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Ludwig von Mises (1881-1973)


ludwig.jpg"A economia lida com os problemas fundamentais da sociedade; é do interesse de todos e pertence a todo mundo. Ela é o estudo principal e natural de cada cidadão."
Um dos mais notáveis economistas e filósofos do século XX, Ludwig von Mises, no curso de uma longa e altamente produtiva vida, desenvolveu uma ciência dedutiva e integrada para se entender a economia, baseada no axioma fundamental de que seres humanos individuais agem propositadamente para atingir as metas desejadas. Mesmo que sua análise econômica fosse "livre de juízo de valor" -- no sentido de simplesmente descrever as coisas, dizer como elas são, sem defender nenhum ponto de vista em particular , Mises concluiu que a única política econômica viável para a raça humana seria uma política de laissez-faire irrestrito, de livre mercado e de respeito total aos direitos de propriedade privada, com o governo estritamente limitado a defender a pessoa e a propriedade dentro de sua área territorial.
Mises foi capaz de demonstrar que (a) a expansão do livre mercado, a divisão do trabalho, e o investimento de capital privado é o único caminho possível para a prosperidade e o sucesso contínuo da raça humana; (b) o socialismo seria desastroso para a economia moderna porque a ausência de propriedade privada da terra e de bens de capital impediria qualquer tipo de precificação racional, ou de estimativa de custos, e (c) a intervenção governamental, além de obstruir e arruinar o mercado, seria contra-produtiva e acumulativa, levando inevitavelmente ao socialismo, a não ser que todo o tecido intervencionista fosse repelido.
Mantendo essas visões, e se apegando indomitamente à verdade em um século crescentemente devotado ao estatismo e ao coletivismo, Mises se tornou famoso por sua "intransigência" em insistir em um padrão-ouro não inflacionário e no laissez-faire.
Efetivamente impedido de exercer qualquer cargo universitário pago na Áustria e depois nos Estados Unidos, Mises seguiu seu curso nobremente. Como conselheiro econômico chefe do governo austríaco nos anos de 1920, Mises foi solitariamente capaz de diminuir a inflação na Áustria; e ele desenvolveu seu próprio "seminário particular" que atraiu os notáveis jovens economistas, cientistas sociais, e filósofos de toda a Europa. Como fundador da "Escola Neo-Austríaca" de economia, a teoria dos ciclos econômicos de Mises -- que dizia que a culpa por inflações e depressões era dos créditos bancários inflacionários encorajados pelos Bancos Centrais , foi adotada pela maioria dos jovens economistas da Inglaterra no início dos anos 1930 como a melhor explicação para a Grande Depressão.
Tendo ido para os EUA, fugindo dos nazistas, Mises fez neste país uns de seus mais importantes trabalhos. Em mais de duas décadas lecionando, ele inspirou uma emergente Escola Austríaca nos EUA. No ano após a morte de Mises em 1973, seu seguidor mais distinto, F.A. Hayek, foi laureado com o Prêmio Nobel de economia por seu trabalho, no qual ele elaborou a teoria dos ciclos econômicos de Mises durante o fim dos anos 1920 e início dos anos 1930.
Mises nasceu em 29 de Setembro de 1881 na cidade de Lemberg (atualmente Lvov) na Galícia, onde seu pai, um vienense que era engenheiro de construção e trabalhava nas ferrovias austríacas, havia sido enviado a trabalho. Tanto o pai quanto a mãe de Mises vieram de proeminentes famílias vienenses; o tio de sua mãe, Dr. Joachim Landau, serviu como deputado pelo Partido Liberal no Parlamento austríaco.
Entrando na Universidade de Viena na virada do século como um esquerdista intervencionista, o jovem Mises descobriu o livro de Carl Menger, Princípios de Economia Política (Principles of Economics), o trabalho fundador da Escola Austríaca de economia, e foi rapidamente convertido à ênfase austríaca na ação individual ao invés da crença de que equações mecanicistas irrealistas são a verdadeira unidade de análise econômica. Consequentemente, Mises também passou a enxergar a importância de uma economia de livre mercado.
Mises se tornou um proeminente aluno de pós-doutorado nos famosos seminários da Universidade de Viena dados pelo grande economista austríaco Eugen von Böhm-Bawerk (dentre as suas grandes realizações está a refutação devastadora da teoria do valor-trabalho marxista).
Durante esse período, em seu primeiro grande trabalho, The Theory of Money and Credit (A Teoria da Moeda e do Crédito), de 1912, Mises executou aquela que era considerada uma tarefa impossível:  integrar a teoria da moeda na teoria geral da utilidade marginal e dos preços (o que hoje seria chamado de integrar a "macroeconomia" na "microeconomia.") Posto que Böhm-Bawerk e seus outros colegas austríacos não aceitaram essa integração feita por Mises e, portanto, permaneceram sem uma teoria monetária, ele, Mises, foi obrigado a tomar uma ação enérgica e, com isso, fundou a escola "neo-austríaca."
Em sua teoria monetária, Mises ressuscitou o princípio, há muito esquecido, da Escola Britânica da Moeda (British Currency School), que havia predominado até os anos 1850, que dizia que a sociedade não se beneficia em nada de qualquer aumento na oferta monetária, que um aumento da moeda e do crédito bancário apenas causam inflação e ciclos econômicos, e que, por isso, a política governamental deveria manter o equivalente a um padrão-ouro de 100 por cento.
A esse insight, Mises adicionou os elementos da sua teoria dos ciclos econômicos: que a expansão creditícia feita pelos bancos, além de causar inflação, torna as depressões inevitáveis porque essa expansão leva aos chamados "maus investimentos", isto é, induz os empresários a sobreinvestir em bens de capital de "ordens mais altas" (maquinaria, construção, etc.) e a subinvestir em bens de consumo.
O problema é que esse crédito bancário inflacionário, quando emprestado aos negócios, vem sob o disfarce de uma pseudo-poupança, e faz os empresários crerem que há mais poupança disponível para investir na produção de bens de capital do que os consumidores estão genuinamente dispostos a poupar. Assim, um boom inflacionário requer uma recessão para a sua cura, que se torna um processo doloroso porém necessário, pelo qual o mercado liquida os investimentos errados e restabelece a estrutura de investimentos e produção que melhor satisfaz as preferências e demandas do consumidor.
Mises e seu seguidor Hayek desenvolveram essa teoria dos ciclos durante os anos 1920, pela qual Mises foi capaz de alertar a um mundo desavisado que a amplamente proclamada "Nova Era" de prosperidade permanente dos anos 1920 era uma fraude, e que seu inevitável resultado seria uma corrida aos bancos e depressão. Quando Hayek foi convidado por Lionel Robbins, um influente ex-aluno dos seminários particulares de Mises, a lecionar na London School of Economics, em 1931, ele foi capaz de converter a maioria dos economistas ingleses mais jovens a essa perspectiva. Em rota de colisão com John Maynard Keynes e seus discípulos em Cambridge, Hayek demoliu a obra de Keynes, O Tratado Sobre a Moeda (Treatise on Money), mas perdeu a batalha e a maioria de seus seguidores para a onda da Revolução Keynesiana que varreu a economia mundial depois da publicação da Teoria Geral em 1936.
As receitas políticas para os ciclos econômicos prescritas por Mises e Hayek eram diametralmente opostas às de Keynes. Durante o período de expansão (o boom period), Mises aconselhava um fim imediato a todo o crédito bancário e expansão monetária; e, durante uma recessão, ele defendia um estrito laissez-faire, permitindo que as forças reajustadoras da recessão pudessem trabalhar o mais rápido possível.
Não apenas isso: para Mises, a pior forma de intervenção seria a de fazer aumentar preços ou salários, causando desemprego, e a de aumentar a oferta monetária, ou aumentar o gasto governamental, como forma de estimular o consumo. Para Mises, a recessão era um problema de poupança escassa e consumo excessivo, e seria importante, por isso, estimular a poupança e a frugalidade ao invés de se fazer o oposto; deveria, também, haver um corte de gastos do governo, ao invés de aumentá-los. Fica claro que, de 1936 em diante, Mises era totalmente contrário à moda que dominava a política macroeconômica mundial.
vonmises.jpgO socialismo-comunismo havia triunfado na Rússia e em grande parte da Europa durante e depois da Primeira Guerra Mundial, e Mises foi impelido a publicar seu famoso artigo, "Economic Calculation in the Socialist Commonwealth" (Cálculo Econômico na Comunidade Socialista), em 1920, no qual ele demonstrou que seria impossível para um conselho planejador socialista planejar um sistema econômico moderno; mais ainda, nenhuma tentativa de "mercados" artificiais funcionaria, já que um genuíno sistema de preços e custos requer uma troca de títulos de propriedade, e, portanto, requer a propriedade privada dos meios de produção.
Mises desenvolveu o artigo transformando-o em seu livroSocialismo (Socialism), de 1922, uma abrangente crítica filosófica e sociológica, bem como econômica, que ainda permanece como a demolição mais minuciosa e devastadora do socialismo já escrita. Socialismo afastou da ideologia socialista muitos economistas e sociólogosproeminentes, incluindo Hayek, o alemão Wilhelm Ropke, e o inglês Lionel Robbins.
Nos EUA, a publicação da tradução em inglês de Socialismo, em 1936, atraiu a admiração do notável jornalista da área econômica Henry Hazlitt, que escreveu sobre o livro no New York Times, e converteu um dos mais proeminentes e letrados comunistas da América  J.B. Matthews, seu companheiro de viagem no período -- para uma posição misesiana. Com isso, Matthews acabou se opondo a todas as formas de socialismo.
Os socialistas de toda a Europa e dos EUA se preocuparam com o problema do cálculo econômico sob o socialismo por aproximadamente quinze anos, quando finalmente anunciaram que o problema estava solucionado com a promulgação do modelo de "socialismo de mercado" do economista polonês Oskar Lange, em 1936. Lange voltou para a Polônia depois da Segunda Guerra Mundial para ajudar a planejar o comunismo polonês. O colapso do planejamento socialista, na Polônia e nos outros países comunistas em 1989, deixou os economistas de todo o espectro ideológico que eram favoráveis ao Establishment, e que haviam acreditado na "solução" de Lange, totalmente atordoados.
Alguns socialistas proeminentes, como Robert Heilbroner, tiveram a elegância de admitir publicamente que "Mises estava certo" desde o início (a frase "Mises estava certo" foi o título de um painel no encontro anual, em 1990, da Southern Economic Association (Associação Econômica do Sul) em Nova Orleans).
Se o socialismo era uma catástrofe, a intervenção governamental não tinha como dar certo, e inevitavelmente levaria ao socialismo. Mises elaborou essa introspecção no seu livro Uma Crítica ao Intervencionismo (Critique ofInterventionism), de 1929, e expôs sua filosofia política de liberalismo laissez-faire em Liberalismo  segundo a tradição clássica (Liberalism), de 1927.
Além de se posicionar contra todas as tendências políticas do século XX, Mises combateu com igual fervor e eloquência tudo aquilo que ele considerou como sendo modismos metodológicos e filosóficos desastrosamente dominantes, tanto na economia quanto em outras disciplinas. Esses modismos incluíam o positivismo, o relativismo, o historicismo, o polilogismo (a idéia de que cada raça e gênero tem sua própria "lógica", e que, portanto, não podem se comunicar com outros grupos), e todas as formas de irracionalismo e de negação da verdade objetiva. Mises também desenvolveu aquilo que ele considerou ser a metodologia própria da teoria econômica  a dedução lógica de axiomas evidentes, os quais ele chamou de "praxeologia" , e levantou críticas incisivas à crescente tendência da economia e de outras disciplinas de substituir a praxeologia e a compreensão histórica por modelos matemáticos irrealistas e manipulações estatísticas.
Tendo emigrado para os EUA em 1940, os dois primeiros livros de Mises em inglês foram importantes e influentes. Seu Omnipotent Government (Governo Onipotente), de 1944, foi o primeiro livro a desafiar a então padronizada visão marxista que dizia que o fascismo e o nazismo foram impostos sobre as nações pelas grandes corporações e pela "classe capitalista". Seu Bureaucracy (Burocracia), também de 1944, fez uma análise ainda não superada de por que uma operação governamental deve necessariamente ser "burocrática" e sofrer de todos os malefícios da burocracia.
A realização mais monumental de Mises foi Ação Humana (Human Action), de 1949, o primeiro tratado abrangente de teoria econômica escrito desde a Primeira Guerra Mundial. Nessa obra, Mises aceitou o desafio proposto por sua própria metodologia e por seu programa de pesquisa e, assim, elaborou uma estrutura integrada e massiva de teoria econômica, que se baseava em seus próprios princípios dedutivos e "praxeológicos". Publicado em uma era em que economistas e governos em geral estavam totalmente dedicados ao estatismo e à inflação keynesiana,Ação Humana não foi lido pelos economistas formados. Finalmente, em 1957 Mises publicou seu último grande trabalho, Theory and History (Teoria e História), no qual, além de refutar o marxismo e o historicismo, ele realça as diferenças e funções básicas da teoria e da história tanto para a economia quanto para todas as várias disciplinas que envolvem a ação humana.
Nos EUA, assim como em sua terra natal, a Áustria, Mises não pôde achar um cargo pago na academia. Na New York University, onde ele lecionou de 1945 até se aposentar aos 88 anos em 1969, ele só seria designado para ser Professor Visitante, e seu salário seria pago pela William Volker Fund, uma fundação conservadora-libertária, até 1962, e depois disso por um consórcio de fundações e executivos pró-livre mercado. Apesar do clima desfavorável, Mises inspirou um crescente grupo de alunos e admiradores, inspirou entusiasmadamente seus estudos, e continuou ele próprio sua extraordinária produtividade.
Mises também foi mantido por libertários e outros admiradores do livre mercado, trabalhando junto com eles. Desde sua origem em 1946 até sua morte, Mises foi um membro provisório da Foundation for Economic Education (Fundação para a Educação Econômica) em Irvington-on-Hudson, Nova York; e ele foi nos anos 1950 um conselheiro econômico da National Association of Manufacturers (NAM) — Associação Nacional de Industriais trabalhando com a sua ala laissez-faire, que acabou perdendo a batalha para a onda do estatismo "iluminado".
Como um defensor do livre comércio e um liberal clássico na tradição de Cobden, Bright e Spencer, Mises foi um libertário que capitaneou a razão e a liberdade tanto em termos pessoais quanto econômicos. Como um racionalista e oponente do estatismo em todas as suas formas, Mises nunca se considerou um "conservador", mas sim um liberal no sentido do termo no século XIX.
De fato, Mises foi politicamente um laissez-faire radical, que denunciava tarifas, restrições de imigração, ou tentativas governamentais de fazer cumprir a moralidade. Por outro lado, Mises foi um firme conservador cultural e socialmente, que atacava o igualitarismo, e denunciava ferozmente o feminismo como sendo um aspecto do socialismo. Em oposição aos muitos conservadores que eram críticos do capitalismo, Mises manteve sua posição de que a moralidade pessoal e o núcleo familiar eram ambos não apenas essenciais para um sistema de capitalismo de livre mercado, como também eram estimulados por ele.
A influência de Mises foi marcante, considerando a impopularidade de suas visões políticas e epistemológicas. Seus alunos dos anos 1920, mesmo aqueles que depois virariam keynesianos, foram permanentemente marcados por uma visível influência misesiana. Dentre esses alunos estavam, além de Hayek e Robbins, Fritz Machlup, Gottfried von Haberler, Oskar Morgenstern, Alfred Schutz, Hugh Gaitskell, Howard S. Ellis, John Van Sickle, e Eric Voegelin.
Na França, o principal conselheiro econômico e monetário do General DeGaulle, que ajudou a França a se afastar do socialismo, foi Jacques Rueff, um velho amigo e admirador de Mises. E parte do afastamento da Itália em relação ao socialismo após a Segunda Guerra Mundial se deve ao Presidente Luigi Einaudi, um distinto economista, amigo de longa data e colega pró-mercado de Mises. Nos EUA, as idéias de Mises foram bem menos influentes. Sob condições acadêmicas menos promissoras, seus alunos e admiradores incluíam Henry Hazlitt, Lawrence Fertig, Percy Greaves, Jr., Bettina Bien Graeves, Hans F. Sennholz, William H. Peterson, Louis M. Spadaro, Israel M. Kirzner, Ralph Raico, George Reisman, e Murray N. Rothbard. Mas Mises foi capaz de construir uma legião notavelmente firme e leal de seguidores entre os homens de negócios e outros não-acadêmicos; sua sólida e complexa obra Ação Humana tem vendido extraordinariamente bem desde o ano de sua publicação original.
Desde a morte de Mises na cidade de Nova York, em 10 de Outubro de 1973, aos 92 anos de idade, a doutrina e a influência misesiana tem tido uma renascença. Os anos seguintes viram não somente o Prêmio Nobel dado a Hayek por sua teoria misesiana dos ciclos econômicos, mas também a primeira de muitas conferências da Escola Austríaca nos EUA. Livros de Mises têm sido re-impressos e inúmeros artigos seus já foram traduzidos e publicados. Cursos e programas baseados na Escola Austríaca têm sido ensinados e estabelecidos pelo país afora. (Estados Unidos).
Tomando a liderança desse renascimento de Mises e no estudo e expansão da doutrina misesiana está o Ludwig von Mises Institute, fundado por Lle­wellyn Rockwell, Jr. em 1982, tendo a sua sede em Auburn, Alabama. O Mises Institute publica periódicos escolares e livros, e oferece cursos em nível básico, intermediário e avançado de economia austríaca, os quais atraem um número cada vez maior de alunos e professores. Indubitavelmente, o colapso do socialismo e a atratividade cada vez maior exercida pelo livre mercado contribuíram enormemente para esse surto de popularidade.

Cronologia
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(Baseado na Annotated Bibliography of Ludwig von Mises, de Bettina B. Greaves)
1881. Nascido em 29 de setembro, filho de Arthur Edler e Adele (Landau) von Mises, em Lemberg, no Império Austro-Húngaro. Após a Primeira Guerra Mundial, Lemberg se torna "Lvov", uma parte da Ucrânia na URSS; então em dezembro de 1991, "Lviv", na nova república independente da Ucrânia. O pai de Ludwig, formado na Zürich Polytechnic, foi um engenheiro construtor que trabalhava no Ministério Ferroviário Austríaco. Ludwig era o mais velho de três meninos; um morreu ainda criança; Richard se tornou conhecido como matemático.
Frequentou uma escola primária particular, e então foi para a Akademishe Gymnasium em Viena, uma escola pública, de 1892 a 1900.
1900. Primeira visita à Suíça. 
1900-1902. Frequenta a Universität Wien (Universidade de Viena). 
1902  . "Die Entwicklung des gutsherrlich-bäuerlichen Verhältnisses in Galizien (1772-1848) [O Desenvolvimento do Relacionamento entre Camponeses e o Lord de Manor na Galícia, 1772-1848]. Uma monografia sobre o declínio da servidão na Galícia natal de Mises.
1903. Morre o pai de Mises. 
1906. 20 de Fevereiro: Laureado com o doutorado jurídico, Doutor tanto em Leis Canônicas quanto em Leis Romanas, da Universität Wien (Universdade de Viena). Quando Mises frequentou a Universidade, ela não tinha um departamento de economia separado; o único caminho para se estudar economia era através do direito.
1904(?)-1914. Frequentou os seminários de Eugen von Böhm-Bawerk na Universität Wien
1910. Completou o serviço militar compulsório, consistindo de três períodos de quatro semanas de serviço, um período a cada ano, por três anos.
1906-1912. Lecionou economia para sêniores na Wiener Handelsakademie für Mädchen [Academia Comercial Vienense para Garotas]. 
1907-1908. Começou a trabalhar na Kammer für Handel, Gewerbe und Industrie [Câmara Austríaca do Comércio], "Handelskammer" para encurtar, uma agência oficial conselheira do governo austríaco.
1912Theorie des Geldes und der Umlaufsmittel [Teoria da Moeda e do Crédito], o primeiro importante trabalho teórico de Mises. 
1913. Designado Privatdozent (conferencista não-assalariado) na Universidade de Viena.
1914-1918. Chamado de volta para o serviço ativo quando a Primeira Guerra Mundial começou. Ele deixou Viena no verão de 1914 para ir à guerra, no mesmo dia e no mesmo trem no qual ele havia planejado sair para lecionar um seminário na Silésia. Ele serviu como capitão da artilharia na cavalaria Austro-Húngara, principalmente no front Leste nas montanhas dos Cárpatos, na Ucrânia russa, e na Criméia. Durante a parte final da guerra, ele trabalhou com problemas econômicos do Estado-Maior do Exército, em Viena.
1918-1919. Lecionou para uma classe de oficiais procurando voltar para a vida civil na Wiener Exportakademie [Academia de Exportações Vienense], depois chamada de Hochschule für Welthandel [Instituto para o Comércio Mundial]. 
1918-1920. Diretor, Liga da Comissão de Reparações Austríacas das Nações [Abrechnungs Amt].
1919-1934. Retornou para Viena como um Privatdozent (conferencista não-assalariado); dotado em 18 de Maio de 1918 como o título de "Professor Extraordinário".
Após a Primeira Guerra Mundial, Mises ajudou a reviver a Nationalökonomische Gesellschaft [Sociedade Econômica], editora do períodico trimestral Zeitschriftfur Nationalökonomie
1918-1938. Reassume sua posição na Handelskammer, a Câmara Austríaca do Comércio.
1919Nation, Staat und Wirtschaft: Beiträge zur Politik and Geschichte der Zeit [Nação, Estado, e a Economia: Contribuições para a Política e a História de Nosso Tempo]. 
1920. Die Wirtschaftsrechnung im sozialistischen Gemeinwesen" [Cálculo Econômico na Comunidade Socialista]. Artigo apresentado na Nationalökonomische Gesellschaft, depois publicado no Archiv für Sozialwissenschaft und Sozialpolitik (1920). 
1919-1933. Membro ativo, Verein fiir Sozialpolitik [Associação para Política Social]. 
1920-1934. Conduzia seminários particulares [Privatseminar] em seu escritório em tardes alternadas de sexta-feira. Participantes: Ph.Ds da Universidade e convidados, por convite apenas. 
1922Die Gemeinwirtshaft: Untersitchungen über den Sozialismus [Socialismo: Uma Análise Econômica e Sociológica]. 
1923Die geldtheoretische Seite des Stabilisierungsproblems [Estabilização da Unidade Monetária, do Ponto de Vista da Teoria]. 
1924. A Teoria da Moeda e do Crédito, segunda edição alemã. 
1926. Tour de conferências nas universidades americanas, sob o patrocínio da Fundação Laura Spelman (Rockefeller). 
1927-1938. 1 de Janeiro de 1927: The Oesterreichisches Institut für Konjunkturforschung [Instituto Austríaco para a Pesquisa dos Ciclos Econômicos], fundado por Mises, começa a operar. Mises se torna seu Vice-Presidente Executivo; F. A. Hayek serviu como gerente até 1931; quando Hayek migrou para Londres, Oskar Morgenstern assumiu. 
1927Liberalismus [Liberalismo]. Primeira tradução em Inglês publicada em 1962 com o título de The Free and Prosperous Commonwealth (A Comunidade Livre e Próspera). 
1928. Geldwertstabilisierung and Konjunkturpolitik [Estabilização Monetária e Política Cíclica]. 
1929Kritik des Interventionismus: Untersuchungen zur Wirtschaftspolitik und Wirtschaftsideologie der Gegenwart [Crítica do Intervencionismo: Investigações da Ideologia e da Política Econômica da Época Atual]. 
1931. Visitou os Estados Unidos para o Congresso da Câmara Internacional de Comércio. 
Die Ursachen der Wirtschaftskrise: Ein Vortrag [As Causas da Crise Econômica: Uma Leitura]. 
1932Socialismo, segunda edição alemã. 
1933Grundprobleme der Nationalökonomie [Problemas Epistemológicos da Economia]. 
1934. Tradução para o inglês de Theorie des Geldes und der Umlaufsmittel [A Teoria da Moeda e do Crédito]. 
1934-1940. Professor de Relações Econômicas Internacionais, Institut Universitaire des Hautes Études Internationales (Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais), Genebra, Suíça. Apesar de ele mal ter deixado Viena para aceitar esse cargo na Suíça, Mises manteve sua associação com a Câmara Austríaca do Comércio de maneira temporária até o Anschluss, a anexação da Áustria feita por Hitler em Março de 1938.
1936. Tradução para o Inglês de Die Gemeinwirtschaft [Socialismo]. 
1937. A mãe de Mises morre em Viena. 
1938. 6 de Julho: Mises se casa com Margit (nascida Herzfeld) Sereny em Genebra. 
1940. Nationalökonomie: Theorie des Handelns und Wirtschaftens [Economia: Teoria da Ação e da Troca]. 
Intervencionismo: Uma Análise Econômica (não publicado até 1998). 
Migrou para os EUA, chegando a Nova York em 2 de Agosto. 
1940-1944. Escreveu reminiscências de sua vida em Viena, traduzido e publicado postumamente como Notas e Recordações (1978). 
As doações da Fundação Rockfeller e do National Bureau of Economic Research (Agência Nacional de Pesquisa Econômica) permitiram que Mises escrevesse dois livros, Omnipotent Government: The Rise of the Total State and Total War (Governo Onipotente: A Ascensão do Estado Máximo e da Guerra Máxima) e Bureaucracy(Burocracia), ambos publicados em 1944. 
1942. Janeiro e Fevereiro: nomeado como Professor Visitante por 2 meses na Universidad Nacional Autónoma de Mexico, Escuela Nacional de Economia. 
1945-1969. Professor Visitante, New York University, Escola de Pós-Graduação de Administração. Ministrou dois cursos: exposições nas tardes de segunda-feira (Fevereiro de 1945 - Primavera de 1964), seminários nas tardes de quinta-feira (Outono de 1948 - Primavera de 1969). 
1946. Membro, Comissão de Princípios Econômicos, Associação Nacional de Industriais. Como tal, foi consultado para a preparação do The American Individual Enterprise System, 2 volumes. (McGraw Hill, 1946), o produto do "consenso do julgamento dos membros da Comissão".
Adquire a cidadania americana.
26 de Julho a 4 de Setembro: Professor Visitante no México, lecionando na Escuela de Economía da Associación Mexicana de Cultura 
1946-1973. Conselheiro, Foundation for Economic Education, Inc. (Irvington-on-Hudson, N.Y.). 
1947 Planned Chaos (Caos Planejado).
Fundamental para a fundação, junto com F. A. Hayek, da Mont Pelerin Society, uma sociedade internacional de empresários, economistas, e outros intelectuais. 
1949. 30 de Julho a 28 de Agosto: conferências no México para a Escuela de Economia da Associación Mexicana de Cultura. 
Ação Humana: Um Tratado de Economia. 
1950. 31 de Março a 16 de Abril: tour de conferências no Peru, a convite de Pedro Beltrán, Presidente do Banco Central peruano.
1951Socialismo, nova edição americana, aumentada com Planned Chaos (1947) como seu epílogo. 
1952Planning for Freedom: And Other Essays and Addresses. (Planejando a Liberdade: E Outros Ensaios e Discursos). Edições maiores seriam publicadas mais tarde, em 1962, 1974, e 1980. 
1953. A Teoria da Moeda e do Crédito. Nova versão americana, aumentada com um novo ensaio sobre "Reconstrução Monetária". 
Richard von Mises, irmão de Ludwig, o matemático, morre. 
1954-1955. Janeiro de 1954 a Abril de 1955: Conselheiro da Associação Nacional de Industriais. 
1956. 20 de Fevereiro: o Doutorado de Mises é renovado e comemorado pela Universität Wien [Universidade de Viena] no 500 aniversário da data na qual ele foi conseguido. 
Tributo publicado na ocasião do Quinquagésimo Aniversário do Doutorado de Mises, 20 de Fevereiro de 1956, On Freedom and Free Enterprise: Essays in Honor of Ludwig von Mises (Sobre Liberdade e Livre Iniciativa: Ensaios em Homenagem a Ludwig von Mises), Mary Sennholz, editora. 
A Mentalidade Anti-Capitalista. 
1957. Prêmio por Serviços Distintos da Associação de ex-Rotarianos no exterior.
8 de Junho: recebe o Diploma Honorário, Doutor em Direito, Grove City College, Grove City, Pennsylvania. 
Teoria e História (Theory and History).
1958. 19 de Setembro a 28 de Setembro: visita ao México sob o patrocínio do Instituto de Investigaciones Sociales y Económicas para participar em um seminário com vários outros membros da Mont Pelerin Society. 
1959. 2 de Junho a 15 de Junho: convidado para ir a Buenos Aires, Argentina, pelo Centro de Difusión de la Economia Libre, depois chamado Centro de Estudios sobre la Libertad. Fez seis palestras, publicadas postumamente como As Seis Lições (Economic Policy: Thoughts for Today and Tomorrow), 1979. 
1960. Tradução para o Inglês de Grundprobleme der Nationalökonomie [Problemas Epistemológicos da Economia]. 
1962The Ultimate Foundation of Economic Science. (A Fundação Suprema da Ciência Econômica)
Tradução para o inglês de Liberalismus [Liberalismo] sob o título de The Free and Prosperous Commonwealth (A Comunidade Livre e Próspera). 
20 de Outubro: Laureado com a Österreichisches Ehrenzeichen für Wissenschaft und Kunst [Medalha austríaca de honra pela ciência e pelas artes] em reconhecimento por suas "atividades distintas como estudioso e professor e por seu trabalho internacionalmente reconhecido nos campos da ciência política e econômica." 
1963. 5 de Junho: Laureado com o Diploma Honorário, Doutorado em Direito, pela New York University, "por sua exposição da filosofia do livre mercado, e por sua defesa de uma sociedade livre." 
Ação Humana, 2a ed., revista. 
1964. 28 de Julho: Diploma Honorário, Doctor Rerum Politicarum [Doutor em Ciências Políticas] pela Universidade de Friburgo, Brisgóvia, Alemnha. 
1966. Ação Humana, 3a edição. 
1965-1971. Professor Visitante, Plano University, Plano, Texas. 
1969. Setembro: Citado pela American Economic Association (Associação Americana de Economia) como "Membro Distinto" do ano. 
1971. 29 de Setembro: Tributo publicado em honra ao 900 aniversário de Mises: Toward Liberty: Essays in Honor of Ludwig von Mises on the Occasion of his 90th Birthday (Rumo à Liberdade: Ensaios em Homenagem a Ludwig von Mises na Ocasião do seu Nonagésimo Aniversário), 2 volumes. 
1973. 10 de Outubro: Mises morre no St. Vincent's Hospital, na cidade de Nova York.
Murray N. Rothbard (1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies.

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A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo