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Missa Tridentina atrai fiéis locais e turistas em Natal-RN


Papa Bento XVI celebrando a Misa Tridentina
Quem já não ouviu alguém dizer ‘Dominus vobiscum’ e ‘Et cum spiritu tuo’? São expressões da Missa do Rito Romano Tridentino, celebrada na língua latina. Em Natal, os fiéis que desejam participar da Missa Trindentina podem se dirigir à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, situada na Praça do Rosário dos Pretos, na Cidade Alta, aos domingos, às 9 horas. Essa celebração é presidida pelo Monsenhor Lucilo Alves Machado. Ele conta que a celebração atrai fiéis locais, mas também turistas de outros estados e até de outros países.

O que é Missa Tridentina?
Mons. Lucilo
Mons. Lucilo: É a missa celebrada a partir de 1540, estruturada pelo Santo Padre Pio V. Essa missa foi celebrada durante muitos séculos, desde a Idade Média, portanto, até o Concílio Vaticano II. Em que a 

Missa Tridentina difere da missa celebrada hoje?
Mons. Lucilo: Geralmente, se ouve muito a pergunta: ‘por que o padre fica de costas para o povo?’ Posso explicar o seguinte: a missa, inicialmente, nas catacumbas, era celebrada em torno dos sepulcros, dos túmulos dos mártires e, então, fica o padre, de um lado; o túmulo, no centro; e, do outro lado, em forma de círculo e de pé, o povo. A posição do povo, em forma de círculo e de pé, está na própria Oração Eucarística, a mais antiga. Depois que a missa passou a ser celebrada fora das catacumbas, nas Igrejas domésticas e, sobretudo, nas outras igrejas, que têm, geralmente, a forma retangular e, o povo, então, está voltado para o sacerdote. O altar era preso ao retábulo. Então, o povo todo estava olhando para a grandiosidade daquele painel com os padroeiros, as flores. Era como uma indicação para o céu. O padre não ficava de frente para o povo, mas o povo estava de frente para o grande painel, o retábulo. Até aí estava clara a posição do padre. Do Concílio Vaticano II para cá teve esta abertura, do altar versus óbolo. Aliás, eu fui o primeiro a construir um altar totalmente desligado do retábulo, antes mesmo do Concílio Vaticano II. Foi na igreja da comunidade Pataxó, perto de Açu. Então, apareceu a posição diferente do sacerdote. O povo começou a ser envolver mais, destacando mais o altar, como o sacrifício, o lugar que lembra Cristo. Os antigos também faziam sacrifício no altar.

Por que o senhor decidiu celebrar a Missa Tridentina?

Mons. Lucilo: Para dar uma oportunidade àqueles fiéis que ainda se lembravam, que tinham participado durante muitos anos de sua vida dessa Missa Tridentina. Essa missa envolve mais a pessoa e convida para a piedade, para a concentração, para a celebração do Mistério. No momento da consagração, o padre se dobra sobre o altar, mostrando a dignidade do Mistério. O povo tem aquele silêncio convidativo à oração. Quando há silêncio, há oração. Os cantos, sobretudo os da Idade Média, também ajudam. A Missa Trindentina é celebrada, todos os domingos, às 9 horas, na Igreja do Rosário. Eu falei com o Arcebispo e ele autorizou-me a celebrar. O Papa autorizou todos os padres a celebrar essa missa. A Igreja do Rosário está em uma comunidade pequena, mas muitas pessoas vão porque ficam sabendo da existência dessa missa. Às vezes eu pergunto como ficaram sabendo e elas dizem que souberam através da internet. Dia desses, eu falei sobre São Tiago de Compostela e, quando a missa terminou, um grupo de espanhóis veio falar comigo, felizes. O que eu acho bonito é que muitos dizem: ‘padre, aqui a gente reza. Aqui, a gente tem condições de rezar’.

Nessa missa, como se dá a participação dos fiéis?
Mons. Lucilo: É fácil participar, porque preparamos um texto em latim e em português. Também ensaiamos e, hoje, os fiéis já rezam e cantam o glória, o credo, as respostas. O importante é você sentir o mistério de Deus.

Fonte: Arquidiocese de Natal

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