Aula 2: Sobre Motivação
“Como vocês estão hoje, Crianças? Quem fez a lição de casa?”
As crianças todas levantam as mãos, menos José Carlos.
O professor olha para o alto com cara de descrença, “Sim, Camarada Carlos?”
“Camarada professor, eu tive problemas em casa. Eu quebrei um copo e minha mãe me bateu com um cinto.”
“Camarada Carlos... Você sabe, todo mundo aqui tem problemas, mas todos nós temos que nos sacrificar por nossa causa. Você vai tirar um 10, mas você precisa fazer seu trabalho como todos os outros.”
“Mas eu sou pobre, camarada! Você mesmo disse isso ontem!”
“Não existe mais pobre ou rico. Essa turma é sem classes agora. Todos tirarão 10. Mas esse sonho não irá se realizar sem um esforço coletivo. Carlos! Para a sala do diretor!”
A classe cochicha estupefata.
“Vocês não perguntam, pequenos camaradas! Eu sei o que é melhor para vocês e isso é necessário, a não ser que vocês queiram as notas de volta.”
O professor encara seriamente:
“E eu estou certo que ninguém quer que essa injustiça imunda aconteça novamente... ALGUEM QUER?...”
Silencio. O camarada professor senta, ajeita seus óculos, e abre seu livro.
“Bem, agora para a segunda lição. Como eu disse ontem, vocês todos estão aqui para estudar, e estudar é algo bom. Mas não se limita a lição de casa. Vocês sabem, enquanto eu estou falando, existem alguns colegas prestando atenção enquanto outros estão jogando nos seus NintendoDS. Fingindo que eu não vejo eles.”
Um barulho de cliques vem das ultimas fileiras.
“Muito bem. Agora eu lhe pergunto de novo, Camaradas. Como eu irei fazer pra garantir que todos estão prestando atenção sem dar notas diferentes??”
Matheus levanta a mão:
“Mandando os que não prestam atenção pra sala do diretor?”
“Exatamente. Agora vá pra sala do diretor, Camarada Matheus.”
Matheus chora enquanto sai da sala de aula.
“De novo, ele estava certo, mas...”
“Então porque você mandou ele pro diretor?” perguntou Sabrina da segunda fileira.
“Você também, Camarada Sabrina! Vá ver o diretor!”
Um sorriso áspero se forma na cara do professor.
“Alguma outra pergunta?“
A classe está em silêncio.
“Muito bem, agora deixe me contar a vocês: todos aqui tem que estar completamente dedicados a nossa revolução. Vocês não reclamam sobre os outros, os reacionários, aqueles que estão tentando estragar nosso sonho. Vocês não irão me desapontar, entendido? Se eu disse para todos prestarem atenção, então todos prestam atenção! Isso é simples. Mas o mais importante é que vocês não fazem isso por terem medo de irem pra sala do diretor. Pensar dessa maneira já é um motivo bom o suficiente pra ser mandado pra lá.”
O camarada professor bate seu punho fechado na mesa.
“A Aula acabou!”
“Como vocês estão hoje, Crianças? Quem fez a lição de casa?”
As crianças todas levantam as mãos, menos José Carlos.
O professor olha para o alto com cara de descrença, “Sim, Camarada Carlos?”
“Camarada professor, eu tive problemas em casa. Eu quebrei um copo e minha mãe me bateu com um cinto.”
“Camarada Carlos... Você sabe, todo mundo aqui tem problemas, mas todos nós temos que nos sacrificar por nossa causa. Você vai tirar um 10, mas você precisa fazer seu trabalho como todos os outros.”
“Mas eu sou pobre, camarada! Você mesmo disse isso ontem!”
“Não existe mais pobre ou rico. Essa turma é sem classes agora. Todos tirarão 10. Mas esse sonho não irá se realizar sem um esforço coletivo. Carlos! Para a sala do diretor!”
A classe cochicha estupefata.
“Vocês não perguntam, pequenos camaradas! Eu sei o que é melhor para vocês e isso é necessário, a não ser que vocês queiram as notas de volta.”
O professor encara seriamente:
“E eu estou certo que ninguém quer que essa injustiça imunda aconteça novamente... ALGUEM QUER?...”
Silencio. O camarada professor senta, ajeita seus óculos, e abre seu livro.
“Bem, agora para a segunda lição. Como eu disse ontem, vocês todos estão aqui para estudar, e estudar é algo bom. Mas não se limita a lição de casa. Vocês sabem, enquanto eu estou falando, existem alguns colegas prestando atenção enquanto outros estão jogando nos seus NintendoDS. Fingindo que eu não vejo eles.”
Um barulho de cliques vem das ultimas fileiras.
“Muito bem. Agora eu lhe pergunto de novo, Camaradas. Como eu irei fazer pra garantir que todos estão prestando atenção sem dar notas diferentes??”
Matheus levanta a mão:
“Mandando os que não prestam atenção pra sala do diretor?”
“Exatamente. Agora vá pra sala do diretor, Camarada Matheus.”
Matheus chora enquanto sai da sala de aula.
“De novo, ele estava certo, mas...”
“Então porque você mandou ele pro diretor?” perguntou Sabrina da segunda fileira.
“Você também, Camarada Sabrina! Vá ver o diretor!”
Um sorriso áspero se forma na cara do professor.
“Alguma outra pergunta?“
A classe está em silêncio.
“Muito bem, agora deixe me contar a vocês: todos aqui tem que estar completamente dedicados a nossa revolução. Vocês não reclamam sobre os outros, os reacionários, aqueles que estão tentando estragar nosso sonho. Vocês não irão me desapontar, entendido? Se eu disse para todos prestarem atenção, então todos prestam atenção! Isso é simples. Mas o mais importante é que vocês não fazem isso por terem medo de irem pra sala do diretor. Pensar dessa maneira já é um motivo bom o suficiente pra ser mandado pra lá.”
O camarada professor bate seu punho fechado na mesa.
“A Aula acabou!”