Pular para o conteúdo principal

Feliz ano novo?


QUE SERIA ESTE tão falado "ano novo", a não ser o encerramento de mais um ciclo, totalmente subjetivo, e o início de um outro? Por que damos tanto valor às datas e símbolos? Ocorre que, psicologicamente falando, o ser humano precisa destes marcos e marcas, destas datas e divisões que organizam e dão sentido à sua vida aparentemente caótica e carente de propósitos.

Você já se perguntou por que o dia 31 de dezembro foi escolhido para simbolizar o fim de um ano, antes do início de um “feliz ano novo”, já que não há como se definir um dia em particular em que a Terra tenha começado a girar ao redor do Sol? 

E há uma outra pergunta importante, que já atormentou as mentes de milhões de pessoas (em especial as dos cristãos) ao redor do globo terrestre, desde os últimos cinco séculos: se o início do ano, na era cristã, é contado a partir do Nascimento de Cristo, porque essa defasagem de uma semana entre a data atribuída ao seu Nascimento (independentemente de ser historicamente precisa ou não), o 25 de Dezembro, e a abertura do novo ano? Parece (e de fato é) totalmente ilógico, não é mesmo?

A ideia de usar o primeiro dia de janeiro como primeiro dia do ano foi do imperador romano Júlio César, – e isso apenas cerca de 50 anos antes do nascimento de Jesus Cristo.

Muitos calendários existiram e existiam antes de Júlio César decidir criar este que usamos ainda hoje, o chamado Calendário Juliano. Mas foi convencionado que, neste novo calendário, o dia primeiro de janeiro seria o primeiro dia do ano, porque era o dia em que os oficiais romanos eleitos tomavam posse de seus cargos.

Mesmo com a popularização do Calendário Juliano, porém, algumas culturas continuaram a usar datas em março e em setembro, por exemplo, para marcar o início de seus anos.

Na Europa Medieval, entretanto, as comemorações de passagem de ano foram consideradas pagãs, então a Igreja determinou que o ano começaria no dia 25 de Dezembro, para coincidir com o dia do Nascimento de Cristo. E, – esclarecendo de uma vez a grande dúvida, – foi apenas em 1570 que o Papa Gregório autorizou a restauração do dia primeiro de janeiro como o primeiro dia do ano. Deste modo, acabamos como que ficando com dois primeiros dias do ano: um com sentido espiritual e outro mundano. Não nega que, hoje em dia, a maioria goste mais de celebrar o tal réveillon do que o Natal do Senhor.

Curiosamente, a própria palavra réveillon, de origem francesa, deriva do verbo réveiller, que, assim como seu sinônimo éveiller, significa "acordar, despertar". Ocorre que esse termo originalmente designava exatamente a ceia da noite de Natal; posteriormente, passou a referir-se à janta da véspera do Ano Novo e, por fim, à própria virada do ano.1

† † †

Pessoa humana, assim é a tua vida:

"O tempo vem correndo e correndo vai-se embora. Numa das mãos traz os paninhos do teu berço e na outra a mortalha para o teu caixão. Homem orgulhoso, de que te ufanas?" (Petöfi)

Feliz ano novo! Eis a saudação vazia que sai da boca de pobres e ricos, cultos e ignorantes, negros e brancos, jovens e velhos. Só o ouvi-la, muitas vezes, causa repugnância ao sábio, porque, como disse Santo Agostinho, na muita sabedoria há muito enfado.
Feliz ano novo! Terá um feliz ano novo aquele cristão que não se preocupou em deixar os vícios junto com o ano velho? Feliz ano novo! Terá um feliz ano novo aquele que continua a carregar demônios em sua alma imortal? Feliz ano novo! Terá um feliz ano novo o cristão que permanece em pecado mortal, mergulhado nas trevas?

Feliz ano novo! Terá um feliz ano novo aquele que vive a correr desesperadamente atrás dos bens materiais e com as costas voltadas para Deus?

Católico, para você ter verdadeiramente um feliz ano novo é preciso:

1. Expulsar o pecado mortal de sua alma através de uma confissão auricular bem feita, e viver na Graça santificante;

2. Fazer todo o bem que estiver ao seu alcance;

3. Entrar no ano que se inicia com fé firme em Cristo Jesus;

4. Entrar no Ano Novo com forte confiança em Jesus Cristo;

5. Entrar no Ano Novo com sérios esforços para alcançar as virtudes;

6. Entrar no Ano Novo com santo amor ao sacrifício.

Católico, seja sábio; aproveite o Ano de 2015 para crescer na santidade. Cuidado! Não o jogue fora; quem sabe esse será o último ano de sua vida neste mundo.


____________
1. Conf. Prof° Aldo Bizzocchi, em:
revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/a-origem-do-nome-reveillon-302700-1.asp
Acesso 31/12/014

_________
Fontes e ref.:
• Portal Live Science, em:
http://www.livescience.com/32913-why-does-the-new-year-start-on-january-1st.html
Acesso 31/12/014
• Artigo "A Origem do Nome", do Profº Aldo Bizzocchi, em:
http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/a-origem-do-nome-reveillon-302700-1.asp
Acesso 31/12/014
• Artigo "Ano Novo", do Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão, em
http://www.filhosdapaixao.org.br/anual/ano_novo.htm

Postagens mais visitadas deste blog

Símbolos e Significados

A palavra "símbolo" é derivada do grego antigo  symballein , que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebrar um bloco de argila para marcar o término de um contrato ou acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente, eles poderiam se encaixar como um quebra-cabeça. Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como  symbola.  Portanto, um símbolo não representa somente algo, mas também sugere "algo" que está faltando, uma parte invisível que é necessário para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconscientemente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo mair do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa. Longe de objetivar ser apologética, a seguinte relação de símbolos tem por objetivo apenas demonstrar o significado de cada um para a cultura ou religião que os adotou.

Como se constrói uma farsa?

26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo