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A verdadeira historia do Natal

Vou contar uma outra história de Natal, mas prepare-se porque é uma história diferente. Não é cheia de estrelinhas cantantes e pastorzinhos saltitantes como em presépio, nem tem fadas e duendes ajudando o Papai Noel, como em Shopping, mas é a verdadeira história do Natal.


Era uma vez – há muito tempo, sem neve e nem dezembro – alguns homens sábios – ninguém sabe se eram três – que chegaram do Oriente a Israel para visitar a criança que tinha nascido para ser Rei de Israel. Como eles souberam do nascimento? Bem, foi Deus quem revelou isso e usou uma estrela para guiá-los. Um cometa? Não acredito. Já viu um cometa que às vezes anda e às vezes pára sobre uma casa?

Chegando em Jerusalém, os sábios descobriram que estavam com um probleminha. Israel já tinha um rei, Herodes, que não queria nem um pouco descer do trono. Ele ficou perturbado, e não apenas ele, mas toda a população de Jerusalém. Já viu isso? Todo mundo ficar perturbado porque outro Rei iria tomar o lugar de Herodes? Pois é, ninguém queria Jesus. O pessoal era da opinião de que em time que está ganhando bem não se mexe.

Esta história você encontra nos Evangelhos, principalmente em Mateus. Em outro lutar aparece o que as pessoas de Jerusalém estavam realmente pensando: "Não queremos que este reine sobre nós". (Lucas 19:14) Isso não é novidade nenhuma. A gente já nasce assim, inimigos de Deus e de Cristo. (Romanos 5:10) Mas vamos continuar nossa verdadeira história do Natal.

O rei Herodes mandou os principais sacerdotes e escribas – os teólogos e doutores da época – pesquisarem o que estava escrito nas profecias dos antigos profetas. Sabe o que acharam? "E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel." (Mateus 2:6)

Aí o rei armou um plano. Perguntou aos sábios – é esta a interpretação correta para a palavra "magos" – quando foi que viram a estrela, para poder calcular direitinho a data de nascimento do novo Rei, e pediu que avisassem quando encontrassem a criança. Herodes disse que queria ir até lá adorar o menino, mas o que ele queria mesmo era matá-Lo. Percebeu como a história da paixão e morte de Cristo começou muito tempo antes? A verdadeira história do Natal tem seu desfecho na cruz do Calvário.

Finalmente os sábios, guiados pela estrela, chegaram à casa onde estava o menino. Casa? Isso mesmo, casa. Ué?! E a história da cocheira, da manjedoura, do burrinho e da vaquinha de presépio? Ou cadê a gruta de algumas versões? Bem, Jesus nasceu mesmo num lugar humilde, provavelmente numa cocheira, e seu primeiro berço foi uma manjedoura. Por que? Oras, porque não havia lugar para Ele em nenhuma estalagem (Lucas 2:6). Na maioria dos corações das pessoas hoje ainda está escrito "NÃO HÁ VAGA" para Jesus. E no seu?

Sinto ter estragado aquela idéia romântica que você tinha do presépio, mas a verdade é que quando os sábios chegaram com seus presentes José, Maria e Jesus já estavam numa casa e provavelmente o menino era bem crescidinho, pois os sábios não vieram do Oriente de avião, mas caminhando ou montados em animais. Meses se passaram entre o nascimento e sua chegada a Belém.

Surpreso? Então veja só o que Herodes fez. Quando os sábios não voltaram para lhe dar notícia – Deus avisou para que voltassem por outro caminho – ficou furioso. Tão furioso que mandou seus guardas a Belém para matarem todos os meninos da cidade e arredores com idade até dois anos. Isso mesmo, todos os meninos de Belém e vizinhança com até dois anos de idade.

Aquelas crianças não receberam a visita de Papai Noel com um saco de presentes, mas dos soldados para matá-las com espadas e lanças. O primeiro e verdadeiro Natal foi um infanticídio, um extermínio em massa de crianças até dois anos de idade. Enquanto isso, avisados por Deus, José e Maria fugiam para o Egito levando o menino Jesus, que devia ter até dois anos de idade.

Você já percebeu que o mundo daquela época não desejava nem um pouco Jesus – nem Herodes, nem o povo, nem os sacerdotes e escribas, nem os soldados. Percebe que são as mesmas classes de pessoas – governo, povo, religião, sábios e militares – que aparecem na cena da crucificação? Nem o mundo nem as pessoas mudaram nesses 2 mil anos. "Não queremos que este reine sobre nós"(Lucas 19:14) continua sendo o que a maioria das pessoas realmente diz para Jesus.

Em nossa época as pessoas continuam também matando crianças, às vezes até para garantir seu presente de Natal.




"E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar." (Mateus 18:2-6)

É isso. Este mundo não é nenhuma Disneylândia, as pessoas não mudaram e nem vão mudar a menos que... Bem, o evento mais importante da vinda de Jesus a este mundo não foi Seu nascimento, mas Sua morte. Ele morreu para que aqueles que creem nEle pudessem nascer de novo – um novo nascimento espiritual – com um coração limpinho, do jeito que Deus gosta. Para isso Jesus teve de pagar por nossos pecados na cruz, substituindo aqueles que O aceitam como Salvador.

Então quer dizer que não é ficando bonzinho que a gente vai para o céu? Bem, talvez sendo bonzinho você ganhe mais presentes de Natal, mas nunca vai ganhar a salvação eterna tentando fazer isso. Primeiro, porque a salvação é um presente de Deus, é grátis porque Jesus pagou seu preço na cruz. Segundo, porque ninguém consegue ser bonzinho o suficiente – o padrão é o próprio Deus – para chegar lá. Deus salva e transforma aqueles que vão a Cristo com todos os seus defeitos, pecados, vícios, problemas. Ele sabe exatamente o que cada um está passando.

Faz lembrar a história de um médico que foi a um leprosário na África falar de Jesus aos leprosos. Quando chegou lá, viu que todos estavam sentados sobre as mãos, com os pés sob o corpo. O médico percebeu que escondiam os cotos que restaram das mãos e pés, mutilados pela doença. Sentiam vergonha que aquele médico todo arrumadinho visse suas deficiências, como muita gente faz tentando esconder seus problemas de Jesus.

O médico ficou apavorado. Como iria repetir o sermão cheio de palavras bonitinhas que preparou enquanto viajava num avião com ar condicionado? Achou melhor esquecer. Olhou para aquelas pessoas e disse algo mais ou menos assim:

"Eu venho de um lugar onde não passo fome, tenho casa para morar, saúde, dinheiro e muitas coisas que faltam a vocês aqui. Não sei o que é passar forme, dormir ao relento, ser leproso ou aleijado das mãos e dos pés. Então não tenho nada de mim para falar a vocês. Mas vou falar de Alguém que sabe o que vocês estão passando.

Sou médico, e sei que grandes pregos cravados nas mãos e nos pés mutilam. As mãos param de funcionar, os pés também. Quero dizer a vocês que Jesus um dia ficou com suas mãos e pés mutilados, pregados numa cruz. Morreu ali, sem poder se mexer, totalmente inválido, por mim e por vocês. Ele sabe muito bem o que vocês estão passando. É para Ele que vocês devem olhar, é nEle que devem crer. Ele entende o que vocês estão passando."

Quando terminou de falar, todas aquelas pessoas – homens e mulheres, velhos e jovens, meninos e meninas – levantaram suas mãos expondo suas mutilações. Não queriam mais esconder seus problemas de Jesus. Ele os conhecia bem.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." João 3:16-18

Evidentemente não quero aqui ser um estraga-prazeres, mesmo porque muitas pessoas realmente desfrutam da oportunidade de reunir a família, visitar amigos e presentear nas festas de Natal e Ano Novo. Sair por aí criticando o Natal não leva a nada. Não vejo mal em participar com a família numa festa que considero uma tradição familiar (como é o Dia de Ações de Graças nos EUA) e não uma celebração religiosa. E se sei que alguém irá me presentear, também compro um presente para aquela pessoa, pois seria uma indelicadeza recusar o presente ou deixar de retribuir.

Há também o lado comercial da coisa, e de nada adianta reclamar de um dia que realmente movimenta o comércio, quando a maioria de nós acaba se beneficiando disso, ou trabalhando em indústrias, em lojas ou mesmo em serviços, como um bancário, garçom ou manicure, nas mãos de quem vai parar o dinheiro das compras.

Se algum cristão quiser realmente tratar a questão a ferro e fogo, o melhor então é procurar uma profissão que não se beneficie desses picos de vendas, mas acho que vai ser difícil. Ainda que você decida ir morar no campo e plantar trigo, obviamente suas vendas vão melhorar porque mais gente vai comer panetone.

Apesar de sua falta de fundamento bíblico, não podemos deixar de nos lembrar de que o Natal é também uma excelente oportunidade para pregar o evangelho, pois tem muita gente que se sente bastante triste e melancólica nesta época do ano. Então, se você realmente deseja fazer uma diferença nesta época, faça algo de positivo e construtivo. Ao invés de sair por aí queimando árvores de natal, recusando presentes ou batendo com a Bíblia na cabeça do Papai Noel, pregue o evangelho.

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