Por Felipe Marques, Assoc. S. Próspero
“CONFORTARE ESTO VIR” significa “sê corajoso, porta-te como homem (1Rs 2,2).”
Bertrand Russell |
Faz-se necessário salientar (de forma muito breve e superficial) que a Escola de Frankfurt foi um mecanismo criado por marxistas para a realização de pesquisas na área da psicologia, com vistas a melhor aplicar o marxismo na cultura e, então, facilitar a destruição dessa mesma cultura desde o seu núcleo, sem que os cidadãos se apercebessem do processo.
A masculinidade é um dos principais alvos desses ataques de subversão, porque justamente o homem foi constituído para o combate e para doar sua vida pelos outros. Longe dessa realidade, o homem se torna um ser egoísta e autoritário que visa somente seu bem-estar e sua busca por prazer, esquecendo-se da justiça e da sua vocação magna ao sacrifício. Dessa forma, com uma masculinidade frouxa e pusilânime, os tiranos conseguem solapar os direitos da civilização, abusam das mulheres e crianças e colocam-se no lugar de Deus.
A crise de identidade do homem hodierno não se deve somente ao fato de este, na maioria das vezes, buscar somente o seu prazer; o problema é muito mais abrangente. O próprio egoísmo é causado por problemas muito maiores. Todavia, no presente texto, será abordado de forma mais clara o problema da Busca pela Verdade.
Fomos criados por Deus, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, no seu item 27: "O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso.”
No Evangelho segundo São João, capítulo 14, versículo 6, Cristo afirma o seguinte: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”; ora, se o homem foi criado por Deus e Deus é a própria Verdade, então o homem, além de ser atraído para a Verdade, também tem o dever de configurar-se à Verdade. Infelizmente, porém, o compromisso com a Verdade vem cada vez mais sendo destruído e substituído por um compromisso consigo mesmo, com a própria vontade, com os próprios desejos e pensamentos, e daí também provém o egoísmo.
Como imitadores de Cristo, somos convidados por Nosso Senhor a mudar essa realidade decaída, e, a partir de Seu santo Exemplo, nos tornarmos verdadeiros homens de Deus, homens católicos!
Observando a vida de Nosso Senhor Jesus, concluímos que Ele se doou inteiramente à vontade do Pai e amou o próximo. Cristo Amou tanto o gênero humano que esqueceu de Si mesmo, e foi obediente até a morte, e morte de Cruz. Esse é o exemplo magno que deve ser seguido por todo homem católico! O homem foi criado para, à exemplo de Cristo e por amor à Deus, doar inteiramente sua vida no serviço à Deus e consequentemente no serviço ao próximo, pois, como São João diz na sua primeira carta, “se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (4, 20).
Longe da Verdade, longe de Deus, a masculinidade fica escravizada e torna-se subjetiva. É necessário ser homem em todos os lugares em que se habita e evangelizar com a própria vida, com a própria postura e com as próprias palavras! Que a vida de cada homem seja um reflexo do Cristo crucificado, que em meio ao sofrimento não abandona Sua missão e entrega-se inteiramente, até a última gota de sangue se necessário, para que os demais alcancem a salvação eterna.
Para ser homem católico, é necessário amar a Deus, amar a Verdade e configurar-se em tudo a Deus. Isso pode ser feito na doação diária de si mesmo para o bem dos mais fracos, para o bem das mulheres e crianças, para o bem da sociedade e para o bem da Santa Madre Igreja. Enamorados pela Verdade, os homens são capazes de saírem de si mesmos e irem em busca do outro, rejeitando toda espécie de abuso, toda espécie de egoísmo, utilitarismo e vaidade.
Para ter-se mais diretrizes de como ser um verdadeiro homem católico, além de observar a vida do Cristo e os ensinamentos da Santa Madre Igreja, é bom observar algumas das regras dos cavaleiros da Militia de Sanctae Mariae 2, aqui dispostas de forma aleatória:
• A defesa da Igreja, compromisso especial, análogo ao voto de cruzada a defender a Igreja, a sua Fé, a sua Hierarquia, as suas instituições, os seus direitos, mesmo com perigo da sua vida; e a responder a todo o apelo do Soberano Pontífice para cumprir toda a missão, mesmo custosa ou perigosa, que Sua Santidade se digne confiar aos seus cavaleiros.
Em face do próximo e da sociedade em geral, o cavaleiro compromete-se a fazer reinar a justiça, o que é propriamente o seu papel:
• A intervir sempre e em todo o lado, com uma justa prudência, quando se trata de defender a verdade em geral e a Fé em particular, segundo o preceito do Apóstolo que recomenda insistir a tempo e a contratempo, expressão que é divisa da Ordem: e a fim de obedecer a esta outra advertência da Sagrada Escritura: Até a morte, combate pela verdade, e o Senhor Deus combaterá por ti.
• A não deixar oprimir ninguém, mas a defender em todo o lado e sempre, na medida dos seus meios, o fraco, a viúva e o órfão contra os seus opressores, mesmo e sobretudo se estes últimos forem poderosos.
• A não deixar caluniar ninguém.
• A Não deixar ninguém blasfemar.
• A ensinar ao mundo, principalmente pelo exemplo duma vida sem medo e sem mancha, a verdadeira natureza da honra que é a prática da fidelidade na humanidade.
• Manter a palavra dada livremente.
• A agir de tal modo que em todas as coisas Deus seja glorificado
• Para com o seu dever de estado profissional, os cavaleiros devem medir exatamente a extensão das exigências da sua vocação. Mostrem-se pois cristãos perfeitos, desejosos de imitar Cristo na sua vida laboriosa de Nazaré, a fim de oferecer a Deus o seu trabalho e o dos outros em sacrifício de louvor. Como Cristo, amarão o trabalho bem feito que procede do amor.
Ser homem é estar disposto a derramar o próprio sangue pela Santa Igreja Católica e para que outros vivam, pois: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer produz muito fruto (Evangelho de São João 12, 24).
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Notas:
1. RUSSELL, Bertrand. The impact of Science on society, disp. em: https://archive.org/stream/TheImpactOfScienceOnSociety-B.Russell/TheImpactOfScienceOnSociety-B.Russell_djvu.txt
Acesso: 10/2/016
Acesso: 10/2/016
2. Regra da Militia de Sanctae Mariae, disp. em:
http://miliciadesantamaria.com.br/wp-content/uploads/2014/02/regraMilitiaSanctaeMariae_pt.pdf
http://miliciadesantamaria.com.br/wp-content/uploads/2014/02/regraMilitiaSanctaeMariae_pt.pdf