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O paradoxo da espera


 
A vida, impele-nos a encontrar uma resposta ao desejo de infinito que nos constitui. O homem é “capax Dei”, e isto significa, antes de tudo, que é um ser em busca. Mas a busca do homem possui um nome mais adequado: é uma espera. O homem, todo o homem, independentemente da sua cultura, da sua raça, das suas circunstâncias pessoais, está à espera. Quantas vezes escutámos que “a esperança é a última a morrer”. E é verdade, não porque sejamos ingénuos ou iludidos, mas porque “estar à espera” é o mais característico do homem.
Mas, o que esperamos? Ou melhor ainda, quem esperamos?
Já vimos que as dimensões da nossa espera nos superam por todas as partes. O homem é um ser paradoxal, pois sendo finito e limitado pensa o infinito e deseja-o.
Ante este paradoxo surge uma dupla tentação: ou se nega que somos limitados ou se nega a nossa abertura ao infinito, o facto de sermos “capax Dei”. Trata-se de tentações muito mais actuais do que se possa pensar à primeira vista.
Em relação à primeira há que reconhecer que negar o limite do homem é a pretensão secreta que guia, em muitos casos, a aplicação da ciência e da técnica ao início e ao fim da vida do homem. Os prementes problemas bioéticos dos nossos dias têm na sua base uma grande questão sobre o homem: somos capazes de dominar o nosso início e o nosso fim? Podemos considerar-nos “criadores” de nós mesmos? A tentação de negar o nosso ser limitado acompanhou sempre o caminho do homem: «A serpente retorquiu à mulher: ‘Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal’. Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu.» (Gn 3, 4-6). O homem não resiste à espera da resposta que colmate a sede infinita do seu coração, e cede à tentação de pensar que pode dar essa resposta por si mesmo. Sabemos bem qual é o final desta intenção: «Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus» (Gn 3, 7). A tentativa falhada de dar resposta por si mesmo conduz o homem à vergonha: o seu limite deixa de ser ocasião de abertura e espera e converte-se em ferida e condenação.
E então, quase inevitavelmente, faz-se presente a outra grande tentação: pensar que o limite é a ultima palavra sobre a nossa vida, negar a nossa abertura, a nossa espera do infinito. Assume espaço na vida do homem este terrível inimigo que se chama “cepticismo”. Esta tentação também acompanhou os homens desde o início da história. O poeta Esquilo na sua obra “Los persas” afirma: «nenhum mortal deve fomentar pensamentos que ultrapassem a sua condição mortal» (v. 820). Hoje, este cepticismo manifesta-se na busca frenética de satisfações e prazeres limitados que se sucedem uns aos outros vertiginosamente. Como se a multiplicação do limitado pudesse ter como resultado o infinito! Não é preciso recorrer aos exageros, desses que nos fala a imprensa, para descobrir que a tentação do cepticismo esconde-se no modo com o qual, em muitas ocasiões, enfrentamos o nosso dia-a-dia de estudo e de descanso.
Atenção: o mundo não se divide em pretensiosos e cépticos! Todos somos um pouco pretensiosos e um pouco cépticos. Normalmente passamos a ser cépticos quando nos damos conta que a nossa pretensão não tem fundamento, quando as nossas forças nos desiludem. Mas logo que recuperamos um pouco, não é difícil que ao cepticismo suceda de novo a tentação do super-homem. E assim passamos o tempo de uma tentação à outra!
O problema é que dizer “sou capaz por mim mesmo” ou, pelo contrário, afirmar “não é possível”, são duas formas de censurar e negar o paradoxo do ser homem. São duas formas de abandonar a espera.
2. Deus responde à espera do homem
A alternativa a dar resposta por si mesmos e a negar a possibilidade de uma resposta, consista na espera.
Os profetas do Antigo Testamento expressam com particular intensidade esta espera do que é o homem. A espera do Messias, da resposta de Deus ao seu povo.
Durante o tempo do Advento os profetas acompanharam o nosso caminho até ao Natal, mantendo e educando o nosso coração à espera de Deus, que vem, que responde à nossa seda: «Destilai, ó céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça. Abra-se a terra para que floresça a salvação e germine igualmente a justiça.» (Is 45, 8).
Mas é possível esperar? O poeta francês Charles Péguy, numa famosa obra sobre a esperança chamada “O pórtico do mistério da segunda virtude” – uma óptima leitura para o tempo de Advento! – afirma: «Para esperar, filha minha, é preciso ser feliz de verdade, é preciso ter obtido, recebido uma grande graça». Porque certamente só a resposta de Deus que vem ao nosso encontro salva e alimenta a espera que constitui o nosso ser homens.
Efectivamente, a espera mantém-se e cresce porque a resposta vem ao nosso encontro. É uma resposta que não sai de nós, que não é limitada como nós, porque tem as dimensões do infinito. Não é uma resposta que me é oferecida simplesmente por outro homem, profundamente sedento como eu. Não é simplesmente a ajuda de um “génio humano”, capaz de expressar melhor do que o que se passa no meu coração sedento. É uma resposta capaz de responder à minha sede de infinito porque provém do próprio infinito que vem ao meu encontro.
A resposta, efectivamente, é a expressão da piedade de Deus pelo homem. Deus, não abandona o homem à pretensão de dar resposta por si mesmo à sede que o constitui ou a um desespero céptico, mas inicia com os homens uma história de salvação. Ensina o Concílio Vaticano II que Deus “depois da sua queda alimentou neles a esperança da salvação com a promessa da redenção, e teve incessante cuidado do género humano, para dar vida eterna aos que buscam a salvação com a perseverança nas boas obras” (Dei Verbum 3). E assim estabeleceu a aliança com Noé e, sobretudo, escolheu Abraão, pai de todos os crentes, de quem nascerá o povo da promessa.
Deus responde à espera do homem na história. Deus sai ao encontro do homem ali onde o homem vive, ama, trabalha, sofre, se alegra. Na história concreta de um povo e através dessa história Deus faz-se resposta para o homem. Assim o encontramos expresso nas palavras que Deus dirige a Moisés no início do livro do Êxodo: «O Senhor disse: ‘Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel, terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e vi também a tirania que os egípcios exercem sobre eles. E agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel.» (Ex 3, 7-10).
A história da salvação que Deus constrói com o seu povo encontra na libertação do Egipto – a Páscoa – e na aliança do Sinai o seu momento culminante. Deus respondeu e fê-lo com superabundância e ao alcance do homem: o povo de Israel pôde comprovar na sua própria carne que Deus salva. E contudo, a infidelidade – ou como presunção ou como cepticismo: de novo as duas tentações contra a espera do homem! – ganha espaço na vida do povo.
Mas Deus não cede perante a fragilidade do seu povo. Pelo contrário, «pelos profetas, Deus forma o seu povo na esperança da sua salvação, na esperança de uma nova e eterna Aliança destinada a todos os homens (cf. Is 2, 2-4), e que será gravada nos corações (cf. Jr 31, 31-34; Hb 10, 16). Os profetas anunciam uma redenção radical do povo de Deus, a purificação de todas as suas infidelidades (cf. Ez 36), uma salvação que incluirá todas as nações (cf. Is 49, 5-6; 53, 11)».
3. Jesus Cristo: a resposta de Deus ao homem
Deus não cessa de responder, e fá-lo cada vez com maior misericórdia e superabundância. Quis responder à nossa espera na história e por meio da história.
E quis levar à plenitude o seu desígnio histórico de salvação. São Paulo indica-o com uma expressão eficacíssima que podemos considerar uma espécie de síntese do cristianismo: «ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, e para que recebessem a filiação adoptiva» (Gal 4, 4-5).
Deus enviou o seu Filho: esta é a resposta de Deus à espera do homem. Ainda que possamos ter muitas imagens ou ideias do que é o cristianismo e a fé, fruto da educação que recebemos na nossa família ou no Colégio, ou fruto do que afirmam os meios de comunicação aos diversos agentes culturais, o certo é que, sintetizando ao máximo, o cristianismo diz de si mesmo isto: Deus enviou o seu Filho. Tudo o resto expressa e está em função deste facto que constitui o centro e o fundamento da história e do cosmos. É importante que confrontemos a ideia que temos da fé, com este anúncio, simples e radical ao mesmo tempo. Radical porque se Deus enviou o seu Filho, então a minha sede de infinito pode encontrar quem a sacie. Simples porque se trata simplemente de encontrar, ou melhor, de ser encontrado por Aquele que Deus enviou: o Filho de Deus foi enviado pelo Pai para vir ao meu encontro.
Durante o ano teremos a ocasião de aprofundar a pergunta “quem é o Filho, quem é Jesus?”. Neste momento é importante reconhecer o caminho que Deus, na sua misericórdia, quis percorrer para sair ao nosso encontro e responder à nossa sede de infinito.
Enviando o seu Filho, Deus quis responder pessoalmente à nossa espera. O Filho não é um simples enviado, não é um mero profeta. O Filho é, como recitamos no credo em cada Domingo, «Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai». Isto significa que o Filho pode responder à nossa espera: é o Infinito que vem ao encontro do nosso coração que tudo deseja. À sede do homem só Deus podia responder, e fê-lo pessoalmente. São João da Cruz intuiu esta superabundância da resposta de Deus à nossa sede com a grande claridade: «Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra – e não tem outra – (Deus) disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra única e já nada mais tem para dizer. [...] Porque o que antes disse parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d’Ele outra realidade ou novidade» (Subida a monte Carmelo 2,22,3-5).
Mas Deus não só quis responder pessoalmente à sede do homem. Quis responder humanamente ao homem. E assim, no credo, depois de termos confessado que o Filho é Deus, continuamos a nossa profissão de fé afirmando: «que por nós homens, e para nossa salvação desceu dos céus, e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem». O Filho de Deus fez-se homem para responder humanamente à nossa sede, para estabelecer um diálogo com o homem, pois em Jesus Cristo «Deus invisível fala aos homens como amigos, movido pelo seu grande amor e mora com eles, para os convidar à comunicação consigo e recebê-los na sua companhia» (Dei verbum 2). Deste modo não há outro caminho para receber a resposta que o próprio Deus é e que nos oferece gratuitamente, do que a humanidade de Jesus Cristo. Santa Teresa de Jesus convida-nos a não abandonar nunca este caminho: «E vi com clareza, e continuei a ver, que Deus deseja, para O agradarmos e para que nos conceda grandes favores, que os recebamos por meio dessa Humanidade sacratíssima, em que Sua Majestade se deleita. Muitíssimas vezes o tenho visto por experiência; o Senhor me disse. Tenho certeza de que temos de entrar por essa porta se quisermos que a soberana Majestade nos revele grandes segredos. Assim, que vossa mercê, senhor, não deseje outro caminho, mesmo que esteja no auge da contemplação; pois esse caminho é seguro. É por meio desse Senhor nosso que nos vêm todos os bens. Ele o ensinará; o melhor modelo é contemplar a Sua vida. Que mais queremos além de um amigo tão bom ao nosso lado?» (Livro da Vida 22, 6-7).
Jesus Cristo é Deus que responde humanamente ao homem. Se nos aproximamos dos encontros de Jesus que nos narram os Evangelhos, podemos vê-lo descrito com simplicidade.
Jesus encontra os seus primeiros discípulos, João e André, enquanto eles escutavam o Baptista a pregar. Cheios de curiosidade pelas palavras que o profeta do Jordão diz sobre Jesus, seguem-no e recebem uma resposta humaníssima à sua pergunta: «Jesus voltou-se e ao ver que O seguiam disse-lhes: “O que procurais?”. Eles responderam-Lhe: “Rabbí – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?”. Respondeu-lhes: “Vinde e vereis”» (Jo 1, 35-39). O Evangelho continua a narrar que O seguiram e estiveram com Ele: passaram juntos a tarde. E através dessa convivência entre amigos, revela-se o mistério da pessoa de Cristo: «Encontrámos o Messias» (Jo 1, 41), dirá André ao seu irmão Simão Pedro.
Zaqueu promete devolver o que roubou porque a salvação entrou em sua casa (cfr. Lc 19, 1-10), os apóstolos perguntam-se quem é Jesus vendo-O acalmar a tempestade (cfr. Mt 8, 23-27); a Samaritana anuncia aos seus conterrâneos que encontrou alguém que lhe disse tudo l que tinha feito (Jo 4, 1-42), o cego de nascença dá testemunho da sua cura milagrosa (9, 1-41), a multidão admira-se e glorifica a Deus vendo a cura do paralítico e o perdão dos seus pecados (cfr. Mc 2, 1-12), o bom ladrão pede ao Senhor que participe do paraíso com Ele (23, 39-43). Os Evangelhos testemunham continuamente como na vida, na humanidade de Jesus se torna presente o próprio Deus respondendo à espera do homem. Este é o caminho que a Trindade quis percorrer para sair ao encontro do homem: clama-se Encarnação.
Fazendo-se homem para encontrar os homens como um amigo encontra outro amigo, Deus revelou profundamente o rosto do homem. O Concílio Vaticano II recorda-o no nº 22 da Constituição Gaudium et spes, um dos textos chave de todo o ensinamento conciliar: «Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente. Adão, o primeiro homem, era efectivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime».
Em Jesus Cristo, a resposta que Deus ofereceu humanamente ao homem, este reconhece a verdadeira natureza da sua espera e recebe “a grande graça” que lhe permite continuar em espera.
Jesus Cristo é a resposta superabundante à nossa espera. A liturgia da Igreja expressa-o com particular eficácia quando diz que as promessas do Senhor «superam todo o desejo» (Oração Colecta da XX Semana do Tempo Comum).
Se o cristianismo é Deus que enviou o seu Filho, se Jesus Cristo é a resposta que Deus ofereceu humanamente à espera do homem, então “a questão fundamental” da vida é encontrar-se com Ele.
ORAÇÃO
Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai
Ouve, Senhor, a voz da minha súplica,tem compaixão de mim e responde-me. O meu coração murmura por ti, os meus olhos te procuram; é a tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o teu rosto, Ensina-me, Senhor, o teu caminho, guia-me por sendas direitas.(Salmo 26)
Senhor nosso Deus,
Ninguém te viu tal como tu és na realidade.
E, sem dúvida, não és totalmente invisível para nós.
Não ficaste fora do nosso alcance.
Tu amaste-nos primeiro,
E esse teu amor apareceu no meio de nós
Tornando-se visível.
Pois, tu enviaste ao mundo o teu único Filho
Para que vivamos através dele.
Foi assim que te tornaste visível:
Em Jesus podemos ver o teu rosto.
(Adaptada de Deus caritas est 17)
Nós te damos graças, Pai santo, Deus eterno e omnipotente.
Porque Cristo, o Senhor, sem deixar a glória do Pai,
Se torna presente no meio de nós de uma forma nova:
Ele que era invisível na sua natureza, faz-se visível ao assumir a nossa natureza;
O eterno, gerado antes do tempo, partilha a nossa vida temporal
Para assumir em si toda a criação
Para reconstruir o que estava decaído
E restaurar totalmente o universo.
Para chamar novamente ao reino dos céus o homem submergido no pecado.
(Adaptado do Prefácio II do Natal)

PE. RODRIGO 

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