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Clero corrompido: vocações abortadas, heresias e outras podridões.


Adeus, Homens de Bem
Paulo Pedrosa
Como os Liberais trouxeram a corrupção para a Igreja Católica
(Goodbye, Good Men: How Liberals Brought Corruption to the Catholic Church)
Introdução

É doloroso constatar o nível de degradação a que chegou grande parte do clero atual, pós Vaticano II, com escândalos de toda natureza em toda parte do mundo. Particularmente no campo da moral sexual, a mídia divulga cada vez mais casos de pedofilia e homossexualismo envolvendo clérigos e religiosos católicos. Isso se deve, em parte, à propaganda anticatólica massiva com a qual os meios de comunicação têm bombardeado o mundo inteiro, e em parte à atual decadência moral e doutrinária, talvez sem precedentes na História da Igreja.

O livro recém lançado de Michael S. Rose, Goodbye Good Men, tenta exatamente identificar por que o clero atual padece tão grande número de escândalos. Sendo um católico conservador, ele atribui os problemas atuais da Igreja à ala liberal que passou a dominá-la após o concílio Vaticano II, mas não investiga os canais que este mesmo concílio abriu para que tais males fossem perpetrados pelos herdeiros do modernismo do início do século XX e pelos teólogos adeptos da Nova Teologia.

Em suma, ele detecta o agente causador, o liberalismo clerical, mas não investiga a sua origem, nem os mecanismos através dos quais ele empesteou a Igreja, levando-a ao ponto em que se encontra atualmente.

Passemos então a uma análise do conteúdo da obra.

Rose inicia seu livro lembrando ter sido este publicado pouco depois dos escândalos que balançaram os Estados Unidos em 2002, após a revelação dos crimes do padre John Goghan (assassinado recentemente na prisão) e a denúncia de acobertamento pelo Cardeal Bernard Law de Boston e sua posterior renúncia.

Tal rede de escândalos e acobertamento é tão arraigada no meio clerical americano, que este foi comparado por Patrick Buckanan, um político americano influente, com os chefões da Máfia que arranjam refúgios para seus assassinos.

Em resposta a tal acusação, o Bispo James Quinn, de Cleveland, sugeriu que os líderes da Igreja deveriam guardar os registros de padres criminosos na embaixada do Vaticano, que tem imunidade diplomática e não pode sofrer investigações.

Porque isto acontece? Para responder, Michael S. Rose entrevistou mais de 150 pessoas, antes do acontecimento em Boston, dentre ex-seminaristas, padres e especialistas.

De acordo com Rose, a origem dos problemas de escândalos sexuais e seu acobertamento, está na formação que os futuros padres recebem nos seminários.

Os candidatos a padre que demonstram apoio total à doutrina católica, principalmente no que concerne aos ensinamentos de moral sexual da Igreja, são dispensados por serem considerados “homófobos rígidos e sem caridade”, enquanto que os candidatos que se mostram contrários aos ensinamentos da Igreja e/ou se declaram homossexuais abertamente, são acolhidos de braços abertos .

Uma vez dentro dos seminários, os alunos são incentivados a deixar aflorar e explorar sua homossexualidade, enquanto os alunos mais vinculados à moral ensinada pela igreja são perseguidos e expulsos.

Segundo Rose isto tudo é muito bem sabido em todos os círculos internos da igreja, principalmente entre bispos e padres, mas muito pouco se faz para resolver o problema.

Enfim, Rose declara que os liberais seqüestraram e adulteraram o sacerdócio, de forma a mudar a Igreja Católica em seu interior, a partir da degradação moral e doutrinária dos seminários modernos.



Uma Crise criada pelo homem

“Me parece que esta ‘crise’ de vocações é precipitada por pessoas que querem mudar a agenda da Igreja, por pessoas que não suportam candidatos ortodoxos leais aos ensinamentos magisteriais do Papa e dos bispos, e por pessoas que desencorajam candidatos viáveis de buscar o sacerdócio e os votos da vida religiosa como a Igreja define estes ministérios”.

Estas são as palavras do Arcebispo de Omaha, Elden F. Curtiss citadas por Rose e que resume todo o pensamento deste seu livro.

Um ano após o Concílio Vaticano II, o padre jesuíta Robert E. McNally já previa que haveria uma grande escassez de padres, e disse que “no curso do próximo século o sacerdócio Católico pode quase desaparecer”.

Então, segundo Rose, a falta de padres atualmente não é causada pela falta de vocações, mas pelas atitudes e políticas deliberadamente e efetivamente tomadas pelos diretores vocacionais e outras pessoas de influência no ambiente de formação dos padres, de maneira a dispensar vocações sacerdotais verdadeiras. E estas pessoas que desencorajam as vocações sacerdotais são as mesmas que promovem a ordenação de homens casados e mulheres para substituir as vocações tradicionais que eles mesmos abortaram.

Rose segue afirmando que algumas dioceses americanas têm revisto mais cuidadosamente os seminários e suas metodologias para seleção e formação de sacerdotes, e têm obtido excelentes resultados.

A diocese de Omaha, por exemplo, do citado Arcebispo Curtiss, tem conseguido a ordenação de sete sacerdotes por ano para uma população de apenas 215.000 católicos.

Este resultado salta a vista quando comparado com uma diocese mais “liberal” como Wisconsin, por exemplo, que ordenou apenas quatro padres num período de oito anos.

A diocese ultraliberal de Milwaukee, liderada pelo arcebispo Rembert Weakland, com uma população católica de 700.000, ordenou apenas dois padres em 2001.

Em 1991, o arcebispo Weakland, que não é “weak” (fraco) apenas no nome, escreveu uma carta pastoral para os Católicos de Milwaulkee dizendo ao seu rebanho que ele iria ordenar homens casados, sujeito à aprovação de Roma.

Em 1995 ele foi abertamente contra a carta pastoral Ordinatio Sacerdotalis, do Papa João Paulo II, na qual o papa ensinou que a Igreja não tem a autoridade para ordenar mulheres.

Este mesmo arcebispo recentemente ‘antecipou’ sua aposentadoria, pois fora manchete em jornais americanos por causa de um escandaloso caso de chantagem, onde se revelou que ele pagara $450.000 dólares de sua diocese para calar um homossexual que tivera um caso com ele logo no inicio de seu arcebispado.

Das entrevistas realizadas por Michael S. Rose, ele conclui que os obstáculos que impedem vocações verdadeiras são:

- Um processo de seleção rigoroso e dirigido;

- Aconselhamento psicológico antiético;

- Corpo docente e diretores espirituais focados em detectar sinais de ortodoxia entre os seminaristas.

- Vida moral prática de alguns estudantes e de professores que não são compatíveis com os padrões Cristãos.

- Apoio a práticas homossexuais.

- Promoção de idéias e ensinamentos que minam a crença católica nas doutrinas mais fundamentais da Igreja.

- Contestação aberta da liturgia apropriada e devoções tradicionais.

- Abuso e manipulação psicológica e espiritual.

Segundo Rose, aqueles em posição de autoridade nos seminários são motivados por um desejo de “revisar” o sacerdócio e redefinir o ministério da Igreja de acordo com seu próprio modelo (o modernista). Este modelo normalmente envolve mulheres sacerdotes, paróquias dirigidas por leigos, adoração secularizada, e uma visão “liberal” da doutrina da Igreja – em outras palavras, uma igreja dessacralizada e “ politicamente correta.”



O Fenômeno do Porteiro (The Gatekeeper Phenomenon)

Neste capítulo Rose especificamente trata do assunto de rejeição dos candidatos logo na entrevista de admissão dos seminários.

Atualmente, cartas de recomendação, relatórios psicológicos e psiquiátricos, verificação de antecedentes criminais, testes padronizados e uma série de entrevistas são os filtros utilizados para seleção dos candidatos ao sacerdócio.

Tais filtros, apesar de necessários, acabam sendo responsáveis pela eliminação de muitos bons candidatos, uma vez que são orientados para selecionar candidatos aptos a aceitar as modificações que os liberais introduziram e insistem em introduzir na Igreja.

Thomas Fath escreveu num artigo da New Oxford Review, que “ouve-se que pessoas que fazem as entrevistas iniciais têm uma visão modernista sobre as qualidades que um padre precisa ter”. De acordo com Fath a mensagem é: “temos muitas pessoas com uma filosofia da Igreja Velha; o que estamos procurando são novos padres que tenham a visão de como a Igreja deveria ser”.

Por isso, em algumas dioceses e ordem religiosas é aplicado um teste onde o candidato deve responder em sua opinião, o que a Igreja deveria ser.

Segundo o Arcebispo Curtiss, uma das questões mais importantes levantadas na seleção de candidatos é se o mesmo aprova ou não a ordenação de mulheres para o sacerdócio.

Freqüentemente, é o diretor vocacional que conduz a entrevista, e é bastante comum que seja assistido por uma freira, que funciona como uma espécie de “inquisitora”. Em alguns casos até, os bispos tem permitido que freiras encrenqueiras, algumas que até abandonaram suas ordens, ocupem cargos de confiança no escritório vocacional e nos postos administrativos dos seminários.

Parece ser bem normal que freiras liberais, mesmo não sendo diretoras vocacionais, acabem por ser os funcionários mais ativos do escritório vocacional. Muitas vezes elas definem se o candidato pode ou não ingressar no seminário.

Muitos seminaristas contam histórias de como, numa entrevista com uma freira assistente para admissão no seminário, o telefone toca ou alguém bate à porta. A freira, empolgada, entra em uma conversa animada, ao longo da qual ela diz entusiasticamente que ela espera ser ordenada para o sacerdócio em alguns anos ou então se diz plenamente favorável à ordenação de mulheres.

Esta parece ser uma estratégia usada nas dioceses mais liberais para desanimar candidatos mais ortodoxos. A irmã na verdade está tentando ver qual a reação do candidato a essa farsa.

Outro filtro na admissão de candidatos é a avaliação psicológica do mesmo.

Nessa avaliação, feita por um psicólogo muitas vezes não católico, é fator importante de avaliação qual é a postura do candidato com relação à homossexualidade. Quer-se saber se o candidato está apto a aceitar a prática da homossexualidade na sociedade moderna ou, mais especificamente, no seu ambiente de estudo e de trabalho.

Se o candidato adota posturas de acordo com o magistério católico como, por exemplo: “Ame o pecador, mas deteste o pecado”; ou que “os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados e contrários à lei natural”, ele é logo taxado de “sexualidade doentia” ou “sexualmente imaturo”. Imagine se ele disser que “O homossexualismo é tão vil que clama aos céus por vingança” então?

A um candidato, nestas entrevistas com psicólogos, são feitas várias perguntas de ordem sexual tendenciosas que colocam como únicas opções situações pecaminosas. Tais psicólogos não têm treinamento doutrinário e desconhecem o ensino tradicional da Igreja, e se baseiam exclusivamente em padrões de julgamento moldados pela sociedade laica. Quando o candidato mostra não ser complacente com a visão moderna da sociedade em termos de sexualidade, normalmente é dito que suas atitudes não são “pastorais” e, portanto, ele não está apto a servir a igreja pelo sacerdócio.

Em seus relatórios, muitas vezes reconhecendo que os candidatos têm muito boa aptidão mental e desembaraço, os psicólogos relatam que: “suas convicções religiosas permitem subentender uma raiva, desajuste social e imaturidade sexual”. Tais avaliações psicológicas são responsáveis por eliminar até mesmo candidatos com vida paroquial ativa e com recomendações de seus párocos.

Com relação a este problema, o semanário católico conservador americano, The Wanderer, publicou um artigo relatando como um certo doutor Joseph Wicker estava rejeitando mais candidatos do que recomendando. Tal doutor Wicker diz não se considerar mais um católico, e faz apologia da Maçonaria, da qual ele é grão-mestre em sua região, além de ser adepto da Rosacruz, ambas seitas condenadas pela Igreja Católica. Mesmo assim, tal doutor tem pleno consentimento do arcebispo de Cincinatti, que está ciente de todos esses fatos.

Em muitos casos, os psicólogos aprovam condicionalmente candidatos que mostrem tendência à ortodoxia, contanto que façam terapia por um dado período de tempo.

Escreve então Rose:

“Para reiterar, o fato de se considerar questões sexuais durante avaliações psicológicas é compreensível, principalmente em se considerando os processos multimilionários que atualmente acontecem. As dioceses têm que tomar cuidado para rejeitar aqueles que demonstram tendências para perversões sexuais. As evidências, contudo, mostram que muitos dos psicólogos contratados para fazer a seleção para a diocese recusam-se a recomendar homens que se atenham ao magistério da Igreja em matérias sexuais, especialmente com relação ao celibato do sacerdócio e à homossexualidade. Tais candidatos são chamados de sexualmente imaturos ou sexualmente disfuncionais. Assim, aqueles que abraçam o celibato sacerdotal como proposto pela Igreja e que dão evidencias que não aceitam relações homossexuais como normais e aceitáveis do ponto de vista de comportamento, são tratados como os que mostram sinais de perversões sexuais” (obra citada, p.37. O negrito é meu).

O problema pode ser resumido desta forma: muitos psicólogos que são contratados pelas dioceses, para seleção de candidatos ao seminário, têm por muitas vezes crença totalmente diversa da católica. Então falham em objetivamente selecionar candidatos aptos a exercer o sacerdócio de acordo com o magistério da Igreja.

Algumas outras vezes, as entrevistas com diretores vocacionais ou comitês de admissão rejeitam candidatos por razões ideológicas. O autor cita o caso de um candidato que fora questionado sobre a ordenação de mulheres. Tendo o mesmo respondido de acordo com os ensinamentos da Igreja, foi então rejeitado, e recebeu a seguinte explicação do diretor vocacional: “Se você não acredita na ordenação de mulheres, então não pode entrar em nossa ordem”.

Pessoas que mostram admiração pelo Papa e pelos ensinamentos da Igreja freqüentemente são descartadas por serem “muito rígidas” ou “muito dogmáticas”.

Chega-se ao absurdo de rejeitar candidatos por sua paróquia ser reconhecidamente “muito ortodoxa”, e até mesmo existem casos de homens que fingem ser efeminados para serem aceitos no seminário.

A uma pessoa foi dito que era “muito rígido” e “muito focado” para ser padre. Querendo entender o porquê destes argumentos, este veio a descobrir que “muito rígido” significa “levar o Papa muito a sério” e que ser “muito focado” significa ter muita devoção por Nossa Senhora e por praticar a espiritualidade Mariana de São Luis Maria Grignon de Montfort.

É obvio que tais coisas podem até levar o candidato a perder sua fé.

Para os que pretendam “corrigir” o “problema” são sugeridos retiros com padres e psicólogos, tendo no programa, prosaicos exercícios como “se imaginar como sendo Deus”, o que mostra a que ponto a gnose se desmascara nestes seminários modernistas. Nestes retiros , muitas vezes dirigidos por freiras feministas, os candidatos são levados a entender que “a Igreja está mudando, e seria necessário ser flexível para aceitar uma Igreja pluralista”.

Rose também relata uma posição curiosa do reitor do Seminário do Sagrado Coração em Detroit, que encaminha candidatos ortodoxos para terapia, de forma que eles deixem de ser tão “conservadores”.

No Capítulo 3 Rose menciona um livro texto usado em seminários americanos sobre sexualidade, que apresenta conteúdo pornográfico, que ele descreve cruamente, descrevendo inclusive imagens do livro que ilustram atos obscenos. Este tema, ele irá retomar em um capítulo posterior.



A Sub-cultura Gay (The Gay Subculture)

No livro The Changing Face of the Priesthood, do padre Donald B. Cozzens, escrito quando este ainda era reitor do Seminário St. Mary de Cleveland, somos alertados de um aumento da preocupação geral de que o sacerdócio estava se transformando numa “profissão gay”. Segundo ele, uma grande parte do corpo docente e discente dos seminários é composta por um número significativo de pessoas de orientação homossexual. Isto atrapalha o desenvolvimento de homens heterossexuais dentro do seminário, impedindo o prosseguimento dos seus estudos e sua preparação para o sacerdócio.

Rose diz não se tratar de uns poucos de tendência homossexual, que entretanto guardam uma perfeita castidade. Pelo contrário, o que existe é uma atmosfera homossexual intensa, ativa e ameaçadora.

Dentre os absurdos decorrentes dessa situação , - que explica o assédio sexual que os padres perpetram em suas paróquias -, Rose relata casos em que seminaristas se vestem como mulheres e se maquiam dentro dos seminários. Professores que enchem uma perua com seminaristas para ir a bares gays. Fotos pornográficas de homens nus nos alojamentos.

Se por acaso acontece algum tipo de reclamação dos seminaristas a respeito do comportamento dos seus colegas “gays”, então, via de regra, o reitor diz coisas como: “Não perguntamos aos nossos candidatos a sua orientação sexual nem suas histórias sexuais. Seria uma violação dos direitos civis de um homem negar sua ordenação nestas bases”. A sacrossanta declaração dos direitos do homem da malfadada ONU não pode ser contestada, mas a própria vontade e ordem divinas sim.

Como resultado de tais políticas, vários homossexuais são ordenados sacerdotes, para vergonha da Igreja. Comenta-se que a profissão de padre católico hoje em dia é uma das quais há mais incidência da AIDS.

Também é comentado no livro de Rose, na pág. 59 que: “um grande número de estudantes tem sido convencido por professores liberais que promiscuidade com pessoas do mesmo sexo não é violação do celibato”.

Isto é uma distorção ultrajante da doutrina católica a qual eu mesmo, infelizmente, já ouvi da boca de um suposto religioso.

Os seminaristas que aceitam o magistério católico com relação à moralidade sexual são dispensados dos seminários como “encrenqueiros”. Também são ameaçados por colegas e professores por não se submeterem à homossexualidade, defendendo ou mesmo submetendo aos atos homossexuais, tendo assim suas carreiras ameaçadas.

Não estranhamente, muitos dos alunos mais abertamente homossexuais estabelecem vínculos estreitos com freiras feministas que ambicionam o sacerdócio.

Rose alega que se o problema é grande dentro dos seminários diocesanos, é pior ainda nas ordens religiosas, especialmente entre os Jesuítas.



O Semeador da Heterodoxia (The Heterodoxy Downer)

Rose diz que, além da imoralidade sexual, uma das maiores chagas dos seminários modernos é a heterodoxia teológica e a discordância aberta dos ensinamentos da Igreja. Segundo ele, muitos dos professores de seminários manifestam abertamente aversão ao que a Igreja ensina.

Freqüentemente, tais professores usam como livros texto trabalhos escritos por notórios detratores do ensino católico, teólogos como Richard McBrien, Edward Schillebeeckz, Hans Kung e Charles Curran.

Dentre dos “ensinamentos” que tais professores passam aos seminaristas temos:

- A Bíblia não deve ser levada muito a sério por causa de seus “laços culturais”.

- Uma religião é tão boa quanto outra qualquer.

- O papa não é infalível.

- O magistério é autoritariamente abusivo.

- A presença real de Cristo na Eucaristia é apenas um mito pré Vaticano II.

- Cristo na verdade não era divino.

- Deus é feminino.

- A missa é uma ceia na qual devemos comer pão “que parece pão realmente”.

- Mulheres devem ser ordenadas sacerdotisas em nome da igualdade.

- Homossexualismo é normal.

- Contracepção é moralmente aceitável.

Comentou um seminarista que o corpo discente até parece seguir do topo ao fim a doutrina modernista, tal como descrita e condenada por São Pio X na encíclica Pascendi, nos mínimos detalhes.

Na verdade, tais professores não suportam a Igreja, sua hierarquia, sua Eucaristia, nem sua liturgia.

É comum no corpo docente também a presença de freiras adeptas da teologia da libertação e feministas que anseiam pela sua sagração sacerdotal. Algumas até mesmo ensinam que os sacramentos não são necessários, tomando posturas mais agressivas e ousadas mesmo que as de Lutero.

Criticam a visão de um Deus paternalista, e querem um Deus criador andrógino para aplacar seus anseios feministas.

Toda doutrina e documentos anteriores ao Vaticano II apenas são usados em seminários americanos quando se quer fazer zombaria e ridicularizar a Igreja. As palavras de ordem dos seminários, que sempre aparecem durante as aulas e resumem o léxico eclesiástico atual são: abertura, tolerância e pastoral.

Abertura significa estar aberto para outras perspectivas, inclusive as heréticas.

Tolerância significa tolerar desvios da moral e da doutrina, a ponto de abandonarmos nossas crenças.

Pastoral significa que tudo vale; não se nega nada para ninguém a não ser para os que aceitam o ensino tradicional da Igreja.

Um professor de seminário definiu tradição e tradicionalismo:

“Tradição é a ‘fé viva dos mortos’ enquanto tradicionalismo é a ‘fé morta dos vivos’”.

Mas o que mais choca são os ensinamentos de cunho comportamental e sexual. Rose inclusive avisa que faz descrições explicitas de coisas imundas que são ensinadas nas salas de aula do seminário, abrangendo desde atos sexuais, incluindo homossexuais, até bestialidade. Para melhor ilustrar estas aulas, os alunos são convidados a assistir filmes pornográficos que reproduzem diversas obscenidades.

Em alguns seminários, os cursos de teologia são abertos para alunos externos, sendo aceitos alunos protestantes e até mesmos alunos não cristãos. É curioso o relato de uma aluna bruxa, praticante de Wicca, que fez o curso de teologia em um seminário americano. Além disso, ela era uma ativista lésbica e estava estudando para ser ordenada ministra da Igreja Metropolitana Comunitária (uma espécie de igreja New Age especializada em atender gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).

No seminário Washington Theological Union (WTU) os seminaristas são obrigados a usar estranhos métodos gnósticos e da Nova era, como eneagrama, cristais, cartas de tarô, tabuas ouija, e muitos outros.



A Piedade ridicularizada

Outra razão para discriminação contra os seminaristas mais ortodoxos é a piedade litúrgica. Freqüentemente é negada a oportunidade de adoração eucarística e é proibido ao seminarista rezar o rosário em qualquer lugar do seminário, a não ser em seu próprio quarto. Também costuma ser proibido ao seminarista ajoelhar nos momentos apropriados da missa, como na consagração, por exemplo.

Entretanto, as experimentações nas missas celebradas nos seminários são muito ousadas.

Em alguns seminários, o corpo docente associa piedade com rigidez, sempre seguida por uma análise de problemas de sexualidade reprimida (eles só pensam nisso...).

Consta que, de acordo com Rose, se um seminarista ajoelha durante a comunhão, ele é tido como “suspeito” e invariavelmente “rígido”. O cerne de tal suspeita é na verdade ideológico, e não litúrgico. O seminarista que ajoelha durante a comunhão é culpado de três coisas: respeito, reverência e piedade, o que indica que o seminarista tem um conhecimento “ultrapassado” da Presença Real de Cristo na Eucaristia.

O corpo docente do seminário talvez então tenha medo de que a devoção ao Santíssimo Sacramento de alguma forma evite que o seminarista “veja Cristo nos outros e sirva de acordo”.

Dentre outras acusações de Rose, consta que os seminaristas não assistem missas diárias e que nos experimentos litúrgicos americanos, freqüentemente são utilizados ritos com profunda influência do movimento New Age e do feminismo “para satisfazer o desejo das freiras feministas de poder e dominação na Igreja”.



Terrorismo psicológico e lavagem cerebral

Para os seminaristas ortodoxos, existe sempre o risco do aconselhamento psicológico, que pode ser usado como um incentivo para o abandono do seminário, ou até mesmo para realizar lavagem cerebral no candidato.

Rose compara a pressão e a dinâmica utilizada nos seminários para que os seminaristas abandonem pontos de vista ortodoxos, com os campos de reeducação comunistas.

Seminaristas que espionam uns aos outros, ameaças, chantagens, intimidação, coerção e mesmo violência são empregados para proteger os statuso status quo do seminário.

O uso de psicólogos e terapias de grupo para seminaristas ortodoxos é bastante freqüente. Isso tem por objetivo ou expulsar os alunos indesejados ou oprimi-los de forma a submete-losa submetê-los.

Durante terapias de grupo, os seminaristas são induzidos a confessar seus pecados para todos os participantes, para que o grupo possa discuti-los. A terapia de grupo é uma técnica que tem sido abandonada pelos psicólogos nos últimos tempos. Num programa de terapia de grupo aplicado a oficiais da força aérea americana, aconteceram alguns casos de suicídio após sessões de terapia de grupo.

Dois psicanalistas da Filadélfia, Dr. Fraunces e Dr. Richard Fitzgibbons, que atendem seminaristas que passaram por tais tratamentos psicológicos preconizados pelo seminário, diz que as terapias são usadas para fazer o seminarista “sair do armário”, gíria que quer dizer assumir a homossexualidade. Os pacientes que adotam postura homossexual são aprovados, e os que demonstram um pouco de ortodoxia são dirigidos para terapia de grupo.

No restante do livro, Rose continua a descrever as provações a que são submetidos os seminaristas durante sua preparação para o sacerdócio, levando a expulsão no caso da maioria dos bons, ou a ordenação de pessoas que não tem a menor qualificação para o múnus.

Com tal crise criada, e conhecendo o que acontece nas paróquias e dioceses mundo afora, não é de se estranhar uma tremenda falha na formação dos presbíteros, o que Rose, apesar de sua percepção enviesada do problema (pois não atribui como causa mais profunda o Vaticano II e a reforma da liturgia), acertadamente indica ser uma crise artificialmente engendrada pelos modernistas no seio da Igreja.

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Para citar este texto:
Paulo Pedrosa - "Adeus, Homens de Bem"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=goodbye&lang=bra 

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