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FÓRMULA VÁLIDA PARA O BATISMO: IMERSÃO, ASPERSÃO OU AFUSÃO

 

“Ei-lo Jesus, Aquele que VEIO PELA ÁGUA.” (I Jo 5.6)
A Graça no Batismo, age pela água, sendo o líquido indispensável à sua validade e forma:  “fostes batizados, fostes REVESTIDOS de Cristo. (Gálatas. 3, 20)"
Mas sendo a água, essencial enquanto matéria, é acidental enquanto quantidade.
Não é o volume da água que Batiza, mas o seu próprio elemento.
A água Batismal, pela ação do Espírito Santo, é empregada externamente para purificação interna.1  Não nos isentamos do pecado por um banho, mas pelo efeito Divino, que torna a matéria, elemento condutor dos efeitos do sacrifício de Cristo em nós. (aquele que veio pela água - I Jo 5, 6)
A água é essencial, posto que em sua ausência, o ato Batismal não se realiza, sendo a quantidade acidental, como dito. Tem-se por acidente, um acréscimo a substancia, o qual não lhe invalida, modifica, nem lhe acrescenta.
Explicou Santo Tomas: — “Os acidentes não variam a substância da coisa. Ora, o Batismo requer essencialmente a ablução por meio da água. Por isso, o Apóstolo chama ao Batismo, Batismo de água: Purifican­do-a no batismo da água pela palavra da vida. Ablução de tal ou tal modo (aspersão, afusão ou imersão), é aci­dental ao Batismo.” (Suma Q 66, art. 7º IIIa Dos Sacramentos. Batismo)”
Não é imprescindível imersão, pois o efeito do Batismo independe da quantidade, mas somente da fé que permite no ato, a ação do Espírito. 
Efusão, aspersão ou imersão, pois todas essas fórmulas são lícitas, válidas e prefiguradas nas Escrituras.
Diferente da imersão,2 a aspersão3 e a afusão4 se tornaram regra pela dificuldade da exposição pública do Batismo, durante as perseguições à Igreja, nos primeiros séculos do cristianismo, e ainda, por conta da escassez d'água ou baixíssimas temperaturas,5  abaixo de zero em certas regiões, nas quais as formas aspergida ou afusa tornaram-se mais acessíveis e convenientes.
Nas antigas Escrituras, Deus Pai já prefigurava a aspersão batismal: - "O Senhor disse a Moisés o seguinte:" Toma os levitas do meio dos israelitas e purifica-os. Eis como farás para purificá-los: *ASPERGE-OS* COM A ÁGUA DA EXPIAÇÃO e eles passem uma navalha sobre todo o corpo, LAVEM AS SUAS VESTES E PURIFIQUEM-SE A SI MESMOS. (Nm 8,5-7)
No hebraico, aspergir ou abar (וְהִטֶּהָֽרו׃) era sinônimo de borrifar, salpicar, temperar, passar com água sobre uma superfície:6 — "ASPERGI-ME COM UM RAMO DE HISSOPE E FICAREI PURO. LAVAI-ME e me tornarei mais branco do que a neve. (Salmo 51,9)
Já o protótipo da afusão que é o derrame contínuo da água na fronte, está na Nova Escritura: - “Quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água. 21. ESTA ÁGUA PREFIGURAVA O BATISMO DE AGORA, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pelo que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Jesus Cristo. (IPe 3. 20, 21)”
No grego koiné temos esse texto: — “21.kai hmaV antitupon nun swzei baptisma ou sarkoV apoqesiV rupou alla suneidhsewV agaqhV eperwthma eiV qeon di anastasewV ihsou cristou”
O Batismo, no caso, está prefigurado, representado na chuva do dilúvio, que caindo do céu banhou as frontes e as faces de Noé e de seus filhos.
O termo antitupon (ἀντίτυπος, ον), que significa “projeto ou representativo” traz ainda o advérbio nun (νῦν) equivalente a “de agora em diante.”
Cessadas as chuvas, uma POMBA (figura do Espírito Santo também no Batismo de Cristo), trouxe a notícia da Era pós-diluviana, da Era do recomeço em terra seca para os integrantes da Arca, culminando em vida nova aos fiéis, que por terem acreditado em Deus, , sobreviveram ao dilúvio.
pomba volta para Noé, trazendo um ramo novo de oliveira.7
Desse modo Noé "percebeu que as águas tinham escoado da superfície da terra." (Gn 8,11)”
Na Nova Aliança, após Jesus sair das águas, também se viu no céu o Espírito Santo como POMBA descendo sobre Ele, representando o Novo Mundo Celestial renascido das águas sacramentais por seu sacrifício. (São Marcos 1, 10)”
Com relação a imersão, sua figuração assenta-se nas palavras do Apóstolo: — “Fomos, pois, SEPULTADOS8 com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. (Rm 6, 4)”
Ensina Santo Tomás: — “ablução com a água pode ser feita não só a modo de imersão, mas também a modo de aspersão ou efusão. E isso sobretudo, por necessidade ou quando for muito grande o número dos batizados, no caso referido pela Escritura de três mil que creram num dia, e cinco mil, no outro. As vezes também pode ser a escassez da água; pouca resistência do ministro que não pode sustentar o batizando; ou pela fraqueza deste que poderia na imersão correr o perigo de morte. (Suma Q 66, art. 7º Dos Sacramentos)”
De certo que a palavra grega ebaptizo, significa ficar coberto pelas águas ou mergulhado.
Mas Escrituras foram escritas no grego antigo comunitário (koiné), com forte influência das línguas semitas usadas pelos judeus, sendo comum palavras estrangeiras incorporadas nos dialetos e linguagens locais sofressem influências culturais que as faziam perder o sentido original, alterando seu significado, ocorrendo no caso específico, o fenômeno linguístico do “semitismo.”
No hebraico ou aramaico, não haviam palavras para diferenciar os verbos mergulhar, umedecer, lavar, respingar ou molhar. Logo, ebapti (βαπτίζω, ἐβαπτίσαντο) era usado apra todo e qualquer contado com água, AINDA QUE MÍNIMO. Nas Escrituras, apuramos a utilização dessa palavra em situações de pouco contato com a água, onde não ocorre mergulho, nem imersão completa. Num desse, temos: — “Não quero que ignoreis, irmãos, que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem e que todos atravessaram o mar; e TODOS FORAM BATIZADOS9 em Moisés, na nuvem e NO MAR. (I Cor 10. 1, 2)”
A fórmula representativa desse Batismo  não ocorreu por imersão no mar, posto que o leito lhes fora aberto milagrosamente para a travessia, havendo no máximo respingos da água nos pés e pernas dos que fugiam dos seus algozes egípcios.
Noutro texto, ebaptizo é utilizado para identifucar o ato de lavar, molhar a superfície ou alguma parte do corpo: - “quando voltem do mercado, se não se LAVAREM, não comam. E muitas outras coisas receberam para observar, como LAVAR os copos, os jarros, e os vasos de metal e as camas. (S. Marcos 7, 4).
No koiné, temos: “kai apo agoraV ean mh baptis wntai ouk esqiousin kai alla polla estin a parelabon kratein baptismouV pothriwn kai xestwn kai calkiwn kai klinwn
E assim, a Igreja vê como errônea a defesa de apenas uma fórmula Batismal, como na "tradição" que vem do movimento de cisânia e apostasia do anabatista
(ano 1.535 - http://www.estudosdabiblia.net/bd44.htm)

1. Quando Cristo é ferido na cruz, lhe saiu GOTA D'ÁGUA. Mas as profecias falavam que lhe sairia de UM RIO:  “DO SEU INTERIOR MANARÃO RIOS DE ÁGUA VIVA.” (Zc 14,8Is 58,11). (Jo 7, 38) Isto implica, que não é o volume da água, mas no efeito que está contida a ação do sacramento.
2. IMERSÃO é o mergulho de corpo inteiro nas águas, contidas num recipiente artificial (poço) ou natural (rios, lagos e mares)
3. ASPERSÃO ou aspergir, implica em borrifar, espalhar partículas ou gotas de água sobre a cabeça, e depois sobre todo o corpo do indivíduo, em pouca quantidade.
4. AFUSÃO OU EFUSÃO, significa o gotejamento ou derramamento mais intenso e contínuo, em quantidade de água apenas sobre a fronte do indivíduo, usando um recipiente como uma cunha ou um vasilhame.
5. No inverso rigoroso europeu e nas regiões polares, a imersão seria inviável pelo risco de morte por hipotermia, não havendo água quente.
6. http://biblehub.com/hebrew/5674a.htm http://biblehub.com/hebrew/5674a.htm
7. Outra figura de Cristo, cujo início do sofrimento sacrificial, inicia no Getsemani ou Monte das Oliveiras. (Mt 24)
8. Sepultado ou enterrado. No grego supható (συνθάπτω).
No grego, temos esse versículo da seguinte forma:qelw de umaV agnoein adelfoi oti oi patereV hmwn panteV upo thn nefelhn hsan kai panteV dia thV qalasshV dihlqon 2. kai panteV eiV ton mwshn ebapti santo en th nefelh kai en th qalass”

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