Quando se trata do tema endividamentos, não importa o porte da empresa, sempre pode haver algum tipo de compromisso financeiro fora
de ordem. Ter dívidas não é um problema sem solução, muito pelo
contrário, pode até ser saudável quando os recursos são utilizados para
financiar o crescimento e o desenvolvimento da companhia.
No entanto, é necessário um planejamento muito bem feito para que o excesso de dívidas não prejudique o desenvolvimento que pode resultar em inadimplência. De acordo com Vicent Baron, diretor-executivo da Naxentia quando isso acontece, é necessário uma análise das dívidas. “Quando uma companhia chega ao ponto de o endividamento impedir seu crescimento,
deve se iniciar a análise para que as dívidas sejam renegociadas de
acordo com as necessidades da organização”, afirma o executivo.
Baron destacou quatro pontos importantes que devem ser considerados durante a análise de endividamento:
Prazo: é importante
verificar se são de curto ou de longo prazo, ou como estão divididas
dentro deste perfil. Por falta de conhecimento ou orientação, algumas
companhias acabam com muitas dívidas de curto ou curtíssimo prazo,
endividadas, pincipalmente, por duplicatas, capital de giro, conta
garantida e cheque empresarial, que são as operações mais básicas. As
dívidas de longo prazo costumam oferecer melhores taxas, por ser uma
modalidade de endividamento com prazo de cinco a dez anos, o que oferece
a empresa uma ‘folga’ maior e costuma ser mais barato.
Taxa média de juros: significa avaliar se as taxas estão dentro do que o mercado está trabalhando ou se estão acima. Hoje, o capital de giro
tem taxas que variam entre 1,5% e 1,7% de juros em média, por exemplo.
Também é necessário observar o fluxo de caixa e verificar se as parcelas
se encaixam dentro do orçamento mensal.
Valores: o valor total
do endividamento, também chamado de principal, é a avaliação da empresa
para entender se ela tem mais dívidas do que deveria ou se poderia ter
mais sem comprometer o seu crescimento.
Uma forma rápida de verificação é realizar a relação entre faturamento
mensal e total do endividamento, incluindo juros. Se o total de
endividamento for superior a três faturamentos mensais, o endividamento
pode ser considerado alto.
Garantias: por último,
mas não menos importante, pondera-se as garantias. A maioria das
operações de captação de recursos precisa de garantias, que podem ser
feitas por meio de duplicatas, aplicação financeira (normalmente CDB), por aval (como deixar bens pessoais por garantia) e por alienação fiduciária.
Todas essas garantias devem ser previamente analisadas para evitar
surpresas desagradáveis no futuro. Afinal, o empreendedor só pode
oferecer a garantia se tiver plena certeza e consciência de que não irá
afetar o futuro da empresa.