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Iniciação cristã de caráter mistagógico



Iniciação cristã de caráter mistagógico.



Mistagogia cristã ou iniciação cristã não é quantidade, mas qualidade.

· A iniciação cristã, ou iniciação mistagógica ou evangelização nova carece conscientizar o neófito cristão, que vivência crística é um aprendizado a ser desenvolvido, perseguido e aprofundado pelo resto a existência.



O neófito cristão vai receber um programa de conteúdo teológico, filosófico, humano e cristão, que ele carece incorporar ao seu entendimento e à sua vivência, por livre consciente vontade.



O neófito cristão vai abraçar com fé as alegrias do reino.

· Alguns se entregarão a Deus por inteiro de corpo e alma e também com o seu espírito (vida), sem reservas.

· Outros abraçarão apenas as vivências tangenciais: isto pode e isto não pode.



Ao neófito cristão deve ser oferecida a possibilidade de fazer escolhas conscientes desde a sua iniciação.

· O serviço do reino de Deus exige consciência, confiança e entrega a Deus que não se deixa vencer em graça e dom.



A consciência humana e cristã é um binômio inseparável, uma exigência para a vida nova em Cristo.

· A evangelização encontra dificuldades no campo da comunicação, da transmissão da vivencia “dos mistérios que estão sendo celebrados” devido a sua natureza de ser a expressão de sentimentos e percepções de extrema sutileza.



A iniciação cristã na sua manifestação através de ritos e símbolos imagens e associações concretas, que parecem contradizer sua essência sutil, é inevitável.

· E se por um lado isso é responsável pela compreensão infantilizada, por muitos,

· por outro, é o método mais eficaz de que dispomos para uma iniciação = para uma introdução nos mistérios que estão sendo celebrados.

“Enquanto ceavam, Jesus tomou um pão, pronunciou a benção, o partiu e o deu a seus discípulos dizendo:

- Tomai, comei, isto é o meu corpo.

Tomando a taça com vinho, pronunciou a ação de graças e deu-a dizendo:

- Bebei dela todos, porque este é o meu sangue da aliança, que se derrama por todos para o perdão dos pecados”.


Que riqueza fantástica de símbolos e imagens usou o mestre dos mestres.

· O ser humano carece de símbolos que facilitem a compreensão do invisível, na celebração do mistério.



Por iniciação compreende-se o processo de “ignição” da alma. Uma vez dada a partida, a caminhada se inicia e prossegue numa busca incessante de coadunar vivencias de ciência, razão e fé.

· A razão transcendeu e abraçou a fé.



A “ignição” da alma é dada a partir da revelação do mistério feita por um mestre.

“Rabi. Sabemos que vem da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes se Deus não estiver com ele”.



O mestre Jesus é o exemplo que nos faz buscar compreender a verdade revelada.


O mestre Jesus é o facilitador da comunicação com Deus.

· O discípulo cristão é aquele que reverencia o mestre, ouve nas suas palavras e vê nas suas atitudes muitos elementos que lhe escapam à compreensão.



Os discípulos cristãos por amor e respeito ao Divino mestre buscam, “muitas vezes”, “por toda uma vida”, “com perseverança” o significado e a razão por de traz de suas palavras e atos.


· Tal como filhos que recebem de “Deus Pai” a sapiência.



O mestre Jesus é indispensável no processo de “ignição’ da alma”, pois, é através dele que observamos noções concretas que só o tempo e o amadurecimento nos permitem compreender em toda profundidade e sutileza.



O temor a Deus é um conceito difícil de ser compreendido, sem que se tenha conhecido alguém, como Jesus, que temesse a Deus. Só assim entenderemos que Ele não era uma pessoa com medo de Deus, mas alguém com grande intimidade com o Pai.



A iniciação cristã deve proporcionar ao neófito uma grande intimidade com Deus. Um Deus que é Pai e Criador, Filho e Salvador e Espírito santificador e consolador.

· O discípulo cristão que apreendeu esta intimidade está quase pronto.



Para ficar pronto precisa dominar e abraçar apenas mais um detalhe da revelação do Mestre Jesus:

“Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”.


Verdadeiro Mestre

“Meu ensinamento não é meu, mas daquele que me enviou. Se alguém está disposto a cumprir a vontade dele, poderá distinguir se meu ensinamento procede de Deus ou se eu o invento”.


Via de regra, o neófito cristão que está fazendo a “iniciação cristã” oferecida pela evangelização paroquial vem de uma família cristã.

· Está criança já sabe fazer o sinal da cruz e o persigna-se em nome da santíssima Trindade.



Muitas vezes já sabe até muitas fórmulas de oração que seus pais, que a família, que é primeira evangelizadora do cristão, lhe ensinaram não só por palavras, mas também pelas vivências e pelo exemplo.

· Oração diária em casa;

· Fala-se em Deus, um Deus invisível, mas presente;

· Vivenciam os sacramentos – a criança está vendo a vivência cristã dos pais e também dos irmãos mais velhos;

· O amor. Os pais amam a criança e a criança ama os pais.

· Os limites: o meu direito acaba quando começa o dos meus irmãos.



Muitas vezes a evangelização paroquial que é oferecida na iniciação cristã do neófito discípulo de Cristo enfrenta grande dificuldade,

· no que concerne o testemunho vivencial dos pais que é contraditório;

· no testemunho vivencial do catequista que é contraditório;

· no testemunho vivencial do padre que é contraditório;

· no testemunho vivencial das autoridades que é contraditório;

· no testemunho vivencial dos professores que é contraditório.



Os pais cristãos não carecem ser teólogos ou filósofos, mas é indispensável que sejam humanos, “cristãmente humanos” nos seus testemunhos; na vivência do mandamento maior da lei:

“Quem ama o próximo cumpriu plenamente a lei”.



É no testemunho vivencial familiar que o jovem neófito cresce e se desenvolve sadiamente de forma humana e cristã.


A iniciação cristã é a ampliação de horizontes é o despertar da consciência individual é a “ignição” da alma – é onde os neófitos aprendem que tem responsabilidade e individualidade pelas próprias escolhas que decidirem realizar durante toda a própria existência.



Os índios foram catequizados, os índios foram escravizados. Nos registros acásicos do inconsciente coletivo, registrada está certa herança do “modus operandi” de um regime ditatorial ou escravocrata.

· Os povos de um regime de ditadura ou os escravos de uma nação não vêm a hora de se libertar da imposição de tal regime.



A evangelização nova que é oferecida ao neófito cristão e sempre nova.

· Quanto mais ele aprende mais aumenta sua sede pela verdade e pelo saber Crístico.

· Porque no novo testamento não existe nada absolutamente nada que não seja novo em Cristo.



Porque a Palavra de Deus é viva ela se irradia com o discípulo cristão: neófito ou perseverante, - de forma sempre atual e profundamente significativa na vida de cada filho de Deus. Ela é:

· É sempre luz;

· Caminho verdade e vida.

· Tudo é recebido do mestre que a revela.

· Então a consciência se expande e abraça a fé.




A iniciação cristã vai apresentar ao neófito cristão – independentemente da idade deste – todos os principais mistérios da fé cristã, porque reveladas por Cristo.

· A iniciação é, pois o ponto de partida;

· Se a “ignição” da alma está perfeita o resto lhe será dado por acréscimo;

· Serão frutos colhidos das sementes semeadas e a colheita será farta tanto para as boas sementes como para as adulteradas ou de espinheiros.



Diante dos próprios limites


Confessar Jesus até a morte não é obra puramente humana. É dom de Deus que será concedido depois que Jesus se tiver sacrificado por primeiro. Pedro por ora não pode segui-lo.

“Senhor porque não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti.

Darás a vida por mim? Asseguro-te antes que o galo cante, três vezes me negarás”.



Após a primeira iniciação cristã – batismo – “a consagração batismal”[*] o discípulo recebeu o dom de Deus foi lavado no sangue de Cristo e ressuscitou com Cristo. Vai testemunhar o “status” de ser discípulo de Cristo, se preciso for, doando a própria vida.

[*Primeiro: É importantíssimo contar aos batizados que a unção do sacramento do batismo os consagrou a Deus.

*Segundo: Também é importantíssimo contar aos confirmandos que a unção com o sagrado óleo “do crisma”, os consagrou mais intimamente a Deus.

*Terceiro: Igualmente importante contar aos discípulos que os cristãos ungidos pelo poder e força da unção do sacramento da ordem presbiteral vão exercer o único sacerdócio de Cristo para toda a comunidade-Igreja, na pessoa de “Cristo Cabeça”. Eles foram constituídos ministros ordenados de Cristo].



Por Cristo vem a verdade da revelação e da vida que é o seu resultado. Na verdade revelada transitamos rumo ao Pai. É um caminho autêntico, verdadeiro e vital, é verdade e vida em caminho.



Diz Tome:

Senhor, não sabemos para onde vais como poderemos saber o caminho?

Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém vai ao Pai senão pro mim.




Filipe formula seu pedido audaz. Filipe formula também o afã de todo homem autenticamente religioso, contemplar Deus como sentido último da existência.

“Senhor mostra-nos o Pai e isto nos basta. Respondeu-lhes Jesus: Há tanto tempo estou convosco e não me conheces Filipe? Quem me viu o Pai; como pedes que te mostre o Pai Não crês que estou no Pai é o Pai em mim?”.



· Conhecer é uma das palavras chaves do evangelho de João.

· A intima união de Jesus com o Pai implica: a pessoa – “estar em” – as palavras, as obras, apontam para o Pai e convergem para ele.

· O pai é o espaço vital de Jesus, Jesus é o espaço de manifestação do Pai.

· Somente a fé o pode descobrir e contemplar.



É na iniciação cristã que neófito discípulo aprende a seguir, a confiar e acreditar e a ver o próprio Deus. É Pela fé que o discípulo cristão adere a Jesus, pode cooperar com sua atividade, na construção do “reino”.



A condição é a fé na pessoa de Jesus é invocar o seu nome como mediador e intercessor.

· No ressuscitado o discípulo cristão encontra seu espaço, e no fiel a presença de Jesus toma alento.



Paulo exclama;

“E já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Enquanto vivo na carne mortal, vivo na fé do filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus. Pois se a justiça fosse obtida pela lei, Cristo teria morrido em vão”.



O sacrifício de Cristo foi “entrega por amor” e gerou a vida imortal para si e para todos os indivíduos humanos homens e mulheres que livre e conscientemente aderirem a Ele.

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