"UM MANTO DE MISERICÓRDIA E DE GRAÇA"
Porque usamos o Escapulário?
Se usa o Escapulário Castanho de Nossa Senhora (o
Escapulário do Carmo), tem de conhecer São Simão Stock.
Talvez já o conheça pela imagem que aparece em alguns
Escapulários – juntamente com a de Nossa Senhora. Mas talvez
não saiba que São Simão Stock é muito conhecido,
pois foi a ele que, em 1251, Nossa Senhora entregou a promessa do
Escapulário, dizendo: "Quem quer que morra usando este
Escapulário não sofrerá o fogo eterno".Mas – grande enigma do nosso tempo! – a verdade é que a grande maioria dos Católicos desconhece o Escapulário, ou esqueceu por completo esta promessa celestial da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria. Além do mais, Nossa Senhora disse: "Usai o Escapulário com devoção e perseverança. É o meu Manto. Usá-lo significa que estais continuamente a pensar em Mim, e Eu estarei sempre a pensar em vós e a ajudar-vos a alcançar a vida eterna".
Saint Claude de La Colombière, famoso Jesuíta e director espiritual de Santa Margarida Maria, acrescenta um pormenor muito esclarecedor. Disse ele: "Nem todos os modos de expressar o nosso amor para com a Santíssima Virgem Lhe são igualmente agradáveis, razão pela qual não nos ajudam – num mesmo grau – a alcançar o Céu. Pois eu digo sem hesitar um só momento que o Escapulário castanho é o Seu predilecto!" E acrescenta ainda: "Nenhuma devoção foi até hoje confirmada com maior número de autênticos milagres do que o Escapulário do Carmo".
Uma História do Antigo
Testamento
A devoção a Nossa Senhora do Monte Carmelo (Nossa
Senhora do Escapulário) remonta a muito antes de São Simão
Stock (século XIII) – e mesmo a muito antes do tempo de Nosso
Senhor: temos de recuar oito séculos antes de Cristo. Naquele tempo,
Elias, um grande profeta, subiu à montanha santa do Carmelo, na
Palestina, onde iniciou uma longa tradição de vida contemplativa
e de oração. É admirável pensar que, tantos
séculos antes do nascimento de Cristo, já o santo Elias e os seus
companheiros se consagraram misticamente Àquela que havia de ser a
Mãe de Deus, Santa Maria, Rainha do Monte Carmelo. E pelo tempo fora,
cerca de três mil anos mais tarde, essa tradição de
oração, contemplação e devoção
à Virgem Santíssima continua cheio de vida e prevalece na Igreja
Católica. Quando se completou o Tempo, Deus – verdadeiro Deus e verdadeiro Homem – tomou a condição humana e o nome de Jesus. Todos nós conhecemos a vida de Nosso Senhor, a Sua Paixão e Morte, a Sua Ressurreição e Ascensão, narradas nos quatro Evangelhos do Novo Testamento, e como Jesus legou ao mundo a Santa Igreja Católica para ensinar, governar e santificar o mundo em Seu Nome.
Na Festa de Pentecostes – dia que marca o nascimento da Igreja – os descendentes espirituais de Elias desceram, com os seus companheiros, do Monte Carmelo: foram eles (com toda a propriedade) os primeiros a aceitar a mensagem do Cristianismo e a serem baptizados pelos Apóstolos. Quando, finalmente, foram apresentados a Nossa Senhora, ao ouvirem tão suaves palavras dos Seus lábios santíssimos foram tomados por um tal sentimento de majestade e de santidade que nunca mais puderam esquecer. De regresso à sua montanha santa, erigiram a primeira capela do mundo em honra da Santíssima Virgem Maria. E foi desde então que a devoção à Mãe de Deus foi perpetuada pelos ermitas do Monte Carmelo como uma preciosíssima herança espiritual.
Nossa Senhora aparece a
São Simão Stock
No ano de 1241, um nobre inglês, o Barão de Grey,
voltava das Cruzadas na Palestina, trazendo consigo um grupo de religiosos da
montanha santa do Carmelo. Ao chegar, o Barão ofereceu generosamente aos
monges um solar na cidade de Aylesford. E foi nesse mesmo lugar que, dez anos
mais tarde, ocorreu a aparição – que em breve se tornou
famosa – de Nossa Senhora a São Simão Stock. Ao entregar a
São Simão o Escapulário castanho de lã, a
Santíssima Virgem pronunciou as seguintes palavras: "Será este o
privilégio para ti e para todos os Carmelitas: quem quer que morra
usando este Escapulário não sofrerá o fogo eterno". Com o
tempo, a Igreja estendeu este magnífico privilégio a todos os
leigos que desejem ser investidos com o Escapulário do Carmo e que
perpetuamente o usem. Muitos Católicos são investidos com o Escapulário do Carmo quando fazem a sua Primeira Comunhão; no caso das pessoas convertidas, a investidura coincide com a data da Profissão de Fé. Quando alguém entra para a Confraria do Escapulário do Carmo e lhe é imposto esse pequeníssimo manto de lã castanha, o Sacerdote diz-lhe: "Receba este santo Escapulário e peça à Santíssima Virgem que, pelos Seus méritos, o possa usar sem qualquer mancha de pecado; e que ele o(a) proteja de todos os males e o(a) conduza à vida eterna". As histórias verdadeiras que se seguem podem dar uma breve ideia de como a Nossa Santa Mãe cumpre a sua promessa. *
* Leia ainda as palavras da Promessa de Nossa Senhora na p. 43.
São Simão Stock
O Milagre da
Graça
Conta um sacerdote que um dia, numa pequena cidade perto de
Chicago, foi chamado à cabeceira de um homem que havia muitos anos
estava afastado dos Sacramentos. "O homem não queria ver-me, e decerto
não quereria falar. Pedi-lhe então que olhasse para o pequeno
Escapulário que eu segurava na mão. ‘Era capaz de usar isto,
se eu lho pusesse? Não lhe peço mais nada’. O homem aceitou
usá-lo, e em menos de uma hora queria confessar-se, ficando em paz com
Deus. Isto não me causou surpresa: há mais de 700 anos que Nossa
Senhora opera tais transformações por meio do Seu
Escapulário."Precisamente no mesmo dia em que Nossa Senhora deu o Escapulário a São Simão Stock, foi este chamado à pressa por Lord Peter de Linton: "-Venha depressa, Padre, porque o meu irmão está à morte, em desespero!" São Simão Stock partiu imediatamente para junto do moribundo. Mal chegou, lançou sobre aquele homem o seu grande Escapulário, pedindo a Nossa Mãe Santíssima que não deixasse de cumprir a Sua promessa. Imediatamente o homem se arrependeu, tendo falecido na Graça e no Amor de Deus. Nessa mesma noite o falecido apareceu a seu irmão e disse-lhe: "-Eu fui salvo pela mais poderosa das Rainhas, e o manto daquele homem foi para mim um escudo."
Santo Afonso Maria de Ligório
São João Bosco
Proteção contra
o Demónio
Compreenderá melhor por que razão as ciladas do
Demónio se erguem contra aqueles que divulgam o uso do
Escapulário, quando ouvir a história do Venerável Francis
Ypes. Um dia caiu-lhe o Escapulário que trazia. Enquanto o colocava de
novo, ouviu o Demónio que lhe uivava: "Deita fora esse manto que
arrebata do Inferno tantas almas!" Então, e de imediato, o
Venerável Francis Ypes tratou de humilhar o Inimigo, fazendo-o
reconhecer aquilo que os diabos mais receiam: o Santíssimo Nome de
Jesus, o Santíssimo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmo.
A esta lista poderíamos, com justiça, acrescentar o Santo
Rosário (ou o Terço do Rosário). O grande São Pedro Claver foi outro herói de Deus que usou o Escapulário com grandes resultados. Todos os meses chegava a Cartagena, Colômbia (na América do Sul), um navio carregado de 1.000 escravos. São Pedro afadigava-se pela salvação dos convertidos: primeiro, organizava um grupo de catequistas para os ensinarem; depois, encarregava-se de que todos eles fossem baptizados e fossem investidos com o Escapulário. Algumas autoridades eclesiasticas acusavam o Santo de um zelo excessivo, mas São Pedro Claver confiava que Nossa Senhora cuidaria pessoalmente, com Amor de Mãe, de cada uma das mais de 300.000 almas que ele convertera.
Nossa Senhora protege um
Missionário
Certo dia, em 1944, um missionário carmelita da Terra Santa
foi chamado a um campo de internamento, para ministrar o Sacramento da Extrema
Unção. Ia de camioneta, e o condutor, que era árabe,
mandou sair o sacerdote uns seis quilómetros antes de chegar ao campo,
porque o caminho estava muito perigoso devido a tanta lama. E era tanta,
realmente, que, depois de ter andado três quilómetros, o
missionário notou que os pés se lhe iam enterrando cada vez mais
no lodo. Tacteando para encontrar terreno firme, acabou por escorregar para um
poço de lama. Sentindo-se afundar – até que iria morrer, sem
qualquer socorro e em lugar tão deserto –, lembrou-se de Nossa
Senhora e do Seu Escapulário. Pegou no seu longo Escapulário
– que usava por estar vestido de frade –, beijou-o e, erguendo os
olhos para a santa montanha do Carmelo (lugar onde nascera a
devoção à Mãe de Deus), gritou: "Nossa Senhora do
Carmo! Mãe Santíssima! Ajudai-me! Salvai-me!" E logo no momento
seguinte se encontrou em terreno firme. Mais tarde, foi o próprio que
contou: "Sei que fui salvo pela Virgem Santíssima por meio do seu
Escapulário Castanho. Perdi os sapatos dentro daquele lodo, todo eu
estava coberto de lama ¼ mas consegui ainda
andar os outros três quilómetros que faltavam, louvando sempre a
Nossa Senhora."
Salvos da tempestade no
mar
Outra história do Escapulário que merece ser contada
sucedeu em 1845. Pelo final do verão desse ano, o barco inglês
"Rei do Oceano" viu-se de repente no meio de uma feroz tempestade. O vento e o
mar açoitavam o navio sem piedade; e um pastor protestante com a mulher
e os filhos, e outros passageiros, conseguiram chegar à coberta onde
pediam a Deus misericórdia e perdão pelos seus pecados, pois a
todos parecia que iam morrer. Entre a tripulação havia um jovem
irlandês, John McAuliffe. Ao ver a gravidade da situação,
abrindo a camisa, o jovem agarrou no seu Escapulário, tirou-o e, fazendo
com ele o Sinal da Cruz por sobre as ondas encapeladas, lançou-o ao mar.
Nesse preciso momento, o vento acalmou-se. Só uma onda mais varreu o
convés: trazia consigo o Escapulário que ficou pousado aos
pés do rapaz. Durante todo este tempo, o pastor protestante (Sr. Fisher)
não deixou de observar cuidadosamente os movimentos do jovem e, depois,
o efeito miraculoso do que ele fizera. Perguntou ao jovem a que se devia tudo
aquilo, e por ele soube da Santíssima Virgem e do Seu
Escapulário. Sr. Fisher e a sua família ficaram tão
impressionados que se mostraram resolvidos a converter-se à Igreja
Católica logo que possível, para assim poderem gozar da mesma
protecção do Escapulário de Nossa Senhora.
Uma casa salva de um
incêndio
Ainda mais perto dos nossos dias, em Maio de 1957, um Sacerdote
carmelita na Alemanha publicou uma história extraordinariamente
assombrosa de como o Escapulário tinha livrado uma casa de um
incêndio. Era uma fila inteira de casas que se tinha incendiado em
Westboden, na Alemanha. Ora, numa das casas dessa rua viviam duas piedosas
famílias que, ao verem deflagrar o fogo, imediatamente penduraram um
Escapulário na porta de entrada. As faúlhas saltavam em redor e
voavam sobre aquela casa; mas ela conservou-se intacta. Em 5 horas, 22 casas
foram reduzidas a cinzas – porém, a única
construção intacta no meio da destruição geral era
a que tinha o Escapulário preso na porta. As centenas de pessoas que
vieram ver o lugar que Nossa Senhora tinha salvo são testemunhas
oculares do poder do Escapulário e da intercessão da
Santíssima Virgem Maria.
Um acidente de
comboio
Mas um dos mais extraordinários acontecimentos devidos ao
Escapulário aconteceu precisamente aqui, nos Estados Unidos. Nos
princípios do século XX, na cidade de Ashtabula, Ohio, um homem
foi trucidado por um comboio que o cortou em duas partes. Ora esse homem usava
o Escapulário. Pois em vez de morrer de imediato, como seria de esperar,
ainda ficou vivo e CONSCIENTE por mais 45 minutos – o tempo
necessário para que um sacerdote pudesse chegar e ministrar-lhe os
Últimos Sacramentos. Estes e outros casos semelhantes mostram bem como a
nossa Mãe Santíssima nos toma ao Seu cuidado pessoal na hora da
nossa morte. Tão alta e poderosa Mãe – Santa Maria –
nunca nos faltará com a promessa do Escapulário: cuidar de
nós para que morramos na Graça de Deus e tenhamos a vida eterna.
(Leia também as páginas 22-23).
Salva a vida de um
Sacerdote
Um outro milagre do Escapulário diz respeito a um Sacerdote
francês que partira em peregrinação. Já de caminho
para celebrar Missa, lembrou-se de que esquecera o seu Escapulário.
Mesmo sabendo que se atrasaria se voltasse atrás para o ir buscar,
não hesitou em o fazer, pois não podia sequer imaginar-se a
celebrar Missa no altar de Nossa Senhora sem usar o Seu Escapulário.
Mais tarde, quando já celebrava o Santo Sacrifício, um jovem
aproximou-se do altar, puxou de uma arma e alvejou o Sacerdote pelas costas.
Para espanto de todos, o Padre continuou a rezar as orações da
Missa como se nada tivesse acontecido. A princípio, pensou-se que a bala
tivesse milagrosamente falhado o alvo. Mas depois, observando com cuidado,
verificou-se que a bala TINHA FICADO RETIDA, ENCRAVADA NO PEQUENO
ESCAPULÁRIO CASTANHO que o Sacerdote, tão obstinadamente se
recusara a deixar esquecido.
Conversões
Devemos ainda oferecer o Escapulário a pessoas que
não sejam Católicas, pois Nossa Senhora obterá a
conversão daqueles que o usarem, e que rezem uma Avé-Maria todos
os dias – como vemos no seguinte facto verdadeiro. Um velhinho foi
transportado ao Hospital, em Nova York, inconsciente e já moribundo. A
enfermeira, ao ver-lhe o Escapulário Castanho, chamou logo um Sacerdote.
Enquanto este rezava as orações dos agonizantes, o velhinho
recuperou a consciência e disse: "-Senhor Padre, eu não sou
Católico." "-Então porque usa o Escapulário do Carmo?"
– perguntou o Padre. E o doente explicou: "-Prometi aos meus amigos que o
havia de usar; e também rezo todos os dias uma Avé-Maria."
Respondeu-lhe o Sacerdote: "O senhor está a morrer ¼ É seu desejo tornar-se Católico?"
"Toda a minha vida tive esse desejo" – respondeu o moribundo. Então
foi baptizado, recebeu a Extrema Unção e faleceu em paz. Nossa
Senhora recebera mais uma alma sob o Seu Manto, por intermédio do Seu
Escapulário!Jesus perdoa os pecados a Maria Madalena
Um chamamento ao
fervor
Um oficial da Força Aérea, no Texas, escrevia estas
palavras em Outubro de 1952: "Há uns seis meses, pouco tempo depois de
começar a usar o Escapulário, experimentei uma mudança
notável na minha vida: quase de seguida comecei a ir à Missa
todos os dias e, daí a pouco tempo, a receber sempre a Sagrada
Comunhão. Vivi a Quaresma com um fervor que até então
nunca tinha sentido. Assim fui iniciado na prática da
meditação, e dei por mim a realizar pequenas tentativas no
caminho da perfeição. Tenho tentado sempre viver próximo
de Deus, e sei que o devo ao Escapulário de Nossa Senhora."
A necessidade de usar o
Escapulário
Durante a Guerra Civil de Espanha, na segunda metade dos anos 30,
sete comunistas foram condenados à morte devido aos sues crimes. Um
Padre carmelita prontificou-se a prepará-los para a morte – mas
eles recusaram. Como um último recurso de aproximação, o
Sacerdote trouxe-lhes cigarros, alguma comida e vinho, e garantiu-lhes que
não lhes iria falar de religião. Não demorou muito para
que todos se tornassem simpáticos, de modo que o Padre perguntou,
então, se podia pedir-lhes um pequeno favor: "-Dão-me
licença de lhes colocar, a cada um, um Escapulário?" Seis
concordaram, mas o outro recusou. Dali a pouco, os que tinham consentido em
usar o Escapulário confessaram-se. O sétimo continuou a recusar;
no entanto, para lhes ser agradável pôs um Escapulário, mas
logo disse que não faria mais nada. Ao amanhecer, quando se aproximou o
momento da execução, o sétimo condenado reafirmou
não querer pedir a presença de um Padre: apesar de trazer o
Escapulário, continuava decidido a morrer como inimigo de Deus. Chegara
o fim: dada a ordem de comando, o pelotão de fuzilamento executou o seu
mortífero dever, e sete cadáveres tombaram, jazendo no pó.
Misteriosamente, apareceu um Escapulário afastado dos cadáveres
cerca de uns 50 passos: daqueles homens, seis morreram COM o Escapulário
de Nossa Senhora; e o sétimo SEM o Escapulário.Saint Claude de la Colombière
Ainda mais
milagres
Na Guatemala, um missionário jesuíta conta um caso
da protecção do Escapulário de Nossa Senhora. Foi no ano
de 1955; em Novembro, caiu um avião que transportava 27 passageiros.
Todos morreram menos uma jovem que, ao ver que o avião se despenhava, se
agarrou ao seu Escapulário pedindo à Santíssima Virgem que
lhe acudisse! Sofreu queimaduras, a roupa ficou-lhe reduzida a cinzas, mas o
Escapulário nem sequer foi tocado pelas chamas.Nesse mesmo ano de 1955, um milagre semelhante ocorreu num Estado do Oeste americano. Um rapazinho da 3ª classe parou numa bomba de gasolina para encher os pneus da bicicleta e, nesse preciso momento, deu-se uma explosão. A roupa do menino ficou toda queimada, mas não o seu Escapulário Castanho – que ficou intacto, como símbolo da protecção da Virgem Santa Maria. O rapazinho de então é hoje um homem de idade madura. Ainda tem algumas cicatrizes da explosão, mas continua a recordar de um modo especial a protecção que recebeu da Mãe Santíssima num caso de tão grande perigo.
A história que se segue, para além de ser verdadeira, foi publicada pela primeira vez no jornal alemão "Seine Mutter Meine Mutter" ("Mãe d’Ele e minha Mãe") por A. M. Weigl e traduzida para Inglês por Anna C. Pertsch. Vai aqui reimpressa com autorização e por cortesia de "Fatima Findings", de Baltimore, MD (USA), numa publicação da Sociedade de Desagravo do Imaculado Coração de Maria.
O Escapulário que
salvou duas vidas
O meu batalhão era membro da Brigada Irene.
Estávamos prontos para avançar. Depois de termos passado
Eindhoven, os nossos camiões e tanques atravessaram Uden. Ao anoitecer,
acampámos numa velha quinta perto de Nijmegen. Atrás da casa
havia uma velha bomba de tirar água, de madeira, rodeada de tijolos
– o que dava aos soldados a excelente oportunidade de se lavarem do
pó e do suor de horas de combate. Podem bem imaginar que óptimo
aproveitamento demos àquela oportunidade. Eu era um dos do grupo:
larguei o casaco no chão e pendurei na bomba o meu Escapulário
para me lavar.
Notícias
aterradoras
Uma hora depois, recebíamos ordens para avançar uns
dois quilómetros, para ocupar ali uma trincheira – onde,
aliás, todos desejávamos poder dormir uma noite em paz. Ia eu deitar-me e já desabotoava o colarinho, quando dei conta, horrorizado, que não trazia o Escapulário – prenda da minha mãe antes de eu partir. Eu que o trouxera comigo durante toda a guerra, seria possível que agora que nos aproximávamos da ‘boca do leão’ eu me visse privado dele?
Voltar atrás para o ir buscar parecia impensável; por isso, tratei de não pensar mais nisso e de tentar dormir. Mas mexia-me, virava-me de um lado para o outro, e não conseguia adormecer.
À minha volta, os meus camaradas dormiam que nem uma pedra, apesar das granadas que, volta e meia, rebentavam perigosamente nas proximidades. Até que fui dominado por um grande desejo de recuperar o meu Escapulário; e lá me fui esgueirando pelo meio dos meus camaradas que dormiam. Mais difícil foi enganar o Sentinela, mas lá o consegui, e parti a correr pelo mesmo caminho.
"Como uma criança repousa sobre o coração de sua mãe – sim, tal como uma criança que repousa sobre o coração de sua mãe, assim eu tenho confiança em Vós, ó Virgem Santa Maria. De Vós tudo espero; e conVosco nada temo!" --- São Luís Maria
Foi por
pouco!
Perto já da trincheira vi os soldados de Engenharia
atarefados a remover montes de terra e de arame farpado. Precisamente no local
onde os meus companheiros tinham ficado a dormir, abria-se uma enorme cratera:
antes de abandonar aquele local, o inimigo tinha ali deixado uma
bomba-relógio que tinha explodido durante a minha ausência.
Ninguém escapou com vida a uma tal explosão; e se eu não
tivesse saído à procura do meu Escapulário também
estaria ali, sepultado debaixo dos destroços."- Pensava que estavas ali!"
"-E eu pensava que tu tinhas ficado enterrado ali!"
E o meu amigo contou-me: "Eu estava já deitado na trincheira quando, antes de dormir, me lembrei de ir à tua procura. Não te encontrei. Mas o cabo, que me viu por ali a esquadrinhar, veio saber o que se passava. Quando lhe disse que andava à procura de ti, ele respondeu-me: ‘-Tem mas é juízo! Vai àquela pousada além e vê se me trazes uma garrafa de água.’ Foi quando eu cumpria essa ordem que se deu a explosão".
E estendeu-me o meu
Escapulário
"-Pois eu também me salvei por um triz!" — disse-lhe
eu – "Mas para que andavas à minha procura tão tarde, de
noite?" "Era para te entregar isto," – respondeu ele. E estendeu-me o meu Escapulário que, vendo-o esquecido, tinha trazido da velha bomba de água.
Um escudo em tempo de
batalha
O Sr. Sisto Mosco, de North Providence, Rhode Island, é um
veterano da Segunda Guerra Mundial que sobreviveu, incólume, à
invasão da Normandia e, mais tarde, à batalha da 7ª frota
contra a armada japonesa, à tomada de Iwo Jima e Okinawa, e a outras
sangrentas batalhas no Pacífico Sul. Era ele próprio que afirmava
que o facto de ter escapado milagrosamente de tantos combates era outro
perfeito exemplo da poderosa protecção da Nossa Mãe
Santíssima do Monte Carmelo, por intermédio do Seu
Escapulário Castanho. "Encontrava-me no Oceano Pacífico a bordo do Couraçado U.S.S. Nevada, como ajudante do Capelão, durante a Segunda Grande Guerra. (Usei sempre o meu Escapulário, porque fui educado religiosamente e trouxe-o sempre comigo durante toda a Guerra.) O navio ia cheio de dinamite. Ora um avião suicida despenhou-se contra o convés, perto do sítio onde eu estava posicionado. A explosão foi tal que rebentou as portas de aço do compartimento, que estavam trancadas. Só eu fiquei são e salvo depois da explosão. Dos outros, todos eles morreram ou ficaram gravemente feridos e mutilados. Eu fui o único a ficar ileso – o que atribuo ao uso do meu Escapulário."
Mais tarde, o Sr. Mosco recebeu um louvor do Almirante da Frota por bravura em combate; mas, no seu íntimo, ele acredita firmemente que todo o mérito pertence a Nossa Senhora, a poderosíssima Virgem Maria, que realiza tais maravilhas por meio do Seu Manto de Salvação.
Aprovação do
Vaticano
Ao usar sempre o Escapulário, estamos a fazer uma
oração silenciosa e permanente a Nossa Mãe
Santíssima para que não nos desampare nunca. Participamos de
todas as orações e boas obras da Confraria do Escapulário
do Carmo que se estende por todo o mundo. O Santo Padre Pio XII falou
várias vezes acerca do Escapulário e, aquando do
aniversário dos 700 anos da Aparição de Nossa Senhora a
São Simão Stock, o Papa Pio XII referiu-se ao Escapulário
como "um sinal de Consagração ao Imaculado
Coração de Maria". O Escapulário evoca ainda as
palavras de Jesus – "O Meu jugo é suave e a Minha carga é
leve" – o jugo de Jesus que Maria Santíssima nos ajuda a levar. E
ainda, acrescentou o Papa, o Escapulário marca-nos como filhos
escolhidos de Maria e torna-se para nós (como lhe chamam os
alemães) um "Manto de misericórdia e de Graça". Saint
Claude de la Colombière diz-nos: "De todas as práticas piedosas
que inspiraram os fiéis a honrar a Mãe de Deus, não
há nenhuma tão segura como a do Escapulário. Nenhuma outra
devoção foi confirmada por tantos e tão
extraordinários milagres."É bom recordar que, nesta última aparição de Fátima, São José também veio, a presidir a essa breve visão de Nossa Senhora do Carmo, depois do Milagre do Sol. Os filhos da Virgem Maria confiam na protecção do Glorioso São José, Seu castíssimo Esposo.
Em resumo:
O Escapulário é um manto – o manto de Nossa
Senhora. Como um manto que se usa sobre os ombros, o Escapulário deve
ser colocado assim, caindo metade sobre o peito e a outra parte desça
sobre as costas. Usado de qualquer outro modo perde as indulgências e a
promessa da Santíssima Virgem; no entanto, não é preciso
usá-lo directamente sobre a pele. Talvez muitos Católicos
desconheçam que é desejo do Santo Padre, o Papa, que a Medalha
Escapulário não substitua o Escapulário de
Tecido sem que para isso haja uma forte razão: a Virgem Maria
não pode sentir-se honrada por alguém que prefira a Medalha
só por vaidade, ou por cobardia de, com o Escapulário, fazer uma
pública profissão de Fé. As pessoas que assim fizerem
correm o risco de não alcançar a Promessa: à Medalha nunca
foi atribuído nenhum caso de miraculosa protecção como
estes, tantos, que vimos atribuídos ao Escapulário Castanho de
Tecido.
Em
conclusão:
P. -O que é o Escapulário? R. -O Escapulário é uma réplica em miniatura do hábito religioso. Consiste em dois pequenos rectângulos de lã ligados um ao outro por umas fitas, de modo a (usados por baixo da roupa) ficarem pendentes, um sobre o peito e outro sobre as costas. O Rosário (ou o Terço do Rosário), e a Medalha Milagrosa são, tal como o Escapulário, importantíssimos Sacramentais marianos.
P. -E o que é um Sacramental?
R. -Um Sacramental é um sinal ou um objecto, escolhido ou abençoado pela Igreja, para suscitar bons pensamentos e aumentar a devoção – e, por meio destes impulsos do coração, atrair o perdão do pecado venial.
P. -É o próprio Sacramental que confere a Graça?
R. -Não, o Sacramental não confere a Graça, mas inspira a devoção, o Amor a Deus, e a dor pelos pecados cometidos. Ao fazermos uso dos Sacramentais, quanto mais devoção tivermos mais Graças obteremos.
P. -Qual é a diferença entre Sacramentos e Sacramentais?
R. -A diferença entre Sacramentos e Sacramentais é que: 1º) os Sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo, enquanto os Sacramentais foram instituídos pela Santa Igreja; 2º) os Sacramentos conferem, por si próprios, a Graça (desde que nós não levantemos obstáculos à Sua actuação), e os Sacramentais despertam em nós piedosas disposições, através das quais poderemos obter a Graça.
P. -Quais são alguns outros
Sacramentais, além do Escapulário?
R. -O Sinal da Cruz é o Sacramental mais
precioso usado pela Igreja. Além do Sinal da Cruz são Sacramentais
a água benta, as velas benzidas, as Cinzas, as palmas, os Crucifixos
e imagens da Santíssima Virgem e dos Santos, o Terço, a
Medalha Milagrosa e o Escapulário. P. -Porque é que
lhe chamamos Escapulário?
P. -Porque é que lhe chamamos Escapulário?
R. -A palavra "Escapulário" vem do
latim "scapula"/"-ae", que quer dizer ‘ombro(s)’. Ora o
Escapulário é, em miniatura, uma parte de um hábito
religioso – que consiste numa faixa exterior que vai de ombro a ombro, sem
mangas, e que desce até ao fundo do comprimento total do hábito.
P. -Porque é que se usa o
Escapulário?
R. -Para indicar que nos colocamos sob a
protecção especial da Virgem Santíssima. Tal como podemos
saber a que exército ou a que nação pertence um soldado
pelo seu uniforme, assim podemos considerar o Escapulário como o
"uniforme" especial daqueles que querem servir a Santíssima Virgem de um
modo especial.
P. -Uma pessoa que não seja
católica pode usar o Escapulário?
R. -Evidentemente que sim: os
não-católicos podem usar o Escapulário. Ao fazê-lo,
atrairão sobre as suas almas muitas Graças actuais do Céu.
Nossa Senhora, como boa Mãe, obterá a conversão para
aqueles que A honrarem usando o Escapulário.
P. -O Escapulário deve ser benzido
antes de se usar?
R. -O primeiro Escapulário a ser
usado deve ser benzido e imposto por um Sacerdote usando a fórmula
contida no ritual romano para a entrada na Confraria do Escapulário.
P. -Que palavras pronuncia o Sacerdote ao
impor a uma pessoa o Escapulário do Carmo?
R. -As palavras que o Sacerdote pronuncia
ao investir alguém na Confraria do Escapulário são as
seguintes:
"Receba este santo Escapulário e peça à Santíssima Virgem que, pelos Seus méritos, o possa usar sem qualquer mancha de pecado; e que Ela o(a) proteja de todos os males e o(a) conduza à vida eterna. R. -Amen.Pelo poder que me foi outorgado, eu admito-o(a) a ter parte em todas as boas obras espirituais que, mediante o auxílio benigno de Jesus Cristo, são praticadas pelos religiosos do Monte Carmelo. Em nome do Pai, e do Filho X e do Espírito Santo. R. -Amen.Que o Criador do Céu e da Terra, Deus Todo-Poderoso, o(a) abençoe X a que quis unir-se à Confraria da Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo. A Ela rogamos que, à hora da sua morte, esmague a cabeça da serpente antiga para que, no fim, possa receber a coroa e a palma eternas como celestial herança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. R. -Amen".
P. -É pecado deixar de usar o
Escapulário depois de o ter recebido?
R. -Não, não é pecado;
mas deixando o Escapulário perdem-se todos os benefícios
prometidos. Se, tendo deixado de usar o Escapulário, mesmo que seja por
vários anos, essa pessoa decidir usá-lo de novo, poderá
fazê-lo sem ser necessária uma nova imposição.
P. -Depois de ter recebido um primeiro
Escapulário das mãos de um Sacerdote, os Escapulários
seguintes precisam de ser benzidos?
R. -Não, os Escapulários
seguintes não precisam de ser benzidos: a bênção e a
imposição destinam-se à pessoa que o usa, e a ela ficam
ligadas por toda a vida.
P. -Que devemos fazer a um
Escapulário quando fica velho e gasto?
R. -O Escapulário, como objecto
sagrado que é, estando desgastado, deve enterrar-se ou queimar-se. Nunca
se deve atirar para o lixo.
P. -O que é o Privilégio
Sabatino?
R. -O Privilégio Sabatino consiste,
essencialmente, numa rápida libertação das penas do
Purgatório por especial intercessão de Santa Maria, exercida
graciosamente em favor dos Seus devotos ¼ no
Sábado, dia que Lhe é consagrado.
P. -Que requisitos são
necessários para podermos beneficiar do Privilégio Sabatino?
R. -Há três
condições para receber os benefícios do Privilégio
Sabatino: 1º) devemos USAR O ESCAPULÁRIO. 2º) GUARDAR
CASTIDADE de acordo com o nosso estado de vida. 3º) REZAR O PEQUENO
OFÍCIO DE NOSSA MÃE SANTÍSSIMA (o Terço, ou outras
piedosas devoções poderão substituir o Ofício de
Nossa Senhora. O Papa Leão XIII, por meio do Decreto da
Congregação de Indulgências, de 1901, concedeu a TODOS OS
CONFESSORES a faculdade de poderem conceder aos fiéis essa
substituição).
A Promessa de Nossa
Senhora
Foi a propría Nossa Senhora quem disse.
"Recebe este Escapulário. Quem quer que morra usando este
Escapulário não sofrerá o fogo eterno. Ele será um
sinal de salvação, um protecção no perigo, e uma
garantia de paz." Virgem Santíssima do Monte Carmelo, Nossa Senhora do
Escapulário, rogai por nós!
Encomendação
pessoal ao nosso Anjo da Guarda
pedindo uma Boa
Morte
Oração de São Carlos
Borromeu
Meu bom Anjo da Guarda: não sei quando e de
que modo irei morrer. É possível que eu seja levado de repente ou
que, antes do meu último suspiro, eu me veja privado das minhas
capacidades mentais. E há tantas coisas que eu quereria dizer a Deus no
limiar da Eternidade! Por isso hoje, com a plena liberdade da minha vontade,
venho pedir, Anjo da minha guarda, que faleis por mim nesse temível
momento. Direis então ao Senhor, meu bom Anjo da Guarda:
- Que quero morrer na Santa Igreja
Católica, Apostólica, Romana, no seio da qual morreram todos os
Santos depois de Jesus Cristo, e fora da qual não há
salvação.
- Que peço a Graça de participar nos
méritos infinitos do meu Redentor, e que desejo morrer pousando os meus
lábios na Cruz que foi banhada com o Seu Sangue!
- Que aborreço e detesto os meus pecados
que ofenderam a Jesus e que, por Amor a Ele, perdoo a todos os meus inimigos
assim como eu próprio desejo ser perdoado.
- Que aceito a minha morte como sendo da vontade
de Deus e que, com toda a confiança, me entrego ao Seu amável e
Sacratíssimo Coração, esperando em toda a Sua
Misericórdia.
- Que, no meu inexprimível desejo de ir
para o Céu, me disponho a sofrer tudo quanto a Sua soberana
Justiça haja por bem infligir-me.
- Que amo a Deus mais do que todas as coisas,
acima de todas as coisas e por ser o meu Senhor; e que eu desejo e espero poder
amá-Lo, na companhia dos Anjos e dos Santos, e de Sua Mãe
Santíssima por toda a Eternidade.
Não recuseis, ó Anjo da minha
guarda, ser o meu intérprete junto de Deus e expor diante d’Ele que
estes são os meus sentimentos e a minha vontade. Amen.