Primeira declaração
Em resposta a esse anúncio, sua primeira declaração ao público, depois de eleito Papa, segue:
- "Queridos irmãos e irmãs:
- Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados em sua ajuda permanente, sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, sua santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado."
O nome "Bento"
A escolha do nome Bento (do latim Benedictus: bendito) é uma provável homenagem ao último papa que adoptou o nome Bento, que foi o italiano Giacomo della Chiesa, entre 1914 e 1922. Conhecido como o "Papa da paz", Bento XV tentou, sem sucesso, negociar a paz durante aPrimeira Guerra Mundial.
O seu pontificado foi marcado por uma reforma administrativa da igreja,
possuindo um caráter de abertura e de diálogo. Além disso, Bento XVI
sempre foi muito ligado espiritualmente ao mosteiro da beneditino de Schotten, perto de Ratisbona, na Baviera.
Alguns analistas, como dom Antônio Celso de Queirós, vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), relacionaram a adoção do nome Bento com a atuação de São Bento de Núrsia (480-547), fundador da Ordem Beneditina e padroeiro da Europa,
o que o próprio papa confirmou após a publicação das explicações sobre
seu brasão. Após as invasões bárbaras, os mosteiros de São Bento foram
responsáveis pela manutenção da cultura latina e grega e pela
evangelização da Europa. A escolha do nome deste Santo representaria,
portanto, que uma das prioridades do papado de Bento XVI será a
"recristianização da Europa".
Brasão e lema
Ver artigo principal: Brasão de Bento XVI
"O escudo adoptado pelo Papa Bento XVI tem uma composição muito simples: tem a forma de cálice, que é a mais usada na heráldica eclesiástica (outra forma é a cabeça de cavalo, que foi adotada por Paulo VI). No seu interior, variando a composição em relação ao escudo cardinalício, o escudo do Papa Bento XVI tornou-se: vermelho, com ornamentos dourados. De fato, o campo principal, que é vermelho, tem dois relevos laterais nos ângulos superiores em forma de "capa", que são de ouro. A "capa" é um símbolo de religião. Ela indica um ideal inspirado na espiritualidade monástica, e mais tipicamente na beneditina." (Da explicação do brasão pela Santa Sé)[30]
Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade»; assim o explicou
ele mesmo: «Parecia-me, por um lado, encontrar nele a ligação entre a
tarefa anterior de professor e a minha nova missão; o que estava em
jogo, e continua a estar – embora com modalidades diferentes –, é seguir
a verdade, estar ao seu serviço. E, por outro, escolhi este lema
porque, no mundo actual, omite-se quase totalmente o tema da verdade,
parecendo algo demasiado grande para o homem; e, todavia, tudo se
desmorona se falta a verdade».[31]
Expectativas como Papa
O grande mote de Joseph Cardeal Ratzinger, nos dias que antecederam o conclave, foi a questão do secularismo e do relativismo. Acreditava-se que o papa Bento XVI seria um grande defensor dos valores absolutos, da doutrina e do dogma da Igreja. "A
pequena barca com o pensamento dos cristãos sofreu, não pouco, pela
agitação das ondas, arrastada de um extremo ao outro: do marxismo ao
liberalismo até a libertinagem, do coletivismo ao individualismo mais
radical, do ateísmo a um vago misticismo, do agnosticismo ao
sincretismo",[32] afirmou durante a missa de abertura do conclave que viria elegê-lo. Acreditava-se também, devido ao nome escolhido (São Bento é padroeiro da Europa), que Bento XVI voltar-se-ia para esse continente que, segundo ele, vem caindo no secularismo (abandono dos valores religiosos e redução de tudo ao espectro político de direita e esquerda).
Para Daniel Johnson, poder-se-ia esperar uma cruzada rigorosa contra a eugenia e a eutanásia, graças a convivência do papa com as mazelas do nazismo, mas que haveria uma abertura ao ecumenismo, principalmente em relação às igrejas ortodoxas eprotestantes. Também dizia que o papa deveria entusiasmar os fiéis com suas interpretações da teologia, animando, por exemplo, os jovens com a Teologia do Corpo, que vê a sexualidade como uma emanação do amor divino.[33]
Pensamento teológico
Considerando toda a sua obra literária, as suas atitudes como sacerdote e
bispo ao longo da sua vida religiosa, e ainda do que se verifica dos
anos passados à frente da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé,
Ratzinger possui um pensamento católico ortodoxo que, para muitos de
seus críticos, é tido como sendo conservador. Bento XVI tem adotado, no
seu Pontificado, propostas semelhantes às do seu predecessor relativos
à moral e ao dogma católico e reafirmado no seu magistério a doutrina do Catecismo da Igreja Católica.[34]
Na década de 1990 o Cardeal Ratzinger participou da elaboração de documento sobre a concepçãohumana como sendo o momento da animação. A partir da união do óvulo com o espermatozóidetemos uma vida humana perante Deus. Assim, é impossível que a Santa Sé mude sua posição diante das pesquisas com células estaminais (células-tronco) embrionárias ou diante do aborto.
Na verdade esperava-se que o Papa reafirmasse o Magistério constante da
Igreja sobre estes e outros temas da atualidade relacionados com a
Moral, a Ética e a Doutrina Social da Igreja, o que de fato ocorreu.
Em 2011 Bento XVI respondendo a jornalistas fez referência aos graves problemas econômicos que
a Europa atravessa, aproveitou para fazer uma defesa da ética na
economia. Afirmou que o homem deve ser posto no centro das atenções
econômicas: "A Europa tem a sua responsabilidade. A economia não pode ser só lucro, mas também solidariedade", disse. [35]
Durante a 'Jornada Mundial da Alimentação' de 2011, afirmou que "a
libertação da submissão da fome é a primeira manifestação concreta do
direito à vida", que, apesar de ter sido proclamada solenemente, "está
muito longe de ser alcançada". O papa fez esta afirmação direcionada ao diplomata Jacques Diouf, diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação(FAO) .[36]
Em janeiro de 2013 o Papa Bento XVI publicou os seus escritos conciliares, rememorando o Concílio Vaticano II. A comunicação oficial foi feita no dia 28 pelo coordenador da obra: "Como sétimo volume da opera omnia (obras
completas), foi publicada agora a coleta, numa síntese de tipo
cronológico e organizado, dos escritos de Joseph Ratzinger sobre os
ensinamentos do Concílio, que coincide com o cinquentenário do Vaticano
II", afirmou D. Gerhard Ludwig Muller, Arcebispo e Prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé. Segundo o Arcebispo, Bento XVI teve
participação significativa na génese dos textos mais variados, primeiro
ao lado do arcebispo de Colónia, cardeal Joseph Frings, e mais tarde
como membro autónomo de diversas comissões do Concílio.[37][38] No dia 11 de Fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou que renunciará ao papado no dia 28 de Fevereiro de 2013.
O Pontificado de Bento XVI
Ver artigo principal: Pontificado de Bento XVI
Presença nos meios de comunicação
Em diversas ocasiões o Papa tem dado entrevistas à imprensa, além dos seus pronunciamentos habituais no Vaticano, semanalmente.
- Durante o voo rumo ao México, em 23 de março de 2012, a bordo do avião, o Papa concedeu entrevista à imprensa[39], na ocasião denunciou o que chamou de"as falsas promessas e mentiras do narcotráfico".[40]
- Por ocasião de sua visita ao Líbano, durante o voo em direção a Beirute, em 15 de setembro de 2012, falou a mais de 50 jornalista, dentre outros temas, sobre o fundamentalismo religioso.[41]
- Em 15 de outubro de 2012 no final da apresentação do filme Bells of Europe[42] apresentado aos padres sinodais, à pergunta sobre as razões da esperança que muitas vezes manifestou nutrir pela Europa, o Papa respondeu que ela se funda na fé em Cristo. [43]
- O períodico britânico Financial Times na sua edição do dia 20 de dezembro de 2012 publicou artigo de Bento XVI por ocasião do Natal e da edição do livro sobre a infância de Jesus.[44] [45]
- Em 12 de dezembro de 2012, Papa Bento XVI, inaugurou sua conta na rede social de microblogs, Twitter. Sua primeira mensagem a mais de 950 mil usuários, foi reproduzida em sete idiomas (incluindo português).[46][47][48] “Queridos amigos, eu estou muito feliz de entrar em contato com vocês pelo Twitter. Obrigada por sua generosa resposta. Eu vos abençoo de todo o meu coração”, diz a mensagem, postada dia 12.dez.2012.[49][50]
Principais críticas pela imprensa
Ainda quanto aos crimes sexuais, houve um importante documentário feito pela rede BBC de televisão intitulado Sexo, Crimes e Vaticano,
que acusa o Papa de liderar o "acobertamento de casos de pedofilia". A
reportagem do programa examinou um documento secreto interno da igreja
(Crimen Sollicitationis), que instrui bispos como lidar com acusações de
abusos sexuais cometidos por padres nas suas paróquias.[51]
Bento XVI, como seus predecessores, é contrário à ordenação de mulheres e
defende a necessidade de moralidade sexual. Para ele, "a única forma
clinicamente segura de prevenir aSIDA (AIDS) é se comportar de acordo com a lei de Deus", condenando o uso de preservativos,
no que é criticado por muitas correntes sociais. No entanto, é apoiado
nestas opiniões por todos os movimentos da igreja, como o Caminho Neocatecumenal, a Renovação Carismática, osFocolares e a Comunhão e Libertação, por exemplo.[carece de fontes]
Em setembro de 2006, Bento XVI provocou protestos no mundo muçulmano, devido a uma citação que fez na Universidade de Ratisbona (onde lecionou antes de ser nomeado cardeal) durante visita à Alemanha, em que fez referência à posição do imperador bizantino Manuel II Paleólogo sobreMaomé.
Em agosto-setembro de 2007, em documento daCongregação para a Doutrina da Fé, reafirmou que a Igreja Católica é a "única verdadeira" e a "única que salva", o que provocou muitas críticas de igrejasprotestantes.[53]
Por decreto de 21 de janeiro de 2009, o cardealGiovanni Battista Re, Prefeito da Congregação para os Bispos, usando de faculdade concedida pelo Papa Bento XVI, removeu a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho de 1988 contra quatro bispos ordenados em 1988 pelo falecido e tradicionalista arcebispo Marcel Lefebvre, com o rito da "bula de Pio X", em desacordo com as regras estabelecidas pelo Concílio Vaticano II, ordenação considerada ilegítima pela Igreja Católica.[54]
A Secretaria de Estado do Vaticano esclareceu que "os quatro bispos,
apesar de terem sido liberados da pena de excomunhão, continuam sem um
função canônica na Igreja e não exercem licitamente nela qualquer
ministério." e que este "foi um ato com que o Santo Padre respondia benignamente às reiteradas petições do Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, na esperança de que os beneficiados manifestassem sua total adesão e obediência ao magistério e disciplina da Igreja." [54]
Dentre os quatro reintegrados com o levantamento da excomunhão está o bispo Richard Williamson, religioso inglês, que dirige um seminário lefebvriano na Argentina e nega o Holocausto.
O Vaticano tornou público que o bispo Williamson, para ser admitido nas
funções espiscopais na Igreja, terá de retratar-se de modo absoluto,
inequívoco e público de sua postura sobre a Shoah, desconhecidas pelo Santo Padre no momento da remissão da excomunhão.[54][55][56]
"Ataque a Ratzinger"
Desde o começo do pontificado, a ação e as palavras do Papa Bento XVI
têm sido apresentada de um modo distorcido que tem produzido
incompreensões na opinião pública. A origem desses preconceitos foi tema
do livro Attacco a Ratzinger, escrito por dois vaticanistas italianos, Andrea Tornielli do Il Giornale e Paolo Rodari de Il Foglio. O livro, publicado por Piemme, na Itália, provocou um debate sobre o tratamento midiático que o Papa tem recebido.[57]
Os autores não têm a intenção de solucionar todos os questionamentos e
problemas ocorridos e consideram que o tumulto provocado por vários
episódios não podem ser tidos como sendo apenas um problema de
comunicação ou assessoria de imprensa. Os autores em síntese consideram
que os ataques ao Papa decorreriam de tres frentes conhecidas:
- "Lobbies e forças" de fora da Igreja com um interesse claro de desacreditar o Papa, tanto por motivos ideológicos quanto financeiros; este grupo estaria constituído por forças laicistas, grupos feministas e gays, laboratórios farmaceuticos que venden produtos abortivos, advogados que pedem indenizações milionárias para casos de abusos, dentre outros.
- Os críticos liberais de dentro da Igreja, que há muito tempo caricaturizaram Ratzinger como o "Panzerkardinal"; e que insistem em fazer uma leitura própria dos textos do Concílio Vaticano II.
- Os assessores do Papa, que, às vezes, representam os seus próprios piores inimigos em relações públicas, é o fogo amigo de assessores imprudentes ou incompetentes.[58][59][60]
Atentados e incidentes de segurança
Em 2007, um alemão conseguiu saltar sobre uma barricada na Praça de São Pedro quando o veículo do Papa estava a passar durante uma audiência geral.[61]
Durante a missa de Natal de 2009, uma mulher, identificada como Susanna Maiolo, 28 anos[ ultrapassou as barreiras de segurança no início do corredor central da Basílica de São Pedro, em Roma e puxou o Papa que acabou por cair.[63] A mesma mulher, que sofre de distúrbios mentais teria tentando o mesmo em 2008,
mas foi impedida pela segurança do papa. Ela também acabou por derrubar
o Cardeal Roger Echegaray, que quebrou o fêmur e foi levado ao hospital
para realização de exames.[64]
Consistórios de Bento XVI
-
- Ver artigo principal: Consistórios de Bento XVI
No seu primeiro consistório, em 24 de março de 2006,
Bento XVI criou quinze novos cardeais dos quais doze eleitores, ou
seja, purpurados com menos de oitenta anos de idade e que têm direito a
voto num futuro Conclave. Chamou a mídia a atenção para o fato de, entre os cardeais nomeados, ter sido elevado ao cardinalato o arcebispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-Kiun, forte opositor do regime comunista chinês.
No Consistório do dia 24 de novembro de 2007,
o papa Bento XVI criou 23 novos cardeais, 18 dos quais com menos de
oitenta anos e cinco com mais de oitenta anos, sendo dois destes
sacerdotes, não bispos. Entre os cardeais criados está o arcebispo de
São Paulo, Dom Odilo Scherer.
No Consistório Ordinário Público do dia 20 de novembro de 2010,
o papa Bento XVI criou 24 novos cardeais, 20 dos quais com menos de
oitenta anos e quatro com mais de oitenta anos. Entre os cardeais
criados está o arcebispo de Aparecida, DomRaymundo Damasceno Assis.
Já em 2012 o Papa convocou 2 consistórios. Um Consistório Ordinário Público,
no qual sagrou 22 novos cardeais, visto que 18 votantes num futuro
Conclave e 4 não-votantes com mais de 80 anos. Dentre os votantes,
destacam-se um brasileiro: Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica e um português: Dom Manuel Monteiro de Castro, Penitenciário-Mor da Santa Sé. E num Segundo Consistório Ordinário Público em 2012, o Papa anunciou no dia 24 de outubro para que este aconteça no dia 24 de novembro de 2012 com a criação de 6 novos cardeais.
Ordenações episcopais
O Cardeal Joseph Ratzinger foi o principal sagrante dos seguintes arcebispos e bispos:
Antes do pontificado
- 1984 - Alberto Cardeal Bovone (1922-1998)
- 2002 - Zygmunt Zimowski (1949-)
- 2004 - Josef Clemens (1947-)
- 2004 - Bruno Forte (1949-)
Durante o pontificado
Na Basílica de São Pedro, no dia 29 de setembro de 2007:
- Arcebispo Mieczysław Mokrzycki
- Arcebispo Francesco Giovanni Brugnaro
- Cardeal Gianfranco Ravasi
- Arcebispo Tomaso Caputo
- Bispo Sergio Pagano, C.R.S.P.
- Bispo Vincenzo Di Mauro
Na Basílica de São Pedro, no dia 12 de setembro de 2009:
- Arcebispo Gabriele Giordano Caccia
- Arcebispo Franco Coppola
- Arcebispo Pietro Parolin
- Bispo Raffaello Martinelli
- Bispo Giorgio Corbellini
Na Basílica de São Pedro, no dia 5 de fevereiro de 2011:
- Arcebispo Marcello Bartolucci
- Arcebispo Edgar Peña Parra
- Arcebispo Celso Morga Iruzubieta
- Arcebispo Savio Hon Tai-Fai, S.D.B.
- Arcebispo Antonio Guido Filipazzi
Na Basílica de São Pedro, no dia 6 de janeiro de 2012:
Na Basílica de São Pedro, no dia 6 de janeiro de 2013:
- Arcebispo Angelo Vincenzo Zani
- Arcebispo Fortunatus Nwachukwu
- Arcebispo Georg Gänswein
- Arcebispo Nicolas Henry Marie Denis Thevenin
Viagens
Ver artigo principal: Viagens apostólicas de Bento XVI
O Papa mantém um ritmo de viagens apostólicas surpreendente para a sua
idade e, com isto, tem superado as expectativas do início de seu
pontificado. Justamente por causa da sua idade e pelo seu estilo pessoal
mais reservado e comedido quando comparado com seu antecessor João Paulo II os mass media consideravam
que este seria um papa que ficaria mais restrito ao âmbito do Vaticano e
da Cúria Romana o que acabou não se verificando.
Visita ao Brasil
A visita de Bento XVI ao Brasil começou em 9 de maio de 2007 e se encerrou no dia 13. Seu objetivo principal foi dar início à Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho que ocorreu de 13 a 31 de maio de 2007, no Santuário de Aparecida no
Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Além disso, foi também nessa
ocasião que se deu a canonização de Santo António de Sant´Anna Galvão,
o Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, em cerimônia realizada no dia 11 de maio de 2007, em São Paulo.
Visita a Portugal
Bento XVI visitou Portugal para presidir às celebrações do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, entre os dias 12 e 13 de maio de 2010. O convite foi feito pelo Presidente da República,Aníbal Cavaco Silva, pelo bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, e pela Conferência Episcopal Portuguesa.[65][66] O Papa chegou a Lisboa no dia 11 de maio, onde foi recebido pelo Presidente da República, e celebrou uma missa no Terreiro do Paço. No dia 12 de maio partiu para Fátima,
onde presidiu às celebrações em honra de Nossa Senhora de Fátima, com a
celebração da homilia pelo Papa no dia 13. Já no dia 14, o Papa partiu
para o Porto, onde presidiu a uma Santa Missa na Avenida dos Aliados,
terminando assim a sua visita oficial. Ao longo da visita, o Santo
Padre fez vários discursos, e encontrou-se com várias personalidades
portuguesas e membros da Igreja.[67][68]
Documentos pontifícios
Desde a sua posse como Papa, Bento XVI tem feito inúmeros
pronunciamentos. Entre os principais documentos escritos que tem
publicado no exercício das funções de Sumo Pontífice estão as
encíclicas Deus Caritas Est, Spe salvi e Caritas in Veritate.
Renúncia
O Papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 10 de fevereiro de 2013, e deixa o cargo em 28 de fevereiro de 2013.
- Íntegra da Declaração de Renúncia:
Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três
canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande
importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente
a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas
forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer
adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este
ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com
as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando.
Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por
questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca
de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do
corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi
diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha
incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por
isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade,
declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São
Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005,
pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede
de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por
aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo
Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o
amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e
peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à
solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a
Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os
Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz
respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com
uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.
|