contrário do que é santo, luminoso, positivo. É entrar num mundo de trevas, em que algo está morto e morto para sempre. As pessoas estão se deixando seduzir por uma escuridão em sua vida. E os relacionamentos delas não vão se tornar melhores desse jeito.
No entanto, “Cinquenta Tons de Cinza” quebrou recordes de bilheteria, arrecadando 81,7 milhões de dólares nos três primeiros dias de exibição. É a segunda maior estreia de todos os tempos para um mês de fevereiro, atrás apenas de “A Paixão de Cristo” (83,9 milhões de dólares, em 2004). É um ligeiro alívio saber que mais gente se viu atraída pelo sacrifício de Cristo do que por um filme sadomasoquista. Ainda assim, o fenômeno da atração exercida por “Cinquenta Tons de Cinza” desperta preocupações quanto à atual capacidade humana de discernimento entre o nocivo e o saudável.
Para avaliar a partir de mais um ponto de vista os elementos moralmente criticáveis do filme, dentro de uma cultura que já constitui em si mesma um desafio moral, fui entrevistar o pe. Patrick (nome fictício), sacerdote católico e exorcista que exerce o seu ministério pastoral nos Estados Unidos, junto com uma equipe de três membros auxiliares.
O pe. Patrick é pároco e foi designado exorcista diocesano há cinco anos, depois de ter passado seis em formação como auxiliar de um exorcista experiente. Os membros da sua equipe de libertação, que estavam presentes no momento da entrevista, o apoiam orando por ele enquanto o padre luta contra as forças demoníacas que atormentam as pessoas que o procuram para pedir ajuda. Todos os participantes da entrevista pediram que a sua identidade fosse mantida em sigilo, devido à natureza do seu trabalho pastoral.
Confira os comentários feitos por eles durante a nossa conversa:
Pe. Patrick: Quando você vai ver um filme como este [Cinquenta Tons de Cinza], você fica aberto àquilo que está sendo promovido. A mensagem que atinge você acaba chegando ao seu coração. Ela deforma o coração e interfere nos seus relacionamentos. As pessoas estão gostando, dizem que o filme é mera recreação, mas o filme zomba da criação de Deus.
Equipe auxiliar: “Recreação” evoca um “recriar”, mas o que este filme faz é profanar. Ele zomba do que Deus criou. Veja só o espírito de ironia: o personagem principal se chama Christian Grey. “Christian”, cristão. Ele não age como cristão. E “Grey”, cinza. Tons de cinza? Não há tons de cinza no cristão verdadeiro; é tudo ou nada. É tipicamente diabólico tentar nos convencer de que existe uma área cinzenta entre o certo e o errado. Na Missa, nós celebramos o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, nas missas negras, o sacrifício é ridicularizado e virado do avesso. O que é sagrado é profanado. O sexo, no casamento, é um presente sagrado de Deus. No filme, o sexo é contrário à virtude e à castidade e contrário à criação natural de Deus.
Pe. Patrick: Nós somos filhos de Deus. Se nós assistimos a filmes que promovem o mal, nos expomos a uma ladeira escorregadia, onde a mente perde a capacidade de discernir o que é certo ou errado, o que é limpo ou imundo. Estamos falando de uma guerra espiritual. Eu acho que isso acontece também com os filmes de vampiros, por exemplo. Por que as pessoas gostam? Que tipo de espírito elas estão acolhendo em sua vida? Sugadores de sangue? É o contrário do que é santo, luminoso, positivo. É entrar num mundo de trevas, em que algo está morto e morto para sempre. As pessoas estão se deixando seduzir por uma escuridão em sua vida. E os relacionamentos delas não vão se tornar melhores desse jeito.
Podemos ver a ação do diabo toda vez que os papéis e relações sadias são atacados. Com os pecados da carne, isso ataca, em última análise, a própria pessoa. Os pecados da imoralidade sexual são cometidos contra a pessoa mesma, no interior do corpo. Do ponto de vista religioso, todos os nossos contatos físicos, toda a nossa respiração, todo pensamento que desenvolvemos nos leva para mais perto ou para mais longe de Deus.
Pe. Patrick: A pornografia na internet está a apenas seis cliques de distância do satanismo. Existe uma associação entre a pornografia e o mal. Existem cultos sexuais satânicos.
Equipe auxiliar: Nos cultos sexuais, as pessoas são atraídas pela curiosidade, mas a questão avança para o que elas se dispõem a fazer contra a virtude e contra a moralidade. O nível depende do que elas estão dispostas a fazer para diminuir a dignidade de outra pessoa.
Pe. Patrick: [Os filmes nocivos e a pornografia] vão contra o caminho da santidade. Eles abrem as pessoas a essa maneira de pensar. Começamos a justificar o pecado e, pouco a pouco, o nosso filtro não consegue mais discernir entre a santidade e o mal. Em vez de perguntar o que há de errado com um filme, eu pergunto de modo positivo: ele é redentor?
Pe. Patrick: A pornografia na internet está a apenas seis cliques de distância do satanismo. Existe uma associação entre a pornografia e o mal. Existem cultos sexuais satânicos.
Equipe auxiliar: Nos cultos sexuais, as pessoas são atraídas pela curiosidade, mas a questão avança para o que elas se dispõem a fazer contra a virtude e contra a moralidade. O nível depende do que elas estão dispostas a fazer para diminuir a dignidade de outra pessoa.
Pe. Patrick: [Os filmes nocivos e a pornografia] vão contra o caminho da santidade. Eles abrem as pessoas a essa maneira de pensar. Começamos a justificar o pecado e, pouco a pouco, o nosso filtro não consegue mais discernir entre a santidade e o mal. Em vez de perguntar o que há de errado com um filme, eu pergunto de modo positivo: ele é redentor?
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