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M édico campeão em abortos, convertido por Santo Tomás de Aquino, é hoje um defensor da vida desde a concepção





Dr. Stojan Adasevic

A insana guerra dos nascidos contra os não-nascidos



NESTE MOMENTO TENEBROSO, em que nossos ministros planejam, na calada da noite, a legalização do aborto em nosso país (veja), convém lembrar a fascinante história do Dr. Stojan Adasevic, que foi, durante anos, o médico que mais realizou abortos em Belgrado, Sérvia: “O segredo do meu sucesso estava no treino dos dedos com frequentes abortos. Fazia uma média de vinte por dia, o meu recorde foram trinta e cinco num só dia”, declarou ele. Ao todo calcula ter realizado, em vinte e seis anos de prática, entre 48 mil e 62 mil abortos(!). Para ele, fetos não eram seres humanos, apenas um amontoado de células sem vida e desprovidas de sensibilidade. Essa terrível realidade começou a mudar quando começou a ter sonhos recorrentes.


Durante muitos anos, ele esteve convencido de que o aborto era uma operação cirúrgica como tantas outras, comparável à extração de um apêndice ou verruga. Era o que ensinavam os manuais: vivendo sob o regime comunista, foi-lhe ensinado, desde tenra idade, que tal procedimento era apenas a remoção de uma massa de carne do corpo da mulher. Mesmo após se formar médico, via o aborto como uma cirurgia igual a qualquer outra. Tornou-se, afinal, conhecido como grande especialista na prática do aborto – o melhor de seu país. Nunca fugia de uma operação difícil e orgulhava-se do seu sucesso.


A vida real é bem mais maravilhosa e impressionante que qualquer obra de ficção. Um dos grandes paradoxos da vida de Adasevic é que ele próprio está entre os vivos graças a um aborto falhado. Nos tempos de estudante, escutou uma conversa entre ginecologistas; um deles, Dr. Rado Ignatovic, contava como tinha falhado em um aborto por não ter conseguido dobrar o colo do útero. Quando ouviu que a mulher em questão era uma dentista da clínica próxima, Adasevic descobriu que aaquela criança, sobrevivente de uma tentativa de aborto, era ele próprio.


Mais tarde, afinal, este fato impactante fê-lo enteder que participava de uma absurda grande guerra global –, dos nascidos contra os não-nascidos –, ele que, durante anos, orgulhou-se de superar, na prática do aborto, "médicos" incompetentes como o doutor Ignatovic.


As primeiras dúvidas surgiram nos anos 1980, quando entraram nos hospitais iugoslavos aparelhos de ecografia de alta precisão. Adasevic viu então, pela primeira vez, aquilo que se passava dentro do ventre das mães: os fetos de poucas semanas eram, na verdade insofismável, crianças que mexiam pezinhos e mãozinhas, tentando escapar aos frios instrumentos assassinos; seus coraçõezinhos aceleravam diante da proximidade da morte. Momentos depois estavam em pedaços, na mesa de operação, de onde eram (como são) lançadas à lixeira, qual restos inúteis. “Mas mesmo assim, eu via sem ver. Só quando começei a ser perseguido por sonhos é que tudo mudou”, recorda o ex-monstro sérvio.















Pedimos desculpas pelo terror das imagens, mas são necessárias num artigo como este –, assim como é necessária nas igrejas a imagem do Crucificado –, para que não nos esqueçamos que eles existem e continuam sendo massacrados, e que somos culpados se nada fizermos. Contemplar o horror do aborto (são muitos milhares, todos os anos) e não rezar por essas almas é inadmissível para qualquer cristão. Piedade de nós, Senhor, que nos tornamos piores que os animais!


Os sonhos do Dr. Adasevic


Em uma noite inequecível, Stojan Adasevic sonhou que caminhava num campo com flores, iluminado por um sol brilhante. À sua volta, via as inúmeras flores de grande beleza, por entre as quais borboletas coloridas a esvoaçavam, e experimentava um dia quente porém agradável. A certo momento, o campo encheu-se de crianças sorridentes, que corriam e brincavam. Alguns dos rostos pareciam-lhe conhecidos, mas não conseguia se recordar de onde. Tentou falar com as crianças, mas quando estas o viram, fugiram apavoradas. A alguma distância, um homem vestido com um hábito negro olhava-o, em silêncio. O sonho passou a se repetir várias vezes, e cada noite o ginecologista acordava banhado de suor, incapaz de voltar a adormecer.


Num destes sonhos, gritou às crianças: “Não pisem as flores!”. Fugiram então elas, como das outras vezes, mas afinal uma delas voltou-se para ele e respondeu: “Vês as flores pisadas e não vês o teu pecado?”. Na noite seguinte, ele conseguiu agarrar uma das crianças, mas esta começou a gritar, desesparada: “Ajudem-me! Assassino! Libertem-me do assassino!”. O homem de negro apareceu do ar, qual águia, e arrancou-lhe a criança das mãos. Adasevic acordou com o coração aos saltos. Quando amanheceu, resolveu, enfim, marcar consulta com um psiquiatra.


Decidiu que nessa noite tentaria falar ao monge de negro. E assim fez. Perguntou-lhe quem era, ao que aquele respondeu: “O meu nome não te diz nada”. Adasevic insistiu, e a resposta foi aterradora: “Chamam-me Tomás de Aquino”, um nome que na altura, por incrível que pareça, era desconhecido ao doutor. “Porque não perguntas quem são estas crianças?”, continuou. “Não as conheces? Eles conhecem-te muito bem: são as crianças que mataste pelo aborto”. O médico lembrou-se, então, com quem eram parecidas as crianças que via e as quais lhe pareciam familiarres: um dos meninos e duas meninas eram muito parecidos com amigos seus, aos quais tinha realizado abortos. Quando acordou, afinal, decidiu que nunca mais faria um aborto novamente.


Todavia ao chegar ao hospital, naquela manhã, tinha à sua espera um primo, com sua esposa, já no quarto mês de gravidez. Tinham a operação do aborto marcada e não aceitaram que ele não os “ajudasse”, afinal, era da família. Como um autómato, o ginecologista voltou atrás em sua decisão e iniciou o procedimento. Quando, a certa altura, retirou a pinça, tinha à sua frente uma pequena mão. Depois da mão, uma perna. Com os nervos em franja, o médico decidiu moer dentro do útero o que restava. E, convencido de ter apenas a extrair uma massa informe e inanimada, distinguiu na ponta da pinça um pequeno coração, com as últimas pulsações ainda visíveis. Nesse momento, Adasevic perdeu os sentidos. Quando recuperou a consciência, percebeu que a paciente, esposa de seu primo, estava em perigo, esvaindo-se em sangue. Conseguiu evitar-lhe a morte, mas percebeu nesse dia do ano 1988 que tinha assassinado a sangue frio, com suas prórpais mãos, milhares de seres humanos completamente inocentes, como matara há poucos momentos a pequenina criança dos seus primos.





A missão do monge


Aquele homem, conhecido em toda a Belgrado como o melhor especialista em abortos, viu todas as portas se fecharem diante de si quando disse no hospital que nunca mais faria nenhum. Para Stojan Adasevic, começaram tempos difíceis: foi acusado de sabotador, cortaram-lhe metade do salário, a filha foi despedida e o filho não foi admitido na universidade. "O mundo jaz no maligno" (Jo 5,19), advertiu Nosso Senhor. Não raras vezes, quem se propõe a fazer o bem deve se preparar para enfrentar dificuldades. Os ataques ao doutor sucediam-se nas redes sociais. Homem totalmente transformado, graças a uma iniciativa sua, no princípio dos anos noventa o parlamento iugoslavo aprovara uma lei que protegia a vida dos não-nascidos. O presidente Slobodan Milosevic, entretanto, recusou-se a assiná-la, pouco antes de deflagrar a guerra.


Quando estourou a sangrenta guerra na Iugoslávia, Dr. Stojan declarou o seguinte: “A que atribuir o massacre que se desencadeou aqui nos Balcãs, senão porque 'enxotamos' Deus e desprezamos o respeito pela vida humana?”.


Hoje, na Sérvia, a maioria dos abortos é praticada em clínicas privadas. A monstruosa e absurda lei em vigor permite o aborto até o nono mês de gravidez(!). Adasevic, inconformado, cita Madre Teresa de Calcutá: “Se uma mãe pode matar um filho seu, que nos impede, a mim e a ti, de nos matarmos um ao outro?”. Em sua defesa da vida dos nascituros, o ex-aborteiro alerta para o uso de produtos oficialmente classificados como apenas "contraceptivosabortivos" –, como o DIU e a pílula do dia seguinte (RU 486) –, mas que são na realidade abortivos.




Vindo da tradição ortodoxa, o ginecologista sérvio nunca tinha ouvido falar de Tomás de Aquino. Começou a estudar as obras do grande santo católico, tentando descobrir porque razão lhe aparecera nos sonhos que mudaram a sua vida. Encontrou a explicação nos textos que afirmam que a vida humana tem o seu princípio quarenta dias após a concepção, no caso de um embrião masculino, e oitenta dias depois, no caso de um embrião feminino[1]: “Estou convencido de que aquilo que Tomás de Aquino escreveu não o deixa estar totalmente em paz lá onde se encontra. E ainda bem, pois graças a isso veio a meter-se no meu caminho”.

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1. Não obstante a sua crença na animação tardia e infusão da alma, São Tomás também ensinava que a prática do aborto era pecaminosa já desde o momento da concepção. Classificava a prática como pecado mortal, pela manifestação de uma vontade homicida. Sto. Tomás de Aquino condena o uso do 'veneno da esterilidade', ou seja, dos anticoncepcionais que impedem a gravidez ou o seu desenvolvimento, provocando um aborto voluntário. Para o santo, quem procura tais métodos anti-natalidade, que atuam contra a natureza, mesmo sendo legalmente casados não podem receber o nome de cônjuges, pois não buscam conscientemente a realização plena do casamento, a qual se dá com a concepção e o nascimento dos filhos. Uma família só está totalmente formada quanto existe os cônjuges e os filhos. Impedir, por meio do aborto ou outro método anti-natalidade, o nascimento dos filhos, é impedir o desenvolvimento natural da própria família. (AQUINO, Tomas. In IV Sent., d. 31, q.2, a.3, exp.)

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Referências:

http://www.ofielcatolico.com.br/

• ABREU. Cássio. Dr. Stojan Adasevic . Revista Brasil Cristão. nº. 225. Ano 19. p.12. Associação do Senhor Jesus (ASJ). São Paulo: Abril de 2016.
Federação Vida de Portugal, disp. em:

• http://federacao-vida.com.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=71:qcomo-s-tomas-converteu-o-maior-medico-abortador-de-belgradoq-por-nelson-pereira&catid=6:noticias&Itemid=8
Acesso 1/12/016

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