NAS REDES SOCIAIS, vemos muitos católicos a desperdiçarem um tempo precioso de suas vidas debatendo com pessoas hostis à sua fé. Alguns poucos, bem preparados, até ganham os debates, mas o fato é que dificilmente convencem alguém. Outro problema é que via de regra se comportam com agressividade exagerada, conseguindo apenas aumentar o ódio gratuito. Pior é que a maior parte dos católicos, sem o devido preparo para minar o falatório desonesto de seus opositores, acaba ficando sem argumentos diante de meia dúzia de citações bíblicas (quando a controvérsia é com protestantes) ou pseudo-"verdades" científicas (quando se discute com ateus militantes): inadvertidamente, entregam aos seus inimigos toda a "munição" de que necessitam.
Sim, é duro ficar calado vendo nossa Igreja, nossa fé e valores mais sagrados sendo gratuita e injustamente atacados, profanados, caluniados. E temos mesmo que abrir a boca nas salas de aula, nos ambientes de trabalho, nas reuniões com amigos e com a família, como bons combatentes de Cristo que precisamos ser, até para exigir o devido respeito daqueles com quem convivemos. No mundo virtual, todavia, penso que 90% dessas discussões são uma grande perda de tempo e de energia. – Ainda que um católico bem formado seja habilidoso na defesa da fé e ganhe o debate, quase nunca o seu opositor reconhecerá que está errado. E vemos que isto acontece, basicamente, por três motivos:
1. Nosso tempo apresenta um patético fenômeno: há uma multidão que, mesmo conhecendo determinado tema apenas “de orelhada”, – isto é, leram a orelha de algum livro, ou três linhas de algum artiguete de jornal, revista ou blog irresponsável sobre o assunto, – e já se consideram "doutores" altamente especializados, não só para opinar como também para "instruir" os outros. Vivemos dias em que pouquíssimos se dispõem a pesquisar e estudar realmente a fundo (mesmo nas universidades), mas todos se veem como entendedores de tudo.
2. Nas redes sociais, o desejo de se construir uma boa imagem é enormemente potencializado. Todos querem passar a impressão de que são muito sábios, realizados, felizes, bem resolvidos. Assim, o anticatólico, ainda que não consiga sustentar o seus argumentos, nunca dará o braço a torcer, – por causa da vaidade: fará de tudo para que a "plateia" online não perceba que ele é só um palpiteiro pretensioso e preconceituoso falando do que não sabe.
3. Vivemos tempos em que reina o relativismo. O gigante Cardeal Ratzinger chegou a falar em "ditadura do relativismo", expressão cunhada por ele mesmo, brilhante por ser tão verdadeira. A verdade, em nossos dias, simplesmente não importa. As pessoas andam preocupadas em ter razão, em impor seus egos super inflados umas às outras, e estão realmente acreditando que "cada um tem a sua própria verdade". Assim, para a maioria, mais importante do que conhecer a verdade objetiva é impor a sua própria versão de verdade.
3. Vivemos tempos em que reina o relativismo. O gigante Cardeal Ratzinger chegou a falar em "ditadura do relativismo", expressão cunhada por ele mesmo, brilhante por ser tão verdadeira. A verdade, em nossos dias, simplesmente não importa. As pessoas andam preocupadas em ter razão, em impor seus egos super inflados umas às outras, e estão realmente acreditando que "cada um tem a sua própria verdade". Assim, para a maioria, mais importante do que conhecer a verdade objetiva é impor a sua própria versão de verdade.
Vejamos o exemplo de uma situação muito comum num debate entre um católico e um anticatólico. O anticatólico diz que Pio XII foi "o Papa de Hitler". O católico prova ao sujeito, por A+B, apresentando fontes confiáveis e documentação histórica, que Pio XII foi, isto sim, um herói do povo judeu, e que salvou tantas vidas quanto pôde. O justo seria que o outro reconhecesse seu equívoco e, talvez, por boa educação, até agradecesse pelo esclarecimento. Mas o que normalmente acontece é coisa bem diferente: o caluniador não se dá por vencido, desvia o foco do assunto e começa a falar, por exemplo, da Inquisição ou da pedofilia de padres, vomitando mentiras e clichês sem o menor pudor. Como dissemos, a verdade, para ele, não importa. Importa apenas ter razão e "sair por cima", fazendo uma bela figura...
É muito importante, pois, desenvolver o feeling, a sensibilidade necessária para entender com quem vale a pena debater ou não na web. É preciso reconhecer quem se pode dialogar honestamente e quem está fechado em seu próprio mundo imaginário, tendo como únicos objetivos difamar a religião alheia e ter razão a qualquer custo.
De modo geral, sou pessimista quanto a debates em redes sociais. Já caí várias vezes na esparrela de discutir com amigos ou estranhos alienados no Facebook, Google Plus e outras redes sociais. O resultado? Frustração e aborrecimento. Em muitas destas, honestamente posso dizer que ganhei o debate, mas não lucrei nada com isso. Comumente, sem conseguir sustentar suas teses absurdas, meus oponentes partem para a desqualificação pessoal, em desesperadas apelações ad hominem. Nas redes sociais, as "pérolas" que oferecemos, – fatos históricos comprovados, bibliografia, documentação acadêmica, fontes confiáveis, ponderações teológicas e filosóficas bem fundamentadas, – são tidas pelos anticatólicos como nada. Por não serem capazes de reconhecer o valor dessas coisas, não lhes tiram qualquer proveito. Antes, pisoteiam nossos tesouros e os afundam na imundície da lama intelectual e espiritual em que chafurdam.
Em toda página católica que se presta a debater Teologia e doutrina, leitores rebatem os artigos apresentados, mas raramente ocorre uma troca de ideias realmente produtiva. Fato é que são poucos aqueles sinceramente interessados em compreender o catolicismo. Já dedicamos numerosas postagens especialmente para responder questões trazidas por pessoas que discordam de nós, – principalmente "evangélicos", espíritas e pessoas sem religião, – por se tratarem de ponderações pertinentes. Por outro lado, há uma multidão que vem até aqui para dizer que a Igreja é a prostituta do Apocalipse ou que crer em Deus é idiotice... Com estes, não perdemos tempo: diariamente, são muitos os comentários que vão direto para a lixeira. Hoje mesmo, depois de uma série de ofensas e provocações absolutamente gratuitas, um sujeito me desafiava a mostrar onde a Bíblia fala dessa "tal Maria"...
Considero mil vezes mais útil rezar pela conversão dos incrédulos e pecadores do que me desgastar em debates inúteis nas redes sociais, quando o meu oponente não está realmente interessado nem em trocar ideias nem em aprender algo de novo. As exceções são aquelas situações em que os ataques, por mais absurdos que sejam, trazem a oportunidade de esclarecer pontos importantes da fé para alguns outros, ou até para o conjunto total de nossos leitores. Deus nos ajude a prosseguir.
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Ref.:
Artigo "Católicos, não joguem pérolas aos porcos!", do website "O Catequista", disp. em
http://ocatequista.com.br/archives/11328#sthash.1igyFjLa.dpuf
Ref.:
Artigo "Católicos, não joguem pérolas aos porcos!", do website "O Catequista", disp. em
http://ocatequista.com.br/archives/11328#sthash.1igyFjLa.dpuf