ENQUANTO CRISTÃOS que somos, devemos, sim, dar esmolas. Todavia é fundamental que usemos sempre da virtude da prudência, que ilumina as nossas ações e escolhas. Toda virtude pode ser como que filtrada pela nossa razão, razão que nos torna humanos. Os animais não têm virtude, exatamente porque não tem a racionalidade. Assim para fazer caridade também devemos usar a nossa inteligência.
Uma coisa é o amor do pai, que educa e sabe colocar limites no filho. Outra coisa é a imprudência do vovô, que quer cobrir o menino de mimos, enchendo-o de presentes e fazendo todas as suas vontades, – muitas vezes, como se diz, “estragando” aquela criança. – O critério da nossa caridade nunca deve ser, simplesmente, agradar o outro, não importando o custo. O critério da caridade deve ser aquilo que realmente será um bem para a outra pessoa. Assim é que devemos usar da prudência para orientar a esmola.
Isso não quer dizer que não devamos dar esmola, mas sim que devemos procurar a maneira de ajudar melhor as pessoas que sofrem. De que modo podemos empregar com mais fruto o nosso dinheiro? Há sempre muitas opções para quem quer realmente praticar a caridade e tem boa vontade para procurar os melhores meios. Podemos ingressar num grupo vicentino ou outro que pratique a caridade, e aprender um pouco melhor, – na prática, – como é que se dá essa assistência cristã aos desvalidos.
É importante recordar que a esmola faz parte da lista das obras de misericórdia corporal que a Igreja aconselha e que estão listadas no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica:
1) Dar de comer a quem tem fome;
2) Dar de beber a quem tem sede;
3) Vestir os nus;
4) Dar pousada aos peregrinos;
5) Visitar os enfermos;
6) Visitar os presos;
7) Enterrar os mortos.
São caridades corporais, físicas; atos concretos, materiais. Todas são muito importantes e fazem um bem imenso ao cristão. A esmola é uma tradição do ser cristão, mas é também muito importante lembrar que, além da caridade na forma da ajuda material, é necessário prestar o bem espiritual, e para tanto temos duas vias principais:
a) Podemos e devemos evangelizar em nossas palavras e atos;
b) Podemos e devemos oferecer os nossos gestos de caridade, – o nosso sacrifício, – como bens espirituais pelas almas do Purgatório.
Não é somente mandando celebrar Missas ou rezando pelas almas que padecem no outro mundo que podemos ajudá-las, mas também oferecendo por elas as nossas boas obras, a Deus Pai em Nome do Cristo, Jesus, e pedindo que a Santíssima Virgem disponha da melhor maneira de todo o bem que fizermos pelo bem dos padecentes no mundo espiritual.
___
Ref.:
Padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr., A resposta católica n.58, 'Como o cristão deve dar esmolas?', disp. em:
https://padrepauloricardo.org/episodios/como-o-cristao-deve-dar-esmolas