Pular para o conteúdo principal

A CARIDADE É O ÚNICO TESTEMUNHO DA FÉ VIVA.

 







O ato de crer difere do simplesmente “acreditar em Deus.”
Todo aquele que tem Fé Perfeita, tem em si a Caridade.
Aquele que não tem a Caridade, apenas “acredita” em Deus.
Resistir ou renegar a Caridade é um grave pecado contra a Fé.
“aquele que não cuida dos seus, e principalmente dos da própria casa, NEGOU A FÉ, e é pior do que um INCRÉDULO.”(I Timóteo 5,8).
“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. QUEM NÃO AMA PERMANECE NA MORTE.”(I João 3,14).
A Caridade é a Vida da Fé.
É o movimento do ser em direção à Deus pela via atrativa da Graça, para se tornar imitador de Cristo, renunciando à si mesmo, seus desejos, bens e prazeres, em troca de algo a dar em favor dos necessitados, como fez NOSSO SENHOR, morrendo para que a vida eterna nos fosse dada.
“Ninguém tem maior prova de amor que esta, dar a vida pelos seus.” (S. João 15.13)
“Sede, pois, IMITADORES de Deus, como filhos muito amados. (Efésios 5, 1)”
Ensina Santo Tomás:
“Deus é o Sumo Bem, absolutamente.” (Suma Teológica, art. 1 Q 6, Livro Ia - Da Bondade de Deus)
“A remissão (do seu sacrifício) produz efeito em nós, se nos incorporamos com Ele como membros à Cabeça. Ora, os Membros hão de ser Conforme a Cabeça.” (Suma Teológica, art. 3º Q 46, Livro IIIa - Da Paixão de Cristo)
A SOLA FIDES,1 crença que coloca a fé restrita à mera noção intelectual da salvação, é ANTICRISTÃ, pois CONVIDA a negativa do Amor ao Próximo e comemora a DESOBEDIÊNCIA:
“Por que vocês me chamam ‘Senhor! Senhor!’ MAS NÃO FAZEM O QUE EU DIGO? (São Lucas 6.46)”
O que tem a fé, mas deliberadamente nega obediência aos Preceitos Divinos de Amor, torna INÚTIL a Fé recebida:
“Sendo que somos cooperadores com Ele, nós exortamos também para que vocês não RECEBAM A GRAÇA DE DEUS EM VÃO.”(II Coríntios 6,1-2)”
Quem NÃO FRUTIFICA em obras nos MÉRITOS DE CRISTO, crê EM VÃO, pois disse o Apóstolo, que  Deus “RETRIBUIRÁ A CADA UM CONFORME AS SUAS OBRAS: a vida eterna para aqueles que perseverando em fazer o bem têm em vista à glória, à honra e a incorruptibilidade”(Rom 2.6-7)
O Livro de Apocalipse confirma:
Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para DAR A CADA UM CONFORME AS SUAS OBRAS." (Apocalipse 22.12)"
A Fé Apostólica não é produto da concepção mental estimulada, mas PURO DOM de Deus (Ef 2.8) através do qual nos ligamos em Cristo (como fruto à árvore), para que essa Fé, progredindo, alcance todas os setores da vida, voltando nossas ações para Deus, como o Fim Último do agente:
“Então, ARREPENDAM-SE e CONVERTAM-SE, para que os pecados de vocês sejam apagados”(Atos 3,19).
‘Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, vocês que PRATICAM a iniquidade.’(Mateus 7,21-23)
“Aquele que, pois, SABE FAZER O BEM E NÃO O FAZ, comete PECADO.” (S. Tiago 4, 17)
“RENUNCIE À INIQUIDADE todo aquele que PRONUNCIA o Nome do Senhor.” (Is 26,13). (II Timóteo 2, 19)
“Toda árvore que NÃO PRODUZ BOM FRUTO É CORTADA E LANÇADA NO FOGO. Portanto, pelos seus frutos vocês os reconhecerão.”(São Mateus 7.19-20);
Acreditar em Deus sem aderir de modo eficiente à sua vontade, virtudes e aos seus mandamentos, não levará à salvação, pois a Fé Apostólica é essencialmente PRÁTICA:
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos Céus, mas aquele que PRATICA A VONTADE DE MEU PAI que está nos céus. Muitos naquele dia me dirão: ‘Senhor, Senhor, mas não foi em teu nome que profetizamos? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres?’ Então, eu lhes direi explicitamente: ‘Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam a iniquidade.’
(São Mateus 7.21-23).
“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. (São João 15, 12)”
“Aquele que diz conhecê-lo E NÃO GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS é mentiroso e a verdade não está nele. (I São João 2, 4)”
“POR CAUSA DO MANDAMENTO, SOCORRE O POBRE; e não o deixes ir com as mãos vazias na sua indigência. (Eclesiástico 29, 12)
A Fé ensinada pelos Apóstolos, é o testemunho vivo que todo cristão dá ao mundo, toda vez que o mundo lhe odiar por causa de Cristo.
Esse testemunho se realiza em atos, muito mais que por palavras:
“Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em atos.” (I Coríntios 4, 20)
Crer nos capacita assentir, aderir, viver realmente aquilo que não vimos, como também conhecer pela razão, aquilo que só pela razão não poderíamos conhecer, senão depois de revelado pelo próprio Deus.
Na confissão daquilo que se crê, manifestada livremente na aquiescência e obediência da Lei Eterna, as Virtudes de Cristo nos são infusas pelo Espírito Santo, para que Ele possa produzir em nós todo amor necessário a gerar atos deiformes, necessários para que a Fé nos justifique perante Deus:
“Abraão, nosso pai, não foi JUSTIFICADO PELAS OBRAS, oferecendo o seu filho Isaac sobre o altar? (São Tiago 2, 21)”
“Vês como a FÉ COOPERAVA com as suas OBRAS e era COMPLETADA por elas. (São Tiago 2, 22)”
Assim, todas as obras da justiça da lei mosaica, como os sábados, o holocausto de cordeiros, a circuncisão e as leis dietéticas, tornaram-se inúteis para nossa justificação (Tito 5.3 e Gálatas 2.16), sendo substituídas pelas boas obras, as quais são elevadas à Perfeição pelo Amor Divino:
“Deus não é injusto e NÃO ESQUECERÁ VOSSAS OBRAS E A CARIDADE QUE MOSTRASTES POR AMOR DE SEU NOME, vós que servistes e continuais a servir os santos. (Hebreus 6, 10)”
“Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a seu respeito, DANDO-LHES O ESPÍRITO SANTO, da mesma forma que a nós. (Atos dos Apóstolos 15, 8)
A autêntica FÉ APOSTÓLICA, não se limita, e jamais se limitou ao campo da abstração inútil e da religiosidade vazia, pois almeja transcender à prática do Bem:
“Assim, TAMBÉM A FÉ, SE NÃO TIVER OBRAS, ESTÁ MORTA.”(São Tiago 2.17).”
“Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. (São Tiago 2, 18)
“Queres ver, ó homem vão, como a fé sem obras é estéril? (São Tiago 2, 20)
A FÉ INFORME ou INSUFICIENTE, tem na vontade e na conduta, a privação da Bondade e Beatitude.
Privada da consciência sobre a Revelação e da vontade à prática do Bem, necessita de aperfeiçoamento para fins salvíficos.
Quem diz crer, mas sua fé é egocêntrica, mostrando-se insuficiente para amar ao próximo não só com palavras, mas principalmente atitudes, este não conhece Deus:
"Vinde, benditos de meu Pai, TOMAI POSSE DO REINO que vos está preparado desde a criação do mundo, PORQUE tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim; Perguntar-lhe: - SENHOR, QUANDO FOI QUE TE VIMOS COM FOME E TE DEMOS DE COMER, COM SEDE E TE DEMOS DE BEBER? QUANDO FOI QUE TE VIMOS PEREGRINO E TE ACOLHEMOS, NU E TE VESTIMOS? QUANDO FOI QUE TE VIMOS ENFERMO OU NA PRISÃO E TE FOMOS VISITAR? RESPONDERÁ O REI: - EM VERDADE EU VOS DECLARO: TODAS AS VEZES QUE FIZESTES ISTO A UM DESTES MEUS IRMÃOS MAIS PEQUENINOS, FOI A MIM MESMO QUE O FIZESTES. (S. Mateus 25, 34 a 40)”
Já os que aceitam a fé apenas como ato de acreditar, a simples ciência intelectual sobre o Plano Salvífico de Deus, ensinam que basta “confiar” em Deus, sendo irrelevantes, daí por diante, todos os nossos atos e condutas, por serem indiferentes para efeito da salvação.
Isso é um grave erro que coloca em risco a salvação de muitos.
Uma fé estéril é inservível para salvar.
A Fé Autêntica, vivifica pela Caridade:
“Pois o começo é a fé e o fim a caridade. Ambas reunidas são Deus, enquanto que tudo o mais é consequência para a perfeição humana. Ninguém odeia enquanto possui a caridade. Conhece-se a árvore pelos seus frutos, assim os que professam ser de Cristo serão reconhecidos pelas obras. Pois nesta hora não é de profissão de fé que se trata, mas de nos mantermos na prática da fé até ao fim. (Santo Inácio de Antioquia, Epístola aos Esmirnenses, Cap. XIV e XV, anos 70-110)”
Estar na salvação, nos imprime o caráter de Cristo, no amor perfeito exteriorizado na Caridade, que é indispensável às boas obras.
O reino de Deus não é para indivíduos, cuja fé não se projeta em atitudes:
Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! (Apocalipse 3, 15)
“não achei tuas obras perfeitas diante de meu Deus.” (Apocalipse 3, 2)
Desprovida de obediência, da servidão à Vontade de Deus e da prática dos frutos de conduta, a fé imperfeita não se realizando no ser, torna-se incapaz de instrumentalizar a salvação.
A Fé salvífica dialoga com o indivíduo não apenas em seu intelecto, mas também na vontade para se realizar por meio dos atos.
As boas obras são a fé operacionalizada, viva, contínua, crescente e realizada em seus efeitos eficientes, nos tornando IMITADORES DE CRISTO.
Para as boas obras mister é Graça sobrenatural, posto que não podem ser produzidas sem a participação de Cristo:
“Sem mim, nada podeis fazer” (S. João 15. 1 e 2)
O almejo da fé é a ação.
Ação que Cristo realizará em nós, visando nos levar ao cumprimento dos Preceitos Divinos.
“Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta. (São Tiago 2, 26)
“A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, CARIDADE É O PLENO CUMPRIMENTO DA LEI. (Rom 13.10)”
Ação afeiçoada ao caráter de Cristo, que aperfeiçoa nossos atos, cobrindo-os com o manto da Virtude Divina.
A Caridade é o produto vivo e eficaz da verdadeira Fé, e a Fé o resultado da ENTREGA DO CORPO E ALMA à SERVIDÃO DE DEUS.
Na mortificação do egoísmo e na partilha de todos os nossos bens materiais e imateriais, nos tornamos imitadores de Cristo, amando ao próximo por amarmos a Deus.
1. O protestantismo ensina que uma vez crendo, pouco importam as nossas ações. (SOLA FIDES) ou seja, a Graça e a Fé são o aval para pecar, pois basta a “fé” para salvação:
“se a graça existe, então deves cometer um pecado real, não fictício. Deus não salva falsos pecadores. Seja um pecador e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda…Se estamos aqui (neste mundo) devemos pecar…"pecado algum nos separará do Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia. (American Edition, Luther’s Works, vol. 48, pp. 281-82, editado por H. Lehmann, Fortress, 1963. ‘The Wittenberg Project;’  ‘The Wartburg Segment’, translated by Erika Flores, de Dr. Martin Luther’s Saemmtliche Schriften, Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521. )

Postagens mais visitadas deste blog

Símbolos e Significados

A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo