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Cientista japonesa é punida por mostrar que não há necessidade de utilização de células-tronco embrionárias

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A jovem cientista japonesa Haruko Obokata chorou ao defender, nesta quarta-feira (9), a existência das células STAP, em sua primeira aparição ante as câmeras desde que foi acusada de irregularidades em sua pesquisa sobre essa descoberta potencialmente revolucionária.
As células STAP (cuja sigla, em inglês, se refere ao método de Aquisição de Pluripotência Desencadeada por Estímulo) têm características parecidas com as células-tronco embrionárias. Por ter a capacidade de se transformar em diversos tecidos do corpo humano, as aplicações terapêuticas desse tipo de célula são intensamente estudadas na atualidade.
“Talvez tenha ultrapassado minha competência ao assinar um artigo na revista ‘Nature’”, admitiu a cientista, que dirige uma unidade de pesquisas no instituto público japonês Riken.
No entanto, apesar de reconhecer os erros na forma em que seus trabalhos foram apresentados na publicação britânica no final de janeiro, Obokata rejeitou as acusações de falsificação e imitação.
 Com lágrimas nos olhos, Haruko Obokata fala à imprensa japonesa nesta quarta-feira (9)  (Foto: AFP Photo/Jiji Press)Com lágrimas nos olhos, Haruko Obokata fala à
imprensa japonesa nesta quarta-feira (9)
(Foto: AFP Photo/Jiji Press)
“O fenômeno das células STAP é uma realidade que eu verifiquei em mais de 200 oportunidades”, assegurou. “Fiz essas pesquisas para que algum dia as STAP sejam úteis para alguém. Eu fiz experiências todos os dias”, insistiu.
Esta foi a primeira vez que a cientista se manifestou diretamente para os meios de comunicação desde que explodiu a polêmica. Obokata, suposta criadora das promissoras células pluripotentes denominadas STAP, foi acusada no início do mês de de irregularidades e ameaçada com punições.
Em janeiro, ela publicou, em duas partes, na revista científica britânica “Nature” uma tese que apresenta um método de criação de células pluripotentes a partir de células maduras.
Se, antes, se acreditava que essa conversão só era possível por meio de complexos processos de manipulação genética do núcleo celular, a pesquisa concluiu que a simples exposição dessas células a fatores ambientais específicos, como um pH mais ácido, é capaz de converter uma célula madura em um tipo de célula pluripotente.
Os trabalhos de Obokata eram considerados muito promissores para a medicina regenerativa por terem conseguido despertar o caráter pluripotente das células através de um processo relativamente simples.
“Ao misturar imagens procedentes de experiências diferentes e utilizar dados anteriores, a professora Obokata atuou de uma forma que não pode ser permitida”, afirmou o comitê de investigação de seu trabalho depois de detalhar os problemas detectados nos resultados da pesquisa desta mulher de 30 anos em um ambiente científico dominado por homens maduros.
“Isto não pode ser explicado apenas por sua imaturidade”, acrescentou. “A atuação de Obokata e a forma desleixada como geriu seus dados nos levam a crer que carece não apenas de ética, mas também de humildade e integridade”, ressaltou.
“Mas, levando em consideração a pobreza das notas de seu laboratório, é absolutamente evidente que vai ser muito difícil para outra pessoa seguir e entender seus experimentos, o que representa um sério obstáculo para uma troca saudável de informações”, destacou o comitê.
“Se forem confirmadas as irregularidades destacadas pelo comitê investigador depois de eventuais procedimentos de apelação, eu recomendarei que a publicação seja retirada. Então serão adotadas sanções firmes, mas justas, em conformidade com as recomendações de uma comissão disciplinar”, advertiu na semana passada o presidente do Riken, o prêmio Nobel Ryoji Noyori.
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/04/cientista-japonesa-acusada-de-fraude-chora-ao-defender-pesquisa.html

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