Parte do "Santo Sudário de Turim" que mostra a imagem frontal (clique sobre a imagem para ampliar) |
A EXPOSIÇÃO DO SANTO Sudário teve início no domingo, 19 de abril, na cidade italiana de Turim. Também chamado Sindone, o Sudário é o pano em que Nosso Senhor Jesus Cristo teria sido envolto, após a deposição da cruz, e sepultado. Além de símbolo da Ressurreição, é um mistério que a ciência não consegue explicar. – Estamos falando de uma possível prova física da Ressurreição de Cristo.
O arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia, presidiu a Missa com que foi aberta a exposição aos fiéis, que vai até o dia 24 de junho. “O Santo Sudário, que guarda os sinais do sofrimento de Cristo, é também o anúncio da Ressurreição e, portanto, da esperança que nos diz que o bem vence o mal. (...) O mais importante para os peregrinos e para a Igreja é que quando estejam perante o Santo Sudário, sintam no coração o que Jesus fez”, declarou o Arcebispo. O Papa Francisco viajará a Turim nos dias 21 e 22 de junho para venerar a relíquia, e um milhão de pessoas já se inscreveram para ver o tecido de linho sagrado. Como ocorreu no ano 2010, o Sudário estará exposto na catedral da capital de Piemonte. Desta vez, poderá ser visitado pelo público durante dois meses, quase um mês e meio a mais que da última vez. O acesso ao local da exposição é gratuito.
A Igreja não se pronunciou oficialmente sobre a autenticidade do Sudário, que há anos é submetido a exames científicos. Inúmeros estudos vêm sendo realizados no decorrer dos tempos, e todos os resultados levantaram objeções.
A peça de linho na qual, segundo a tradição, ficou gravada a imagem do corpo de Cristo com as marcas da crucifixão, foi (re)descoberta em meados do século XIV na igreja colegial de Nossa Senhora, em Lirey, próxima de Troyes (França). A família real de Saboya, que havia reinado na Itália até 1946, presenteou o Vaticano com o Santo Sudário em 1983. Em 2010, sua exposição ao público durante 43 dias na Catedral de Turim atraiu 2 milhões de pessoas, incluindo o Papa Bento XVI, que o descreveu como um "ícone extraordinário" que corresponde "totalmente" ao relato da morte de Cristo do Novo Testamento. Para proteger a peça, uma delicada operação foi montada (vídeo abaixo). Os organizadores esperam que a visitação neste ano supere os recordes anteriores.
O arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia, presidiu a Missa com que foi aberta a exposição aos fiéis, que vai até o dia 24 de junho. “O Santo Sudário, que guarda os sinais do sofrimento de Cristo, é também o anúncio da Ressurreição e, portanto, da esperança que nos diz que o bem vence o mal. (...) O mais importante para os peregrinos e para a Igreja é que quando estejam perante o Santo Sudário, sintam no coração o que Jesus fez”, declarou o Arcebispo. O Papa Francisco viajará a Turim nos dias 21 e 22 de junho para venerar a relíquia, e um milhão de pessoas já se inscreveram para ver o tecido de linho sagrado. Como ocorreu no ano 2010, o Sudário estará exposto na catedral da capital de Piemonte. Desta vez, poderá ser visitado pelo público durante dois meses, quase um mês e meio a mais que da última vez. O acesso ao local da exposição é gratuito.
A Igreja não se pronunciou oficialmente sobre a autenticidade do Sudário, que há anos é submetido a exames científicos. Inúmeros estudos vêm sendo realizados no decorrer dos tempos, e todos os resultados levantaram objeções.
A peça de linho na qual, segundo a tradição, ficou gravada a imagem do corpo de Cristo com as marcas da crucifixão, foi (re)descoberta em meados do século XIV na igreja colegial de Nossa Senhora, em Lirey, próxima de Troyes (França). A família real de Saboya, que havia reinado na Itália até 1946, presenteou o Vaticano com o Santo Sudário em 1983. Em 2010, sua exposição ao público durante 43 dias na Catedral de Turim atraiu 2 milhões de pessoas, incluindo o Papa Bento XVI, que o descreveu como um "ícone extraordinário" que corresponde "totalmente" ao relato da morte de Cristo do Novo Testamento. Para proteger a peça, uma delicada operação foi montada (vídeo abaixo). Os organizadores esperam que a visitação neste ano supere os recordes anteriores.
A palavra sudário provém do latim sudarium, e na sua origem aludia tanto ao lenço que se usava para enxugar o suor do rosto quanto o pano com que se cobria a face dos mortos. Posteriormente, passou a designar o lençol que na Antiguidade era comumente usado para envolver cadáveres ou mortalha.
O "Sudário de Turim" ou "Santo Sudário" é um manto retangular de 4,36 m de comprimento por 1,10 m de largura. O tecido, firme e encorpado, é feito de puro linho e atualmente apresenta cor levemente amarelada. A espessura do tecido é de cerca de 34/100 de milímetros; é macio e fácil de dobrar. O peso avaliado é de aproximadamente 2,450 Kg. O linho usado na tecedura do Sudário foi fiado à mão, sendo que cada fio do tecido composto de 70-120 fibras tem um diâmetro variado e torcedura em "Z", no sentido horário. No ano de 1532, ocorreu um grande incêndio na Capela do Castelo de Chambéry, onde o Sudário estava guardado, dobrado e encerrado numa caixa de prata. Com o calor do fogo, a prata derreteu e gotejou sobre o Sudário, causando queimaduras por todo o lençol, que estava dobrado duas vezes no sentido da largura e quatro vezes no sentido do comprimento, formando 48 sobreposições. Quando foi desdobrado, viu-se que estava danificado de modo simétrico (como se vê na imagem do topo).
Além disso, a água usada para apagar o incêndio e esfriar a caixa incandescente deixou muitos halos (marcas) em forma de losango, as quais são sutilmente visíveis sobre as áreas que permaneceram secas. Os triângulos irregulares mais claros que se vê são ao longo do Sudário são os remendos dessas partes queimadas, feitos pelas irmãs clarissas de Chambéry.
Por que tanto interesse no Sudário
Obviamente, a Imagem no tecido é tudo o que realmente interessa quando se fala no Sudário. Quem observa o tecido estendido pode ver a figura, esmaecida mas impressionante, de um corpo humano em tamanho natural. De fato, são duas imagens do mesmo corpo: numa se vê o corpo de frente, na outra de costas. Elas se prolongam cabeça contra cabeça, em frente e verso. A imagem mostra claramente que o Sudário foi posto longitudinalmente em torno do corpo: o cadáver que deixou as marcas foi deitado sobre uma metade do lençol, o qual depois foi passado por cima da cabeça e estendido até os pés. A figura humana é formada, basicamente, por manchas de dois tipos, que apresentam colorações diferentes. Dois estudiosos norte-americanos, o engenheiro Kenneth E. Stevenson e o Filósofo Gary R. Habermas, sintetizaram assim a descrição do "Homem do Sudário": "A imagem é de um homem barbado, de aproximadamente 1,80m de altura. A idade é calculada entre 30 e 35 anos, e o peso em cerca de 80 Kg. É um homem bem constituído e musculoso".
O exame dos sinais visíveis
1. O exame da imagem demonstra que o homem do Sudário é muito semelhante à imagem clássica de Jesus Cristo, e que foi espancado, flagelado e crucificado. Na imagem vista de frente, o rosto apresenta sinais bastante claros de traumas múltiplos: na testa, nas arcadas superciliares, nos zigomas, nas faces e no nariz, – que traz uma escoriação na ponta, – existem deformações típicas do inchaço causado por fortes pancadas. Apesar de tudo, no conjunto, o rosto traz um aspecto composto e sereno.
2. Os ombros estão erguidos, como se o corpo tivesse permanecido suspenso pelos braços até o momento da morte. Nota-se uma grande equimose no nível da omoplata esquerda e uma ferida no ombro direito, indicando fricção contínua com um objeto pesado e áspero, – exatamente como ocorreria se o homem tivesse carregado um patibulum (travessão da cruz romana) no ombro.
3. Os joelhos, especialmente o esquerdo, estão escoriados, com ferimentos muito semelhantes aos que seriam provocados por quedas violentas.
4. Fios de sangue estão presentes em todo o crânio, mais evidentes na nuca e na testa, como se algum tipo de capacete ou coroa feita de espinhos tivesse sido cravado em sua cabeça.
5. São bem visíveis os antebraços e as mãos, – cruzadas sobre o abdômen, esquerda sobre a direita. – No pulso mais visível, o esquerdo, há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente oculta pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também este pulso tem uma ferida semelhante: ferimentos esses que se encaixam perfeitamente com as lesões que seriam provocadas por grandes cravos. Os dedos, bem visíveis, são alongados. Nota-se que os polegares não aparecem na imagem, – o que é particularmente interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por cravos atravessando os pulsos na altura do espaço de Destot (imagem) obrigaria os polegares a se contraírem e se oporem às palmas das mãos.
6. No lado direito da caixa torácica (no Sudário é o lado esquerdo, porque a imagem é especular: como em um espelho, o lado direito da imagem é o lado esquerdo do corpo e vice-versa), nota-se uma ferida perfeitamente compatível com a que seria causada por uma ponta de lança romana: a chaga do lado direito do supliciado tem uma forma elíptica de 4,4 cm por 1,4 cm, que seria o diâmetro exato de um ferimento causado por uma lança romana do primeiro século, sem ganchos que alargariam a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.
Na parte superior da mancha sanguínea se distingue nitidamente uma mancha oval com o eixo maior oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá nitidamente a impressão da chaga do lado de onde saiu este sangue. Aí distingue-se uma dupla mancha no tecido: uma de sangue e outra, quase incolor, que só se tornou visível quando se usaram raios ultravioleta na observação. Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins. Como sabemos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu sangue e água. O sangue na imagem do Sudário procede do coração e talvez de hematomas causados por hemorragias internas. Quanto ao que João chama "água" e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo, – resultante dos hematomas, – e de líquido pericárdico, situado dentro da bolsa pericárdica que envolve o coração. Esse líquido é tanto mais abundante quanto maior for o sofrimento da vítima; constitui inclusive uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes da morte.
7. No torso das figuras, anterior e posterior, notam-se decalques de sangue em formas bastante regulares por todo o corpo. O sangue se coagulou em lesões lácero-contusas de modo diferente, muitas vezes aos pares e em sentido paralelo, indicação clara de que foram causadas por chicotadas repetidas, sendo que estudos demonstraram que foram cerca de 120. É evidente, ainda, que os golpes foram produzidos por dois homens posicionados um de cada lado do "Homem do Sudário", e que um destes era bem mais alto.
8. Percebe-se que o pé direito do crucificado foi apoiado diretamente no madeiro da cruz; o esquerdo foi posto sobre o direito; ambos foram pregados juntos nessa posição, e assim os fixou a rigidez cadavérica.
Como um negativo fotográfico!
Foram as primeiras fotografias tiradas do Sudário que determinaram a grande reviravolta que ocorreu nos anos seguintes: um grande progresso nos conhecimentos a seu respeito e, consequentemente, um grande e sempre crescente interesse popular e científico pela relíquia, que até então era considerada apenas mais um simples objeto de devoção católica.
Tudo começou em 1898, quando o fotógrafo e advogado Secondo Pia obteve autorização para fotografar o Sudário. Ele o fez, obviamente com a aparelhagem técnica da época, e logo levou as chapas à câmara escura para a revelação. O que aconteceria a seguir seria a maior surpresa e o maior acontecimento de toda a sua vida: diante de seus olhos estupefatos, foram aos poucos surgindo os primeiros contornos, e depois, as definições cada vez mais perfeitas, evidentes e ricas em pormenores. Trêmulo, Secondo Pia percebeu que a imagem da chapa era muito mais vívida e nítida do que a que se podia ver diretamente no Sudário. Como fotógrafo, ele imediatamente percebeu que a imagem gravada no Sudário era na verdade uma espécie de negativo fotográfico!
Ao contrário do que Pia poderia imaginar, no negativo surgiu a imagem positiva perfeita, mais nítida e real do que a imagem fotografada: "Fechado em minha câmara escura e absorto em meu trabalho, senti uma emoção fortíssima quando, durante a revelação, vi aparecer pela primeira vez, na chapa, a Sagrado Face, com tal clareza que fiquei aturdido!" (declaração de Secondo Pia em 1898).
Aquela primeira fotografia revelou esse imprevisível e inacreditável segredo. Desde então, o Sudário passou a ser estudado como um dos mistérios mais apaixonantes da Antiguidade, pois obviamente não haveria como um falsificador reproduzir, há centenas de anos, uma imagem com características de um negativo fotográfico moderno. Muitos anos depois, com o uso de computadores e técnicas cada vez mais avançadas, seriam feitas descobertas cada vez mais impressionantes a respeito da imagem presente no Sudário.
Em 1973 nomeou-se uma comissão para autenticar outras fotografias tiradas em 1969. Era membro dessa comissão um conceituado cientista suíço, o Dr. Max Frei Sulzer, protestante, perito em micro-vestígios e criminólogo de fama internacional, fundador e diretor, durante 25 anos, do serviço científico da polícia de Zurique (Suíça). Ele encontrou no Sudário uma notável quantidade de pó atmosférico muito fino, e retirou doze amostras usando fitas adesivas especiais para coletar material microscópico do tecido sem danificá-lo.
Dessa maneira, Frei identificou 58 espécies de pólen no Sudário: 17 delas eram provenientes da França ou da Itália, locais onde o Sudário fora exposto muitas vezes durante sua longa existência; As demais amostras, porém, vinham de plantas encontradas exclusivamente na Palestina, e muitas delas típicas de Jerusalém e arredores(!). Uma comprovação incontestável de que o Sudário estivera em Jerusalém, e um ponto a favor de sua autenticidade como verdadeira mortalha de Jesus Cristo.
Mais averiguações científicas foram realizadas em 1978, quando foi certificado que a imagem do Sudário não apresenta nenhum sinal de direção, isto é, não foi pintada nem desenhada. Durante os anos seguintes, muitos outros estudos foram feitos, e milhares de fotografias foram produzidas, com as mais diversas e mais avançadas técnicas, além de macrofotografias, radiografias, termografias, reproduções por transparência, fluorescência, etc, etc...
O polêmico teste de datação
Em Outubro de 1988, um pedaço de 7 por 1,2 centímetros foi recortado do Sudário, dividido ao meio e uma das metades novamente dividida em três. O objetivo era submetê-las ao teste do Carbono 14, considerado o mais avançado sistema de datação de artefatos antigos. Se o Sudário era a mortalha de Jesus Cristo, ele teria que ter, no mínimo, aproximadamente 2 mil anos de idade. O carbono, sendo a base de toda matéria orgânica da Terra, é chamado de "traçador radioativo", pois o acompanhamento da sua degradação pode ser utilizado para medir a idade de qualquer matéria orgânica. - Como o linho do Sudário.
O teste foi aplicado aos três pedaços por equipes independentes: Universidade de Oxford, Inglaterra; duas equipes da Universidade de Tucson, Arizona (EUA) e Instituto de Tecnologia de Zurique, Suíça. O Museu Britânico de Londres supervisionou, analisou os três pareceres e elaborou o relatório final e definitivo, que enfim determinou: "Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século XIII"...
No mundo inteiro parecia se ouvir um desapontado "Ooohh"...Vitória definitiva dos céticos? Estava batido o martelo, definitivamente? Para milhares de entusiastas ao redor do mundo, que viam na imagem do Sudário a melhor e mais concreta prova possível não só das narrativas dos Evangelhos como também da sua ressurreição, por razões que veremos a seguir, representava esse resultado um triste e definitivo ponto final?
Na época, o então Cardeal Arcebispo de Turim, Dom Anastacio Ballestrero, revelou ao mundo que o Sudário não era de fato uma relíquia dos tempos de Cristo, como até então acreditava tanta gente dentro e fora da Igreja, mas apenas uma reprodução medieval.
Então era isso. Uma impressionante obra de arte, de um período em que as relíquias religiosas estavam em moda, eram falsificadas às centenas e comercializadas indiscriminadamente.
Mas havia um problema. Alguma coisa não se encaixava na história toda. Não era possível que esse resultado não provocasse, no mínimo, espanto, não só na comunidade religiosa como também na científica. Acontece que esse único resultado contrariava todos os resultados de todas as muitas análises e exaustivos estudos científicos realizados até então. Como explicar?
Além do carbono 14
a. A imagem do Sudário, comprovadamente e acima de dúvidas, não é uma pintura. Não há vestígios de pigmentos ou tintura de nenhuma espécie nele, além de a imagem não apresentar sentidos de direção.
b. Nas marcas do Sudário foram encontrados elementos químicos presentes no sangue humano. Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário, Dr. John Heller e Baima Bollone, comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo, na trama do linho.
c. A hipótese de alguém fazer uma pintura usando sangue humano também foi descartada, pois o exame de espectrometria de frequência da imagem digitalizada do Sudário revelou a total ausência dos picos que seriam causados por uma produção humana. Mais: o linho possui diversas camadas de fibras, e o estudo do sangue existente nessas fibras comprova ter sido este absorvido por contato, pois apenas as camadas mais superficiais estão impregnadas. - O que não ocorreria em caso de fraude.
d. A análise feita através de fotografias com luz ultravioleta fluorescente revelaram que ao redor das manchas de sangue presentes no Sudário há uma forte presença do soro que é produzido pelo corpo humano em casos de tortura, - como aquela a que foi submetido Jesus segundo os Evangelhos.
e. Os cientistas Eric Jumper e John Jackson, na década de 1970, transferiram fotos do Sudário de Turim para um supercomputador da Nasa, o VP-8, que colocou em relevo as imagens, transformando-as em 3D, e assim puderam recriá-las em terceira dimensão. Assim demonstraram que, no Sudário, a maior ou menor proximidade do corpo com o pano é que fez com que a imagem ficasse em alguns pontos mais clara e em outros mais escura. Os mesmos testes foram repetidos à exaustão com uma infinidade de imagens de pinturas de alguns dos maiores gênios impressionistas, e até com fotografias. Em nenhum caso o efeito obtido com a imagem do Sudário foi repetido(!). A imagem de Turim é única em toda a história da humanidade: em lugar algum, em nenhuma época, nada igual jamais existiu!
O fato concreto é que ninguém conseguia (como não se consegue até hoje), mesmo com todas as novas tecnologias que surgem sem cessar, explicar e nem reproduzir a imagem do chamado Santo Sudário de Turim. A produção daquela imagem seria algo absolutamente impossível para qualquer falsificador ou artista da Idade Média. Como descartar tantas evidências em prol da autenticidade em razão de uma única evidência contra ela? Não demorou para que pesquisadores e cientistas retomassem o estudo da famosa relíquia.
O "Sudário de Turim" ou "Santo Sudário" é um manto retangular de 4,36 m de comprimento por 1,10 m de largura. O tecido, firme e encorpado, é feito de puro linho e atualmente apresenta cor levemente amarelada. A espessura do tecido é de cerca de 34/100 de milímetros; é macio e fácil de dobrar. O peso avaliado é de aproximadamente 2,450 Kg. O linho usado na tecedura do Sudário foi fiado à mão, sendo que cada fio do tecido composto de 70-120 fibras tem um diâmetro variado e torcedura em "Z", no sentido horário. No ano de 1532, ocorreu um grande incêndio na Capela do Castelo de Chambéry, onde o Sudário estava guardado, dobrado e encerrado numa caixa de prata. Com o calor do fogo, a prata derreteu e gotejou sobre o Sudário, causando queimaduras por todo o lençol, que estava dobrado duas vezes no sentido da largura e quatro vezes no sentido do comprimento, formando 48 sobreposições. Quando foi desdobrado, viu-se que estava danificado de modo simétrico (como se vê na imagem do topo).
Além disso, a água usada para apagar o incêndio e esfriar a caixa incandescente deixou muitos halos (marcas) em forma de losango, as quais são sutilmente visíveis sobre as áreas que permaneceram secas. Os triângulos irregulares mais claros que se vê são ao longo do Sudário são os remendos dessas partes queimadas, feitos pelas irmãs clarissas de Chambéry.
Por que tanto interesse no Sudário
Obviamente, a Imagem no tecido é tudo o que realmente interessa quando se fala no Sudário. Quem observa o tecido estendido pode ver a figura, esmaecida mas impressionante, de um corpo humano em tamanho natural. De fato, são duas imagens do mesmo corpo: numa se vê o corpo de frente, na outra de costas. Elas se prolongam cabeça contra cabeça, em frente e verso. A imagem mostra claramente que o Sudário foi posto longitudinalmente em torno do corpo: o cadáver que deixou as marcas foi deitado sobre uma metade do lençol, o qual depois foi passado por cima da cabeça e estendido até os pés. A figura humana é formada, basicamente, por manchas de dois tipos, que apresentam colorações diferentes. Dois estudiosos norte-americanos, o engenheiro Kenneth E. Stevenson e o Filósofo Gary R. Habermas, sintetizaram assim a descrição do "Homem do Sudário": "A imagem é de um homem barbado, de aproximadamente 1,80m de altura. A idade é calculada entre 30 e 35 anos, e o peso em cerca de 80 Kg. É um homem bem constituído e musculoso".
Imagem com o contraste aumentado e escurecida para facilitar a visualização |
O exame dos sinais visíveis
1. O exame da imagem demonstra que o homem do Sudário é muito semelhante à imagem clássica de Jesus Cristo, e que foi espancado, flagelado e crucificado. Na imagem vista de frente, o rosto apresenta sinais bastante claros de traumas múltiplos: na testa, nas arcadas superciliares, nos zigomas, nas faces e no nariz, – que traz uma escoriação na ponta, – existem deformações típicas do inchaço causado por fortes pancadas. Apesar de tudo, no conjunto, o rosto traz um aspecto composto e sereno.
2. Os ombros estão erguidos, como se o corpo tivesse permanecido suspenso pelos braços até o momento da morte. Nota-se uma grande equimose no nível da omoplata esquerda e uma ferida no ombro direito, indicando fricção contínua com um objeto pesado e áspero, – exatamente como ocorreria se o homem tivesse carregado um patibulum (travessão da cruz romana) no ombro.
3. Os joelhos, especialmente o esquerdo, estão escoriados, com ferimentos muito semelhantes aos que seriam provocados por quedas violentas.
4. Fios de sangue estão presentes em todo o crânio, mais evidentes na nuca e na testa, como se algum tipo de capacete ou coroa feita de espinhos tivesse sido cravado em sua cabeça.
5. São bem visíveis os antebraços e as mãos, – cruzadas sobre o abdômen, esquerda sobre a direita. – No pulso mais visível, o esquerdo, há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mão direita esteja parcialmente oculta pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também este pulso tem uma ferida semelhante: ferimentos esses que se encaixam perfeitamente com as lesões que seriam provocadas por grandes cravos. Os dedos, bem visíveis, são alongados. Nota-se que os polegares não aparecem na imagem, – o que é particularmente interessante, já que a lesão do nervo mediano, provocada por cravos atravessando os pulsos na altura do espaço de Destot (imagem) obrigaria os polegares a se contraírem e se oporem às palmas das mãos.
6. No lado direito da caixa torácica (no Sudário é o lado esquerdo, porque a imagem é especular: como em um espelho, o lado direito da imagem é o lado esquerdo do corpo e vice-versa), nota-se uma ferida perfeitamente compatível com a que seria causada por uma ponta de lança romana: a chaga do lado direito do supliciado tem uma forma elíptica de 4,4 cm por 1,4 cm, que seria o diâmetro exato de um ferimento causado por uma lança romana do primeiro século, sem ganchos que alargariam a ferida e sem nervuras de reforço, tal como as que se utilizavam em motins para ferir depressa e mortalmente, de modo a retirar a arma e visar imediatamente outro adversário.
Na parte superior da mancha sanguínea se distingue nitidamente uma mancha oval com o eixo maior oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá nitidamente a impressão da chaga do lado de onde saiu este sangue. Aí distingue-se uma dupla mancha no tecido: uma de sangue e outra, quase incolor, que só se tornou visível quando se usaram raios ultravioleta na observação. Os dois líquidos correram abundantemente até formarem uma espécie de círculo em torno dos rins. Como sabemos, o quarto evangelista afirma que da ferida saiu sangue e água. O sangue na imagem do Sudário procede do coração e talvez de hematomas causados por hemorragias internas. Quanto ao que João chama "água" e que corresponderia à mancha incolor observada no pano, é muito provavelmente uma mistura de soro sanguíneo, – resultante dos hematomas, – e de líquido pericárdico, situado dentro da bolsa pericárdica que envolve o coração. Esse líquido é tanto mais abundante quanto maior for o sofrimento da vítima; constitui inclusive uma prova usada em medicina legal para saber se a vítima foi seviciada antes da morte.
7. No torso das figuras, anterior e posterior, notam-se decalques de sangue em formas bastante regulares por todo o corpo. O sangue se coagulou em lesões lácero-contusas de modo diferente, muitas vezes aos pares e em sentido paralelo, indicação clara de que foram causadas por chicotadas repetidas, sendo que estudos demonstraram que foram cerca de 120. É evidente, ainda, que os golpes foram produzidos por dois homens posicionados um de cada lado do "Homem do Sudário", e que um destes era bem mais alto.
8. Percebe-se que o pé direito do crucificado foi apoiado diretamente no madeiro da cruz; o esquerdo foi posto sobre o direito; ambos foram pregados juntos nessa posição, e assim os fixou a rigidez cadavérica.
Como um negativo fotográfico!
Foram as primeiras fotografias tiradas do Sudário que determinaram a grande reviravolta que ocorreu nos anos seguintes: um grande progresso nos conhecimentos a seu respeito e, consequentemente, um grande e sempre crescente interesse popular e científico pela relíquia, que até então era considerada apenas mais um simples objeto de devoção católica.
Tudo começou em 1898, quando o fotógrafo e advogado Secondo Pia obteve autorização para fotografar o Sudário. Ele o fez, obviamente com a aparelhagem técnica da época, e logo levou as chapas à câmara escura para a revelação. O que aconteceria a seguir seria a maior surpresa e o maior acontecimento de toda a sua vida: diante de seus olhos estupefatos, foram aos poucos surgindo os primeiros contornos, e depois, as definições cada vez mais perfeitas, evidentes e ricas em pormenores. Trêmulo, Secondo Pia percebeu que a imagem da chapa era muito mais vívida e nítida do que a que se podia ver diretamente no Sudário. Como fotógrafo, ele imediatamente percebeu que a imagem gravada no Sudário era na verdade uma espécie de negativo fotográfico!
Ao contrário do que Pia poderia imaginar, no negativo surgiu a imagem positiva perfeita, mais nítida e real do que a imagem fotografada: "Fechado em minha câmara escura e absorto em meu trabalho, senti uma emoção fortíssima quando, durante a revelação, vi aparecer pela primeira vez, na chapa, a Sagrado Face, com tal clareza que fiquei aturdido!" (declaração de Secondo Pia em 1898).
Aquela primeira fotografia revelou esse imprevisível e inacreditável segredo. Desde então, o Sudário passou a ser estudado como um dos mistérios mais apaixonantes da Antiguidade, pois obviamente não haveria como um falsificador reproduzir, há centenas de anos, uma imagem com características de um negativo fotográfico moderno. Muitos anos depois, com o uso de computadores e técnicas cada vez mais avançadas, seriam feitas descobertas cada vez mais impressionantes a respeito da imagem presente no Sudário.
Em 1973 nomeou-se uma comissão para autenticar outras fotografias tiradas em 1969. Era membro dessa comissão um conceituado cientista suíço, o Dr. Max Frei Sulzer, protestante, perito em micro-vestígios e criminólogo de fama internacional, fundador e diretor, durante 25 anos, do serviço científico da polícia de Zurique (Suíça). Ele encontrou no Sudário uma notável quantidade de pó atmosférico muito fino, e retirou doze amostras usando fitas adesivas especiais para coletar material microscópico do tecido sem danificá-lo.
Dessa maneira, Frei identificou 58 espécies de pólen no Sudário: 17 delas eram provenientes da França ou da Itália, locais onde o Sudário fora exposto muitas vezes durante sua longa existência; As demais amostras, porém, vinham de plantas encontradas exclusivamente na Palestina, e muitas delas típicas de Jerusalém e arredores(!). Uma comprovação incontestável de que o Sudário estivera em Jerusalém, e um ponto a favor de sua autenticidade como verdadeira mortalha de Jesus Cristo.
Mais averiguações científicas foram realizadas em 1978, quando foi certificado que a imagem do Sudário não apresenta nenhum sinal de direção, isto é, não foi pintada nem desenhada. Durante os anos seguintes, muitos outros estudos foram feitos, e milhares de fotografias foram produzidas, com as mais diversas e mais avançadas técnicas, além de macrofotografias, radiografias, termografias, reproduções por transparência, fluorescência, etc, etc...
O polêmico teste de datação
Em Outubro de 1988, um pedaço de 7 por 1,2 centímetros foi recortado do Sudário, dividido ao meio e uma das metades novamente dividida em três. O objetivo era submetê-las ao teste do Carbono 14, considerado o mais avançado sistema de datação de artefatos antigos. Se o Sudário era a mortalha de Jesus Cristo, ele teria que ter, no mínimo, aproximadamente 2 mil anos de idade. O carbono, sendo a base de toda matéria orgânica da Terra, é chamado de "traçador radioativo", pois o acompanhamento da sua degradação pode ser utilizado para medir a idade de qualquer matéria orgânica. - Como o linho do Sudário.
O teste foi aplicado aos três pedaços por equipes independentes: Universidade de Oxford, Inglaterra; duas equipes da Universidade de Tucson, Arizona (EUA) e Instituto de Tecnologia de Zurique, Suíça. O Museu Britânico de Londres supervisionou, analisou os três pareceres e elaborou o relatório final e definitivo, que enfim determinou: "Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século XIII"...
No mundo inteiro parecia se ouvir um desapontado "Ooohh"...Vitória definitiva dos céticos? Estava batido o martelo, definitivamente? Para milhares de entusiastas ao redor do mundo, que viam na imagem do Sudário a melhor e mais concreta prova possível não só das narrativas dos Evangelhos como também da sua ressurreição, por razões que veremos a seguir, representava esse resultado um triste e definitivo ponto final?
Na época, o então Cardeal Arcebispo de Turim, Dom Anastacio Ballestrero, revelou ao mundo que o Sudário não era de fato uma relíquia dos tempos de Cristo, como até então acreditava tanta gente dentro e fora da Igreja, mas apenas uma reprodução medieval.
Então era isso. Uma impressionante obra de arte, de um período em que as relíquias religiosas estavam em moda, eram falsificadas às centenas e comercializadas indiscriminadamente.
Mas havia um problema. Alguma coisa não se encaixava na história toda. Não era possível que esse resultado não provocasse, no mínimo, espanto, não só na comunidade religiosa como também na científica. Acontece que esse único resultado contrariava todos os resultados de todas as muitas análises e exaustivos estudos científicos realizados até então. Como explicar?
Reprodução do rosto visível no Sudário de Turim; imagem escurecida para facilitar a visualização. |
Negativo fotográfico da mesma imagem: inexplicavelmente esta é a imagem positiva |
Além do carbono 14
a. A imagem do Sudário, comprovadamente e acima de dúvidas, não é uma pintura. Não há vestígios de pigmentos ou tintura de nenhuma espécie nele, além de a imagem não apresentar sentidos de direção.
b. Nas marcas do Sudário foram encontrados elementos químicos presentes no sangue humano. Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário, Dr. John Heller e Baima Bollone, comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo, na trama do linho.
c. A hipótese de alguém fazer uma pintura usando sangue humano também foi descartada, pois o exame de espectrometria de frequência da imagem digitalizada do Sudário revelou a total ausência dos picos que seriam causados por uma produção humana. Mais: o linho possui diversas camadas de fibras, e o estudo do sangue existente nessas fibras comprova ter sido este absorvido por contato, pois apenas as camadas mais superficiais estão impregnadas. - O que não ocorreria em caso de fraude.
d. A análise feita através de fotografias com luz ultravioleta fluorescente revelaram que ao redor das manchas de sangue presentes no Sudário há uma forte presença do soro que é produzido pelo corpo humano em casos de tortura, - como aquela a que foi submetido Jesus segundo os Evangelhos.
e. Os cientistas Eric Jumper e John Jackson, na década de 1970, transferiram fotos do Sudário de Turim para um supercomputador da Nasa, o VP-8, que colocou em relevo as imagens, transformando-as em 3D, e assim puderam recriá-las em terceira dimensão. Assim demonstraram que, no Sudário, a maior ou menor proximidade do corpo com o pano é que fez com que a imagem ficasse em alguns pontos mais clara e em outros mais escura. Os mesmos testes foram repetidos à exaustão com uma infinidade de imagens de pinturas de alguns dos maiores gênios impressionistas, e até com fotografias. Em nenhum caso o efeito obtido com a imagem do Sudário foi repetido(!). A imagem de Turim é única em toda a história da humanidade: em lugar algum, em nenhuma época, nada igual jamais existiu!
Reprodução artística de Jesus a partir da face visível no Sudário |
O fato concreto é que ninguém conseguia (como não se consegue até hoje), mesmo com todas as novas tecnologias que surgem sem cessar, explicar e nem reproduzir a imagem do chamado Santo Sudário de Turim. A produção daquela imagem seria algo absolutamente impossível para qualquer falsificador ou artista da Idade Média. Como descartar tantas evidências em prol da autenticidade em razão de uma única evidência contra ela? Não demorou para que pesquisadores e cientistas retomassem o estudo da famosa relíquia.
La Santa Sindone, obra atribuída a Giulio Clovio (1948-1578) |
Secondo Pia |
Giuseppe Enrie |
Anos depois, autoridades médicas que efetuaram avaliações com o auxílio de análises de cadáveres constataram que as imagens eram perfeitamente consistentes com a crucifixão. Em 1973, o Vaticano permitiu que se extraísse uma minúscula amostra do tecido para avaliação. As análises microscópicas confirmaram que o Sudário era feito de puro linho, tecido em padrão espinha-de-peixe 3x1, perfeitamente compatível com a época de Cristo, e que só poderia ter sido adquirido por um homem rico (assim como José de Arimateia nos relatos dos Evangelhos). Somando-se a tudo isso às pesquisas do Dr. Max Frei-Sulzer, que ao analisar partículas de pó e pólen extraídas da superfície do Sudário encontrou material exclusivo das regiões em torno do Mar Morto (conf. visto na postagem anterior), os cientistas, finalmente, se convenceram de que valia a pena aprofundar os estudos a respeito do chamado Santo Sudário.
Assim foi formada a equipe do "Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim", o PPST, num esforço para avaliar o Sudário sistematicamente e segundo a metodologia científica avançada. Os resultados finais dos estudos do PPST foram publicados em 1981. As conclusões oficiais daquele relatório foram as seguintes:
“Não foram encontradas pinturas, tinturas ou manchas nas fibras. Radiografia, fluorescência e microquímica aplicadas às fibras excluíram a possibilidade de pintura como método de criação da imagem. Avaliação por raios ultravioleta e infravermelhos confirmaram estes estudos.
A definição da imagem por computador e as análises pelo analisador de imagem VP-8 revelaram que a imagem tem codificada, em si, informação tridimensional, uma característica sem paralelo em nenhum outro artefato submetido a análise científica até o dia de hoje.
A avaliação microquímica não indicou qualquer evidência de especiarias, óleos ou elementos bioquímicos conhecidos. Está claro que houve um contato direto do Sudário com um corpo humano, o que explica certas características, como marcas de açoite e de sangue .
Entretanto, enquanto este tipo de contato poderia explicar algumas das características do torso, é totalmente incapaz de explicar a imagem da face com a alta resolução amplamente demonstrada através de fotografia.
O problema básico, do ponto-de-vista científico, é que algumas explicações sustentáveis do ponto-de-vista químico são impedidas pela Física. Ao reverso, certas explicações físicas que seriam consideradas adequadas são impedidas pela Química. Uma explicação satisfatória para a imagem do Sudário tem que ser cientificamente razoável dos pontos de vista físico, químico, biológico e médico. No presente, esse tipo de solução não está ao alcance da equipe que estuda o Sudário. As experiências realizadas em física e química com linho velho não foram capazes de reproduzir adequadamente o fenômeno do Sudário de Turim. O consenso científico é que a imagem foi produzida por algo que resultou em oxidação, desidratação e conjugação da estrutura polissacarídica das microfibras do próprio linho. Tais mudanças podem ser reproduzidas no laboratório por certos processos químicos e físicos. Um tipo semelhante de mudança em linho pode ser obtido com ácido sulfúrico ou calor intenso. Porém, nenhum método químico ou físico conhecido pode responder pela totalidade da imagem, nem o pode qualquer combinação de circunstâncias físicas, químicas, biológicas ou médicas adequadamente.
Assim, a resposta para a pergunta de como a imagem foi produzida ou o que produziu a imagem permanece um mistério. Podemos concluir, por ora, que a imagem do Sudário é a real forma humana de um homem açoitado e crucificado. Não é o produto de um artista. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina e também foram positivadas em teste para albumina de soro. A imagem é um mistério contínuo e até que sejam feitos estudos químicos adicionais, talvez por este mesmo grupo ou por cientistas do futuro, o problema permanece não solucionado."2
Depois dessas conclusões no mínimo espetaculares, não havia como a comunidade científica não mudar a sua postura. Muitos céticos declarados passaram a se interessar pelo Sudário: estavam, no mínimo, diante de um dos maiores enigmas de todos os tempos.
O fato de haver questões religiosas envolvidas, o que em princípio afastou muitos cientistas agnósticos e/ou ateus, já não era mais suficiente para impedir a curiosidade e o interesse numa pesquisa tão importante. Muitos especialistas ateus de diversas áreas se interessaram na pesquisa do Sudário, alguns com o objetivo de desmistificá-lo ou de tentar derrubar a hipótese de autenticidade. Um desses cientistas céticos e profundamente agnóstico era o Dr. Raymond Rogers, que acabaria assumindo importância fundamental nessa história, como veremos mais adiante.
O fato de haver soro invisível a olho nu ao redor das manchas de sangue no Sudário, por exemplo, era algo que não poderia ter sido produzido por nenhum falsificador do período medieval. – Ocorre que, sob tortura, as paredes dos glóbulos vermelhos do sangue se rompem, liberando bilirrubina, presente nessas áreas do tecido. – Como explicar isso? Assim como concluiu o Dr. Barriem Schwortz, membro da equipe PPST, absurdo maior do que considerar o Sudário autêntico seria imaginar que um falsificador da Idade Média esconderia manchas invisíveis no tecido para que cientistas, 700 anos depois, a encontrassem utilizando equipamentos que ele nunca poderia sonhar existir.
As evidências em favor da autenticidade do Sudário eram muitas, e tudo parecia caminhar para a inacreditável comprovação, não só da veracidade das narrativas evangélicas, como também (mais impactante) do caráter supernatural de algum fato inexplicável ocorrido após a morte daquele crucificado.
Essa expectativa permaneceu até o malfadado teste de datação por Carbono 14 realizado em 1988. Ainda hoje, é esta a maior "pedra no sapato" dos que defendem a autenticidade da relíquia. Como já visto, os testes de datação concluíram que o linho do Sudário só poderia ter sido produzido numa data entre 1260 e 1390 dC. Ateus ativistas festejaram, porém muitos cientistas respeitados ficaram perplexos. Como conciliar tantas evidências a favor com uma única, – porém contundente, – prova contra a autenticidade da mortalha? O mundo científico estava diante de um enigma gigantesco. E cientista que é cientista ama desafio.
A partir daí, as mais estapafúrdias hipóteses passaram a ser levantadas. Até a teoria de que algum pobre coitado teria sido capturado, torturado e submetido aos mesmos sofrimentos de Jesus, espancado, flagelado, coroado com espinhos, crucificado e morto, sendo depois o corpo perfurado com uma lança, tudo para depois ser envolvido num tecido, na produção de uma relíquia falsa. O fato é que, apesar de altamente improvável, essa hipótese não poderia ser considerada impossível, se não fossem as incríveis particularidades da relíquia em questão. Por exemplo, a perfeita conformidade entre o tamanho da lança que perfurou o flanco do crucificado e as que eram usadas pelos soldados romanos na época de Jesus. Ou as feridas perfeitamente condizentes com as que seriam provocadas pelo flagelum romano no mesmo período histórico. Ou inúmeros outros detalhes que o Sudário revela (como veremos adiante), e que ninguém, nem mesmo o maior de todos os gênios poderia conceber, na Idade Média.
O maior dos enigmas: o Sudário é uma prova física da Ressurreição de Cristo?
De todas as questões trazidas à baila pelo estudo do Sudário, sem dúvida o que mais impressiona é o fato de a sua "impressão", que não apresenta nenhum sinal de produção por mão humana, ser superficial: a coloração que forma a imagem não penetra os fios. A imagem toca apenas as fibrilas (camada superior) da trama do lençol, sobre uma profundidade de aproximadamente 40 microns2. Isso exclui qualquer aplicação de líquidos e qualquer técnica de impregnação de imagem. Toda a impressão é composta apenas por "fibrilas amarelas", e a coloração que compõe a imagem é produto de uma desidratação da celulose de origem desconhecida; em outras palavras, é uma espécie de queimadura, que só poderia ter sido provocada por calor intenso ou pela exposição à uma fonte de luz extremamente intensa(!).
Explicando melhor: a imagem visível do Sudário é uma espécie de chamuscado sem impregnação, como somente uma queimadura poderia provocar. É esse queimado aparente do tecido que constitui a imagem, principal característica visual do Sudário, que não chegou a afetar as fibras dos fios, mas apenas, e de maneira seletiva, as fibrilas. Mais: essa marca da Imagem não existe sob as partes manchadas de sangue, como se o sangue tivesse protegido o tecido da impressão por calor ou luz muitíssimo intensa. Assim, a imagem não atravessa a "tela" de lado lado. Sobre uma única face do Sudário é que está a imagem frontal e dorsal de um homem em rigor mortis. De fato, ali se encontram, – e isso não é matéria de fé, – registros até hoje inexplicados de uma forma de "radiação" ou energia desconhecida, gerada misteriosamente no momento exato da formação, por inteiro, da imagem no Sudário.
Por mais céticos que sejamos, por mais contestador que alguém seja, não há como deixar de reconhecer que uma explicação perfeita para a formação da imagem seria o fenômeno descrito pelos evangelistas como "Ressurreição". As Sagradas Escrituras dizem que Jesus, quando se manifestava em Glória divina, "brilhava mais do que o sol". Um brilho assim intenso seria a mais perfeita (e talvez única) explicação possível para a imagem visível no Sudário de Turim(!).
Elaborações de como seria a face do "Homem do Sudário" (clique sobre as imagens para ampliar) |
Mas ainda restava o problema da datação por carbono 14
Antes da divulgação dos resultados dos testes por C-14, os ateus e céticos procuravam todo tipo de "explicações" para a imagem. Depois dela, não demoraram a pipocar por toda parte as mais diversas tentativas de explicação da parte de devotos inconformados. Crentes do mundo inteiro se recusavam a admitir a hipótese de uma simples falsificação.
Muitas pessoas "precisavam" crer no Sudário, e não seria um grupo de antipáticos metidos em jalecos brancos que iria desencorajá-los. De fato, esse pode ser um problema com as pessoas de fé cega. A fé verdadeira não pode "fazer escolhas" ou fazer acreditar naquilo que "faz bem" à alma, que dê conforto ou esteja em conformidade com aquilo que se "acha". A fé autêntica não aceita nem mesmo o que diz o bom senso. – A pessoa de fé simplesmente aceita o que é, e a fé verdadeira não depende de milagres ou evidências físicas. – Não é a Verdade que se adapta ao que pensa o crente, mas sim o crente deve se aperfeiçoar na arte de se moldar à Verdade, "ser um com" a Verdade (que para o cristão é o próprio Cristo).
Como a serenidade da fé, entretanto, não é uma virtude assim tão comum, não faltaram tentativas ridículas de desacreditar os testes do C-14: disseram, por exemplo, que as amostras retiradas estavam impregnadas por uma grande quantidade de poeira, acumulada no decorrer dos séculos, o que poderia ter comprometido os resultados. Tolice. Os testes por C-14 não são prejudicados nem alterados pela poeira, e materiais ainda mais antigos já foram perfeitamente datados por esse método. Além disso, antes de submeter as amostras ao teste, elas foram devidamente tratadas por um meticuloso processo de remoção de impurezas.
Disseram também que o calor a que o Sudário fora submetido, por ocasião do incêndio de 1532 na Capela de Chambery, teria provocado alterações no resultado dos testes. Mais uma tentativa frustrada: de fato, esse tipo de calor não seria suficiente para confundir o teste por carbono.
Quanto às amostras de pólem encontradas pelo Dr. Frei-Sulzer, a única coisa que essas amostras poderiam comprovar definitivamente é que o linho do Sudário provinha da região da Palestina onde Jesus foi sepultado. Uma constatação impressionante e importante, sem dúvida, mas o falsificador poderia ser alguém extremamente meticuloso.
Vitória definitiva dos céticos? Tudo indicava que sim, até ocorrer uma grande reviravolta
Joseph Marino e Susan Benford |
“Graças te dou, ó Pai, porque revelastes estas coisas aos pequeninos e as escondestes dos doutores e entendidos...” – Jesus Cristo (Mt 11,25)
No ano 2000, um casal de leigos sem nenhuma formação científica fez a descoberta de algo que até então nenhum dos muitos doutores e homens de ciência envolvidos nos projetos de estudo do Sudário havia percebido.
Os norte-americanos Joseph Marino e Susan Benford, através do simples exame visual em imagens do Sudário disponibilizadas pelo PPST na internet, notaram que havia uma espécie de "remendo invisível" exatamente na parte do Sudário recortada pelos cientistas para análise. Aprofundaram-se então na pesquisa e descobriram que esse tipo de remendo era muito utilizado na Idade Média para reforçar tecidos de valor, e que era conhecido como "retecelagem francesa".
Maravilhados, perceberam que estavam diante de uma grandiosa descoberta: a análise por C-14 poderia ter sido feita numa parte remendada do tecido, o que sem dúvida alteraria completamente o resultado da datação! Procuraram então o "Beta Analytic", – o maior laboratório de datação por Carbono-14 do mundo, – que sustentou que uma mistura próxima a 60% de remendos do ano 1500 ou posterior, com cerca de 40% de tecido do século I, causaria uma falsa datação, e para o século XIII(!). Era exatamente este o resultado obtido pelo PPST. Mais ainda: o casal de pesquisadores sabia que o período entre 1500 e 1600 foi a época em que mais comumente se usou a técnica da retecelagem.
Dr. Raymond Rogers |
O próximo passo foi submeter reproduções ampliadas das fotografias das amostras do Sudário que haviam sido datadas pelo C-14 à apreciação de diversos especialistas em tecidos antigos, sem revelar que se tratava da trama do tecido do Sudário. O resultado foi a opinião unânime de que aquela amostra parecia ter sido retecida(!).
Dr. Barriem Schwortz |
Resolveu ele então, pessoalmente, pedir ajuda ao seu irascível colega, que ainda tinha em seu poder alguns preciosos fios do material coletado do Sudário: ninguém menos que o cético convicto Dr. Raymond Rogers.
O Dr. Rogers, conhecido pela truculência e ironia com que costumava receber as contestações aos resultados obtidos pelo C-14, mal pode acreditar no que lhe pedia o colega cientista. Segundo Dr. Barriem, foi assim que o Dr. Rogers reagiu ao seu telefonema: “Essa é mais uma tolice dos crédulos que não aceitam a simples verdade dos fatos. Eu não acredito que você esteja me perturbando com essa história. Dê-me quinze minutos e eu lhe provo que essa história não passa de mais baboseira”3. Ainda segundo seu próprio relato, Dr. Barriem apenas respondeu: “Fique à vontade, Ray...”3.
E assim, muito à contragosto, o Dr. Raymond Rogers localizou os pequenos fragmentos de fios que tinha guardado da amostra do Sudário de Turim, para examiná-los sob o potente microscópio de seu laboratório particular. E o que descobriu o deixou pasmo: esse breve exame fez com que, a partir dali, mudasse completamente sua atitude cética e se tornasse um dos maiores defensores da necessidade de um novo teste de datação. O que Dr. Rogers viu, sob a poderosa lente de aumento, naquele fio do chamado Santo Sudário, foi a presença inequívoca de microfragmentos de algodão, juntamente com vestígios de pigmentação e resinas(!), – elementos que não existem em nenhuma outra parte da relíquia, toda feita de puro linho(!); – uma prova incontestável de que, sim, a parte do tecido retirada para a datação estava contaminada por material não original, o que certamente alterou os resultados. Em outras palavras, ele acabava de comprovar por si mesmo que a tese da retecelagem era não só perfeitamente plausível, como também evidente(!).
Levando-se em conta a hipótese da retecelagem, todas as lacunas encontradas no estudo do Sudário passariam a ser perfeitamente preenchidas, como por exemplo, a margem de erro de praticamente 200 anos entre os resultados que compõem o teste. A saber, os resultados da datação foram os seguintes:
• Universidade do Arizona, teste 1: datou a amostra como sendo do ano 1238;
• Universidade de Oxford: datou a amostra como sendo do ano 1246;
• Instituto Tecnológico de Zurich: datou a amostra como sendo do ano 1376;
• Universidade do Arizona, teste 2: datou a amostra como sendo do ano 1430.
• Universidade de Oxford: datou a amostra como sendo do ano 1246;
• Instituto Tecnológico de Zurich: datou a amostra como sendo do ano 1376;
• Universidade do Arizona, teste 2: datou a amostra como sendo do ano 1430.
Os resultados obtidos por C-14 costumam ser específicos (a margem de erro aceitável é de 30 anos para mais ou para menos), mas nesse caso em particular, estranhamente, há uma variação de 192 anos entre um resultado e outro. Esta anomalia é também perfeitamente explicada pela tese da retecelagem, pois em diferentes partes da amostra retirada haveria maior ou menor quantidade do tecido de remendo misturado ao tecido original, pela própria maneira como a técnica é empregada.
Mistérios que envolvem a história do Sudário
Tudo o que envolve a história do Santo Sudário é envolto por fatos marcantes e também intrigantes, como os estranhos incêndios que ocorreram nos lugares onde é guardado. – Além do incêndio na Catedral de Chapelle (Chambery, França) em 4 de Dezembro de 1532, também no dia 11 de Abril de 1997 a Catedral de Turim, onde a relíquia estava guardada, pegou fogo: o Sudário foi salvo espetacularmente por um bombeiro devoto e muito corajoso; fato este que, por si só, está cercado de particulares mistérios: na ocasião do incêndio, o Sudário estava protegido por um ultra-resistente vidro à prova de balas e ataques, mas foi facilmente quebrado pelo valente oficial, que salvou o manto do perigo, levando-o nas costas até o exterior do templo.
Outro fato marcante é que o Dr. Rogers, que agora havia voltado a acreditar, nessa época lutava contra a morte, acometido por um câncer fatal, e cada novo dia de vida era para ele uma batalha. A essa altura, ele desejava muito vir a conhecer a confirmação ou não da autenticidade do Sudário, antes de morrer. Logo após a sua incrível descoberta, enviou seus fragmentos de fios ao seu colega microscopista, Dr. Robert Vilarreal, que tinha acesso a equipamentos mais avançados para análise do material. Mas, quando o resultado saiu, Dr. Rogers já havia falecido, vencido pelo câncer. – Assim como Moisés, que conduziu o povo hebreu à Terra Prometida mas não pode entrar nela, ele nunca soube que as amostras do fiapo demonstraram que ele era constituído, de fato, por duas fibras de materiais diferentes entrelaçadas, coladas e tingidas para tornar o remendo invisível. Estava definitivamente derrubado, afinal, os polêmico resultado da datação de 1988.
Então, o Sudário é mesmo santo (autêntico)?
Ainda não podemos ter absoluta certeza sobre a autenticidade do Sudário, até que novos testes com C-14 sejam realizados, dessa vez com material válido. Susan Benford, a simpática pesquisadora independente que fez a maior descoberta da História conhecida a respeito do Sudário, diz que "sente" que a relíquia é autêntica. Mas isso é só uma opinião, e ela pode se enganar. Sabemos, porém, que é assim que Deus costuma agir sempre: deixa pistas, mas não se mostra claramente. Acho que faz parte da missão de cada ser humano encontrá-Lo, oculto por trás das aparências.
Se o Sudário não for o pano que envolveu o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo após a morte, isso não muda em nada a nossa fé. Mas, se for, então estamos sem dúvida diante do objeto mais sagrado do mundo em todos os tempos. Principalmente porque ele pode ser a prova viva de que um fenômeno supernatural aconteceu àquele corpo, guardado num túmulo escuro há dois mil anos. A imagem do Sudário é feita por marcas de queimadura que só poderiam ter sido provocadas por um intenso calor ou por um brilho extremo. Isso não é pouca coisa.
“O problema é que, como há correlação com a figura de Jesus, sentimentos religiosos e emocionais sempre afetam a pesquisa. Os crédulos querem acreditar e se recusam a aceitar qualquer explicação que não seja miraculosa. Enquanto isso, os céticos insistem em fechar os olhos para todas as muitas e sólidas evidências em favor da autenticidade.”(Joseph Marino)
Algumas curiosidades sobre o Santo Sudário
# Em duas décadas de estudos, 23 cientistas do PPST e de outros grupos de pesquisa morreram precocemente. O último deles foi Raymond Rogers, do Laboratório Nacional de Los Alamos, em 2003.
# O trabalho do Dr. Rogers foi publicado (2005) no periódico científico Thermochimica Acta, que emprega o sistema peer review (revisão por pares, uma espécie de controle de qualidade feita por especialistas independentes dos autores do estudo em causa).
# O "Homem do Sudário" foi coroado com uma espécie de "chapéu" completo feito de espinhos. Todas as imagens da Idade Média retratavam a coroa de espinhos em forma de aro. Além disso, as marcas de pregos estão localizadas nos pulsos e não nas palmas das mãos, como nas imagens clássicas. Tais características são mais evidências em favor da autenticidade, pois um falsificador jamais iria contrariar algum detalhe popularmente aceito como certo.
# Os Evangelhos falam dos panos que envolveram o corpo de Jesus, às pressas, para não quebrar o descanso sabático judaico. Os judeus envolviam os cadáveres com bandagens, mas com Cristo não tiveram tempo, porque morreu às três horas da tarde e era necessário terminar a sepultura antes da noite, quando era proibido qualquer tipo de trabalho. José de Arimatéia deveria pedir autorização a Pilatos para levar o cadáver, obter instrumentos e descer Jesus da cruz. A tarde terminava e deveriam enterrá-lo rapidamente. Seria mais rápido e prático cobri-lo com um sudário. É por isso que, segundo os Evangelhos, após o sábado foram as mulheres terminar a sepultura e prestar suas últimas homenagens, quando encontraram no sepulcro apenas os panos e faixas.
# O Sudário apresenta sangue que corresponde ao grupo AB, o mais frequente entre o povo judeu.
# Segundo legistas, todas as feridas visíveis no Sudário foram produzidas em vida, com exceção da lançada no flanco direito, que chegou a aurícula direita do coração.
# A Bíblia Sagrada menciona explicitamente o Sudário. O evangelista S. Mateus diz que José de Arimatéia "tomou o Corpo de Jesus e o envolveu num lençol limpo", colocando-o num túmulo novo (Mt 27,59-60). Marcos e Lucas referem-se também ao fato, usando a expressão "envolveu-o no lençol" (Mc 15,46; Lc 23,53).
Fontes e bibliografia:
1. ZACCONE, Gian Maria. Nas pegadas do Sudário, São Paulo: Loyola, 2001, p. 9.
2. MENEZES, Eurípedes Cardoso.O Santo Sudário à Luz da Ciência, São Paulo: Loyola, 1987 - p. 41.
3. Inf. disponível no documentário "O Mistério do Santo Sudário" - Discovery Channel (2009).
4. Idem.
Shroud of Turim Research Project (STURP)
Especialistas recriam, em 3D, a face da imagem do Sudário de Turim
A cronologia do Sudário
Fórum Santo Sudário
National Geographic
Turin Shroud