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Mostrando postagens de 2025

Símbolos e objetos litúrgicos

"A Eucaristia é um mistério altíssimo, é propriamente o Mistério da fé, como se exprime a Sagrada Liturgia: Nele só, estão concentradas, com singular riqueza e variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais. [...] Sobretudo deste Mistério é necessário que nos aproximemos com humilde respeito, não dominados por pensamentos humanos, que devem emudecer, mas atendo-nos firmemente à Revelação divina" (carta encíclica Mysterium Fidei). As palavras do papa Paulo VI ajudam-nos a compreender o papel da sagrada liturgia. Somos, por natureza, apegados aos sentidos. Diante de uma realidade sobrenatural, como o é a santa missa, a liturgia vem em nosso socorro, para que, através de símbolos e gestos concretos, alcançemos o entendimento daquilo que pela fé cremos. Não que se exija do fiel que o mistério seja plenamente entendido, pois este é, antes, para ser crido, mais que explicado; mas, iluminados pela sagrada liturgia, possamos dirigir a Deus o culto de adoração que lhe ...

Os dogmas da Igreja Católica

'A Assunção da Virgem', por Egid Quirin Asam (1692-1750) PARA A IGREJA Católica, dogma é uma verdade de fé revelada por Deus. Logo, um dogma é imutável e definitivo; não pode ser mudado nem revogado, pois Deus, sendo Perfeito e Eterno, não está sujeito à mudança – o SENHOR é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13,8). Uma verdade divinamente revelada só pode ser considerada dogma quando proposta diretamente à fé cristã católica, através de uma definição solene (clarificação ou esclarecimento da Sã Doutrina), portanto infalível, do Magistério da Igreja. Para que tal aconteça, são necessárias duas condições: a) O sentido deve ser suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por Deus; b) Essa verdade ou doutrina deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja, Corpo de Cristo como um todo, como sendo verdade revelada e parte integrante da fé católica. A palavra dogma vem do verbo grego dokein, que significa parecer, parecer bem. Portanto, o substan...

Crisma: O Espírito Santo que Nos Envia em Missão

  O Sopro que Falta em Nossas Vidas Você já teve a sensação de que falta algo para viver sua fé com mais coragem? Muitos jovens vivem um cristianismo silencioso, discreto, sem sabor. Mas o Espírito Santo nos foi prometido para transformar essa fé tímida em um fogo que arde, anima e envia. A Crisma não é uma “formatura da fé”, mas um novo começo: o tempo de assumir, com liberdade e responsabilidade, a missão de ser discípulo de Jesus no mundo. Um Caminho de Maturidade Espiritual A Catequese da Crisma , especialmente para os jovens, deve ser vivida como um  itinerário de conversão e amadurecimento , inspirado no modelo catecumenal : 1. Pré-Catecumenato – O Encontro com o Amor de Deus Neste início, o jovem é convidado a se aproximar de Deus como um amigo que deseja caminhar junto. Não se trata de fórmulas ou preceitos, mas de um encontro pessoal com o Cristo vivo. Aqui, escutamos suas dúvidas, dores e sonhos, ajudando a descobrir que a fé não sufoca, mas liberta. Referência bí...

Ritos de Preparação Imediata: Éfeta

  Nos séculos IV e V, os eleitos se reuniam na manhã do sábado santo para uma reunião que correspondia ao sétimo escrutínio. Era a última e decisiva preparação para os sacramentos da iniciação. Começava com um exorcismo. Na diocese de Milão, a única onde encontramos este rito, que depois se generalizou, tem-se o  éfeta  (adoto a grafia do RICA), a abertura dos sentidos, ouvido e boca, seguida pela  renúncia a Satanás  e suas pompas. Terminava com a  unção com óleo  no peito e nas costas, como se procedia com atletas. Depois de uma oração em silêncio, eram despedidos. Deviam manter o jejum e o clima de recolhimento, voltando para a vigília da noite. Estes ritos variaram em seus gestos e símbolos de acordo com a região e o momento histórico até que foram unificados pela Igreja no Ocidente.          O RICA os recolhe sob o título de  Ritos de Preparação Imediata  e os propõem para o Sábado Santo, pela manh...

A Esperança

Catequeses. Os vícios e as virtudes. 18. A esperança Na última catequese, demos início à reflexão sobre as virtudes teologais. São três: fé, esperança e caridade. Da última vez refletimos sobre a fé, hoje é a vez da esperança. «A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1817). Estas palavras confirmam-nos que a esperança é a resposta oferecida ao nosso coração, quando brota em nós a pergunta absoluta: “Que será de mim? Qual é a meta da viagem? Qual é o destino do mundo?”.  Todos compreendemos que uma resposta negativa a estas perguntas produz tristeza. Se o caminho da vida não tem sentido, se não há nada no princípio e no fim, então perguntamo-nos por que deveríamos caminhar: daqui nasce o desespero do homem, a sensação da inutilidade de tudo...

O Espírito Santo na fé da Igreja

Ciclo de Catequese. O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança. 9. "Eu acredito no Espírito Santo". O Espírito Santo na fé da Igreja   Com a catequese de hoje, passamos daquilo que nos foi revelado sobre o Espírito Santo na Sagrada Escritura, para o modo como Ele está presente e age na vida da Igreja, na nossa vida cristã. Nos primeiros três séculos, a Igreja não sentiu a necessidade de formular explicitamente a sua fé no Espírito Santo. Por exemplo, no mais antigo Credo da Igreja, o chamado Símbolo apostólico, depois de proclamar: “Creio em Deus Pai, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, que nasceu, morreu, desceu aos infernos, ressuscitou e subiu aos céus”, acrescenta-se: “[Creio] no Espírito Santo”, nada mais, sem especificação alguma. Mas foi a heresia que impeliu a Igreja a definir esta sua fé. Quando este processo teve início - com Santo Atanásio, no século IV - foi precisamente a sua experiência da ação s...