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Amor Cristão e Amor Romantico



Tenho feito algumas postagens sobre a caridade cristã, que também pode ser chamada de amor ao próximo. No entanto tais postagens têm causado equívocos no entendimento de alguns e pedido de esclarecimentos de outros. Esclareço desde já que estou preparando uma matéria mais completa sobre esse assunto, Mas por ora, para que seja esclarecido o verdadeiro sentido do amor ou caridade, me vejo na obrigação de fazer esta postagem complementar.

No mundo em que vivemos, totalmente inseridos nas doutrinas filosóficas do romantismo, falar em amor pode ser perigoso. Pois se a finalidade do Blog é levar as almas para o céu, sendo mal interpretado pode acabar levando nossos irmãos e irmãs para uma visão romântica de Deus e da Igreja.

Cabe salientar desde já que muita gente chama de romântico, o ato de oferecer flores, ser poético, etc. Esses atos, mais apropriadamente devem ser chamados de atos carinhosos. Com a crise moral e religiosa que se abatia sobre o homem de outrora que cada vez mais se afastava de Deus, acarretou, no final do século XVIII, o surgimento uma doutrina nova doutrina filosófica chamada Romantismo. Essa doutrina filosófica colocou o “próprio homem” com sendo o centro do universo. Podemos resumir assim: “O que importa não é mais Deus e se eu levo uma vida de virtudes e pecados, mas o que importa é: “eu mesmo” se eu estou sofrendo, se eu estou amando e sendo amado, se eu vivo feliz olhando e sorrindo. Por outro lado o Romantismo tem um lado triste: a cultura do sentimento, do sentimentalismo e do sofrimento. O poetas viviam sofrendo de amor...
Deus não é Romântico, nem a Igreja é.
Amor é um ato sublime da caridade cristã.
O amor romântico é totalmente oposto do amor católico.
O amor romântico é uma corruptela do verdadeiro amor.

Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. [...] Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
(Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo)

O verdadeiro e maior amor é o que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, morrendo na Cruz por nós. Esquecer de si próprio por amor ao seu irmão é bem diferente do amor romântico que tem o “eu” com principal personagem.

Mas então cabe uma pergunta que certamente todos irão estar fazendo nessa hora:

E o amor entre homem e mulher? Como fica esse amor sem o romantismo?
Resposta: Sem o romantismo fica AMOR SANTO, fica AMOR CRISTÃO, onde os namorados sabem de suas obrigações e trabalham para construir sua família sólida sobre os princípios cristãos, não sobre os princípios “moles” do romantismo. Dar uma flor é um ato de carinho. Demonstrar carinho é um ato de caridade cristã ou amor cristão.
O cristão romântico vê Deus como “um poço de Bondade”... Não castiga ninguém, não pune ninguém... é só amor. Daí temos que o romantismo deturpou até a noção verdadeira do que é ser católico, chegando a fazer alguns católicos superficiais a negar a própria existência do inferno – que é dogma de fé.
Deus não é romântico. Jamais se encontrou na doutrina católica princípios românticos.
O romantismo tira do cristão a vontade de lutar, pois para ele o amor conquista tudo. Tudo é o amor. O amor resolve tudo. Leva o cristão à “moleza” de alma e tira-lhe as forças inclusive para resistir e lutar contra as tentações.

Muitas vezes as pessoas lêem a Epístola de São Paulo I aos Corintios Corínthios, 13, e ficam sonhando com o amor... São Paulo, quando escreveu essa belíssima epístola, não estava falando de amor de homem e mulher e nem a escreveu para que servisse de tema para os apaixonados românticos. São Paulo fala da caridade cristã pelo qual todos devemos amar o nosso próximo.

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, que é verdadeiro homem e verdadeiro Deus, jamais deixou de amar ao próximo, e nem por isso deixou de chicotear os vendilhões do templo, bem como chamou os fariseus de “raça de víboras”.

Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? (São Mateus 3,7)

Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer coisas boas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração. (São Mateus 12,34)

Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno? (São Mateus 23,33)

Dizia, pois, ao povo que vinha para ser batizado por ele: Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira iminente? (São Lucas 3,7)

Imagino o que passará pelo coração dos românticos que pensam que Deus é só Amor, essas passagens bíblicas. Deus é Amor (não romântico), mas também é Justiça e Sabedoria.

Sendo assim e esclarecidas as questões que me pediram, agora sim passo a citar a Epístola de São Paulo:
Epístola I aos Corínthios, 13:1-11(versão Ave Maria)

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o
meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.
Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.

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