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Manual para Equipe de Liturgia.



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01 – As Equipes de Liturgia são formadas para o exercício dos ministérios particulares, próprios dos cristãos leigos, dado o sacerdócio batismal destes, conhecido como sacerdócio comum dos fiéis. Exercidos nas celebrações litúrgicas, em profunda união e comunhão com o sacerdócio ministerial ordenado, não são, pois, os ministérios leigos como que uma ajuda material aos sacerdotes, mas sim participação mais plena no mistério da Liturgia, sendo então, ao mesmo tempo, direito e dever de todos os cristãos, como batizados.
02  – Na sua nova concepção, as Equipes de Liturgia são, pois, um fruto feliz da renovação litúrgica do Concílio Vaticano II. De fato, a reforma teve o mérito de enfatizar a participação dos fiéis na liturgia, como direito e como dever, dada a sua condição de batizados, inseridos que foram no mistério de Cristo, quando, sacramentalmente, renascem para uma vida nova, também ela essencialmente missionária, a serviço e a caminho do Reino.
03 – Em paróquias com diversas comunidades, estas precisam de ter sua própria equipe. Neste caso, é desejável que tenham o mesmo espírito e estejam articuladas com a equipe principal. Também é de esperar que cada equipe de liturgia tenha um coordenador, que seja aceito por todos. Deve ele coordenar a equipe, convocando e dirigindo suas reuniões, e, sempre com outros membros, procurar o crescimento espiritual de todos.
04  – Os membros de uma equipe litúrgica devem estar conscientes não só de sua participação na Liturgia, que deve ser sempre mais plena, mas também de que estão voltados para o serviço do louvor de Deus e santificação dos homens, dimensão essencial da Liturgia, o que supõe não só atitude orante, mas também preparação e disposição e, mais ainda, o testemunho existencial e cúltico, manifestado por uma fé não só rezada e crida, mas também plenamente vivida.
05 – Algumas orientações, de sentido mais celebrativo, são dadas nesse Manual, o qual, por sua vez, implicitamente, vai exigir encontros de formação, de interiorização, de avaliação etc., pois é desejável que as Equipes de Liturgia alcancem, por exigência de sua própria natureza, uma compreensão mais viva de todo o mistério da salvação que a Igreja celebra, na dinâmica salvífica do Ano Litúrgico e ao ritmo sobretudo de nossas eucaristias. Pensando em atualização, as orientações aqui formuladas já estão fundamentadas na nova Instrução Geral sobre o Missal Romano.
OS MEMBROS DA EQUIPE DE LITURGIA
06 – São membros de uma equipe litúrgica: o acólito, o ministro extraordinário da comunhão, o leitor, o salmista, o grupo dos cantores ou coral, o cantor (ou animador do canto), o organista, o comentarista, os que acolhem os fiéis, os que fazem as coletas ou delas cuidam, como ainda o sacristão.
AS DIVERSAS FUNÇÕES NA LITURGIA
a) – Funções do acólito
07 – O acólito é instituído para o serviço do altar, auxiliando assim o sacerdote e o diácono. Na procissão de entrada leva a cruz entre dois ministros. Durante toda a celebração, cabe ao acólito aproximar-se do sacerdote ou do diácono para lhes apresentar o livro (Missal e Evangeliário) e ajudá-los em outras tarefas necessárias. Convém portanto que ocupe um lugar do qual possa facilmente cumprir o seu ministério, quer junto à cadeira presidencial quer junto ao altar. No rito das oferendas, e na ausência do diácono, o acólito põe sobre o altar o corporal, o sanguinho, o cálice, a patena, a pala, as âmbulas com hóstias para a consagração e o Missal, como também auxilia na preparação das oferendas e no Lavabo.
08 – Quando há incensação, o acólito apresenta ao sacerdote o turíbulo e o auxilia. A incensação na missa acontece: no início, quando são incensados o altar, a cruz e imagem, se for o caso. A imagem de um santo só é incensada uma vez, no início. A incensação vai continuar depois: na proclamação do Evangelho, no rito das oferendas (oferendas, cruz, altar e, em seguida, o sacerdote e o povo) e nas elevações durante a consagração.
09 – Como ministro extraordinário da comunhão, o acólito instituído ajuda a distribuir a comunhão e no rito sobre as duas espécies ele deve ministrar o cálice, função esta, porém, que cabe ao diácono, quando presente. Pode ainda, quando legalmente instituído, terminada a distribuição da comunhão, ajudar o diácono ou o sacerdote na purificação dos vasos sagrados, o que se recomenda seja feito na credência, e não no altar como se costuma fazer.
b) – Funções do ministro extraordinário da comunhão
10 – Na ausência de acólito instituído, o ministro extraordinário da comunhão pode exercer todas as suas funções, entendendo-se que, naquelas situações em que há a presença tanto do acólito como dos demais ministros extraordinários, as funções do altar devem ser assumidas em primeiro lugar pelo acólito ou acólitos instituídos. Na síntese das funções, eles são equiparados, mas só por ordem prática, dada a distinção entre ministério instituído (acólito) e ministério por mandato (ministro extraordinário da Comunhão).
11 – Se na igreja, casa de oração, já se pede aos fiéis respeito, reverência e atitude piedosa, muito mais se espera dos diferentes ministros. Que todos saibam, pois, portar-se com dignidade, e estejam atentos às suas responsabilidades. Evitem deslocamentos desnecessários, no presbitério ou no altar, e não chamem atenção para si. Em deslocamento, às vezes necessário, sejam discretos e simples, sem desviar a atenção da assembléia.
12 – É desejável que tantos os acólitos como os ministros extraordinários da comunhão cultivem uma espiritualidade eucarística mais plena, e a eles seja lembrado o que o bispo diz no rito da instituição: “Designados de modo especial para este ministério, esforçai-vos por viver mais intensamente do sacrifício do Senhor, conformando-vos mais plenamente a ele. Procurai entender o sentido profundo e espiritual daquilo que fazeis, oferecendo-vos todos os dias como oblações espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo”. E mais: “Servi, portanto, com sincero amor, o corpo místico de Cristo, que é o povo de Deus, especialmente os fracos e os enfermos…”
Síntese das funções dos acólitos e ministros extraordinários da Comunhão
– Na procissão de entrada, conduzir a cruz processional e as velas. Chegando ao altar, fazer a inclinação simples, isto é, da cabeça.
– No evangelho, levar as velas até o ambão.
– No rito das oferendas, ajudar o sacerdote a recebê-las. Outros ministros podem preparar o altar, como indicado mais acima.
– Ajudar na distribuição da Comunhão, buscando antes as reservas eucarísticas no Sacrário. Aqui, depois de abrí-lo, e na volta, antes de fechá-lo, o ministro faz a genuflexão. Na celebração da Palavra com Comunhão, ajudar também na distribuição.
– Na Comunhão sob as duas espécies, ministrar o cálice, tarefa que é do diácono, quando presente.
– Ajudar na purificação dos vasos sagrados, que pode ser na credência ou na sacristia.
– Levar a Comunhão aos doentes
– Expor o Santíssimo Sacramento para a adoração (mas não podem dar a bênção)
– Durante a celebração, como já foi dito, apresentar o Missal ao sacerdote, nos momentos requeridos (início da celebração e nas orações presidenciais).
Nota: Deve-se distribuir as funções aqui referidas entre os vários ministros, quando for o caso, reservando-se aquelas mais diretamente ao altar, no auxílio ao sacerdote e ao diácono, como já se falou, para os acólitos instituídos.
c) – Funções do leitor
13 – Tudo aquilo que se diz do acólito instituído e que, na sua ausência, pode ser assumido por outros leigos, como os ministros extraordinários da comunhão, aqui também, com relação ao leitor instituído, acontece o mesmo: não havendo aqueles que receberam o ministério pela instituição, então outras pessoas, devidamente preparadas, podem assumir a sua função.
14 – O leitor tem o mérito de ser aquele pelo qual a Palavra de Deus chega inicialmente à
assembléia, em preparação do ponto culminante, que vai ser o Evangelho. Ele é, pois, um arauto da mensagem salvífica, um precursor da Boa Nova, podemos dizer. Daí, a importância e a dignidade de sua função ministerial. Por isso, é preciso que ele se prepare para o exercício de tão nobre função, familiarizando-se com o texto, também quanto ao gênero literário (profecia, parábola, sapiencial, epístola etc.), revelando pela leitura ter assimilado a mensagem que transmite à assembléia.
15 – Cristo Nosso Senhor, na Sagrada Liturgia, primeiro nos é dado como Palavra salvadora (o Pão da Palavra) e, depois, como Pão da vida eterna, a Eucaristia. Por isso falamos também de duas mesas, a da Palavra (ambão), e a do Pão Eucarístico (altar). Vê-se, pois, que a Palavra de Deus, na Liturgia, é de valor sacramental. Assim, não deve ser apenas lida, mas proclamada, como coloca agora a nova Instrução Geral. Proclamada, a Palavra de Deus se torna celebração, festa, um acontecimento, pois, salvífico.
16 – Uma orientação, de ordem prática: no exercício de seu ministério, o leitor não precisa dizer, por exemplo: “Proclamação da profecia de Isaías…”, ou “Leitura da epístola de São Paulo aos romanos”, mas melhor seria simplesmente dizer: “Profecia de Isaías”, ou “Carta de São Paulo aos romanos”. Em sentido litúrgico, não é necessária também a citação de capítulos e versículos do livro sagrado. Também o diácono ou o sacerdote deveria dizer: “Evangelho de NSJC, segundo Mateus”, por exemplo, preferível a “Proclamação do Evangelho…”
17 – Para o bom exercício de seu ministério, algumas exigências, mínimas, de ordem técnica, devem ser lembradas e pedidas ao leitor, como:
a) – Vocalização, isto é, o cuidado especial em pronunciar bem cada sílaba, cada palavra.
b) – Regulação do volume da voz, de modo que se ouça bem o que é dito, especialmente em fins de frase.
c) – Regulação do ritmo da leitura, reduzindo ou acelerando a emissão de voz, segundo o caso, mas sobretudo intercalando pausas nas vírgulas e nos pontos.
d) – Modulação da voz, ou seja, mudando de tom, quando as variações do texto assim o exigir. Isto acontece porque o texto deve ser lido de acordo com o seu gênero literário.
18 – A exemplo do que se recomenda aos acólitos e aos ministros extrordinários da comunhão, com referência a espiritualidade, aos leitores também se faz a mesma exortação. É desejável, pois, que eles, no exercício de sua função, se dediquem ao cultivo da espiritualidade bíblica, familiarizando-se não só com a Sagrada Escritura, mas também com os lecionários e com a dinâmica litúrgica da Palavra de Deus nos três ciclos de A, B e C. Daí, a necessidade de encontros de formação, de retiro, para uma compreensão mais plena, por exemplo, da dinâmica do Ano Litúrgico em toda a Liturgia.
19 – Útil a todos os leitores, e não somente aos que receberam o ministério instituído, é a exortação do bispo no rito de instituição: “ Tornando-vos leitores ou proclamadores da Palavra de Deus, ireis colaborar nessa missão. Recebereis assim um ministério especial dentro do povo de Deus e sereis delegados para o serviço da fé, que se fundamenta na Palavra de Deus. Proclamareis esta Palavra na assembléia litúrgica, instruireis as crianças e os adultos, preparando-os para receberem dignamente os sacramentos”. E ainda: “Anunciando aos outros a Palavra divina, sede também dóceis ao Espírito Santo, recebendo-a de coração aberto, e meditando-a assiduamente, a fim de amá-la cada vez mais. Manifestai pelas vossas vidas Jesus Cristo, nosso Senhor”.
Síntese das funções do leitor
a) – Na procissão de entrada pode o leitor levar o Evangeliário, que colocará sobre o altar. Neste caso, caminha à frente do sacerdote e, chegando ao altar, não faz nenhuma inclinação. Não levando o Evangeliário, caminha junto com os outros ministros e com estes faz inclinação do corpo. Atente-se para o “pode”: isto significa que, na procissão de entrada, é facultativo levar ou não o Evangeliário, mas, saibamos: a presença do livro contribui para um rito mais solene, principalmente com a presença do Bispo.
b) – Além de proferir as leituras bíblicas, exceto o Evangelho, o leitor pode igualmente propor as intenções para a oração universal, e, na ausência do salmista, pode também cantar ou recitar o salmo entre as leituras. Pode ainda recitar, no momento próprio, as antífonas do Missal. No rito de instituição, o Bispo diz que os leitores são catequistas da Palavra de Deus.
Uma nota se faz necessária:
20 – Dada a ênfase que se dá hoje à participação dos fiéis na Sagrada Liturgia, o ideal, porém, é que haja verdadeira distribuição de funções, como deixa transparecer também a Instrução Geral (nº. 91), referindo-se aos princípios da reforma litúrgica do Vaticano II, que diz: “Nas celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28).
21 – Embora então o próprio Missal permita para o leitor as diversas funções, como se explicitou acima, não devemos cair na tentação de procurar o lado prático, admitindo, em circunstâncias não aplicáveis ao espírito da Liturgia, que um mesmo leitor, por ter qualidades maiores, venha a monopolizar tais funções.
d) – Funções do salmista
22 – “Compete ao salmista proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as
leituras. Para bem exercer sua função, é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção” (IGMR 102).
23 – Embora a Instrução Geral fale de “proclamar”, e que é correta, dada a natureza poética do salmo, contudo, liturgicamente, é melhor falar de canto ou recitação, principalmente na modalidade “responsorial”, que é a mais antiga. O salmo é a resposta da assembléia à palavra ouvida, portanto tem dimensão ascendente, e, na modalidade proposta, o salmista canta ou recita a antífona, que a assembléia responde no mesmo tom, continuando o salmista a cantar ou recitar as estrofes entre as quais a assembléia repete a antífona.
24 – A Instrução Geral fala apenas de “saber salmodiar e ter boa pronúncia e dicção”, mas recomenda-se ao salmista cultivar também a espiritualidade bíblica e sálmica, identificando-se com o autor sagrado nos diferentes gêneros sálmicos. Aqui, é desejável, pois, a formação bíblica, especialmente aquela ligada à salmodia
e) – Funções dos cantores, coral, animador do canto, músicos e organistas
25 – “Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e promover a
ativa participação dos fiéis no canto” (IGMR 103).
26 – Vê-se pela Instrução que não é função dos cantores substituir os fiéis na execução do canto litúrgico, mas favorecer e ajudar a sua participação. Mas isso, às vezes, não acontece. Muitos cantam sozinhos, em tom exageradamente alto, dificultando a participação de todos. Outras vezes são os instrumentos que acabam abafando a voz dos fiéis. Ouve-se a música, mas não se ouve a mensagem da letra, e esta é mais importante. Também, às vezes, canta-se algo que é apenas do gosto dos cantores, sem nenhuma fidelidade ao tempo litúrgico ou à festa que se celebra. Tudo isso precisa ser avaliado e repensado sempre, para que o canto litúrgico recupere a sua importância no âmbito da Liturgia.
27 – Conforme a Instrução Geral, “o que se diz do grupo de cantores vale também, com as devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o organista”. E conclui dizendo que “mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo”.
28 – É desejável que o canto litúrgico tenha nas celebrações o seu devido apreço, visto ser ele integrante das ações litúrgicas, e não mero enfeite festivo. Por isso, seus ministros precisam conhecer a real função do canto litúrgico, isto é, sua ministerialidade na Liturgia. Na prática muitas vezes se vê um canto sem tanta importância litúrgica elaborado, porém, com muito esmero, e outro, de maior importância, como que não trabalhado devidamente, o que acaba por manifestar desconhecimento por parte dos responsáveis pela equipe do canto. Fala-se aqui dos graus de importância do canto na Liturgia, ou seja, da compreensão de sua graduação.
f) – Funções do comentarista
29 – Sobre o comentarista, devemos dizer que sua função, a serviço dos fiéis, deve conter breves explicações e exortações, visando dispor a comunidade para uma participação também mais plena e consciente. Sejam então suas explicações cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Deve ele exercer a sua função em lugar adequado, voltado para a assembléia, uma vez que está a serviço dela, mas não deve fazê-lo do presbitério e, muito menos, do ambão.
30 – Com relação ao ministério do comentarista, algumas orientações, de ordem também pratica, talvez sejam valiosas. Assim, na Liturgia da Palavra, por exemplo, em vez de antecipar explicações de sua temática, melhor seria se ele convidasse a assembléia simplesmente a ficar assentada, predispondo-a para a escuta atenta da Palavra de Deus.
31 – Entendamos: referindo-se a “primeira leitura”, “segunda leitura”, o comentarista está falando o óbvio, isto é, aquilo que toda a assembléia já sabe. Voltando ao tema da Palavra de Deus, muitas vezes aquilo que ele diz não é o que a Liturgia de fato está celebrando, dada a riqueza da revelação bíblica, com suas múltiplas aplicações. Melhor, pois, é deixar que Deus fale. Cabe à assembléia ouvir. De acordo então com o que aqui se propõe, o comentarista poderia, quando muito, dizer, com sobriedade: “Assentados. Vamos celebrar a Liturgia da Palavra. Atentos, ouçamos o que Deus vai nos dizer, pelo profeta e pelo Apóstolo (quando for o caso). No Evangelho, diria simplesmente: “De pé, vamos aclamar e ouvir o Evangelho. É o próprio Cristo que nos fala, como Palavra de vida e de paz”.
32 – Não é preciso nem conveniente que o comentarista diga exatamente as palavras acima, mas são exemplos que podem ser mudados, melhorados e atualizados. Em algumas comunidades, costuma-se dizer o nome do leitor, mas não é recomendável, pois a atenção deve voltar-se para o Senhor que fala, sendo aqui o leitor instrumento que Deus usa para comunicar-se com o seu povo.
g) – Funções da equipe de acolhida
33 – É desejável que em todas as celebrações, principalmente as da Eucaristia, haja um grupo de leigos que, no espírito da liturgia, acolham os fiéis, levando-os aos seus lugares, principalmente quando se trata de pessoas idosas, de crianças e de deficientes. Tal acolhida muito os ajudará na participação, na compreensão e na descoberta do espírito fraterno, que sempre deve manifestar-se na Liturgia. É claro que a equipe de acolhida deve ser constituída por pessoas comunicativas, respeitosas e alegres. Um grupo de “cara fechada” poria tudo a perder. Lembremo-nos de que, se a Igreja não sabe acolher os seus membros, muito menos saberá acolher os de fora (aqui o mundo inteiro) para pregar-lhes o Evangelho da salvação.
h) – Funções da equipe das oferendas
34 – Como sabemos, nos primórdios da Igreja, os dons do pão e do vinho, como também a ajuda para os mais necessitados, eram trazidos de casa pelos fiéis e apresentados ao sacerdote neste momento (que nós chamamos de preparação e apresentação das oferendas, não mais portanto de ofertório, como se dizia antigamente).
35 – O verdadeiro ofertório, como se sabe, só é celebrado após a consagração. Portanto, esse momento, por causa de sua simbologia, deve, em nossas celebrações, ser assumido pela assembléia, representada por alguns de seus membros, que serão previamente convidados para tal função, também na modalidade de equipe. Cada comunidade, porém, pode ter aqui a sua criatividade e sua liberdade, e, variando, convidar, por exemplo, pessoas que tenham alguma identificação com o tema celebrado (dia das mães, dos pais, dos catequistas, das crianças etc.). Os que fazem a procissão das oferendas sejam instruídos para que, chegando ao altar, façam inclinação simples, atendendo a orientação da Instrução Geral.
i) – Funções do sacristão
36 – A Instrução nomeia também a figura do sacristão, que é aquele “que dispõe com cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias para a celebração da missa”. Acrescentamos ainda: para cuidar das hóstias não consagradas, do vinho, da igreja, como casa de oração, abrindo-a e fechando-a. É função simples, mas de importância capital, que deve, pois, ser exercida no mesmo espírito de todos os ministérios.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES PARA A 
COMPREENSÃO DOS MINISTÉRIOS LEIGOS
37 – Aqui são dadas outras orientações, às vezes gerais, que podem ajudar no enriquecimento e na compreensão dos ministérios leigos. Vejamos:
A DISPOSIÇÃO FÍSICA NO ESPAÇO CELEBRATIVO DA IGREJA
38 – “O sacerdote celebrante, o diácono e demais ministros (leitores, salmistas, ministros extraordinários da comunhão) tomarão lugar no presbitério” (IGMR 294). Aí também serão dispostas as cadeiras dos concelebrantes, tudo exprimindo a ordenação hierárquica da Igreja e constituindo uma unidade íntima. Também esteja junto da cadeira do presidente a cadeira do diácono. Para os demais ministros, sejam dispostas as cadeiras de maneira tal que se distingam claramente das do clero, e eles possam exercer com facilidade a função que lhes é confiada (Cf. IGMR 310).
39 – A cadeira do presidente da celebração deve distinguir-se das demais, também pelo bom gosto, manifestando a função de presidência. Não deve, porém, assemelhar-se a trono. Na celebração, o lugar apropriado para a cadeira do presidente é de frente para o povo, no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura da igreja não facilite tal disposição.
40 – De acordo com a Instrução Geral, os outros ministros (comentaristas, cantores, organistas etc.) não tomam lugar no presbitério, uma vez que fazem parte da assembléia dos fiéis, e, como estão diretamente a serviço dela, devem ser colocados de tal forma que a execução de suas funções se torne mais fácil e que cada um de seus membros possa participar mais plenamente da missa, também na participação mais plena que é a sacramental.
UM EXEMPLO RITUAL E CELEBRATIVO: A PROCISSÃO DE ENTRADA
41 – Na procissão de entrada, início, pois, da celebração eucarística, verifica-se a primeira atuação dos ministros leigos, em rito celebrativo. Já desde então devem eles estar conscientes de sua função, de sua dignidade e de sua participação litúrgica. Para este rito inicial, propõe a Instrução Geral (nº 120) que ele tenha a seguinte ordem:
a) – o turiferário (acólito) com o turíbulo aceso, quando se usa incenso
b) – os ministros que portam as velas acesas (ceroferários) e, entre eles, o acólito ou outro ministro com a cruz (cruciferário).
c) – os acólitos e os outros ministros
d) – o diácono (ou o leitor), que pode conduzir um pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o Lecionário. O Evangeliário deve ser posto sobre o altar, levado depois para o ambão e, depois do Evangelho, colocado em lugar adequado, não mais sobre o altar.
e) – o sacerdote que vai presidir a Eucaristia
GESTOS E POSIÇÕES DO CORPO
42 – Diz a IGMR nº 42: “Os gestos e posições do corpo, tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade…” E ainda: “A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os pensamentos e os sentimentos dos participantes”. Em seguida, a Instrução Geral nos fala das posições, que são:
a) – De pé (nos ritos iniciais, na aclamação e proclamação do Evangelho, no “Creio”, na Oração da Comunidade, depois do “Orai, irmãos” até antes da Consagração, e nos ritos finais).
b) – Assentados (nas leituras antes do Evangelho, durante o salmo responsorial, na homilia, durante a preparação e apresentação das oferendas e após a Comunhão, em silêncio sagrado).
Nota: Durante a comunhão, as pessoas idosas e as doentes podem ficar assentadas. Se o rito da Comunhão for também longo, por causa de assembléia numerosa, não há inconveniência de que fiquem assentados os que já comungaram. A posição de pé de fato é a mais expressiva e simbólica, dado o seu sentido pascal, mas aqui deve valer o bom senso e não o aspecto normativo.
c) – De joelhos (durante a Consagração, a não ser em circunstâncias especiais, como: motivo de doença, falta de espaço, grande número de presentes ou outras causas razoáveis). Em tais circunstâncias, porém, a Instrução aponta para aqueles que não se ajoelham fazer inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração. Deixa no entanto a cargo das Conferências Episcopais adaptar, segundo as normas do direito, tais posições, de acordo também com a índole e as legítimas tradições dos povos.
43 – Quanto a ficar de joelhos, durante a Consagração, pensamos que seria muito mais de acordo com a Liturgia a posição de pé, porque esta posição sinaliza para a posição de ressuscitados e é a mais importante da Liturgia. A posição de joelhos continua apontando para uma atitude adorante e externa, que é própria do culto eucarístico, fora da missa. Da mesma maneira, vemos, com preocupação, a atitude de algumas assembléias de, nas elevações da Consagração, dizer “Meu Senhor e meu Deus” e depois do “Eis o mistério da fé” cantar cantos eucarísticos, omitindo inclusive a aclamação memorial, sendo esta profundamente teológica, principalmente a primeira.
44 – Tais gestos e atitudes prejudicam grandemente a Oração Eucarística, em sua dinâmica e em suas articulações, constituindo-se, pois, mais em desvios teológicos do que propriamente em criatividade litúrgica. Na verdade, tais procedimentos não favorecem um crescimento na fé eucarística nem possibilitam uma participação mais plena na Liturgia.
45 – Mesmo literalmente seguindo as orientações da Instrução Geral, que só fala da posição de pé para o diácono, pensamos que seria mais conveniente que pelo menos os ministros que se encontram no presbitério ficassem de pé durante a Consagração, uma vez que eles, em tal momento, não fazem parte da assembléia, em sentido físico, pois estão a serviço da Palavra e do altar.
d) – Genuflexão
46 – Faz-se a genuflexão dobrando o joelho direito até o chão. É gesto litúrgico que significa adoração. Este gesto é reservado ao Santíssimo Sacramento e à adoração da Cruz, desde a solene Ação Litúrgica da Sexta-Feira da Paixão até o início da Vigília Pascal.
47 – Para a prática litúrgica, porém, sabemos que, para pessoas idosas ou doentes, tal gesto se torna difícil, podendo ser substituído – assim pensamos – pela inclinação profunda, ou mesmo simples. O que se deve levar em conta, em matéria litúrgica, não é a literalidade das rubricas, mas o bom senso e a caridade, para não cairmos em novo rubricismo.
48 – Na missa o sacerdote faz três genuflexões: depois da apresentação da hóstia, após a apresentação do cálice e antes da Comunhão. Caso haja no presbitério tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e demais ministros fazem a genuflexão quando chegam ao altar e quando dele se retiram, não, porém, durante a celebração da missa (Cf. IGMR 274). Os ministros que levam a cruz processional e as velas, em vez da genuflexão, fazem a inclinação simples.
49 – A genuflexão também é feita por todos os fiéis diante do tabernáculo com o Santíssimo Sacramento e, como já se falou, pelo ministro extraordinário da comunhão, ao buscar as reservas eucarísticas para a Comunhão. Nesta hipótese, faz-se a genuflexão depois de abrir o tabernáculo e, no fim, antes de fechá-lo.
e) – Inclinação
50 – Pela inclinação se manifesta reverência e honra a pessoas ou a seus símbolos. Há duas espécies de inclinação: inclinação profunda, que se faz com o corpo; e inclinação simples, que se faz com a cabeça.
51 – A inclinação profunda, ou seja, do corpo, se faz: ao altar, em algumas orações privadas do presidente; no Creio, às palavras “E se encarnou”; no Cânon Romano (Oração Eucarística I), às palavras “Nós vos suplicamos”. O diácono faz também esta inclinação quando pede a bênção ao presidente antes de proclamar o Evangelho. Da mesma maneira, é colocada pela Instrução Geral também tal inclinação para aqueles que não podem ajoelhar-se durante a consagração. A inclinação profunda ao altar, na missa, pelo sacerdote e ministros, só se faz também no início e no fim da celebração.
52 – Já a inclinação simples, isto é, da cabeça, se faz: quando se nomeiam as três Pessoas Divinas e quando se pronuncia o nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo, em cuja honra se celebra a missa, o que, porém, na prática quase não se verifica.
53 – Fazem ainda inclinação simples, quando chegam ao altar: o cruciferário, levando a cruz processional; os ministros (ceroferários), levando as velas; como também, depois, os fiéis que levam as ofertas. Note-se que os demais ministros, por nada levarem, fazem a inclinação profunda. Já o diácono ou o leitor, quando leva o Evangeliário, não faz nenhum gesto, dispensado por causa da dignidade e nobreza do Evangeliário. Quanto ao diácono, em qualquer circunstância, juntamente com o sacerdote, ele faz a reverência ao altar, beijando-o, no início e no fim da celebração.
blogger : novaliturgia.wordpress.com

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26 de maio de 2013, a França produziu um dos acontecimentos mais emblemáticos e históricos deste século. Pacificamente, milhares de franceses, mais de um milhão, segundo os organizadores, marcharam pelas ruas da capital em defesa da família e do casamento. Jovens, crianças, idosos, homens e mulheres, famílias inteiras, caminharam sob um clima amistoso, contrariando os "conselhos" do ministro do interior, Manuel Valls[1]. Voltando no tempo, lá no já longínquo agosto de 2012, e comparando a situação de então com o que se viu ontem, podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que a França despertou, acordou de sua letargia.  E o que provocou este despertar? Com a vitória do socialista François Hollande para a presidência, foi colocada em implementação por sua ministra da Justiça, Christiane Taubira,  a guardiã dos selos, como se diz na França, uma "mudança de civilização"[2], que tem como norte a destruição dos últimos resquícios das tradições qu

Pai Nosso explicado

Pai Nosso - Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. È em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o  Pai-Nosso. Pai Nosso que estais no céu... - Se rezamos verdadeiramente ao  "Nosso Pai" , saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta  (do individualismo).  O  "nosso"  do início da Oração do Senhor, como o "nós" dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas. É com razão que estas palavras "Pai Nosso que estais no céu" provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca. Os sete pedidos - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo